Torcida corintiana equivale à soma de fãs de times rivais, diz Datafolha
Por Alex Sabino, da Folha
O Corinthians se mantém com a maior torcida da cidade de São Paulo. Segundo pesquisa realizada pelo Datafolha entre 8 e 9 de fevereiro, o time alvinegro tem a preferência de 36% dos moradores da capital, mesma quantidade de torcedores que seus principais rivais somados.
Qual é o time de futebol de sua preferência? – Pesquisa realizada na cidade de São Paulo com resposta espontânea e única, em %
Os torcedores são-paulinos constituem 19% da população, os palmeirenses são 12% e os santistas, 5%. Dois clubes de outros Estados têm ao menos 1% da capital na torcida. São 2% de flamenguistas e 1% de vascaínos.
Chama a atenção o número elevado de pessoas que disseram não torcer para time nenhum: 24%, quase um quarto dos entrevistados.
Em relação à última pesquisa, realizada em 2014, a torcida corintiana cresceu em um ponto percentual (dentro da margem de erro de três pontos percentuais).
A diferença para os rivais, no entanto, aumentou devido à queda do número de torcedores são-paulinos -na medição de 2014 eram 21%.
O Corinthians aumentou a vantagem se levados em conta os 24 anos da primeira pesquisa realizada pelo Datafolha. Em 1993, o clube estava quase empatado com o São Paulo (32% a 31%).
Desde então, os dois times obtiveram títulos de relevo –o Corinthians ganhou cinco Brasileiros, dois Mundiais e uma Libertadores; o São Paulo venceu duas Libertadores, dois Mundiais e três Brasileiros–, entretanto a vantagem alvinegra disparou para 17 pontos percentuais.
A popularidade do Palmeiras, em 12%, atingiu o patamar mais baixo em aferições do Datafolha. A equipe já teve 18% da torcida em 1998. A do Santos se manteve sempre estável, entre 7% e 5%.
Se contabilizadas só mulheres, o Corinthians chega a ter o dobro de torcedoras perante o São Paulo (34% a 17%).
Entre os jovens com 16 a 24 anos de idade, a vantagem é de 22 pontos percentuais (41% a 19%). O clube do Parque São Jorge também lidera em todas as faixas etárias e rendas mensais familiares.
Na faixa superior a dez salários mínimos (R$ 9.370), são 42% dos torcedores, contra 16% do Palmeiras, 12% do São Paulo e 5% do Santos.
A vantagem é menor na faixa dos que ganham até dois salários mínimos (R$ 1.874): 34% de corintianos, 18% de são-paulinos, 12% de palmeirenses e 3% de santistas.
Qual é o time de futebol de sua preferência? – Por faixa etária, em %
Dos entrevistados que declararam ter ensino superior completo, 31% são corintianos. Entre os que completaram o Ensino Médio, 40% torcem para a equipe. Já entre os que fizeram apenas o Ensino Fundamental, 35%.
O São Paulo tem seu maior percentual (26%) no recorte com pessoas entre 25 e 34 anos. O Palmeiras, com os maiores de 60 anos (16%), bem como o Santos (7%).
Em uma região há mais são-paulinos que corintianos. É na zona oeste, onde o clube do Morumbi tem 25% da torcida contra 23% do rival.
A maior vantagem corintiana está na região central, com 41% das preferências, contra 18% do São Paulo, 14% do Palmeiras, 5% do Flamengo e 3% do Santos.
CORINTHIANS VENCE MIRASSOL EM JOGAÇO DE CINCO GOLS
POR ISABELA ABRANTES do Site Meu Timão
Na briga direta pela liderança da classificação geral do Campeonato Paulista, Mirassol e Corinthians protagonizaram um duelo de bonito futebol na noite deste sábado. As equipes se enfrentaram na cidade homônima ao time, no estádio José Maria de Campos Maia, o Maião.
Vindo da vitória no clássico contra o Palmeiras, o Timão tinha o desafio de bater o único time ainda invicto na competição. Com um ponto apenas de diferença entre as equipes, o confronto colocou em xeque o eficiente ataque do Mirassol, com 11 gols no Campeonato, com a sólida defesa corinthiana, a menos vazada da competição, com apenas dois gols sofridos.
Com elenco titular repleto de jogadores da base – seis, no total, se contarmos com o atacante Jô, revelado no Corinthians – Carille também aproveitou a partida para estrear novo esquema tático. O treinador abriu mão do 4-1-4-1, e voltou ao mais tradicional 4-4-2, apostando na equipe com dois atacantes.
Assim, o time foi a campo com Cássio; Léo Príncipe, Pedro Henrique, Pablo e Guilherme Arana; Gabriel e Maycon; Fellipe Bastos e Léo Jabá; Kazim e Jô. Já o Mirassol, do técnico Moisés Egert foi a campo com Vagner; Mário Sergio, Wallace, Edson Silva e Raul; William, Wellington Junior, Paulinho e Xuxa; Rodolfo e Zé Roberto.
Primeiro tempo
O jogo começou agitado, com o Corinthians mostrando organização defensiva e Aos 25 minutos, Fellipe Bastos levou o amarelo por falta em Wellinton Junior – a falta veio segundos depois do jogador corinthiano levar um chapéu do adversário.
Aos 28 minutos, o Corinthians esteve muito perto de abrir o placar com jogada de Maycon e Arana. O chute, porém, ficou na defesa do Mirassol, que encaixou um contra ataque mortal com Zé Roberto. Dominando na entrada da área, o atacante mirassolense chutou rasteiro de fora da área e surpreendeu o goleiro Cássio, marcando 1 a 0 para o mandante.
Nos minutos seguintes, o Timão mostrou sentir o jogo e mais desorganizado e nervoso abriu espaço para o adversário, se expondo mais no campo defensivo. Mais tenso e mais faltoso, o Corinthians levou a segunda advertência: Pedro Henrique dessa vez levou o amarelo.
A equipe alvinegra conseguiu se reorganizar, e assim, aos 38 minutos, o Corinthians finalmente empatou. Em lance de bola parada, Arana lançou a bola para área e na confusão, Kazim dominou mas não conseguiu chutar. O zagueiro Pablo, porém, aproveitou a sobra e deixou tudo igual no placar.
