No próximo ano, na primeira quinzena de fevereiro, teremos eleições para a diretoria e para o conselho deliberativo. Esta eleição trouxe um pequeno problema, porque ela localizada neste momento, segundo nosso estatuto, acaba sendo num período ruim. No mês de janeiro a equipe de futebol já realizou seu período de preparação para a temporada, estará disputando o Campeonato Paulista, e esperamos todos, a Libertadores e haverá uma troca de diretoria, com provável problemas na escolha de técnico, jogadores e pessoas que participam da gestão do futebol.
Não é uma boa data. E, infelizmente, isso devia ter constato no nosso estatuto. Ele poderia ter previsto as eleições no meio de dezembro, logo depois de terminado os campeonatos. Seria melhor, mais positivo e até mais fácil para todo mundo.
A atual diretoria disse que tentou mudar a data e não conseguiu porque houve pessoas que não queriam. Na verdade, essa história não está bem contada. Realmente houve uma tentativa de antecipar a eleição para dezembro, mas também foi colocada uma série de mudanças na proposta de alteração do estatuto que acabou levando a um impasse. E aí, duas alas da atual diretoria brigaram. Eles tem mais de 85% do conselho. Resultado: o clube não antecipou as eleições para dezembro porque as duas alas da diretoria (do atual presidente e do ex-presidente) se desentenderam e acabou deixando o clube prejudicado.
Mas, não creio que somente isso deverá ser mudado numa próxima alteração do nosso estatuto. Nós precisamos também modernizar algumas coisas. Por exemplo: antecipação de receitas do futuro. O clube pega dinheiro que ele iria receber em 2015, 2016, 2017, 2020, e gasta agora. Isso aí em alguns poucos clubes é limitado. E deveria ser limitado mesmo, porque senão a atual diretoria começa querer apenas, e tão somente, pegar dinheiro do futuro e trazer para os dias atuais.
Outro problema: a questão de contratos. O Corinthians prorrogou o contrato da Nike até 2026, para receber um pouco mais de dinheiro agora. Ora, será que foi um bom negócio fazer um contrato por mais de dez anos com a Nike, numa área onde se muda frequentemente os produtos? Talvez o melhor fosse ter uma limitação na prorrogação dos contratos e na antecipação de receitas, assim como devemos batalhar para que as eleições futuras sejam em dezembro.
É o que esperamos, e isso seria uma boa mudança no nosso estatuto.
Este período que antecede as eleições de fevereiro de 2015 é o período ideal para que o clube discuta seus problemas e suas soluções.
Normalmente, o pessoal não gosta de discutir problema: gosta de só falar de contratação de jogador. Tanto a situação quanto a oposição. Eles gostam é de ficar falando sobre jogadores que virão para o time.
Quando o time tem dinheiro e está bem organizado, ele traz bons jogadores e monta grandes equipes. Em todos os momentos do Corinthians, onde o time montou grandes equipes e ganhou títulos, ele estava bem financeiramente, com um orçamento equilibrado. Despesas e receitas batiam.
Se lembramos dos anos 90, no período da Excel; depois no período da Hicks, tivemos aqueles times fabulosos que ganharam, inclusive, o Campeonato do Mundo; depois em 2002, também com equilíbrio econômico. Mesmo na primeira fase da MSI, com equilíbrio econômico, foi possível montar grandes equipes, e agora recentemente a equipe que ganhou o Campeonato Brasileiro, a Libertadores e o Mundial também foi fruto do equilíbrio de dinheiro.
O que ocorre nesta última fase? Houve um aumento muito grande na receita, então foi possível montar grandes equipes.
Equilíbrio orçamentário é a base para montar grandes equipes. Se você não tem as suas despesas de acordo com o que você recebe, você acaba não tendo grandes equipes.
Eu sei que quando falo em equilíbrio orçamentário, falam: “Ih, vão vir com aquele negócio de ‘bom e barato’ como se isso fosse a solução”. Não é!
A solução é ter um equilíbrio orçamentário. Equilíbrio entre o que você recebe e o que você gasta. Aí aparecem grandes equipes. Porque você pode contratar grandes jogadores, que se sentem atraídos.
