Apesar de a ausência de Guerrero ter sido confirmada, o técnico Tite escondeu a escalação do Corinthians. O gaúcho impediu a entrada da imprensa no último treinamento para o clássico, na manhã deste sábado, quando definiu a sua equipe. A estratégia não é habitual e deve-se também ao mau momento corintiano no Campeonato Brasileiro.

A única novidade da formação do Corinthians contra o São Paulo, no entanto, deverá ser o retorno do lateral esquerdo Fábio Santos, reabilitado de uma cirurgia no púbis. Alessandro estava atuando improvisado no setor.

Fábio Santos foi um dos jogadores que permaneceram no gramado do CT Joaquim Grava quando o acesso da imprensa foi autorizado, cerca de duas horas depois do início do treinamento. Ele e seus companheiros atenderam alguns fãs e demonstraram animação ao caminhar até os vestiários.

O treino de sexta-feira não deu grandes informações sobre o time do Corinthians que enfrentará o São Paulo no domingo. A maior parte dos titulares apenas correu no CT do Parque Ecológico, ainda em recuperação após o empate com o Atlético-PR, enquanto os demais jogadores fizeram um trabalho técnico no gramado.

Fábio Santos estava entre os atletas no campo. Recuperado de uma cirurgia no púbis, o lateral esquerdo treinou com bola pela quarta vez e praticamente confirmou o seu retorno no Majestoso. Paolo Guerrero seguiu em tratamento por causa da fissura em seu pé esquerdo, e a dúvida provavelmente será mantida até o dia do jogo.

“Vai depender muito do departamento médico. Espero sair com a equipe definida do treino de amanhã (sábado), a menos que tenha uma situação colocada pelo departamento médico: ‘Precisamos esperar para ver se ele não tem mais dor’. Não tenho condição de precisar agora”, afirmou Tite.

O técnico fez questão de dizer que não colocará o peruano em risco. O jogador foi cortado de sua seleção, que adotou um comportamento mais conservador do que o Corinthians. Os médicos e dirigentes não gostaram de saber que Guerrero seguirá atuando no sacrifício, com uma fratura parcial no pé. 

“Ao longo desses quase três anos de trabalho nosso aqui, a gente nunca pagou o preço de ganhar na sacanagem ou atrapalhando a saúde do atleta. E não vai pagar. Mas vamos fazer todo o possível, em cima da nossa competência e da disposição do atleta”, comentou o gaúcho.

O raciocínio se aplica a Fábio Santos, que ainda está longe das melhores condições físicas, mas voltará antes do previsto porque é crítica a situação da lateral esquerda alvinegra. “É uma questão de resposta nos treinamentos. Ele tem chances reais de ir para o jogo.”

Assim, a escalação do Corinthians depende mesmo das condições de Guerrero. Tite já avisou que Rodriguinho seguirá na reserva, sendo Emerson o provável homem mais adiantado se o camisa 9 for vetado. Romarinho deverá ficar no banco se o herói do Mundial atuar no sacrifício de novo.

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O Corinthians não aproveitou a “grande oportunidade” vista por Tite no confronto com o Atlético-PR. A meta era se aproximar da zona de classificação à Copa Libertadores, da qual faz parte o time rubro-negro, mas a distância só aumentou com o empate por 0 a 0 em Mogi Mirim.

Foi a 12ª vez no Campeonato Brasileiro em que a formação alvinegra terminou o jogo com mais um ponto conquistado. Assim, ficou com 36, nove a menos do que o Atlético-PR – que caiu para a quarta colocação – e só quatro a mais do que o Vasco, que está na zona de rebaixamento.

No fraco primeiro tempo, os visitantes tiveram o controle das ações, chegando a tocar o travessão em cabeceio de Manoel. Os donos da casa – ou quase, pois a equipe do Parque São Jorge ainda cumpre punição, atuando longe do Pacaembu – cresceram após o intervalo, mas não conseguiram tirar o zero do placar.

Atlético melhor no fraco primeiro tempo
Foi fraco o primeiro tempo em Mogi Mirim. O Corinthians sentiu bastante a falta de Paolo Guerrero e não conseguiu criar nenhuma oportunidade. O Atlético-PR teve mais a bola e, ainda que não tenha estabelecido um amplo domínio, controlou as ações ao longo dos 45 minutos iniciais. 

