Coração tricolor
Marin será chefe da delegação do Corinthians no Mundial de Clubes
Presidente da CBF foi convidado nesta terça-feira pelo dirigente do Corinthians, Mário Gobbi
SÃO PAULO – O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin, será o chefe da delegação corintiana no Mundial de Clubes da Fifa, em dezembro, no Japão. Ele foi convidado na manhã desta terça-feira pelo presidente do Corinthians, Mário Gobbi, para assumir o posto e aceitou prontamente a tarefa.
O posto de chefe de delegação tem caráter mais simbólico. Mas, ao desempenhar a função, Marin terá o papel de representar o Corinthians em eventos oficiais durante o Mundial. Ainda não está certo, mas a tendência é que o presidente da CBF viaje junto com o grupo corintiano para o Japão, no dia 4 de dezembro.
A delegação corintiana embarca para o Mundial na madrugada de 4 de dezembro. Antes de chegar ao Japão, faz uma escala de 1 dia em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Assim, o desembarque do Corinthians em Tóquio está previsto para 6 de dezembro. Da capital japonesa, o grupo segue para Nagoya, onde ficará concentrado.
A estreia corintiana no Mundial está marcada para 12 de dezembro, na cidade Toyota, contra um adversário ainda indefinido – pode ser Auckland City (Nova Zelândia), o campeão africano ou o representante japonês. Depois, se chegar à final, o Corinthians volta a jogar quatro dias depois, em Yokohama.
www.estadao.com.br
Comentário do Blog do Citadini: Representa muito bem a diretoria.
Este COL é tão bonzinho
Em 14 de fevereiro do ano passado, o então presidente do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo de 2014 no Brasil, Ricardo Teixeira, sua filha Joana Havelange e Ricardo Trade, os dois últimos na condição de mais altos dirigentes do órgão, se reuniram para estabelecer os bônus a que fariam jus todos os 40 funcionários da entidade.
Sob a justificativa de “entrega satisfatória dos eventos” todos ganharam gratificações, num total de R$ 2.339.849.
A maior parte, por coincidência, para os três participantes da reunião.
Teixeira, que recebia R$ 110 mil por mês, amealhou a bagatela de R$ 869 mil.
Sua filha Joana, cujo salário era de R$ 74.600, recebeu a módica quantia de R$ 544.580.
E Trade, mais modesto, com salário de R$ 50 mil, ganhou R$ 170.400.
O total dos bônus dos três atinge R$ 1.583.980.
Os R$ 750.869 restantes foram divididos pelos demais 37 funcionários, numa média de R$ 20.293 para cada um.
Verdade que Fernanda Fortuna Pizzi, íntima de Joana, foi agraciada com R$ 174.191, o que deixou aos demais 36, em média, R$ 16.018.
Larissa Nuzman, por exemplo, filha de Carlos Nuzman, do COB e do CoRio-16, recebeu bônus de R$ 24.768, com salário de R$ 11.258, porque a cartolagem é como a monarquia, passa de pais para filhos, como se por direito divino.
Bem que nossas avós nos ensinavam que “quem parte e reparte e não fica com a melhor parte ou é tolo ou não tem arte”.
www.uol.com.br
Outro belo gol de Romário.
Romário convoca envolvidos no escândalo do Co-Rio
Juca Kfouri
- A Comissão de Turismo e Desporto da Câmara dos Deputados aprovou, na tarde desta quarta-feira, requerimento do deputado federal Romário (PSB-RJ) de convite à ex-tradutora do Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016, Renata Santiago.
A funcionária foi demitida depois de ter sido acusada do furto de dados do Comitê Londres 2012.
Romário também conseguiu aprovar o convite ao ex-funcionário do Comitê dos Jogos Pan-Americanos no Rio de Janeiro, hoje gerente de Voluntários do Comitê Organizador da Copa de 2014, Rodrigo Hermida.
Ele também foi demitido, há seis anos, depois de ter copiado, sem autorização, dados da empresa multinacional Event Knowledge Services (EKS) que, então, prestava serviços ao chamado Co-Rio.
O parlamentar afirmou que a fala de Renata Santiago e Rodrigo Hermida pode esclarecer o episódio do furto de documentos sigilosos nos dois eventos esportivos.