Equipe que não paga salário em dia, que tem um caos econômico, que não paga imposto… essas equipes não ganham título. Não se iluda. Eventualmente, umas dessas equipes tradicionalmente desequilibradas nas finanças ganham título. Normalmente não ganham.
Portanto, o equilíbrio orçamentário, com receitas e despesas batendo é o que permite montar grandes equipes.
Vamos trabalhar para que o Corinthians em 2015 comece a se preocupar com seu equilíbrio porque hoje nós vivemos uma grande crise financeira.
É preciso atingir o equilíbrio e aí virão grandes equipes e títulos.
APÓS VITÓRIA, CORINTHIANS CHEGA AOS 98.2% DE CHANCE PARA
CONSEGUIR VAGA PARA A LIBERTADORES
O departamento de engenharia de matemática da UFMG sacramentou as chances do Corinthians ir para a Libertadores: após a vitória sobre o Grêmio, o Timão tem 98.2% de chances de conseguir a vaga.
O time ainda tem dois confrontos pela frente: o Fluminense e o já rebaixado Criciúma, e precisa de apenas 1 ponto para garantir a vaga. Apesar disso, a briga do Timão segue forte para que aclassificação termine com um segundo ou terceiro lugar.
Isso porque, caso o Cruzeiro não consiga reverter o placar contra o Atlético-MG na Copa do Brasil, o terceiro e o quarto colocado da competição terão que disputar a pré-Libertadores. Em caso de vitória do Cruzeiro, a situação melhora para o Timão: com a quinta vaga no Brasileiro, uma terceira posição garantiria acesso direto à fase de grupos da competição.
A seu favor, o Corinthians tem a sequência final de jogos do campeonato. Embora o Fluminense ainda tenha uma chance matemática de se classificar, ela é quase irrisória: 0,38% de chance de conseguir a vaga. Isso poderia facilitar a vida do Corinthians.
O último rival, o Criciúma, tem situação ainda mais complicada – já está matematicamente rebaixado e enfrenta o Timão na Arena apenas para cumprir tabela na competição.
Paolo Guerrero colocou o Corinthians a um passo da vaga na próxima Libertadores. Neste domingo (23), o peruano fez o gol da vitória por 1 a 0 contra o Grêmio pela 36ª rodada do Brasileirão. O placar deixa o time paulista a uma vitória de confirmar a vaga matematicamente. E terá dois jogos para isso.
O Grêmio, por outro lado, se complicou. O time gaúcho perdeu conexão com o G-4. Com 60 pontos, está três atrás do Inter que fecha o grupo. Enquanto isso, o Corinthians chegou a 66 e retomou o terceiro lugar.
Guerrero, além do gol, acertou a trave e por pouco não fez um golaço após driblar três marcadores. Foi o destaque absoluto de um jogo sofrido em que as defesas superavam os ataques constantemente.
No fim da partida, o jogo ficou alguns minutos parado por conta de sinalizadores utilizados pela torcida corintiana. Torcedores do Corinthians brigaram entre si e a polícia precisou trabalhar para conter os ânimos.
Na próxima rodada, o Timão terá pela frente o Fluminense, no Rio de Janeiro, no domingo às 17h. Enquanto o tricolor gaúcho visita o Bahia, também no domingo, às 19h30.
Fases do jogo:
Em casa e apoiado pela torcida, o Corinthians pressionou o Grêmio desde o princípio do jogo. Logo aos 10 minutos, Paolo Guerrero girou dentro da área gremista e bateu forte acertando a trave esquerdado goleiro Marcelo Grohe.
Acuado, o Grêmio apostou apenas nos contra-ataques com a velocidade de Dudu e Luan, que jogaram abertos pelas pontas. Mas pouco criou. Em vez disso, viu os donos da casa crescerem a cada minuto. Aos 30, Fábio Santos ganhou de Ramiro e Bressan e cruzou. Guerrero bateu e Marcelo Grohe evitou o primeiro gol do jogo.