Sem o contundido Guerrero – nem Alexandre Pato, a serviço da Seleção Brasileira –, Tite começou o jogo apostando em Danilo como centroavante. Ele não teve grande oportunidade para reter a bola e, sem qualquer velocidade, acabou trocando de posição com Emerson, que estava na direita. A mudança não resolveu os problemas, como a insistência nas bolas longas.

Sem Paulo Baier, desgastado, o Atlético-PR não tinha muita articulação pelo meio, mas usava bem Marcelo e Everton pelos lados. A equipe rubro-negra chegou ao fundo com alguma frequência, conseguindo faltas e escanteios perigosos. Em um desses tiros de canto, Manoel subiu com liberdade e viu a bola triscar o travessão, na única oportunidade clara da etapa inicial.

Equilíbrio na etapa final
O Corinthians voltou do intervalo com Rodriguinho no lugar de Douglas e outro comportamento. Mais agressiva na marcação e mais disposta a trocar alguns chutões por passes, a equipe alvinegra começou a incomodar os visitantes, sobretudo pelo lado esquerdo do ataque.

Foi por ali que Romarinho roubou de Luiz Alberto, buscando Emerson, que só não concluiu na cara do gol porque Manoel conseguiu se esticar. Pouco depois, também por ali, Romarinho recebeu de Emerson em posição duvidosa, avançou e finalizou de pé esquerdo, na cara de Weverton, que defendeu.

Arte GE.Net

Vagner Mancini, então, trocou Zezinho, mal no jogo, por Mérida. Já na metade do segundo tempo, entraria também o centroavante Roger. Já Tite resolveu sacar Romarinho, que estava bem apesar do gol perdido, apostando no rápido garoto Paulo Victor. 

Rodriguinho foi bem em chute de fora da área e Diego Macedo foi acionado, mas foi o Atlético-PR que acabou crescendo, aproveitando a disposição maior do adversário para atacar. Cleber teve de aparecer bem na área em um lance perigoso, e Cássio trabalhou em dois chutes de fora da área de João Paulo para manter o marcador imaculado. Houve muitas vaias após o apito final

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O Corinthians repetiu a estratégia que funcionou na semana passada, na vitória sobre o Bahia, treinando no estádio Romildão na véspera do confronto com o Atlético-PR. Tite usou a atividade para ajustar o sistema defensivo, que tem novidade, e deixar seus jogadores acostumados às condições do campo de Mogi Mirim.

Ainda cumprindo punição do STJD, a equipe do Parque São Jorge atuará novamente longe do Pacaembu. A comissão técnica orientou os atletas várias vezes no sentido de que eles se habituassem à fraca iluminação, com refletores só de um lado. O gramado também segura a bola mais do que o habitual.

Terminado o rachão, Tite montou a defesa com Cleber no lugar de Paulo André, que trabalhou separadamente com os reservas. O zagueiro teve uma ótima estreia na semana passada, no triunfo sobre o Bahia, ganhou a confiança do chefe e formará dupla com Gil.

Depois de orientar a marcação com a bola rolando, o treinador demonstrou bastante preocupação com as bolas paradas, sem saber que o desgastado Paulo Baier não jogará no Romildão, substituído por Zezinho. O preciso Mauri Costa Lima, preparador de goleiros, fez as vezes de batedor de escanteios e faltas de várias posições para que fosse acertado o posicionamento.

“Tínhamos de nos preparar para as duas formas. A gente se preparou para as cobranças dele, mas temos de estar prontos se for um cara cerebral na armação, como o Paulo, ou alguém de movimentação. O Ralf e o Guilherme precisam estar atentos”, explicou Tite. 

No treino de bolas paradas, os 11 jogadores tinham a responsabilidade de cortar os cruzamentos, o que não deixou dúvidas sobre o time com o qual o Corinthians entrará em campo na noite de quarta: Cássio; Edenílson, Cleber, Gil e Alessandro; Ralf e Guilherme; Danilo, Douglas e Romarinho; Emerson.

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