Uma excursão de aplausos
O ano de 1952 traz um marco especial na história do Corinthians.
Naquela oportunidade, há 60 anos, o Timão realizou sua primeira excursão à Europa, que se reerguia de uma guerra devastadora. O time alvinegro, que havia sido campeão em 1951 e ganharia o bicampeonato do Paulista em 1952 ( na verdade decidido no inicio de 1953), realizou uma bela e festejada excursão pela Europa.
Somente uma derrota, ocorrida na estreia, contra o Besiktas, em Istambul, na Turquia pelo placar de 1xo.
Após este jogo – já melhor adaptado, desenvolveu uma carreira de belas exibições e de vitórias marcantes. No mesmo país, bateu o Fenerbançe, por 6×1, com gols de Claudio, Carbone Luisinho e Gatão.
Na Turquia jogaria mais 6 jogos, contra as grandes equipes de lá e sempre com expressivas vitórias .
Em seguida, foi para a Suécia onde, no estádio Rasunda, em Estocolmo, em que tanta alegria o Brasil se consagrou na Copa do Mundo de 1958, empatando com AIK por 3×3.
Na Suécia, também, o Timão enfrentou o Djurgarden, vencendo por 3×2, com gols de Claudio, Goiano e Jackson. Na Dinamarca, no estádio Nacional, enfrentou uma seleção local e empatou por 1×1. Retornou à Suécia, que é muito próxima da Dinamarca, enfrentando o Malmoe (2×1) e a seleção de Gotemburg 9×3.
Vai à Finlândia, onde participa da inauguração do Estádio Olímpico de Helsinque – local onde seriam disputadas as Olímpiadas daquele ano, goleando o selecionado local por 5×1.
Luisinho brilhou (mais uma vez) naquela festivo dia, e Gilmar defendeu um pênalti num jogo que ficaria para a história.
Retornando à Suécia, jogou mais duas partidas antes de retornar ao Brasil, sendo muito festejado pela brilhante excursão.
O ano de 1952 fica na história do Clube, além da conquista do título do Paulista (então a maior competição do país), como o ano da primeira grande excursão europeia da equipe alvinegra.
Este time dos anos 1950 constitui-se numa bela página da história corinthiana.
É noite de ópera
Numa quarta, quase sem futebol, é noite de ópera.
Vou ver uma gravação recém lançada em DVD de La Traviata, de Verdi, feita no Teatro Real de Madrid, com Norah Amsellem, José Bros e o incrível Renato Bruson, um barítono que já se retirou dos palcos e deixará saudade.
Viva !
100 anos de Nelson Rodrigues
Comemora-se no próximo dia 23 de agosto os cem anos de nascimento de Nelson Rodrigues. Pernambucano, mas carioca de coração, o dramaturgo Nelson era torcedor do Fluminense e escreveu a mais famosa crônica sobre a invasão corinthiana de 1976. Nós não esqueceremos nunca do Nelson, da crônica e da invasão.
Para sempre Viva!
NELSON E A INVASÃO CORINTIANA
Nelson Rodrigues
1-Uma coisa é certa: – não se improvisa uma vitória. Vocês entendem? Uma vitória tem que ser o lento trabalho das gerações. Até que, lá um dia, acontece a grande vitória. Ainda digo mais: – já estava escrito há seis mil anos, que em um certo domingo, de 1976, teríamos um empate. Sim, quarenta dias antes do Paraíso estava decidida a batalha entre o Fluminense e o Corinthians.
2-Ninguém sabia, ninguém desconfiava. O jogo começou na véspera, quando a Fiel explodiu na cidade. Durante toda a madrugada, os fanáticos do timão faziam uma festa no Leme, em Copacabana, Leblon, Ipanema. E as bandeiras do Corinthians ventavam em procela. Ali, chegavam os corinthianos, aos borbotões. Ônibus, aviação, carros particulares, táxis, a pé, a bicicleta.
3-A coisa era terrível. Nunca uma torcida invadiu outro estado, com tamanha euforia. Um turista que, por aqui passasse, havia de anotar no seu caderninho: – “O Rio é uma cidade ocupada”. Os corinthianos passavam a toda hora e em toda parte.
4-Dizem os idiotas da objetividade que torcida não ganha jogo. Pois ganha. Na véspera da partida, a Fiel estava fazendo força em favor do seu time. Durmo tarde e tive ocasião de testemunhar a vigília da Fiel. Um amigo me perguntou: – “E se o Corinthians perder?” O Fluminense era mais time. Portanto, estavam certos, e maravilhosamente certos os corinthianos, quando faziam um prévio carnaval. Esse carnaval não parou. De manhã, acordei num clima paulista. Nas ruas, as pessoas não entendiam e até se assustavam. Expliquei tudo a uma senhora, gorda e patusca. Expliquei-lhe que o Tricolor era no final do Brasileiro, o único carioca.