A principal chance gremista surgiu aos 35. Após cruzamento, Dudu escorou e Fellipe Bastos pegou forte de primeira, mas colocou para fora. No primeiro tempo, a superioridade do time local se manteve mas sem gols até o apito final.
O Grêmio melhorou no segundo tempo a partir da entrada de Giuliano. Aos 2 minutos, chegou a marcar. O meia bateu, Cássio deu rebote e Barcos colocou na rede. Mas, impedido, teve o gol anulado pelo árbitro. A posse de bola que era corintiana passou a ser gremista na etapa complementar e as chances de gol também.
Mas ao ir para o ataque, Grêmio abriu espaços. Aos 6 minutos, Guerrero driblou toda zaga gremista, mas bateu para fora. A partir dos 20 minutos, o Corinthians teve uma série de escanteios. Em um deles, Luciano chegou a fazer o gol, mas a bola havia saído. Aos 35 minutos, o Corinthians acertou a trave de novo. Felipe recebeu cruzamento de Jadson e cabeceou no poste. No rebote, Guerrero não conseguiu dominar a bola.
Mas aos 37 a trave não salvou o Grêmio. Luciano recebeu de Jadson dentro da área e cruzou, Guerrero pegol mal na bola e deslocou Marcelo Grohe. A bola ainda bateu em Rhodolfo antes de entrar e abrir o marcador. O gol definiu o jogo. O Grêmio não conseguiu mais nada e o Corinthians chegou avançou para o terceiro lugar.
O melhor: Guerrero – Fez o gol corintiano, acertou a trave uma vez e quase marcou em uma linda jogada após driblar três marcadores.
O pior: Riveros – Foi mal tanto da na defesa quanto no ataque e acabou substituído no intervalo.
Chave do jogo: Pegou mal, mas se deu bem – No gol, Paolo Guerrero pegou mal na bola após receber cruzamento. Se tivesse acertado o chute, talvez Marcelo Grohe teria feito a defesa. Mas como pegou errado, deslocou o camisa 1 gremista e fez o gol.
Toque dos técnicos:
Mano Menezes adiantou antes do jogo que a postura do Corinthians seria cautelosa. No entanto, o que se viu foi um time bem disposto ofensivamente. Malcom foi importante na criação de jogadas e Guerrero sempre perigoso na frente.
Já Felipão manteve o Grêmio com postura defensiva. Na lateral direita, escolheu Ramiro, que é volante, para substituir Pará, suspenso, e não utilizou o argentino Rodríguez, de características ofensivas. Preferiu manter sua equipe sempre atrás da linha de meio e apostar no contra-ataque. No segundo tempo, o time cresceu quando o esquema foi desmontado a partir da entrada de Giuliano.
Para lembrar:
Corinthians vence a quarta seguida. Até agora, o Timão não tinha vencido três vezes seguidas no Brasileiro. Neste domingo, conseguiu a quarta vitória em série.
Gaúchos sem vencer no Itaquerão. No primeiro ano do Itaquerão, tanto Inter quanto Grêmio foram derrotados pelo Corinthians no estádio. Gaúchos com 0% de aproveitamento no estádio.
FICHA TÉCNICA:
CORINTHIANS 1 X 0 GRÊMIO
CORINTHIANS
Cássio; Fagner, Gil, Felipe e Fábio Santos; Ralf, Bruno Henrique, Elias (Danilo) e Renato Augusto (Jadson); Malcom (Luciano) e Guerrero.
Técnico: Mano Menezes
GRÊMIO
Marcelo Grohe: Ramiro, Bressan, Rhodolfo e Zé Roberto; Walace, Fellipe Bastos e Riveros (Giuliano); Luan (Alán Ruiz), Dudu (Lucas Coelho) e Barcos.
Técnico: Luiz Felipe Scolari
Data: 23/11/2014, domingo
Local: Itaquerão, em São Paulo (SP)
Árbitro: Ricardo Marques Ribeiro (MG)
Assistentes: Marcio Eustaquio Santiago e Guilherme Dias Camilo (ambos mineiros)
Público: 36.307 pagantes
Renda: 2.644.000,00
Cartões amarelos: Dudu (GRE), Alán Ruiz (GRE); Cássio (COR);
Gol: Guerrero, do Corinthians, aos 37 minutos do segundo tempo
nosso Clube tem mais de 100 anos. Ocupa a primeira posição como clube brasileiro nestes anos de vida.