O placar, porém, ainda não fazia justiça ao primeiro tempo primoroso do Corinthians. Procurando o tempo todo o gol, a equipe foi premiada pela persistência aos 43 minutos: Jô cruzou para Kazim na área, que deu de bicicleta, mas não pegou bem na bola. Maycon, no entanto, estava no lance e não perdoou, e chutou para concluir a virada antes do intervalo.
Segundo tempo
A chuva começou a cair assim que a partida recomeçou em Mirassol. O campo molhado diminui o ritmo do jogo que esteve muito aquém da correria da primeira etapa. O Corinthians continuou bem no setor defensivo e deu poucas chances para a equipe da casa.
Apesar disso, o Mirassol não desistiu do jogo e chegou a levar perigo, em especial com chutes potentes de fora da área. O jogo correu sem tantos acontecimentos até que, atendendo a pedidos da torcida presente, Carille fez a primeira mudança na equipe. Aos 25 minutos atacante Romero entrou no lugar de Léo Jabá.
Aos 32 minutos Kazim ganhou um presente do zagueiro do Mirassol. Após cruzamento de Maycon, zagueiro e goleiro do Mirassol se enrolaram na defesa e o atacante corinthiano recebeu a bola livre para chutar. O campo molhado, porém, prejudicou o jogador que chutou a bola espirrada para a fora e lamentou muito a oportunidade perdida.
No lance seguinte, Carille fez mais uma mudança na equipe. Marciel entrou em campo no lugar do atacante Jô, e mudou o esquema tático da equipe, que ficou apenas com um atacante de ofício: o paraguaio Angel Romero.
O jogador mal entrou e já cometeu uma falta perigosa na entrada da área. O lance foi decisivo para o Timão, já que meia Xuxa, do Mirassol, bateu com muita categoria e deixou tudo igual no placar. Com o jogo em 2 a 2, o Corinthians precisou ir pra cima: e funcionou.
Aos 39 minutos, após cobrança de escanteio, o zagueiro Pedro Henrique apareceu na área adversária e não perdoou um erro da defesa do Mirassol, quando o goleiro Vagner espalmou e a bola desviada da defesa apareceu limpa para o cabeceio. Após o lance, Carille fez a última mudança com a saída de Maycon para a entrada de Moisés.
A partida seguiu disputada até o minuto final, mas terminou com a vantagem de 3 a 2 para o Timão. Com o resultado, a equipe corinthiana agora assume a liderança geral da competição e chega aos 15 pontos no Campeonato Paulista.
O próximo jogo do Corinthians, na quarta-feira, acontece às 21h45 contra o Brusque-SC, pela Copa do Brasil. No Paulista, o próximo confrontro é no sábado, e é novamente um clássico: desta vez a equipe enfrenta o Santos na Arena Corinthians.
O árbitro Thiago Duarte Peixoto roubou a cena naquele que foi divulgado como o Derby centenário – o clássico de maior rivalidade em São Paulo completará 100 anos em 6 de maio. A injusta expulsão do ex-palmeirense Gabriel no final do primeiro tempo ameaçou os rumos da partida disputada em Itaquera, na noite desta quarta-feira. Ainda assim, o Corinthians chegou à vitória por 1 a 0 sobre o Palmeiras com gol de Jô, aos 42 minutos do segundo tempo.
Com bom volume ofensivo no primeiro tempo, o Corinthians chegou a acertar o travessão com o próprio Gabriel, que deixaria o campo por causa de um equívoco cometido aos 45 minutos. Keno (outro que tinha mandado a bola no poste) avançou pela esquerda e foi puxado por Maycon antes de Pablo dar um carrinho para afastar a bola. Para o árbitro, no entanto, quem cometeu a falta foi o ex-volante palmeirense, punido com mais um cartão amarelo e o vermelho.
Em desvantagem numérica, o Corinthians foi pressionado pelo Palmeiras durante boa parte do segundo tempo – assustou só vez ou outra, impulsionado também pelo ímpeto de Kazim – e precisou se desdobrar defensivamente para segurar a igualdade no marcador. No final, em um erro de Guerra, Jô recebeu a bola de Maycon e concluiu rasteiro para fazer a festa da Fiel.
Os três pontos assegurados com muito sofrimento fizeram o Corinthians subir a 12 no grupo A do Campeonato Paulista, enquanto o Palmeiras permaneceu com 9 na chave C. O jejum de vitórias diante do rival também foi encerrado. Já eram dois empates e quatro derrotas desde 8 de fevereiro de 2015, quando o veterano meia Danilo garantiu um triunfo por 1 a 0 no primeiro Derby realizado no reformulado Palestra Itália.
Corinthians e Palmeiras voltarão a campo no sábado de Carnaval. Desfalcado de Gabriel, o time comandado por Fábio Carille visitará o Mirassol, enquanto a equipe dirigida por Eduardo Baptista receberá a Ferroviária em busca da reabilitação.
Os jogadores de Corinthians e Palmeiras estavam acelerados antes mesmo de o Derby começar. Enquanto a torcida única de Itaquera pulava e gritava freneticamente sob a luz de sinalizadores, Dudu corria em direção ao banco de reservas e jogava no chão, sem qualquer cuidado, a flâmula que recebera do rival.
Quando a bola rolou, foi o Corinthians que tomou a iniciativa de tentar fazer cair o favoritismo do Palmeiras. Em sua primeira participação ofensiva, o ex-palmeirense Gabriel arriscou um chute de longa distância e fez a bola beliscar o travessão. Depois, virou-se para as arquibancadas e brandiu os braços para levantar ainda mais o público.
Os torcedores, que pediam “sangue no olho” e “tapa na orelha” desde a véspera do clássico, logo viram os ânimos se exaltarem também no gramado. Dudu provocava Fagner e Romero na ponta esquerda, passando o pé sobre a bola, e era marcado com firmeza. Felipe Melo foi ainda mais vigoroso quando dividiu com Gabriel. Levou o cartão amarelo.
Na tentativa de dar uma resposta também ao volume ofensivo do Corinthians, e não só às demonstrações de vontade, o Palmeiras começou a se lançar ao ataque pelos lados do campo. A intenção era explorar principalmente a velocidade de Keno, que ganhou a vaga de Guerra, pela direita.
Em um raro momento na esquerda, dentro da área, Keno acertou o travessão após sobra de bola em um lateral cobrado por Jean. Em outro avanço do atacante, já de volta ao lado direito, Cássio saiu estabanado do gol, mas ficou com a bola.
