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Jun 30, 2014

A Copa em São Paulo

Logo após o anúncio de que o Brasil faria a Copa do Mundo de futebol, apareceu o primeiro -e mais grave- problema para a cidade de São Paulo. Não havia um estádio em condições de abrir a Copa. Muitos apoiaram o Morumbi -embora inviável- e de difícil reforma. Algumas vozes foram contra e lutaram por outra opção. Este blog  trabalhou o tempo todo por outra solução. Trago aqui uma opinião importante que, em 30 de outubro de 2007, já defendia algo mais apropriado. O artigo foi publicado na Folha de São Paulo, na página de Opinião. Quem escreveu foi Eduardo Bitterncourt Carvalho, conselheiro vitalício do Corinthians. Ele fez uma importante defesa de uma opção “fora do Morumbi”.  

 

 

Uma chance para mudar São Paulo

EDUARDO BITTENCOURT CARVALHO

A região de uma sede de Copa sempre se beneficia com investimentos locais. Por que escolher a abastada região do Morumbi?

HOJE A Fifa anuncia a escolha do Brasil como o país-sede da Copa do Mundo de 2014. Na proposta, está o estádio Cícero Pompeu de Toledo, o Morumbi, como provável palco dos jogos a serem realizados em São Paulo.
O principal argumento em prol do Morumbi é a suposta ausência de investimentos públicos no processo de modernização do estádio. Os gastos com a reforma seriam arcados integralmente pela iniciativa privada e pelo próprio São Paulo Futebol Clube. No entanto, trata-se de uma proposta frágil.
Em primeiro lugar, no caso do estádio do Morumbi, existem obstáculos técnicos incontornáveis ou cujo custo torna a reforma inviável. Apenas para enumerar alguns deles: ângulo de inclinação, curva de visibilidade e distância entre o gramado e as arquibancadas são quesitos que não são atendidos no projeto. Além disso, existem milhares de assentos no estádio que não permitem a visão do lado oposto no campo de jogo. Considerando que a parte central de um dos lados será ocupada pela imprensa, parte importante do público terá apenas uma visão parcial do espetáculo.
Em segundo lugar, a localização do estádio do Morumbi, em um bairro residencial, de ruas estreitas, é também outro elemento desfavorável, uma vez que não existe nas imediações espaço suficiente para acomodar todos os presentes na arena, o que, em caso de emergência, dificulta muito o rápido abandono do local. O Palácio dos Bandeirantes é uma testemunha ocular do verdadeiro caos urbano que ocorre em dias de casa cheia.
Infelizmente, além das dificuldades técnicas, há outra grande desvantagem na proposta.
As melhorias na infra-estrutura do entorno do estádio criarão, inevitavelmente, a necessidade do dispêndio de vultosos montantes do poder público. Apenas para citar um exemplo, na Copa do Mundo da Alemanha, o estádio Allianz Arena (Munique) teve um custo de construção de aproximadamente 286 milhões de euros. Porém, só nos arredores da arena, o governo alemão teve de investir cerca de 210 milhões de euros em obras de infra-estrutura -ou seja, cerca de 73% do total gasto no estádio.
Inquestionavelmente, a missão do poder público em garantir as condições adequadas para a realização de um evento do porte de uma Copa do Mundo é indeclinável. Questões ligadas ao conforto e, principalmente, à segurança não são resolvidas eficazmente pelo setor privado. Apenas a intervenção de todas as esferas de governo pode criar as condições ideais para a realização do evento.
Esse é, no entanto, o ponto mais criticável da utilização do estádio do Morumbi para a Copa de 2014. A cidade de São Paulo possui um desenvolvimento socioeconômico desigual. Parcela significativa da cidade é composta por bairros-dormitórios, desprovidos de emprego em número suficiente para seus moradores.
Nessas vastas áreas, onde se concentra o grosso da população, os aparatos públicos de lazer, educação, saúde e transporte são ainda insuficientes.
Por outro lado, a preparação de uma sede de Copa do Mundo implica grandes transformações em todo o espaço urbano, possibilitando o surgimento de uma ampla infra-estrutura em benefício da população local.
Existem muitas regiões da zona norte ou da zona leste da cidade que possuem ótima localização, amplas áreas disponíveis e, principalmente, um contingente humano sedento por investimento público.
O dispêndio desses recursos em uma das áreas mais abastadas do país, como a região do Morumbi, representará um ato silencioso, porém, de brutal violência contra a maior parte da população de São Paulo.
A escolha do local a ser utilizado na Copa do Mundo de 2014, portanto, não pode ficar restrita a uma discussão entre clubes. Algo maior está em jogo. A cidade de São Paulo é uma metrópole mundial, que merece a construção de um complexo esportivo a sua altura, bem como a redução de seus desequilíbrios.
Perpetuar a desigualdade do desenvolvimento urbano é um erro, ainda mais quando se faz a aposta em um projeto limitado, incompatível com a grandeza da cidade.
Em outras palavras, trata-se de puro desperdício.
São Paulo é grande. Não pode se apequenar. Se a cidade pretende realmente ser uma das sedes da Copa de 2014, que seja à luz de sua grandeza.