O Corinthians é um clube que nasceu como um time de futebol, mas se tornou um clube social e também um clube de esportes olímpicos.
Neste processo eleitoral que estamos vivendo, que chega na eleição de fevereiro, essas três fases do clube (o futebol, o clube social e os esportes olímpicos) aparecem em discussão.
Quando fui vice-presidente de futebol do Corinthians por quatro anos, à partir do começo dos anos 2000, esta discussão tomou um grande espaço porque o Corinthians fez uma parceria com a Hicks Muse, que era um fundo de pensão americano, mas ele fez a parceria apenas no futebol e os esportes olímpicos e o clube social ficaram separados.
Eu, à partir deste período, defendi claramente (todo mundo também defendeu) que deveria ser separada a contabilidade do Corinthians Clube Social, do Corinthians Futebol e do Corinthians Esportes Olímpicos. Isso acabou me transformando na pessoa que recebeu todas as críticas, porque as pessoas do clube social diziam que eu não gostava do social e as pessoas dos esportes olímpicos diziam que eu só gostava de futebol.
Mas a verdade é que era a medida certa, e que foi adotada, tanto que hoje o futebol do Corinthians é separado do clube social e dos esportes olímpicos.
O futebol é um esporte de alto rendimento, ele comporta um tratamento diferenciado, envolve muitos valores, e exige grandes equipes. Então, ele toma a maior parte do espaço no clube. O clube social é muito importante. Tem suas atividades recreativas: tem piscina, festas, bailes… e nisso é muito importante tratar bem os sócios. Agora, o clube na área de esportes olímpicos tem uma larga tradição. Eu lembro que time de basquete do Corinthians chegou a ter os titulares e os reservas da Seleção Brasileira.
Então, eu acho possível conviverem esses três tipos de clube que fundem em um só: o futebol bem administrável, rentável, com equipes competitivas; os esportes olímpicos que o Corinthians não pode renunciar de apoiar; e as atividades sociais devem ser prestigiadas.
Nós sabemos quais são as dificuldades de um clube social. Hoje, todos clubes sociais em São Paulo dão prejuízo. Por que eles dão prejuízo? Porque diminuiu a frequência de pessoas no clube, não tem mais bailes… mas no Corinthians, teve um período onde o clube social sustentou o futebol. Eram os sócios que frequentavam o clube que sustentavam as equipes do Corinthians.
Portanto, o Corinthians não deve abandonar nem os esportes olímpicos, onde temos grande tradição, não deve deixar de ter um clube social bonito, bom, agradável e acolhedor para seus sócios, e devemos saber que o futebol é que arrasta milhões de pessoas que torcem para nosso clube.
Esses três clubes podem perfeitamente conviver neste Clube magnífico que é o Corinthians.
CORINTHIANS VENCE A TERCEIRA CONSECUTIVA E VOLTA PRO G4
O Corinthians, na noite de hoje, fez a sua parte e venceu o fraco time do Goiás. Com um primeiro tempo avassalador, o gol acabou saindo em uma infelicidade do zagueiro esmeraldino.
Contudo, apesar do gol contra feito aos 44 minutos do primeiro tempo, é preciso entender como o jogo se desenvolveu até então. O Coringão demonstrava que queria a vitória desde o começo da partida. Com uma forte marcação no meio campo e sem dar chance para o azar, o Corinthians pressionou desde o primeiro minuto.
Renato Augusto, Malcom e Luciano se movimentavam bastante e buscavam atacar o alviverde sempre que possível. Do lado goiano só o meia Esquerdinha produzia algo. O resto da equipe parecia entregue e satisfeita com o trabalho feito no Brasileirão . Sorte a nossa.
Entretanto, mesmo com a grande pressão, o gol não saía. Mas é como diz o velho ditado: água mole em pedra dura, tanto bate até que fura. E foi o que aconteceu. Em um escanteio ganho para o Timão, Malcom cruzou na área e o lateral Felipe Macedo acabou empurrando contra a própria meta.