Dois jogadores do Palmeiras foram ainda mais atrapalhados no campo defensivo. Felipe Melo e Mina chocaram as cabeças em uma disputa pelo alto e foram ao solo aos 28 minutos – o volante levou a pior, precisando enfaixar a cabeça.
Após a paralização da partida para que os palmeirenses recebessem atendimento médico, o Corinthians se preocupou em não deixar o esfriar o ritmo intenso do Derby. Romero se empolgou ao aplicar um chapéu sobre o ex-corintiano Willian do lado direito. E Léo Jabá, até então tímido na vaga de Marlone, que contraiu uma virose, soltou o pé de longe e mandou a bola por cima da meta.
O Corinthians só não contava com uma baixa imposta pela arbitragem. Em uma investida pela esquerda, aos 45 minutos, Keno recebeu um puxão de Maycon e viu Pablo dar um carrinho para afastar a bola. O árbitro Thiago Duarte Peixoto resolveu punir Gabriel, que estava longe do lance, com um segundo cartão amarelo e consequentemente o vermelho.
Obviamente revoltados, os jogadores do Corinthians solicitaram o auxílio do quarto árbitro e do auxiliar para tentar reverter a decisão. O presidente Roberto de Andrade e o diretor de futebol Flávio Adauto se enervaram n o túnel que dá acesso ao campo. Gabriel ouviu gritos de “fica” e ameaçou não sair de campo. Nada adiantou.
Com a expulsão do volante confirmada, o Corinthians retornou para o segundo tempo apoiado por sua torcida, com Maycon mais recuado e sem abrir mão de atacar. O Palmeiras, agora em vantagem numérica, trocou Raphael Veiga por Guerra na esperança de envolver o rival.
Nos primeiros minutos da etapa complementar, o clássico seguiu equilibrado, embora o Corinthians tivesse um atleta a menos. Por isso – e também receoso em relação a uma possível compensação da arbitragem –, o técnico Eduardo Baptista sacou o polêmico Felipe Melo e mandou Thiago Santos a campo.
O Palmeiras colocou a bola na rede pouco depois, mas não valeu. Guerra cruzou para dentro, e Mina colocou para dentro. O zagueiro colombiano, no entanto, estava em posição de impedimento – e a arbitragem, desta vez, conseguiu visualizar.
O gol anulado foi a senha para o Palmeiras passar a tirar proveito da ausência de Gabriel e pressionar o Corinthians. Aos 14 minutos, Willian quase surpreendeu Cássio com um chute forte de longa distância, que bateu no travessão e saiu. Aos 19, Keno fez o goleiro trabalhar com uma cabeçada à queima-roupa, bem defendida.
Querendo ainda mais do Palmeiras, que vez ou outra vacilava e expunha-se a contra-ataques, Eduardo Baptista trocou Willian por Alecsandro. Já Fábio Carille esperou até os 35 minutos para também agir, quando tirou o desgastado Léo Jabá para recompor o seu meio-campo com Moisés. Mais tarde, Kazim, outro esgotado fisicamente, cedeu lugar a Jô.
E coube ao centroavante revelado pelo Corinthians acabar com o protagonismo de Thiago Duarte Peixoto. Aos 42 minutos, Guerra foi desarmado por Maycon, que acionou Jô. O prata da casa teve tranquilidade para finalizar rasteiro diante de Fernando Prass e garantir uma vitória heroica e histórica no Derby quase centenário.
FICHA TÉCNICA CORINTHIANS 1 X 0 PALMEIRAS
Local: Estádio de Itaquera, em São Paulo (SP) Data: 22 de fevereiro de 2017, quarta-feira Horário: 21h45 (de Brasília) Árbitro: Thiago Duarte Peixoto (SP) Assistentes: Emerson Augusto de Carvalho (SP) e Marcelo Carvalho Van Gasse (SP) Público: 30.727 pagantes Renda: R$ 1.535.887,00 Cartões amarelos: Gabriel e Jô (Corinthians); Felipe Melo, Raphael Veiga, Jean, Vitor Hugo e Alecsandro (Palmeiras) Cartão vermelho: Gabriel (Corinthians) Gol: CORINTHIANS: Jô, aos 42 minutos do segundo tempo
CORINTHIANS: Cássio; Fagner, Balbuena, Pablo e Guilherme Arana; Gabriel, Maycon, Romero (Paulo Roberto), Rodriguinho e Léo Jabá (Moisés); Kazim (Jô) Técnico: Fábio Carille
PALMEIRAS: Fernando Prass; Jean, Mina, Vitor Hugo e Zé Roberto; Felipe Melo (Thiago Santos), Michel Bastos, Raphael Veiga (Alejandro Guerra), Keno e Dudu; Willian (Alecsandro) Técnico: Eduardo Baptista
Prrrrii!
– Aí, Heitor!
A bola foi parar na extrema esquerda. Melle desembestou com ela.
A arquibancada pôs-se em pé. Conteve a respiração. Suspirou:
– Aaaah!
Miquelina cravava as unhas no braço gordo da Iolanda. Em torno do trapézio verde a ânsia de vinte mi1 pessoas. De olhos ávidos. De nervos elétricos. De preto. De branco. De azul. De vermelho.
Delírio futebolístico no Parque Antártica.
Camisas verdes e calções negros corriam, pulavam, chocavam-se, embaralhavam-se, caíam, contorcionavam-se, esfalfavam-se, brigavam. Por causa da bola de couro amarelo que não parava, que não parava um minuto, um segundo. Não parava.
– Neco! Neco!
Parecia um louco. Driblou. Escorregou. Driblou. Correu. Parou. Chutou.
– Gooool! Gooool!
Miquelina ficou abobada com o olhar parado. Arquejando. Achando aquilo um desaforo, um absurdo.
Aleguá-guá-guá! Aleguá-guá-guá! Hurra! Hurra! Corinthians!
Palhetas subiram no ar. Com os gritos. Entusiasmos rugiam. Pulavam.
Dançavam. E as mãos batendo nas bocas:
– Go-o-o-o-o-o-ol!
Miquelina fechou os olhos de ódio.
– Corinthians! Corinthians!
Tapou os ouvidos.
– Já me estou deixando ficar com raiva!
A exaltação decresceu como um trovão.
– O Rocco é que está garantindo o Palestra. Aí, Rocco! Quebra eles sem dó!
A Iolanda achou graça. Deu risada.
– Você está ficando maluca, Miquelina. Puxa! Que bruta paixão!