“A Renata poderá explicar, por exemplo, que tipo de informações teriam sido furtadas e em quais circunstâncias”, declarou.
“A sociedade brasileira merece esta resposta”, completou Romário.
E a Comissão de Turismo e Desporto da Câmara dos Deputados aprovou, por unanimidade, também nesta tarde, requerimento de convite ao presidente do Comitê Olímpico Brasileiro ,Carlos Nuzman.
Romário quer que Nuzman esclareça os critérios de concessão e distribuição de ingressos que serão vendidos para as Olimpíadas de 2016.
Em outro requerimento, aprovado ainda por unanimidade, o Baixinho convidou o membro do Comitê Olímpico Internacional e coordenador dos Jogos Rio 2016, Patrick Hickey.
Há duas semanas, Romário alertou que o irlandês estaria envolvido em um esquema de desvios e superfaturamento de ingressos durante os Jogos de Londres-2012.
www.blogdojuca.uol.com.br
Comentário do Blog do Citadini: O deputado Romário, cada dia mais, revela-se um parlamentar nota 10. Não há dúvida de que é a maior surpresa que o futebol apresenta para o mundo da politica. Com esta convocação, o Sr. Nuzman poderá (?) clarear todo o ocorrido em Londres.
O caminho de abafar os fatos não está dando certo.
É ouro!
Modelo Nuzman de gestão gasta 43,5% da verba em burocracia e centraliza o poder
Bruno Doro, Gustavo Franceschini e Vinicius Konchinski
Do UOL, em São Paulo e no Rio de Janeiro
Carlos Arthur Nuzman será reeleito, na próxima sexta-feira, presidente do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) pela quarta vez. Como resultado do trabalho de 17 anos, trouxe pela primeira vez as Olimpíadas para a América do Sul, multiplicou as verbas públicas disponíveis para o esporte olímpico e, principalmente, criou um modelo de gestão que gasta em burocracia 43,5% do que arrecada. E ainda sufoca oposição ao seu comando.
O centro da questão é a Lei Piva. Em vigor desde 2001, destina 2% das verbas arrecadadas com loterias federais ao esporte. Deste montante, 15% vai para o CPB (Comitê Paraolímpico Brasileiro) e 85% para o COB que, por sua vez, tem de investir 10% no esporte escolar e 5% no universitário. O plano inicial era dar 60% da verba restante às confederações, usar 10% para a criação de um fundo de reserva e ficar com apenas 30%. O problema é que, ao longo dos 11 anos da Lei, um dos quesitos que mais consumiu recursos no planejamento do COB foi a “manutenção da entidade”.
De 2001 a 2011, o COB ficou, em média, com 43,5% do que recebeu. Esse dinheiro é gasto de diferentes formas, desde participações em competições esportivas até o investimento em projetos ousados, como as candidaturas do Rio de Janeiro para receber as Olimpíadas de 2012 e 2016. O total destinado às confederações variou de 79,2% em 2002 a 42,6% em 2007, ano em que os Jogos Pan-Americanos do Rio consumiram o orçamento do COB.
A entidade, consultada pelo UOL Esporte, discorda da avaliação, e explica que ainda repassa às confederações o fundo de reserva. “As Confederações continuam recebendo a maior parte dos recursos da Lei Agnelo/Piva para a preparação dos atletas. Esse aporte tem se dado através do Fundo Olímpico, que é um fundo de reserva formado pelo Comitê Olímpico Brasileiro a partir de uma parcela dos recursos que a entidade recebe da Lei Agnelo/Piva”, disse o COB, por e-mail (confira a resposta completa no quadro à esquerda).
Além da alta “taxa de manutenção”, a maneira como a divisão dos recursos para as confederações também ajuda a fortalecer quem está no poder. O COB divide o dinheiro usando um sistema de meritocracia: na prática, quem obtém melhores resultados, recebe mais. Nos bastidores, são os raros opositores de Nuzman reclamam do modelo. Argumentam que esportes como vôlei, judô, vela, atletismo e natação, líderes em termos de arrecadação, fazem sucesso justamente por terem mais dinheiro e patrocinadores privados.