O placar fazia justiça ao que foi o jogo e o Corinthians começava a conquistar três pontos importantíssimos na luta pela Libertadores. Era preciso manter a pegada e voltar bem para o segundo tempo.
O Domínio Prevalece
Abalado pelo gol contra marcado, Felipe Macedo saiu e o atacante Samuel voltou em seu lugar. Contudo, pouco do cenário foi alterado e o domínio alvinegro se manteve.
Vale o destaque que, no segundo tempo, Malcom começou a se soltar como ainda não havia feito e, em algumas oportunidades, conseguiu belos dribles sobre os marcadores. A diferença de iniciativa de jogo era tão grande que, até os 20 minutos do segundo tempo, o Corinthians havia criado 5 chances de gol e o Goiás nenhuma. Era uma partida de um time só.
As entradas de Danilo e Jadson só ajudaram a aumentar a superioridade alvinegra que, aos 40 minutos do segundo tempo, já havia finalizado 16 vezes contra apenas 2 do Goiás. Todos faziam uma boa partida e Renato Augusto era um dos mais voluntariosos em campo. O resultado era injusto diante de tamanho ímpeto alvinegro.
Apesar da vitória pelo placar mínimo, valeu o esforço e a dedicação em manter o jogo sob controle e garantir os importantes pontos para a classificação à Libertadores.
Nós vivemos, no clube, um período de grave dificuldade financeira. A própria diretoria não nega isso e tem mostrado nos últimos tempos, e nós
podemos ver isso pelas antecipações de receitas que o clube faz das áreas de TV e das empresas que patrocinam o clube.
Porque nós temos gastos mais do que arrecadamos, nós temos um problema sério de desequilíbrio no nosso orçamento.
No clube, algumas vozes, eu creio que por equivoco, começam a dizer que nossas dificuldades são por causa do estádio.
Não é correto dizer que as nossas dificuldades vêm do estádio.
O estádio é uma belíssima arena, o Corinthians fez muito bem de construir. Aproveitou a Copa do Mundo. Óbvio que nos endividamos,
mas fizemos uma bela arena que foi a abertura da Copa do Mundo, saiu no mundo inteiro com grandes jogos. Foi tudo uma beleza para a cidade
e uma beleza para o Corinthians.
A cidade não tinha outro estádio para abrir Copa do Mundo. Aquela história do Morumbi querer abrir Copa do Mundo?
O Morumbi mal dá pra abrir os Jogos Abertos do Interior, e olhe lá!
Então, o Corinthians fez muito bem de construir.
Se as nossas dificuldades não vêm do estádio, de onde vêm?
Elas vêm do departamento de futebol: do profissional e da categoria de base.
O departamento de futebol do Corinthians perdeu a mão. Gastou o que tinha e o que não tinha. E o que pensava que tinha.
Resultado: contratou muito. Contratou por tudo que é lado. Pagou comissão. Comissão de compra, venda, empréstimo,
comissão para contratar técnico, comissão por tudo.
O clube ficou debilitado em suas finanças. Hoje nós estamos antecipando receitas. Sabemos que ano que vem será dificílimo e o Corinthians precisa ter uma equipe competitiva em qualquer competição.
Agora, a verdade é que nós precisamos assumir que os problemas foram no departamento de futebol.
Eu sei que dizem: “Ah, não. Se o Corinthians não pagar comissão para empresários para renovar contrato, comissão para contratar ou comissão para revender eles
[os jogadores] não vêm”. Vêm sim!
O Corinthians não é um clube pequeno, nem um clube médio. É o maior clube brasileiro. Para qualquer jogador é importante renovar com o Corinthians,
é importante ser contratado pelo Corinthians. Se o empresário dele quiser, ele que pague a comissão. O clube não tem que pagar.
A verdade é que o Corinthians precisa ter um orçamento equilibrado. No ano que vem, com todas dificuldades que vamos ter para pagar o estádio,
(e nós já sabíamos que iriamos perder a receita de bilheteria, portanto não adianta reclamar) nós precisamos ter um orçamento equilibrado e um time competitivo.