Era mesmo. Gostava do Rocco, pronto. Deu o fora no Biagio (o jovem e esperançoso esportista Biagio Panaiocchi, diligente auxiliar da firma desta praça G. Gasparoni & Filhos e denodado meia-direita do S. C. Corinthians Paulista, campeão do Centenário) só por causa dele.
– Juiz ladrão, indecente! Larga o apito. gatuno!
Na Sociedade Beneficente e Recreativa do Bexiga toda a gente sabia de sua história com o Biagio. Só porque ele era freqüentador dos bailes dominicais da Sociedade não pôs mais os pés lá. E passou a torcer para O Palestra. E começou a namorar o Rocco.
– O Palestra não dá pro pulo!
– Fecha essa latrina, seu burro!
Miquelina ergueu-se na ponta dos pés. Ergueu os braços. Ergueu a voz:
– Centra, Matias! Centra, Matias!
Matias centrou. A assistência silenciou. Imparato emendou. A assistência berrou.
– Palestra! Palestra! Aleguá-guá! Palestra Aleguá! Aleguá!
O italianinho sem dentes com um soco furou a palheta Ramenzoni de contentamento. Miquelina nem podia falar. E o menino de ligas saiu de seu lugar. todo ofegante, todo vermelho, todo triunfante, e foi dizer para os primos corinthianos na última fileira da arquibancada:
– Conheceram, seus canjas?
O campo ficou vazio.
– Ó… lh’a gasosa!
Moças comiam amendoim torrado sentadas nas capotas dos automóveis. A sombra avançava no gramado maltratado. Mulatas de vestidos azuis ganham beliscões. E riam. Torcedores discutiam com gestos.
– Ó… lh’a gasosa!
Um aeroplano passeou sobre o campo.
Miquelina mandou pelo irmão um recado ao Rocco.
– Diga pra ele quebrar o Biagio que é o perigo do Corinthians.
Filipino mergulhou na multidão.
Palmas saudaram os jogadores de cabelos molhados.
Prrrrii!
– O Rocco disse pra você ficar sossegada.
Amilcar deu uma cabeçada. A bola foi bater em Tedesco que saiu correndo com ela. E a linha toda avançou.
– Costura, macacada.
Mas o juiz marcou um impedimento.
– Vendido! Bandido! Assassino!
Turumbamba na arquibancada. O refle do sargento subiu a escada.
– Não pode! Põe pra fora! Não pode!
Turumbamba na geral. A cavalaria movimentou-se.
Miquelina teve medo. O sargento prendeu o palestrino. Miquelina protestou baixinho:
– Nem torcer a gente pode mais! Nunca vi!
– Quantos minutos ainda?
– Oito.
Biagio alcançou a bola. Aí, Biagio! Foi levando, foi levando. Assim, Biagio! Driblou um. Isso! Fugiu de outro. Isso! Avançava para a vitória. Salame nele, Biagio! Arremeteu. Chute agora! Parou.
Disparou. Parou. Aí! Reparou. Hesitou. Biagio Biagio! Calculou.
Agora! Preparou-se. Olha o Rocco! É agora. Aí! Olha o Rocco! Caiu.
– CA-VA-LO!
Prrrrii!
– Pênalti!
Miquelina pôs a mão no coração. Depois fechou os olhos. Depois perguntou:
– Quem é que vai bater, Iolanda?
– O Biagio mesmo.
– Desgraçado.
O medo fez silêncio.
Prrrrii!
Pan!
– Go-o-o-o-ol! Corinthians!
– Quantos minutos ainda?
Pri-pri-pri!
– Acabou, Nossa Senhora!
Acabou.
As árvores da geral derrubaram gente.
– Abr’a porteira! Rá! Fech’a porteira! Prá!
O entusiasmo invadiu o campo e levantou o Biagio nos braços.
– Solt’o rojão! Fiu! Rebent’a bomba! Pum! CORINTHIANS!
O ruído dos automóveis festejava a vitória. O campo foi-se esvaziando como um tanque. Miquelina murchou dentro de sua tristeza.
– Que é – que é? É jacaré? Não é!
Miquelina nem sentia os empurrões.
– Que é – que é? É tubarão? Não é!
Miquelina não sentia nada.
– Então que é? CORINTHIANS!
Miquelina não vivia.
Na Avenida Água Branca os bondes formando cordão esperavam campainhando o zé-pereira.
– Aqui, Miquelina.
Os três espremeram-se no banco onde já havia três. E gente no estribo. E gente na coberta. E gente nas plataformas. E gente do lado da entrevia.
A alegria dos vitoriosos demandou a cidade. Berrando, assobiando e cantando. O mulato com a mão no guindaste é quem puxava a ladainha:
– O Palestra levou na testa!
E o pessoal entoava:
– Ora pro nobis!
Ao lado de Miquelina o gordo de lenço no pescoço desabafou:
– Tudo culpa daquela besta do Rocco!
Ouviu, não é Miquelina? Você ouviu?
– Não liga pra esses trouxas, Miquelina.
Como não liga?
– O Palestra levou na testa!
Cretinos.
– Ora pro nobis!
Só a tiro.
– Diga uma cousa, Iolanda. Você vai hoje na Sociedade?
– Vou com o meu irmão.
– Então passa por casa que eu também vou.
– Não!
– Que bruta admiração! Por que não?
– E o Biagio?
– Não é de sua conta.
Os pingentes mexiam com as moças de braço dado nas calçadas.
Corinthians supera o Audax fora de casa e chega com moral para o Derby
Da Gazeta Esportiva
O Corinthians conseguiu uma importante vitória na tarde deste sábado, diante do perigoso Osasco Audax, na casa do adversário, e ganhou o moral que buscava para encarar o clássico contra o Palmeiras. Ao som de “É quarta-feira”, data do Derby, os alvinegros construíram mais um triunfo por 1 a 0, que tem virado padrão em 2017. Dessa vez, o gol foi anotado pelo inglês naturalizado turco Kazim, que anotou pela primeira vez em partidas oficiais.
Com o resultado, o clube de Parque São Jorge chega a nove pontos conquistados em 12 disputados no Paulistão, assumindo a liderança do Grupo A, dois à frente do Ituano, que perdeu por 1 a 0 para o Novorizontino. O AUdax, por sua vez, amarga seu terceiro jogo sem vencer após disparar 4 a 2 sobre o São Paulo na estreia.