Nesse caso, vale a comparação com o esporte dos EUA. Mas não o olímpico: o profissional. Por lá, cada jovem jogador que pleiteia um lugar na liga deve passar por um draft, uma espécie de recrutamento em que as equipes escolhem as revelações uma a uma. A ordem dessas escolhas é ditada pelo resultado, mas inversamente. Os times com pior rendimento escolhem primeiro, igualando as forças. Se essa lógica fosse usada pelo COB, as modalidades com mais recursos financeiros, mais patrocinadores, seriam as últimas a retirar sua fatia das verbas públicas. É assim, também, que funcionam financeiramente as ligas esportivas por lá, em que times com arrecadações maiores dividem seus lucros com equipes mais modestas.
Para especialistas, no entanto, o erro do COB vai além da burocracia ou do benefício aos mais ricos. “A gente tem poucas competições estaduais, poucos clubes. E então a gente tem pouca competição. A base é fraca no Brasil. A Lei Piva podia ter um fomento para isso”, diz a ex-jogadora de vôlei Ana Moser, que defende a profissionalização dos cartolas para que os resultados apareçam com mais facilidade.
Outra crítica é a centralização de poder sem objetivos claros. “A questão da Lei Piva é que o COB vira um repassador de verbas. Ele não gere a operação. As Confederações fazem projetos bem simples, apresentam para o COB e eles transferem o dinheiro. Aí tem uma prestação de contas, mas eu não vejo metas definidas”, analisa Gustavo Cruz, gestor do escritório ISG, que auxilia no projeto de alto rendimento da Petrobras, que tem a ex-jogadora de basquete Paula Gonçalves, a Magic Paula, como executiva principal.
Esse modelo de distribuição de verbas sem cobrança por resultados gera uma das maiores armas de Nuzman na manutenção de poder: a centralização. Durante anos, a Lei Piva foi a única fonte de receita de confederações menores. Quem decide o valor que cada uma receberá é o COB. E os dirigentes das Confederações, ao longo do tempo, foram evitando críticas ao comando geral, para não colocar em risco seus repasses. Na prática, todas as iniciativas de oposição ao presidente foram sufocadas.
Em 2010, uma ameaça de alternativa a este processo alarmou Nuzman. Quando soube nos bastidores que a Petrobras planejava investir, via Lei de Incentivo ao Esporte, em remo, levantamento de peso, taekwondo, esgrima e boxe, ele fez pressão política no Ministério do Esporte para que o projeto não fosse aprovado. Não obteve sucesso.
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Com Magic Paula à frente da iniciativa, a estatal exigiu renovação entre os dirigentes das confederações e ameaçou o poder no esporte olímpico. Gerindo uma verba considerável, ela mostrou aos cartolas parceiros, involuntariamente, que eles não precisavam ser tão dependentes do COB. No início deste ano, parte destes dirigentes ensaiou um movimento de oposição a Nuzman. Acabaram, no entanto, desistindo sem apresentar uma candidatura.
Nuzman tem o apoio declarado de 29 dos 30 presidentes de confederações de esportes olímpicos na eleição desta sexta . Boa parte deles, mesmo sem saber exatamente como funciona a partilha dos recursos oriundos da Lei Piva, concorda com o modelo de distribuição adotado pelo dirigente no Comitê Olímpico. Aprova, inclusive, o modo como parte desses recursos é gasto pelo próprio Comitê.
“Sinceramente, não sei muito bem como isso funciona, mas eu acredito na boa-fé”, fala o presidente da Confederação Brasileira de Taekwondo, Carlos Fernandes. “Não vejo problema nos repasses nem nos gastos do COB. Se querem um comitê competente, isso tem um custo”, completou.
A opinião é a mesma do presidente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), Coracy Nunes. Segundo ele, a imensa maioria das entidades olímpicas está satisfeita com atual gestão do COB e não tem do que reclamar. “Eu apoio o presidente Nuzman assim como quase todos os presidentes de confederações”, disse Nunes. “Ele é um grande presidente, fez muito pelo esporte brasileiro e espero que tenha saúde para ficar no comitê por muito tempo.”