5-Não cabe aqui falar em técnico. O que influi e decidiu o jogo foi a torcida. A torcida empurrou o time para o empate.
6-A torcida não parou de incitar. Vocês percebem? Houve um momento em que me senti estrangeiro na doce terra carioca. Os corinthianos estavam tão certos de que ganhariam que apelaram para o já ganhou. Veio de São Paulo, a pé, um corinthiano. Eu imaginava que a antecipação do carnaval ia potencializar o Corinthians. O Fluminense jogou mal? Não, não jogou mal. Teve sorte? Para o gol, nem o Fluminense, nem o Corinthians. Onde o Corinthians teve sorte foi na cobrança dos pênaltis. A partir dos pênaltis, a competição passa a ser um cara e coroa. O Fluminense perdeu três, não, dois pênaltis, e o Corinthians não perdeu nenhum. Eis regulamento de rara estupidez. Tem que se descobrir uma outra solução. A mais simples, e mais certa, é fazer um novo jogo. Imaginem que beleza se os dois partissem para outro jogo.
7-Futebol é futebol e não tem nada de futebol quando a vitória se vai decidir no puro azar. Ouvi ontem uma pergunta: “O que vai fazer agora o Fluminense?” Realmente, meu time não pode parar. O nosso próximo objetivo é o tricampeonato carioca. Vejam vocês:
– empatamos uma partida e realmente um empate não derruba o Fluminense. Francisco Horta já está tratando do tricampeonato. Estivemos juntos um momento. Perguntei: – “E agora?” Disse – amanhã vou tomar as primeiras providências para o tricampeonato. Como eu, ele não estava deprimido. O bom guerreiro conhece tudo, menos a capitulação. Aprende-se com uma vitória, um empate, uma derrota. Só a ociosidade não ensina coisa nenhuma.
No seguinte jogo, vocês verão o Fluminense em seu máximo esplendor.
(Reprodução)
NELSON RODRIGUES era tricolor e publicou este texto no GLOBO em 6/12/1976, no dia seguinte ao jogo Fluminense x Corinthians.
1914, o ano que não terminou
(Ana Maria Dias, “Manhã Luminosa”, 2008) (Reprodução)
O ano de 1914 é muito importante na história do Corinthians.
Trata-se do ano em que o alvinegro conquistou seu primeiro grande título. Foi Campeão Paulista invicto, não perdendo, nem empatando uma só partida. Teve ainda o destaque de seu mais importante jogador, Neco, que foi o artilheiro da competição.
Mas 1914 não é importante somente por ter sido o ano em que o “time dos carroceiros” venceu o Campeonato Paulista.
Neste ano o Corinthians teve sua estreia em partidas internacionais em duas partidas contra o Torino da Itália.
Curioso este fato de o Timão ter sua estreia mundial com o time que ficaria marcado em nossa história. O Torino voltaria ao Brasil em excursão, durante 1948, quando venceu todo mundo com a famosa “esquadra”, que era a própria Seleção Italiana. Só perdeu um jogo: para o Corinthians por 2×1, no Pacaembu em 1948.
No ano seguinte (em 4 de maio) um terrível desastre aéreo extinguiu a equipe torinese. O Timão promoveu a famosa partida em homenagem aos italianos, jogando no Pacembu contra a Portuguesa, vestido com a camisa do Torino. A renda do evento foi doada às famílias dos jogadores do Torino e esta foi a única homenagem que recebeu a famosa “seleção azzurra” do Torino.
Há dois anos, o alvinegro voltou a lembrar estes fatos com o lançamento da bela camisa grená com a qual o Timão passou a jogar como uniforme alternativo.
Jogadores famosos e craques
Quando aparece um negócio com algum time europeu, como este de Lucas (ex-Marcelinho), a mídia surfa.
Começa a ver traços de “fora-de-série” em um jovem atleta, que ainda não tem sua carreira consolidada. Grandes transações financeiras (quando elas realmente existem) não garantem um status de craque “fora- de-série” para ninguém. Acrescente-se que o jogador precisa superar várias etapas para se consagrar. Uma delas é tornar-se titular – indiscutível e indispensável – da Seleção Brasileira. Já vimos muitos jogadores, envoltos em ruidosas transações, seguirem para a Europa e depois minguarem. Seria inútil criar listas destes “futuros craques” que foram para a Europa e deram chabu. Menos para a nossa mídia.
Bem menos.
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