Na próxima rodada, os comandados de Fábio Carille terão pela frente o jogo mais esperado pela torcida nesta primeira fase de Campeonato Paulista: o Derby contra o Palmeiras, na quarta-feira, às 21h45 (de Brasília), no estádio de Itaquera, pela quinta rodada do Estadual. O time de Osasco, por sua vez, vai encarar o Botafogo-SP, fora de casa, no estádio Santa Cruz, a partir das 19h30.
Corinthians segura troca de passes e aproveita chance
O Corinthians mostrou um sistema bastante sólido defensivamente para encarar as rápidas trocas de bola do Audax. Escolado tanto pelos problemas do ano passado quanto pela goleada imposta pelo time de Osasco ao rival São Paulo, o Timão começou a partida pressionando a saída de bola em cima do goleiro Felipe Alvaes, mas mostrando boa recuperação para não deixar espaços em seu meio-campo.
A primeira bola de perigo veio logo a um minuto, quando Léo Jabá pressionou a saída de bola e ganhou escanteio. Na cobrança, Fagner achou Pablo livre de marcação, mas o zagueiro não conseguiu repetir o padrão estabelecido na vitória sobre o Novorizontino e acabou cabeceando para fora. Depois disso, porém, o jogo pareceu entrar em um limbo, sem grandes ações de ambos lados.
Enquanto o Audax começava a encaixar sua saída com o toque de bola, o Corinthians mostrava segurança na proteção da área, sem deixar que os adversários entrassem tabelando. Dessa forma, restou ao time da casa tentar cruzamentos imprecisos enquanto o Timão buscava uma escapada com os rápidos Romero e Léo Jabá. A dupla alvinegra, porém, acabou coadjuvante do terceiro homem de ataque.
Em pressão iniciada por Romero e concretizada por Camacho, que desarmou Felipe Rodrigues, a bola sobrou para Kazim dentro da área. O turco, que pouco havia encostado na redonda, resolveu girar o corpo rapidamente e bater de primeira, acertando forte chute no canto esquerdo baixo, sem chances de defesa para Felipe Alves. Festa da Fiel, que só não comemorou o segundo antes do intervalo porque Léo Jabá conduziu desde o campo de defesa e falhou ao chutar de esquerda, frente a frente com o goleiro.
Audax toca demais a bola e Timão mostra segurança na zaga
Logo depois do apito inicial para a etapa final, Jabá conseguiu fazer outra boa jogada, mas novamente desperdiçou. Fagner achou bom lançamento para o garoto, em meio a dois zagueiros. Ele ganhou a disputa de um na velocidade e, diante do outro, tocou de cabeça para colocar na frente. Em boa condição, já dentro da área, tentou o chute cruzado, mas não conseguiu vencer Felipe Alves, seguro no um contra um.
Ainda antes dos 15 minutos, o Alvinegro teve ao menos três boas chances de ampliar. A primeira com Romero, que recebeu cruzamento rasteiro de Rodriguinho entre os zagueiros e tentou a finalização de primeira, por cima do gol do adversário. Depois, o próprio paraguaio recebeu lançamento em profundidade e tentou toque por cobertura de Felipe Alves, que apenas observou. Na última, Léo Jabá apareceu como um raio entre a defesa e invadiu a área, mas novamente chutou em cima do goleiro.
Depois do ímpeto inicial, porém, o técnico Fábio Carille tratou de resguardar ainda mais sua equipe. A alteração inaugural sacou o machucado Kazim, que pediu para sair, e mandou a campo o garoto Maycon, jogando Romero para a função de centroavante. Depois, Léo Jabá deu lugar a Marlone, enquanto Camacho, que vinha desempenhando bom papel no meio-campo, deu lugar a Fellipe Bastos.
Bem postado na frente da área, mas dessa vez sem praticamente nem uma alternativa para ameçar a zaga adversária, o Alvinegro viu os 15 minutos finais se tornarem uma sequência de toque de bola do Audax em seu campo. Apesar do bom volume de jogo, porém, o time da casa não conseguiu transpor a barreira imposta e liderada por Pablo e Cássio, que asseguraram mais uma vitória pelo placar mínimo para o Timão;
FICHA TÉCNICA GRÊMIO OSASCO AUDAX 0 X 1 CORINTHIANS
Local: Estádio José Liberatti, em Osasco (SP) Data: 18 de fevereiro de 2017, sábado Horário: 17 horas (de Brasília) Árbitro: José Cláudio Rocha Filho (SP) Assistentes: Rogério Pablos Zanardo (SP) e Marco Antônio de Andrade Motta Júnior (SP) Público: 6.630 presentes Renda: R$ 191.460,00 Cartões amarelos: André Castro e Rafael Oliveira (Audax); Guilherme Arana (Corinthians) Gol:
CORINTHIANS: Kazim, aos 32 minutos do primeiro tempo
GRÊMIO OSASCO AUDAX: Felipe Alves; Felipe Rodrigues (Marmentini), André Castro e Betinho; Marquinho (Rafael Oliveira), Pedro Carmona, Danielzinho e Léo Artur; Gabriel Leite, Hugo (Rafinha) e Ytalo Técnico: Fernando Diniz
CORINTHIANS: Cássio; Fagner, Balbuena, Pablo e Guilherme Arana; Gabriel, Camacho (Fellipe Bastos), Romero, Rodriguinho e Léo Jabá (Marlone); Kazim (Maycon) Técnico: Fábio Carille
Pablo marca de cabeça e Corinthians vence mais uma por 1 a 0
Da Gazeta Esportiva
Tomás Rosolino – São Paulo, SP
O Corinthians não mostrou um futebol vistoso nem alternativas muito diferentes das apresentadas até o momento na temporada, mas contou com a altura e impulsão do zagueiro Pablo para anotar o único gol da vitória por 1 a 0 sobre o Novorizontino, na noite desta quarta-feira, no estádio de Itaquera. Foi o terceiro triunfo do clube em partidas oficiais na temporada, todos pela diferença mínima e com apenas um tento marcado.
Com o resultado, construído sem grandes sustos, o Timão, que até antes da rodada era o lanterna da sua chave, chega a seis pontos conquistados, assumindo a segunda posição do Grupo A, um atrás da equipe do Ituano. O Tigre, por sua vez, amarga a segunda derrota consecutiva no torneio e estaciona nos três pontos, na terceira posição do Grupo C.