JUVENTUDE E EXPERIÊNCIA: COM GOLS DE MALCOM E RENATO AUGUSTO, TIMÃO BATE O BAHIA
O Corinthians foi até a Fonte Nova e, na raça e na insistência, venceu. Após sair na frente em bonito lance durante o primeiro tempo, passou a maior parte do jogo se preocupando em não tomar gol e cedeu campo ao Bahia que com o empate quase estraga afesta. Em uma partida dominada, que parecia ganha, o Timão precisou de Danilo,Renato Augusto e raça para fazer o segundo no final da partida e garantir os três pontos.
Cássio “garçom” e Timão na frente
O começo da partida foi agitado, mas ruim para o Corinthians. Em menos de cinco minutos, o Bahia abriu o placar em jogada de bola parada. Porém, com o impedimento de Kieza, a arbitragem anulou – e bem, o gol dos donos da casa e deixou tudo no zero novamente. Mesmo assim, até os vinte minutos, o adversário, desesperado na briga contra o rebaixamento, pressionava e não deixava o Timão jogar.
Sentindo falta de Guerrero e com Luciano e Malcom no ataque, a equipe ficou dependente da armação de Renato Augusto. Bem marcado, o camisa 8 buscava o auxílio dos laterais, presos na marcação do time baiano. Restou, então, contra-atacar.
E foi assim que o Corinthians chegou ao gol. Após cobrança de falta, Cássio saiu do gol e fez a defesa. Esperto, lançou Malcom que já a frente da defesa do Bahia partiu do campo antes da linha de campo – sem impedimento. O menino dominou de cabeça, bateu forte e deixou a bola no fundo do gol de Marcelo Lomba. 1 a 0 Timão.
Depois da vantagem, naturalmente – e como sempre – a equipe recuou. Nervoso, o Bahia não conseguia se organizar e era presa fácil para a defesa alvinegra. Marcando forte e com Cássio seguro, como em chute de Bruno Paulista, o Corinthians terminou o primeiro tempo na frente.
Não recua, pô!
Dez em dez corinthianos pensaram essa frase no início da segunda etapa. mas não teve jeito. Tal qual cachorro late e gato mia, o Corinthians começou recuou e passou a jogar na segurança, em busca de uma bola. Com a enorme deficiência técnica do adversário, o Timão foi ganhando campo e dos dez minutos em diante, o alvinegro ficava mais no campo de ataque do que na defesa. ComUendel na vaga de Fábio Santos, o lado esquerdo ofensivo estava mais forte. Faltava chegar com clareza ao gol.
Como o Corinthians não conseguiu, o Bahia se aproveitou. William Barbio, que acabara de entrar em campo, fez o cruzamento e Kieza, esperto, concluiu antecipando-se a Felipe. 1 a 1.
Daí por diante, pressão desorganizada do adversário e o Corinthians assustado. Faltava produção com qualidade de ambas as partes e o jogo ficou travado.
Mano, então, colocou Danilo e Tocantins nas vagas de Petros e Luciano buscando uma melhora ofensiva. E foi com eles que o Timão virou. Tocantins deu para Danilo que cruzou com perfeição para Renato Augusto definir. 2 a 1 Timão que está na briga pela Libertadores.
O próximo adversário do Timão será o Goiás, na quarta-feira, em Belém. A equipe goiana, para lucrar, levou o jogo para o Mangueirão na capital paraense. O Corinthians fica em quinto com 60 pontos, mas com um jogo a menos que o Internacional que mantém a mesma pontuação. O Atlético-MG, que pode chegar também aos 60 pontos, ultrapassará o Timão em caso de vitória. Mesmo assim, com confrontos diretos contra Grêmio e Fluminense, o alvinegro está vivíssimo na luta pela vaga na competição continental.
Todas as terças e quintas, você poderá acompanhar em nosso blog e em nossas redes sociais um vídeo, que vai sempre discutir questões relevantes a respeito do Corinthians.
Em nosso primeiro vídeo, que você assiste abaixo, falamos de uma das questões-chave na vida do clube: as categorias de base.