EDUARDO BITTENCOURT CARVALHO, economista e conselheiro-vitalício do Sport Club Corinthians Paulista. Foi deputado estadual pelo PTB (1983-1986) e pelo PL (1987-1990) e conselheiro do TCE.

Jun 30, 2014

O inesquecível carrosel

 

Envolvido no ‘Carrossel Holandês’

O ESTADO DE S. PAULO

 

Brasil frustra expectativa de repetir show de 1970 e cai diante de um futebol inovador

 

 

SÃO PAULO – Na Copa de 1974, o Brasil frustrou as expectativas de quem esperava algo próximo da espetacular seleção de 70. O técnico era o mesmo, Zagallo, alguns jogadores importantes também – Jairzinho e Rivellino. O futebol apresentado, contudo, estava bem aquém do que encantara o mundo quatro anos antes. Era também o primeiro Mundial sem Pelé desde 58.

 

 

O time quase não passa da primeira fase. Após dois empates por 0 a 0, contra Iugoslávia e Escócia, precisou fazer saldo na vitória por 3 a 0 sobre o fraco Zaire para avançar. O título da reportagem do Estadão do dia seguinte (23 de junho de 1974) atribui a passagem de fase do Brasil a um frango do arqueiro da seleção africana. “Goleiro do Zaire falha, o Brasil está classificado.”

 

Foram inevitáveis as comparações desfavoráveis com o retrospecto no Mundial anterior.”No mesmo jogo em que obteve a classificação, o Brasil viu, moralmente, a diluição das suas possibilidades de êxito no torneio semifinal. Que fez o Brasil nesses 3 a 0, com a responsabilidade de tricampeão mundial, em termos técnicos?”, questionava o jornal em análise na mesma edição.

 

Terminada a primeira fase, o jornal ouviu técnicos renomados atrás da resposta. A despeito de todo o corporativismo da classe, os adjetivos foram de displicente a preguiçosa, passando por medíocre e sem criatividade, sendo o meio de campo o setor mais criticado.

 

Na segunda fase a equipe até evoluiu. Bateu a Alemanha Oriental e a arquirrival Argentina. Quando parecia que o peso da camisa poderia empurrar o Brasil a outra final, a equipe de Zagallo cruzou com a Holanda.

 

Com um esquema inovador implementado pelo técnico Rinus Michels, em que os jogadores rodavam sem posição fixa, a Holanda era chamada de “Carrossel Holandês”. Liderados em campo por Johan Cruyff, ganharam do Brasil por 2 a 0 e foram pela primeira vez a uma decisão de Mundial.

 

 

 

Emoções das Copas, 1974
Brasil não conseguiu segurar a Holanda em 74
Arquivo/AE

 

 

 

 

 

A falta de tradição dos holandeses em Copas fez Zagallo subestimá-los. “Não é o diabo que estão pintando”, foi a opinião do treinador publicada pelo Estadão nodia 18 de junho. Nas entrevistas pós derrota o discurso mudara. “Caímos diante da melhor seleção que está disputando esse torneio”, é a frase do “Velho Lobo” que aparece em texto de 4 de julho.