Na próxima partida, os comandados de Fábio Carille terão pela frente o Osasco Audax, na casa do adversário, em jogo que será disputado às 17h (de Brasília) do sábado, também pelo Campeonato Paulista. Os novorizontinos, por sua vez, recebem o Ituano, no mesmo horário, no estádio Jorge Ismael de Biasi.
Pablo desafoga Corinthians em Itaquera
O Corinthians começou a partida tentando pressionar a saída de bola do adversário e adiantar as suas linhas, mas não conseguiu ter grande efetividade nas roubadas de bola. Com Fellipe Bastos deixando muito espaço pelo lado direito, Gabriel se sobrecarregou na tentativa de parar a movimentação adversária, deixando a parte criativa praticamente voltada para Rodriguinho no meio e Marlone na ponta esquerda.
Sem temer a força corintiana em Itaquera, o Novorizontino se lançou ao ataque em diversas ocasiões, apostando nas descidas de Cléo Silva e na boa movimentação de Roberto, ambos pelo lado direito. Os maiores perigos do time do interior, porém, saíram nas bolas paradas, marcadas em profusão a cada trombada pelo árbitro Flávio Rodrigues de Souza. Os cruzamento, no entanto, apesar de passarem pela zaga, nunca encontravam um atleta aurinegro em condição de finalizar.
Sem aproveitar as oportunidades na frente, o Tigre acabou vendo o Timão abrir o placar. Também apostando na bola parada para ameaçar o adversário, o clube do Parque São Jorge conseguiu abrir o placar em escanteio pela direita. Após a cobrança realizada por Fagner, uma das poucas que não ficou a cargo de Fellipe Bastos, Pablo se livrou da marcação e saltou livre, próximo à marca do pênalti, cabeceando no canto esquerdo de Tom para balançar a rede aos 28 minutos.
O gol fez com que as jogadas fluíssem com maior facilidade para os anfitriões, que tiveram boas chances de ampliar com Gabriel, aos 35, e Marlone/Rodriguinho, aos 44. Na primeira, o volante recebeu lindo passe de letra de Jô, dentro da área, tentou ajeitar para o pé esquerdo, mas acabou desarmado. Na segunda, Marlone desceu com velocidade pela esquerda, invadiu a área e chutou para boa defesa de Tom. Na sobra, Rodriguinho foi travado pela defesa e não conseguiu ampliar a vantagem.
Timão tem novas chances, mas peca nas finalizações
Talvez aliviado pela vantagem, o Alvinegro conseguiu manter um forte ritmo de pressão para cima do adversário nos primeiros 15 minutos da etapa final. Logo aos três, Fellipe Bastos recebeu na entrada da área e arriscou chute. A bola desviou na marcação de Doriva e quase encobriu o goleiro Tom, mas acabou batendo no travessão e saindo para escanteio. Na sequência, Romero fez boa jogada pela direita e cruzou fechado para boa defesa do arqueiro rival.
O técnico Júnior Rocha percebeu a dificuldade da sua equipe em ficar com a bola e mandou a campo o rápido Henrique, que deu trabalho a Fagner quando chegou pelo lado esquerdo do ataque. Sem presença de área, porém, o time do interior ficou novamente refém das bolas paradas, dessa vez sem grandes oportunidades. Do outro lado, sentindo a necessidade de mais velocidade pelas pontas, Carille mandou a campo Léo Jabá no lugar de Marlone.
O cartão de visitas do garoto, de volta após a disputa do Sul-Americano sub-20 com a Seleção, não foi dos mais animadores. Após receber dentro da área, demorou para se definir, perdeu a bola e ainda fez falta violenta, recebendo cartão amarelo. Depois, aos 26, melhorou bastante a imagem ao receber pela esquerda, mandar a bola entre as pernas de Domingues e sofrer falta perigosa próximo à lateral da área. Na cobrança, Fellipe Bastos exigiu boa defesa de Tom.
Até o final do jogo, o Corinthians continuou a ter mais posse de bola. Kazim entrou na vaga de Jô e Camacho substituiu Fellipe Bastos, ambos bastante cansados. Na hora de finalizar, porém, o time pecou muito. A melhor chance caiu nos pés de Rodriguinho, que driblou o goleiro após cruzamento e tentou o passe para Léo Jabá, mas viu Domingues afastar o perigo para manter o 1 a 0.
FICHA TÉCNICA
CORINTHIANS 1 X 0 NOVORIZONTINO
Local: estádio de Itaquera, em São Paulo (SP)
Data: 14 de fevereiro de 2017, quarta-feira
Horário: 19h30 (de Brasília)
Árbitro: Flavio Rodrigues de Souza (SP)
Assistentes: Eduardo Vequi Marciano e Risser Jarussi Corrêa (ambos de SP)
Público: 11.708 pagantes
Renda: R$ 473.376,10
Cartões amarelos: Fagner, Léo Jabá (Corinthians); Everaldo, Domingues (Novorizontino)
Gols:
CORINTHIANS: Pablo, aos 28 minutos do primeiro tempo
CORINTHIANS: Cássio; Fagner, Balbuena, Pablo e Moisés; Gabriel, Romero, Fellipe Bastos (Camacho), Rodriguinho e Marlone (Léo Jabá); Jô (Kazim)
Técnico: Fábio Carille
NOVORIZONTINO: Tom; Cléo Silva, Guilherme Teixeira, Domingues e João Lucas; Éder (Henrique Santos), Doriva e Fernando Gabriel (Caíque); Roberto, Alexandro e Everaldo (Henrique)
Técnico: Jùnior Rocha
ATAQUE DECEPCIONA, DEFESA FALHA E CORINTHIANS PERDE A PRIMEIRA NO PAULISTÃO
O Corinthians entrou em campo na noite deste sábado, na Arena Corinthians. A noite marcou a apresentação de Jadson, de volta ao Corinthians após temporada na China, e as homenagens de 40 anos do título de 77. E também a primeira derrota da equipe no Paulistão.
Contra o Santo André, a equipe corinthiana buscava estabelecer o ritmo da temporada 2017, mas esbarrou nos erros individuais – em especial na defesa – em erro inicial da arbitragem que anulou gol legítimo, na falta de ritmo e no ímpeto do adversário. Cedo na partida, o Santo André encontrou um gol, passou a jogar no contra ataque e mostrou a limitação corinthiana, incapaz de reagir ao revés.