CONFIRA A RESPOSTA DO COB NA ÍNTEGRA
As Confederações continuam recebendo a maior parte dos recursos da Lei Agnelo/Piva para a preparação dos atletas. Esse aporte tem se dado através do Fundo Olímpico, que é um fundo de reserva formado pelo Comitê Olímpico Brasileiro a partir de uma parcela dos recursos que a entidade recebe da Lei Agnelo/Piva. Tem como objetivo atender a projetos especiais apresentados por todas as Confederações Brasileiras Olímpicas cujos valores não couberem no orçamento anual aprovado pelo COB para cada Confederação, ou no orçamento disponível de outras fontes de recursos da Confederação.
Além disso a verba destinada ao COB atende à várias outras necessidades dos atletas brasileiros como por exemplo: o envio da delegação brasileira aos Jogos Olímpicos, Pan-americanos e Sul-americanos; o aluguel de Centros de Treinamento (ex: Crystal Palace, base exclusiva da delegação brasileira em Londres) e a oferta de equipes multidisciplinares de Ciências do Esporte, entre tantas outras ações.
(UOL Esporte, 4/10/2012)
Vamos mudar
Gustave Courbet (1819-1877) “Nuvens sobre o lago Geneva” (Reprodução)
O Ministro Aldo Rabello tem defendido o fim destes mandatos eternos dos dirigentes de Clubes, Federações e Confederações.
Está certo o Ministro. Isso só muda com o aperfeiçoamento da lei. E com a cara feia de alguns dirigentes.
Veja o caso do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) do Sr. Carlos Nuzman.
Há 20 anos no cargo, ele é candidato a continuar até a eternidade sobre a falácia de que foi um ótimo administrador.
Não há dúvidas que somente com a intervenção do Estado esta situação mudará.
Um ou outro Clube poderá fazer alterações neste quadro caótico, mas ainda é pouco.
O Corinthians, por exemplo (e exemplo mesmo!) estabeleceu o fim das reeleições, o mandato de 3 anos e a proibição de retorno em dois períodos subsequentes. É um bom caminho e deveria ser adotado como lei e obrigatório para todas as entidades de esporte.
O Palestra está promovendo algumas mudanças, ainda de todo indefinidas.
Mas será a intervenção do Governo que vivará o jogo.
E quanto antes vier melhor será.
Sem patrocínio
O marketing do Corinthians, com larga tradição em auto promoção, já anunciou tudo.
Um contrato monstruoso com uma montadora coreana (com direito a foto – fria – e tudo o mais), apoio de bancos, empresas aéreas e de uma fila de “pretendentes”.
E nada de chegar o tão falado patrocínio master.
O que falta?
O Clube é o mesmo que sempre esteve à frente no mercado; a torcida também é a mesma, que ocupa a liderança para o mercado publicitário; o time ganhou tudo o que poderia ganhar num curto período, mas … nada de patrocínio master.
O que o marketing não quer falar (e nem a mídia) é que aumento ou diminuição de contratos no mercado ocorrem por regras do próprio mercado.
E não por “jogada” genial do setor de marketing.
Anunciar cemitérios, navios, chaveiros etc gera um certo barulho na mídia, mas não dá dinheiro.
Ocorre que o mercado “puxou” o breque de grandes investimentos na área desportiva e não há elogios de mídia que ajudem a encontrar anunciante.
E ficamos na mesma.
Ou melhor, cada dia pior: os tais patrocínios da “Loja Poderoso Timão” e do “Chute Inicial” que estamparam (e espantaram…) a camisa no último domingo, 30/9, entraram no critério de benemerência ou foi critério comercial?
Assim a AACD vai ficar brava.
Ah! Por último, não nos esqueçamos: embora não pareça, o Presidente Lula é ex-Presidente, e o craque Ronaldo está em outra.
Sem sal, sem açúcar
(Mary Cassat, “The loge”, 1882) (Reprodução)
Sem jogos do Corinthians durante a semana, o mundo desportivo fica sem rumo.
E sem assunto. A quarta fica sem cara de quarta-feira.
Vejam em que nossa mídia anda insistindo: no caso do roubo atribuído ao pessoal do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), em Londres; no contrato de amistosos da Seleção Brasileira; e, como faz tradicionalmente, em uma ou outra fofoca sobre o estádio do Corinthians.