 

Restou ao Brasil a disputa do terceiro lugar contra a Polônia, outro país sem currículo em Mundiais. Zagallo fez cinco alterações em relação aos 11 da estreia. Não funcionou: derrota por 1 a 0, gol de Lato, artilheiro da Copa.

 

“É o fim do Brasil”, noticiou o Estadão em título. “A Polônia jogou o suficiente para vencer o desarticulado time brasileiro, num jogo melancólico.”  Em outros tempos, a quarta colocação, até seria uma posição honrosa, mas depois de três títulos, o resultado foi considerado decepcionante.

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Jun 28, 2014

UFA! Vamos para outra.

 

Julio Cesar e trave põem seleção brasileira nas quartas de final

ROBSON MORELLI – ENVIADO ESPECIAL A BELO HORIZONTE – O ESTADO DE S. PAULO

28 Junho 2014 | 16h 10

Após empate no tempo normal e na prorrogação contra o Chile, goleiro defende dois pênaltis e Jara erra a última cobrança

 

 

Brasil está vivo. A seleção sofreu e o brasileiro mais ainda, mas graças a duas defesas de pênaltis de Julio Cesar, o time eliminou o Chile e se classificou para as quartas. A vaga veio nos tiros livres, com vitória da seleção por 3 a 2, gols de David Luiz, Marcelo e Neymar marcaram. Aranguiz e Diaz fizeram os gols da seleção chilena. No tempo normal, houve empate por 1 a 1.

 

 

O Brasil poderia ter tido melhor sorte no começo, quando conseguiu ficar com a bola e fazer as melhores jogadas. A torcida gritava o nome de David Luiz, que era dúvida por causa de uma lombalgia, mas se recuperou a tempo e foi escalado, quase que antevendo o gol que ele faria aos 17 minutos, após escanteio cobrado por Neymar e desviado por Thiago Silva.

 

 

 

 

Brasil e Chile decidem vaga das quartas de final da Copa
Julio Cesar pega dois e classifica o Brasil para as quartas de final!
Sergio Perez/Reuters

 

 

 

 

Como se previa, não foi um jogo fácil, mas desta vez muito mais por culpa do Brasil, que teve atuação ruim, apesar da vontade. Alguns erros na defesa incendiavam os chilenos nas numeradas e dentro do campo. Alexis Sánchez jogou pelo lado direito, prendendo Hulk e Marcelo. De vermelho, o camisa 7 era um demônio com a bola.

 

Se Neymar não fosse de circo, com seu malabarismo a cada pancada, certamente poderia ter se machucado no Mineirão. Apanhou sem se intimidar. O gol de David Luiz deixou a seleção mais tranquila, embora tenha dado muito campo para os rivais. O Brasil dessa vez não trocou posições. Oscar permaneceu plantado na direita. Neymar, na esquerda. Hulk e Marcelo, auxiliados por Luiz Gustavo, fechavam a única porta de entrada do Chile. E foi por ali que Alexis Sánchez mostrou por que joga no Barcelona.

 

 

 

 

Ele empatou o jogo aos 32 minutos, esfriando a animação da torcida brasileira. Metade dos méritos dos eu gol foi de Hulk. O atacante errou passe na lateral e entregou a bola nos pés de Vargas, que encontrou o companheiro na área: 1 a 1. Que drama! O jogo que estava nas mãos do Brasil voltou a ficar tenso, duro, chato, difícil.

 

O juiz, colocado em xeque pelos chilenos na semana que antecedeu a partida, foi criticado por Parreira, Felipão e todos da seleção. Deixou o jogo correr, sem marcar as muitas faltas reclamadas.