Durante a partida, o Corinthians mostrou pouca capacidade ofensiva e nenhuma capacidade para reagir à desvantagem. Sem fazer gols, a equipe amargou uma derrota por 2 a 0 em casa, contra o time do ABC.
Para o confronto, Carille escalou a equipe com o já conhecido 4-1-4-1. Sem Giovanni Augusto, a o time principal entrou em campo formado por Cássio; Fagner, Balbuena, Pablo e Moisés; Gabriel, Marquinhos Gabriel, Fellipe Bastos, Rodriguinho e Marlone; Jô.
PRIMEIRO TEMPO
O jogo começou promissor e, logo aos oito minutos de partida, o Corinthians abriu o placar. A bola foi cruzada na área, Balbuena e Pablo subiram, e o paraguaio escorou para Jô empurrar para o gol. O lance, porém, foi anulado por uma suposta falta de ataque corinthiano.
Cerca de três minutos depois, em lance de bola parada, o Corinthians sofreu o revés. Eduardo Ramos cruzou a bola para Reniê, que ajeitou para Edmilson marcar. Aos 16 minutos, novamente em bola parada, o Timão voltou a correr riscos. O ataque do Santo André chegou cara a cara com Cássio, mas a arbitragem marcou posição de impedimento.
Daí para frente o jogo, mudou. A equipe do ABC travou o meio campo e ocupou a área, dificultando a chegada do Corinthians. Mesmo assim, aos 22 minutos, Deivid fez pênalti em Marlone. Jô bateu e perdeu a cobrança, defendida pelo goleiro Zé Carlos.
Depois do pênalti perdido, o Corinthians até pressionou, chegando com perigo à área do adversário em algumas ocasiões. Apesar disso, a equipe de Carille não conseguiu reverter a desvantagem na primeira metade da partida, e foi para os vestiários com a derrota parcial.
SEGUNDO TEMPO
No segundo tempo, o Corinthians voltou com mudança. Fellipe Bastos deixou o campo para a entrada de Guilherme. Mas, com a vantagem no placar, o Santo André fez cera e atrasou como pôde a partida. A demora nas cobranças de tiro de meta e lateral começaram a irritar os jogadores alvinegros e a torcida presente na Arena.
Aos nove minutos, Rodriguinho foi derrubado dentro da área, pediu o pênalti, mas o juiz não deu. O ímpeto inicial arrefeceu e o treinador Carille decidiu atender ao pedido da Fiel: chamou Kazim que substituiu Marlone aos 20 minutos de jogo.
Na sequência, foi a vez do Santo André mexer – e o treinador Toninho Cecílio colocou em campo justamente um jogador que pertence ao Corinthians: o atacante Claudinho. Oportunista, o jogador revelado na base corinthiana aproveitou a falha do setor defensivo, apareceu na pequena área e, em sua primeira jogada na partida, marcou e sacramentou a derrota do Timão.
Em tentativa desesperada, Carille ainda tirou Moisés para a entrada de Romero, colocando o time ainda mais ofensivo. A equipe pressionou por alguns minutos, mas foi pouco efetiva nas finalizações e ainda ficou exposta aos contra ataques do Santo André.
O próximo jogo do Corinthians, contra o Novorizontino, acontece nesta quarta-feira, dia 15, pelo Campeonato Paulista. O confronto será novamente na Arena Corinthians, e está marcado para as 19h30.
CORINTHIANS FAZ O BÁSICO, BATE CALDENSE E AVANÇA NA COPA DO BRASIL
POR VINÍCIUS SOUZA 08 de Fevereiro de 2017 às 23:25, do site Meu Timão
Ainda que longe de apresentar o futebol dos sonhos do torcedor alvinegro, o Corinthians está classificado para a segunda fase da Copa do Brasil. Em seu segundo compromisso oficial na temporada, o Timão derrotou a Caldense por 1 a 0, nesta noite de quarta-feira, no estádio Doutor Ronaldo Junqueira, em Poços de Caldas-MG. O gol que eliminou a equipe anfitriã foi marcado pelo meia Rodriguinho.
MEIO-CAMPO ‘FEIJÃO COM ARROZ’ E RODRIGUINHO SALVADOR
A exemplo da estreia no Campeonato Paulista, o Corinthians começou o duelo em Poços de Caldas-MG sem abafar o time adversário no campo de defesa. Embora o meio de campo trocasse passes com eficiência, Marlone e Giovanni Augusto, abertos pelos lados do campo, não conseguiam dar andamento às jogadas e servir Jô, referência do ataque corinthiano.
Um dos remanescentes da equipe de 2016, Rodriguinho chamava a responsabilidade e tinha a missão de impulsionar a transição entre os setores defensivo e ofensivo. Já Jô, sozinho na grande área, não segurava posição e se deslocava como ponta durante as investidas de Marlone pelo centro do gramado.
O torcedor que compareceu ao estádio Ronaldão assistiu a 25 minutos de um Corinthians sistemático, com pouca criatividade do meio para frente, e uma Caldense cautelosa, priorizando os contra-ataques em velocidade. Exceto ao espalmar uma cobrança de falta de Fellipe Bastos, o goleiro anfitrião Neguett mal participou do jogo.
A moleza do arqueiro mineiro teve fim aos 32 minutos da primeira etapa. Rodriguinho arrancou em velocidade e lançou Marlone na esquerda. O camisa 8 invadiu a área e rolou para Gabriel, que acertou a trave direita de Neguett. No rebote, Marlone chutou sem força, e o goleiro encaixou com facilidade.
Apesar do futebol burocrático, o Corinthians seguia com maior posse de bola e, para alegria da Fiel presente no sul de Minas Gerais, abriu o placar antes do intervalo, mais precisamente aos 39. Em jogada iniciada por Jô, que protegeu dentro da área, Fagner recebeu passe e cruzou na cabeça de Rodriguinho, livre para anotar o primeiro do Timão na Copa do Brasil.
REAÇÃO DA CALDENSE E DEFESA SÓLIDA
Como esperado, a vantagem aberta pelo Corinthians fez com que a Caldense adotasse nova postura no segundo tempo, já que necessitava marcar dois gols para seguir viva no campeonato. As tentativas dos donos da casa, porém, quando passavam de Gabriel & cia., esbarravam em Balbuena e Pablo, dupla de zaga que fazia partida segura no Ronaldão e facilitava a vida de Cássio.
