May 21, 2014

O Reizinho do Parque

Por  Roque Citadini

Artigo publicado em 15 de março de 2003.

Em um dos períodos mais difíceis da história do Corinthians, iniciado após o campeonato de 1954 e só encerrado com a conquista do Campeonato Paulista de 1977, o time teve o seu mais brilhante jogador – para muitos -, e, para mim, o maior craque que vestiu a camisa alvinegra. Roberto Rivellino foi estrela quando ainda jogava entre os aspirantes do clube.

Com o time principal sem grandes jogadores, era comum a torcida corintiana chegar cedo ao estádio para ver aquele meia-esquerda driblar com habilidade, bater faltas com maestria, encantando a todos com seu toque de bola. Rivellino, quando estreou no time principal em janeiro de 1965, já era conhecido e festejado. Neste período de adversidades do clube, Rivellino foi quase sempre o único motivo de orgulho do torcedor corinthiano.

No mesmo ano foi convocado para a seleção brasileira, onde começou ser presença indispensável no time principal, mesmo com tantas estrelas do naipe de Pelé, Gérson, Tostão, Garrincha e outros. Conquistou tudo pela seleção brasileira, inclusive o famoso tricampeonato no México em 1970, quando fez gols maravilhosos e ganhou o apelido de patada atômica.

Naquele período dificílimo de 21 anos que o clube ficou sem títulos, Rivellino venceu a adversidade com grandes e memoráveis partidas. Não conquistou título, pois o futebol é um esporte coletivo e os times adversários como o Santos e a academia do Palmeiras predominaram no período.

A ausência de títulos, no entanto, não deslustra tão notável jogador. Deixou o clube em 1974, depois da perda do título do Campeonato Paulista para o Palmeiras. Uma diretoria fraca e despersonalizada não teve coragem de confrontar-se com torcedores exaltados e com jornalistas que fizeram ardorosa campanha contra o jogador Rivellino.

Foi um dos maiores erros cometidos pelo clube, levado pela precipitação e por manobras da mídia. Rivellino continuou sua carreira no Fluminense e na seleção brasileira, depois de jogar 471 jogos pelo Corinthians e marcar 141 gols. É um craque inesquecível a quem o clube muito deve, inclusive uma reparação por sua saída.

Nota : No próximo dia 24 de maio (sábado) às 11 hs , o Corinthians realizará a inauguração do busto em homenagem  ao grande Rivellino. Justa homenagem ao nosso Reizinho do Parque.

 

6 Comments

  • E o busto do Lula…onde inaugurarão???

  • ” era comum a torcida corintiana chegar cedo ao estádio para ver aquele meia-esquerda driblar com habilidade, bater faltas com maestria, encantando a todos com seu toque de bola. ”
    Eu era um deles. Além do Rivelino íamos ver o ponta-direita Sérgio. Talvez ele tenha sido mesmo o melhor jogador da História do Corinthians, mas alguém que nunca ganhou nada no time não merece essa homenagem.

    ” o futebol é um esporte coletivo”
    Sim, e ele jogou com Ado, Zé Maria, Baldochi, Vaguinho, Vladimir, Roberto, etc
    “os times adversários como o Santos e a academia do Palmeiras predominaram no período.”
    Exato.

  • A homenagem é justa. Eu só não achei justo ele não ter aceitado participar do DVD dos 100 anos, embora ele tenha dado outra versão aos fatos… enfim, vida que segue, e parabéns à ele.

  • Lançava o Gilson Porto de trivela (tres dedos).

  • Como dizia o grande Neco,não cabeceia,só chuta de esquerda,nunca fez um gol em jogos decisvos,que idolo é este? E tem mais,foi só ele sair e em 2 anos o Corinthians foi campeão,aí sim com jogadores que não tremiam ,como Palhinha,Moisés,etc,,,,, Quantos bustos o Marcelinho,Tevez,Rincón,Edilson,Ronaldo,Liedson,Emerson,Tite,merecem? Fim da picada homenagear jogador que enterrou o Timão 10 anos,,,,,,

    • É por aí xará. Eu não iria tão longe. Rivelino foi craque, sem dúvida, mas incapaz de ser O líder de um time. Repetindo sua pergunta: por que ele e não tantos outros que ganharam títulos?

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