 

No segundo tempo, o Brasil teve as melhores chances, raras, mas efetivas, ora com Neymar, ora com Hulk. O jogo, no entanto, estava nas mãos do Chile, assim como a bola nos seus pés. Aos 19, Julio Cesar salvou, com grande defesa em chute de Aranguiz. O goleiro manteve o Brasil vivo, insuficiente, porém, para evitar a prorrogação. Todos os fantasmas de 1950 voltaram a assombrar o brasileiro, como nunca antes. A seleção teve chances de marcar, mas não como o Chile, quando Pinilla acertou o travessão. A decisão foi para os pênaltis. Deu Brasil!

 

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Jun 26, 2014

O sucesso da Copa não deve esconder o desastre dos esportes olímpicos

Nuzman E Seus Milhões!

junho 25, 2014

por Alberto Murray

 

 

O trêmulo presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, para tentar melhorar sua imagem junto ao governo, ao Congresso Nacional e à opinião pública, insiste em escrever que na sua longa gestão que já dura vinte anos conquistou sessenta e nove medalhas olímpicas, fazendo uma comparação safada com períodos anteriores ao seu. É evidente que isso é mais uma jogada de marketing de desses muitos assessores que ele contrata sem licitação pública e paga com dinheiro público, oriundo da Lei Piva.

A assessoria de imprensa do Nuzman é perfeita em contar mentiras dizendo verdades. Esse artifício ardil essa patota usou, entre outras vezes, quando Nuzman compulsoriamente deve que deixar o COI por completar setenta anos, em 2.012. Os serviçais e borra botas de imprensa do COB disseram que “Nuzman fora apontado pelo presidente Jacques Rogge como membro vitalício e honorário do COI” e ponto final. Essa é uma previsão estatutária que se aplica indistintamente a todo e qualquer membro do COI que tenha atingido setenta anos e servido à entidade por pelo menos dez anos, após o ano 2.000. Os pseudo jornalistas de Nuzman quiseram fazer parecer que se tratava de uma honraria especial conferida ao Nuzman treme-treme. Mentira!

A mesma coisa essa gente faz com a contagem de medalhas. Nuzman e sua gente conta a história da forma como lhes convém. Não são transparentes. O Comitê Olímpico Brasileiro nunca teve tanto dinheiro público jorrando em seus cofres como nos últimos vinte anos. É muito dinheiro mesmo, que sai do bolso do consumidor e que vai para a conta bancária olímpica, isso sem contar o dinheiro das estatais que patrocinam as Confederações. O que Carlos Arthur Nuzman esconde do governo, do Congresso Nacional, da mídia e do povo é que em Atlanta 96, cada uma de suas medalhas custou R$ 4,4 milhões de Reais aos cofres públicos. Já em Londres 2.012, em que o Brasil teve desempenho pior que em Atlanta 96, cada medalha do Brasil custou a bagatela de R$ 123 milhões de dinheiro do povo. Ou seja, Nuzman a cada ciclo olímpico vai consumindo dinheiro público em progressão geométrica para entregar, comparativamente, menos medalhas. Isso significa que Nuzman é incompetente no trato e na gestão do dinheiro público, pois quanto mais recebe, não consegue evoluir esportivamente na mesma medida.

Nuzman tem uma personalidade insegura. Tem a necessidade de aparecer ser mais do que é. É muito preocupado com aquilo que os outros vão pensar dele. E ao mesmo tempo que é muito inseguro, tem uma vaidade enorme. Tudo isso faz dele uma pessoa complexa, muitas vezes indelicado com seus funcionários, o que se agrava em face do momento particular que está passando.

Nuzman se lixa para o esporte de base, estudantil, popular e essa política de canalizar todos os esforços e recursos para o altíssimo rendimento estão matando o futuro do esporte brasileiro. A base está completamente desasistida.

Nuzman não é a pessoa certa para o COB e a esperança é que ele não chegue a 2.016 nas funções que ocupa.

Atente, leitor, que Nuzman gera muito mal o seu dinheiro público. Não se esqueça: em Londres 2.012 cada medalha olímpica custou R$ 123 milhões do seu bolso. Pelo dinheiro que o COB recebeu, era obrigação ter feito não apenas melhor, mas mil vezes melhor.

www.abertomurray.wordpress.com

Jun 24, 2014

Morre Giba, campeão de 90 pelo Corinthians.