Aos 19 minutos, Fábio Carille promoveu sua primeira alteração. Sacou o discreto Giovanni Augusto para a entrada de Marquinhos Gabriel, fôlego novo a um Corinthians que parecia sofrer com a falta de ritmo. A ordem era clara: o camisa 31 deveria jogar nas costas de Rafael Estevam, um dos jogadores mais acionados pela Caldense.
Enquanto o Timão mantinha a bola próxima do gol rival, Carille logo decidiu dar chance a Camacho, antigo titular, no lugar de Fellipe Bastos. A alteração daria maior velocidade ao meio-campo, sobretudo porque Rodriguinho, recém-recuperado de contusão no joelho, acusava cansaço e guardava posição ao lado de Gabriel.
O goleiro Cássio chegou a trabalhar em momentos importantes do período complementar e, mais uma vez, deu conta do recado. Aos 39, Guilherme deixou o banco de reservas na vaga de Rodriguinho, que deixara o campo ovacionado pela Fiel no Ronaldão.
A Caldense bem que tentou, mas não conseguiu impor seu futebol e ao menos empatar o duelo, que dirá virar para cima do Corinthians. Aos gritos de “eliminado”, o time mineiro se despediu da Copa do Brasil diante de um Timão acertado, ainda engatinhando na temporada de 2017. Valeu, Corinthians! Valeu, Fiel!
E AGORA?
Classificado para a segunda fase do certame, a equipe do Parque São Jorge enfrentará o vencedor do confronto entre Brusque e Remo, marcado para esta quinta-feira, às 19h15 (de Brasília), em Santa Catarina. O mando de campo será sorteado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
ESCALAÇÕES
Corinthians: Cássio; Fagner (capitão), Balbuena, Pablo e Marciel; Gabriel, Giovanni Augusto, Fellipe Bastos, Rodriguinho e Marlone; Jô
Caldense: Neguett; Lazarini, Marcelinho, Hélio e Rafael Estevam (capitão); Thiago Carpini, Álvaro, Ewerthon Maradona e Anderson; Zambi e Luiz Eduardo
O Corinthians conquistou, nesta tarde de sábado, sua primeira vitória pelo Campeonato Paulista-2017. Com gol do centroavante Jô, de pênalti, o Timão derrotou o São Bento por 1 a 0, no estádio Walter Ribeiro, em Sorocaba-SP, pela estreia do Estadual.
Com os primeiros três pontos na bagagem, a equipe do Parque São Jorge agora passa a pensar na Copa do Brasil. O duelo de ida contra a Caldense está marcado para a próxima quarta-feira, às 21h45 (de Brasília), no estádio Ronaldão, pela primeira fase da competição.
CAMPO LAMENTÁVEL E CORINTHIANS MELHOR
Cássio sofreu com estado do gramado em Sorocaba
A forte chuva que caiu sobre Sorocaba no início da tarde devastou o gramado do estádio Walter Ribeiro. Com o campo molhado, esburacado e repleto de poças d’água, ambas as equipes tinham extrema dificuldade para trocar passes, fazer triangulações e construir jogadas ofensivas. O jeito era abusar da bola parada e de lançamentos, que, muitas vezes, se perdiam pela linha lateral e de fundo.
As principais investidas do Corinthians aconteciam pelo lado direito, com Fagner e Giovanni Augusto. Foi o meia-atacante, aliás, quem perdeu a primeira grande chance do time comandado por Fábio Carille. Aos 25 minutos, Marlone fez bom cruzamento na área para Giovanni, livre da marcação, mas o camisa 17 cabeceou por cima do gol de Rodrigo, já rendido no lance, e desperdiçou.
Embora fosse apenas o primeiro jogo oficial da temporada, o Timão já mostrava padrão, com uma zaga bem postada defensivamente, alas rápidos e Jô, referência do ataque, buscando a bola até a intermediária. Rodriguinho e Fellipe Bastos, centralizados, eram responsáveis pelo setor de criação.
Aos 44, Marlone carregou no meio de campo e tocou em profundidade para Jô, que fazia o facão em direção à área do São Bento. Sozinho, o camisa 7 deu uma “casquinha” de canhota por cima de Rodrigo, mas viu a zaga sorocabana afastar o perigo a poucos centímetros da linha do gol. O centroavante, inclusive, reconheceu que não poderia ter perdido tal oportunidade.
“A dificuldade que estamos tendo é para tocar a bola, então precisamos de uma bola mais longa. A chance que tivermos, temos de matar. São poucas oportunidades em um jogo como esse”, lamentou Jô à beira do campo.
SEGUNDO TEMPO
O Corinthians voltou diferente para o segundo tempo. Marlone, que vinha jogando no lado esquerdo, trocou de posição com Giovanni Augusto e passou a ocupar a ala direita. Ademais, a equipe do Parque São Jorge não demorou a mostrar que estava disposta a voltar para São Paulo com três pontos na bagagem.
Lance do pênalti gerou reclamações de jogadores do São Bento
Aos sete minutos, Jô escapou pelo lado esquerdo do ataque, invadiu a área e acabou derrubado pelo zagueiro Pitty, que reclamou da decisão do árbitro Raphael Claus. Sem nada com isso, o camisa 7 foi para a cobrança, bateu com categoria no canto esquerdo do goleiro e abriu o placar para o Timão no Walter Ribeiro. Era o 19º gol de Jô pelo Corinthians, o primeiro na atual passagem.
À frente do marcador, Carille decidiu efetuar sua primeira alteração: sacou Giovanni Augusto para a entrada de Marquinhos Gabriel, autor do gol da vitória sobre a Ferroviária da última quarta-feira. Tanto o tento quanto a troca frearam a empolgação do Corinthians, que nitidamente tirou o pé e viu o São Bento ficar mais tempo com a posse da bola e levar perigo à meta do goleiro Cássio.
Aos 30, nova alteração no Corinthians. Camacho deixou o banco de reservas no lugar de Fellipe Bastos, discreto na partida. Pouco tempo depois, Jô assumiu cansaço e pediu substituição, dando nova chance ao paraguaio Ángel Romero.
As três modificações, somadas ao estado para lá de lamentável do CIC, dificultaram um duelo de bom nível técnico em Sorocaba. Sorte do Corinthians, que fez bom primeiro tempo, se aproveitou de penalidade em cima de Jô e somou os primeiros três pontos do Paulistão. Início com pé direito – ou esquerdo, do canhoto centroavante! Valeu, Corinthians!