O caso do roubo em Londres (que parece não ser só na Inglaterra) é ruim para o Brasil e deveria ser clareado o quanto antes.
Com direito a nomes e números.
A Seleção é outro assunto que volta quando não temos alguma coisa expressiva no esporte.
Qualquer destes times contra os quais o Brasil vem jogando nos últimos anos tanto faz para nosso torcedor.
Quase todos os selecionados escolhidos são fracos.
Ah! Há um assunto que poderia render muito, mas a imprensa não gosta.
Trata-se das declarações do Deputado Romário (craque no campo e no microfone). Não sei o que está esperando nossa mídia que não cobra alguma resposta dos citados para a crítica que o Deputado faz.
Sim, é certo que a estratégia da CBF é a do silêncio absoluto. Mas, convenhamos, isto não obriga a grande imprensa a ficar calada.
Há também uma ou outra notícia sobre a construção do estádio do Corinthians.
Nada que mude nada.
Rumo ao Rio-2016
Medalha de lata
O Comitê Organizador queimou a largada nos trabalhos para os Jogos de 2016.
As cópias piratas (para usar expressão mais suave) de arquivos da Olimpíada de Londres formaram episódio constrangedor, humilhante e embaraçoso para os brasileiros, anfitriões da próxima festa mundial do esporte.
A demissão de dez supostos responsáveis pela atitude ilícita e deselegante não encerra o escândalo; apenas confirma a praxe de que são necessários bodes expiatórios, para livrar cabeças coroadas de cobranças e eventuais suspeitas.
Os bombeiros de plantão inicialmente não ligaram para a fumaça, provocada dias atrás pelo jornalista Juca Kfouri. A reação imediata foi a de ignorar a denúncia de que observadores patrícios haviam se apoderado de informações dos britânicos sem a devida autorização. Era melhor deixar a notícia esvair-se.
Tão logo perceberam que havia fogo, e este poderia alastrar-se, trataram de colocar em prática ações de emergência. Uma nota lamentou o ocorrido e informou que os culpados pagariam a conduta leviana com a perda do emprego. Nota adicional reiterou que agiram por iniciativa própria, sem o conhecimento dos superiores nem de “nenhuma outra liderança da Rio-16”. Só não foram demitidos por justa porque se entendeu que não houve intenção criminosa. Ou seja, não passou de um pecadilho, na avaliação dos dirigentes do COL.
O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, classificou de “lamentável” a pilhagem cibernética, em nota publicada no site da pasta. Mas destacou que o Comitê agiu corretamente ao liberar-se dos funcionários levianos. Em determinado trecho do comunicado oficial, ressalta que foi um fato passado entre “entidades privadas”. No mais, vamos em frente que atrás vem gente. Como se, dessa maneira, esperasse limpar a mancha com uma suave ensaboada moral.
Não é assim, não. A história tem mais arestas soltas do que aparadas. A começar pela postura do governo. Ao frisar o caráter de empresa particular do Comitê Organizador, fica a impressão de que o ministro ensaiou não meter a mão na cumbuca e olimpicamente driblar a polêmica. COL e Comitê Olímpico Brasileiro são entidades privadas, mas de enorme interesse público. Muito mais agora, que recursos municipais, estaduais e federais são destinados, com generosidade, para a preparação dos Jogos Olímpicos de 2016. Portanto, o governo tem o dever de cobrar atitudes transparentes, de fiscalizar os movimentos dessas empresas. E como tem!
O comportamento de COL e COB é ainda mais estranho. O presidente das duas entidades, não por acaso a mesma pessoa, tinha de vir a público e prestar esclarecimentos no ato. Deveria ser o primeiro a falar, a dar a cara para bater, a ser cobrado. Esse o papel que se espera de uma liderança, já que assim é tratado no site oficial. No entanto, optou pelo silêncio, estratégia usada também pelo prefeito do Rio.
Ninguém explicou que arquivos eram esses, a quais equipes pertenciam os observadores trapalhões, de onde vieram, que cargos ocupavam e havia quanto tempo. Silêncio total, desmentidos oficiais e aposta na anestesia moral em que vivemos.