 

Morre em São Paulo, aos 52 anos, o ex-lateral-direito Giba, do Corinthians

 

 

Do UOL Esporte

Giba, ex-jogador do Corinthians e ex-treinador de futebol fotos

 

O ex-lateral-direito Antonio Gilberto Maniaes, o Giba que foi campeão brasileiro pelo Corinthians em 1990, morreu na madrugada desta terça-feira no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Ele tinha 52 anos, era casado e tinha uma filha.

Giba passou por tratamentos nos últimos meses para amilodoise, doença rara que ataca as células da medula óssea e produz uma proteína danosa a órgãos como os rins, como foi o caso do ex-jogador. “Ele ficou debilitado demais nos últimos tempos, estava passando por sessões de quimioterapia”, contou ao UOL Esporte o amigo e ex-goleiro do Corinthians, Wilson Ricardo Coimbra, o Macarrão.

O falecimento pegou os amigos de Giba da época do título brasileiro de 1990 de surpresa. “Encontrei com ele em Campinas recentemente, quando fomos convidados para uma partida de futebol. Ficamos batendo papo na arquibancada e ele foi embora antes do churrasco reclamando de tontura. Depois telefonei para ele e soube que ele viria a São Paulo para fazer sessões de quimioterapia. Mas cheguei a conversar com ele depois disso e a voz estava forte. Depois ele ficou muito fraco e só consegui falar com a filha dele”.

Jogador do Corinthians entre 1989 e 1993, Giba foi homenageado pelo perfil do clube no Twitter.  “O Timão será eternamente grato a Giba, que honrou o manto alvinegro! Obrigado, campeão! Você está eternamente em nossos corações”. O jogador defendeu o clube em 211 jogos, marcando 17 gols.

Giba chegou a ser convidado pelo Corinthians para participar, em 10 de maio, da partida festiva entre atuais e ex-jogadores do clube, na inauguração do Itaquerão. O ex-jogador, porém, informou a outro amigo, o ex-ponta esquerda e atual observador da comissão técnica da equipe profissional Mauro, que estava em tratamento médico e não poderia comparecer.

“Muito triste a notícia. Encontrei com ele em Jundiaí, quando o Corinthians foi jogar contra o Paulista. Ele estava forte, com a aparência boa”, lembrou Mauro, citando a partida em que o Corinthians venceu a equipe dirigida por Giba, por 1 a 0, com gol de Guerrero.

Treinador desde 1996, Giba teve como seu último trabalho o comando do Paulista de Jundiaí. Nascido em Cordeirópolis (interior de São Paulo), atuou por Inter de Limeira e União São João antes de atuar por três anos no Guarani. Consagrado no Corinthians, aposentou-se precocemente, aos 31 anos, devido a uma grave lesão no joelho.

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Jun 24, 2014

História das Copas

 

Amarildo é a solução

O ESTADO DE S. PAULO

 

O reserva que fez o mundo esquecer a contusão de Pelé

 

 

SÃO PAULO – Uma notícia boa e outra péssima no início da campanha do Brasil na Copa do Mundo de 1962. Derrotou o México na estreia por 2 a 0, mas perdeu Pelé por contusão no segundo jogo da fase incial. A maior estrela do Brasil estava fora prematuramente do Mundial.

 

Amarildo entrou no lugar de Pelé. Havia, no entanto, a desconfiança de que não teria condições de substituir o melhor jogador do planeta. OEstadão noticiou pouco antes do campeonato mundial, inclusive, que a convocação de Amarildo estava longe de ser unanimidade.

 

Veio a desconfiança. Mas já no confronto seguinte, ante a Espanha, Amarildo demonstrou ser a resposta certa para o grande baixa da seleção brasileira. Fez os dois gols no triunfo duríssimo por 2 a 1 e garantiu a classificação à próxima fase. Mesmo assim teve sua atuação criticada nas páginas do Estadão. “Fraquíssimo no primeiro tempo, quando demonstrou nervosismo.”