Você pode participar dos vídeos deixando seus comentários, que serão lidos e respondidos na medida em que os vídeos forem sendo publicados.
Corinthianos e corinthianas,
O Corinthians nos próximos meses terá a sua eleição e deve aproveitar o período que a antecede, esses três meses, e discutir os maiores problemas que o clube tem, afinal é para isso que nós vamos ter um processo eleitoral: para se discutir os problemas e as soluções.
Um dos maiores problemas que o clube vive nos tempos atuais é a questão das categorias de base.
A categoria de base é aquela que revela jogador. O Corinthians tinha uma grande história na revelação de jogadores. Cito, por exemplo, Rivellino, que foi o maior jogador que eu vi jogar, um grande jogador, e que foi revelado pelo Corinthians assim como tantos outros, que não caberia citar aqui para não esquecer de nenhum deles, mas nós podemos ver ad importância do clube revelar jogadores quando nós olhamos aquelas fotografias de times que foram campeões.
Em qualquer período você encontrará sempre três, quatro, cinco, até muitas vezes mais jogadores revelados no Corinthians e que se sagraram campeões.
Infelizmente, isso mudou. O clube adotou uma nova política de categoria de base que tem se demonstrado desastrosa para o Corinthians. Nós não estamos revelando jogadores e estamos deixando de cumprir aquele papel importante das categorias de base que é formar atletas para o time principal e depois os atletas podem ser vendidos.
O último grande jogador que nós tivemos, revelado pelas categorias de base, foi o Willian, que começou no clube ainda no século passado. Foi um jogador que acabou sendo negociado, uma belíssima negociação, que rendeu muito ao Corinthians. Depois do Willian tudo foi pouco significativo, inclusive em matéria de dinheiro.
Mas porque o clube parou de revelar jogador? Porque houve uma mudança na política do clube que tem dois pontos:
-Primeiro: a maior parte dos jogadores que chegam ao clube já chegam com um parceiro – o parceiro é um empresário que diz que é dono, que deu dinheiro, que deu casa para o pai, para a mãe, e que acaba ficando com 50%, 40%, 60%, 80% dos valores daquele jogador – quando ele for negociado, o clube recebe uma parte e os empresários recebem a outra parte.
É o clube que neste período investe, paga salário, treina o jogador, tudo, mas no final, quem acaba ganhando? Os empresários, e o Corinthians acaba não ganhando. Isto foi num primeiro momento, quando começaram a admitir esses nas categorias de base, esses empresários donos de jogadores.
-Depois, num segundo momento, o clube passou a oferecer que empresários emprestassem dinheiro para o clube, para o time principal, oferecer jogador. Então o empresário emprestava R$ 1 milhão, R$ 2 milhões, essa coisa toda, e ai como contraprestação ele ia lá na categoria de base e via os jogadores, os meninos que não tinham ainda parceria determinada.
Esta política se mostrou um desastre. O clube não revela, quando revela e vai negociar ganha pouco dinheiro e acabou destruindo praticamente a categoria de base do clube.
É preciso recomeçar quase do zero! E recomeçar com um ponto central: todos os jogadores da categoria de base que o Corinthians formar, 100% é do Corinthians.
Eu seu que dirão: “Ah! Mas se exigir isso daí o jogador vai para outro time”. Que vá! Quem quiser ir para outro time vai lá. Tem o Guarani, tem a Pirassununguense, tem o São Bento… vai para outro time se não quiser, se quiser ficar no Corinthians, o menino que chegar lá para jogar, é 100% do Corinthians, vai receber todo o apoio, e se for revelado o clube ganhará com ele no time, pelo futebol dele, e também pelos negócios.
Sei que dizem: “Ah! Isso não é possível porque os empresários dominam”. Os empresários dominam porque os clubes não enfrentam, porque a hora que enfrentar não tem domínio de empresário.
Então as categorias de base são um problema crucial, onde o clube tem que decidir em fevereiro se vai continuar dessa forma, com os empresários donos de quase tudo, o clube não revelando, e quando revelando não ganhando dinheiro ou se mudará para encontrar um outro caminho.
É difícil ? É, mas o caminho é 100% para o Corinthians.