É sempre igual: explode um bafafá tremendo, grave e, na hora em que a lama ameaça sujar tubarões, se apela para o recurso do “eu não sabia”, “foi um bando de aloprados”, “agiram por iniciativa pessoal” e por aí vai, à espera do esquecimento.
O episódio desprestigia a cúpula da Rio-16 e mostra que começamos nossos Jogos com bela medalha de lata.
Antero Greco
(O Estado de S.Paulo, Esportes, 26/9/2012, p.E-2)
Abaixo da média
Quem viu os jogos dos times que disputam a ponta do Campeonato Brasileiro ficou preocupado.
O “principal” jogo da rodada (Atlético Mineiro x Grêmio) foi para lá de modesto, para dizer o mínimo. Luta, garra, dedicação, correria e tudo mais. Só faltou o bom futebol, com toques e criação de jogadas. Por maior que fosse o esforço do locutor da TV, as imagens desmentiam todos os elogios.
Já no sábado, o “líder” Flu ganhara a duras penas, num jogo mais que fraco.
Mesmo não disputando diretamente a ponta, o Corinthians e seu jogo foram o que salvou a rodada.
Como tem sido quase toda semana. O Timão é o único time que une dedicação, organização com criação e jogadas de brilho. Em alguns jogos mais, em outros, menos, é o Corinthians que tem garantido qualidade ao campeonato.
Uma pena que pelo calendário o Clube tivesse ficado fora de uma disputa maior pelo título.
Cadê os nomes?
O COB (Comitê Olimpico Brasileiro) do Sr. Carlos Nuzman é um exemplo que não deve ser seguido.
Um grupo do batalhão de 200 “quadros” que foram para Londres aprender a organizar uma Olimpíada foi envolvido em um “rolo” e tanto. São acusados pelos ingleses de roubo e o COB tentou abafar tudo. Sem saída, foi obrigado a “desligar” 10 dos seus homens de ouro. Mas procurou esconder o embróglio.
A nota do COB é tão clara como o comunicado da Rádio de Moscou sobre a morte de Stalin.
Procura tudo esconder.
Está mais do que na hora de o COB (Sr. Nuznam) esclarecer todinha esta história.
Dar os nomes, elucidar os fatos e até quem ordenou o roubo. Será que ele pode fazer isso? Não sei, mas deve começar a clarear a situação o quanto antes.
Falta grana
A falta de grana está mostrando sua cara no Campeonato Italiano.
O Milan e a Inter (dois expoentes do futebol da Bota) estão apanhando de todo mundo por lá.
Sem grana, os ex-gigantes têm equipes modestas que só colhem derrotas.
Mais um gol do craque Romário !
Para alguns está surpreendendo, para outros, apenas confirmando que é uma pessoa séria e que não se deixou envolver pela cartolagem e pela política de baixo extrato. Embora seja de um partido que apoia o governo, não tem perdido oportunidades de colocar problemas que o mundo do esporte vive por todo lado. Romário traz para a Câmara a mesma agilidade, criatividade e astúcia que tinha nos gramados. Continuando neste ritmo, será uma das belas surpresas para o Parlamento brasileiro. E o futebol ganhará muito com seu desempenho, que segue em caminho oposto a parlamentares (que nunca tiveram nada com o esporte) e que, nos dias atuais, só fazem agradar aos cartolas e pinçar algum lugar na mídia esportiva.
O Blog do Juca publicou discurso de Romário, onde o Deputado parabenizou a iniciativa do Ministro do Esporte, Aldo Rebelo, de vetar recursos públicos à Confederações esportivas que não tenham alternância de poder. Como lembra Juca, a medida atingirá, diretamente, o famoso COB ( Comitê Olímpico Brasileiro).
Veja abaixo o texto na íntegra:
“Assisti ontem (13) à entrevista do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, ao jornalista Fernando Rodrigues e gostaria de parabenizá-lo pela iniciativa de vetar recursos públicos e outros benefícios às confederações esportivas que não tenham alternância de poder em suas direções.
Ele e a presidenta Dilma têm o meu apoio total.
Só espero que eles não se esqueçam de incluir o Comitê Olímpico Brasileiro (COB).
Há tempos eu venho dizendo que é preciso consertar uma coisa: o esporte sobrevive do dinheiro público, mas a gestão continua privada.
Talvez isso finalmente mude agora.
Os presidentes das Confederações de Atletismo e de Desporto Aquático, por exemplo, já estão há mais de 20 anos no poder.
Muita cara de pau!
E o presidente do COB, Carlos Nuzman, tá querendo se reeleger mais uma vez agora em outubro.
Se conseguir, também chegará a duas décadas à frente do COB.
E para quê?
Para vermos o fiasco que aconteceu em Londres?
Não seria melhor para o esporte se houvesse alternância no poder?
Soube que o Nuzman não recebe salário. Então por que tanto apego?
O que eu sei é que o COB precisa mudar de cara e deixar de ser amador.
Precisa começar a fazer uma gestão mais profissional e que dê resultados mais satisfatórios diante de tanto dinheiro aplicado nos últimos anos.
Desde que o Comitê Paraolímpico Brasileiro passou a alternar os presidentes, os resultados apareceram e hoje evoluímos para a sétima potência mundial nas Paraolimpíadas.
Por isso, concordo com o ministro Aldo para limitar o tempo de permanência e o número de mandatos desses caras dentro de alguns parâmetros. A renovação sempre é bem vinda nessas entidades e seria uma maneira de estimular a democracia.
E a idéia dele de baixar uma regulamentação no próprio Ministério do Esporte para condicionar essas entidades privadas ao preenchimento de alguns requisitos para terem acesso aos recursos públicos foi ótima.
Dessa forma, o governo não legislará sobre entidade privada nenhuma, mas definirá parâmetros para liberar os recursos que as mantêm. Se quiserem receber, precisam se enquadrar às regras impostas pelo governo. Certíssimo.
Pra finalizar, acho que entre essas normas elaboradas pelo governo deveria estar também a garantia do voto direto aos atletas. Nada mais justo do que o próprio competidor que rala e representa o país lá fora possa ajudar a escolher os melhores administradores de suas confederações e do COB. Fica a sugestão.
O ministro disse corretamente na entrevista que essas entidades não são “casas reais”.
Concordo. Até porque, se fossem, os dirigentes não seriam os reis, mas os bobos da corte.”
Sem surpresas
Kurt Schwitters (1887-1948), “Merzbild Rossfett“, 1919 (Reprodução)
O futebol é um esporte fantástico, porque não admite unanimidade.
O torcedor sempre se encarrega de contestar algo, criando um caminho diferente para descrever os fatos. Ontem, tivemos mais uma rodada do Campeonato Brasileiro.
Emoção, gritos e choros sobraram por todo lado.
O Corinthians, como qualquer guri sabe, vive um momento pouco comum no futebol.
Suas duas últimas conquistas ainda não saíram da cabeça do torcedor (e também dos jogadores). Não adianta dizer que isso é bom ou ruim, sendo melhor disputar o Brasileirão com uma fome insaciável de vitórias. Os fatos são mais fortes que este desejo. Por esta razão o time alterna boas e más atuações, vitórias e derrotas.
Até o empate entra na categoria de “deixa prá lá”.
Na noite passada, o Corinthians não fez a melhor exibição do mundo, mas poderia ter vencido.
Mesmo com o Flu mordido, querendo a vitória (que interessante, todos querem sempre jogar tudo contra o Timão!) o resultado poderia ser melhor.
Nada que mude o mundo.
Clássico é clássico
Vi nos jornais que o Palestra perdeu para a Lusa e o Santos foi batido pelo Bahia.
Pelo que diz o noticiário nos jornais, houve protestos de torcedores palestrinos e santistas. No caso dos esmeraldinos, acho um exagero: clássico é clássico e tudo pode acontecer, como diz a mídia. Inclusive uma vitória por 3 gols da Lusa. No caso santista, não sei qual seria uma boa justificativa. Talvez dizer que jogar contra times baianos é muito difícil. Pode ser.
Alguns acreditarão.
Mudança
Qualquer mudança na legislação desportiva do país precisa estabelecer o fim da reeleição para os cargos de dirigentes.
Clubes, Federações e Confederações de qualquer esporte devem ter mandatos de até 3 anos e nada mais.
O pessoal dos tais “desportos olímpicos”, que vivem uma “eternidade” nos altos cargos, que procure o que fazer.
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