 

Na semifinal, diante dos chilenos, donos da casa, a avaliação de Amarildo começou a melhorar, porém ele ainda era eclipsado por Garrincha. “Garrincha, Vavá e Amarildo, especialmente o primeiro, foram suficientes para, com habilidade e astúcia, deixar a descoberto as falhas da defesa chilena”, relata o Estadão no dia 15 de junho de 62.

 

Mas é a única citação que Amarildo recebe no texto. Mesmo sem estar em campo, Pelé estava no título da reportagem: “Além de Pelé, mais 4 estão contundidos.”

 

Mas se os gols em cima da Espanha e a boa atuação diante do Chile não bastaram para Amarildo convencer, na decisão da Copa veio sua consagração. Foi dele o gol que abriu o placar para o triunfo por 3 a 1 contra a Tchecoslováquia.

 

 

 

Emoções das Copas, 1962
Amarildo foi peça fundamental na conquista do bi
Arquivo/AE

 

 

 

O Brasil conquistou o bicampeonato mundial e, enfim, não pairava mais qualquer dúvida sobre a importância de Amarildo. Junto com Garrincha, ele acabou como um dos mais aplaudidos pelo público na recepção da delegação em Brasília, relatouO Estado de S. Paulo. E por suas atuações, o substituo de Pelé recebeu o apelido de “Possesso”.

 

Amarildo defendia o Botafogo. Compunha junto com Garrincha, Quarentinha e Zagallo, um ataque formidável. Marcou 135 gols em 231 partidas. No ano seguinte à Copa foi contratado pelo Milan, onde jogou até 1967. Ainda na Itália, passou Fiorentina e Roma. Em 1974 encerrou a carreira no Vasco da Gama.

 

Em 2008, aventurou-se como técnico do América-RJ. Durou uma semana. Em reportagem na edição de 31 de janeiro de 2008, sob o título “A revolta do Possesso”, o Estadão conta que Amarildo fez jus à alcunha herdada de 62 após saber que fora demitido pelo clube carioca.”Aqui não melhora nada”, gritava ao sair do vestiário, descreveu o jornal.

 

Mas não foi como treinador e sim como jogador que Amarildo brilhou no futebol, especificamente em 1962, sua única Copa. Merecidamente, foi homenageado como um dos embaixadores do Brasil para a Copa de 2014 e pôde, desta vez realmente de forma discreta, sentir de novo o gostinho da competição que o consagrou

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Jun 22, 2014

A Copa é um sucesso.

 

APESAR DE PROBLEMAS, COPA VENCE O CAOS

Falhas esperadas não se confirmam, enquanto outros erros surpreendem

Lourival Sant’Anna

 

Apesar de alguns percalços, os torcedores estão conseguindo assistir às partidas. O caos temido não sobreveio. Está tendo Copa, sim, e o Brasil não está fazendo tão feio. O Estado acionou sua rede de correspondentes nas 12 cidades-sede, para um primeiro balanço da Copa – que obviamente não pode ser definitivo, transcorrida apenas uma das quatro semanas do evento.

O resultado é surpreendente: nos pontos em que se temiam mais problemas, como os aeroportos, o transporte e a segurança pública, as coisas estão indo relativamente bem. Por outro lado, surgiram problemas não imaginados, como a falta de comida nos estádios e as invasões de perímetro por torcedores sem ingresso, atropelando padrões de segurança impostos pela Fifa e seguidos internacionalmente.

 

Aeroportos. O funcionamento dos aeroportos, um dos principais motivos de preocupação, poderia ser muito melhor, mas os problemas estruturais não chegam a comprometer o evento. Com as viagens de negócios em São Paulo suspensas durante a Copa, as filas em Cumbica e Congonhas não estão acima do normal. Do dia 11, véspera do início do Mundial, até o dia 16, os voos atrasados representaram 4,1% e os cancelamentos, 8,2% – bem abaixo do limite estabelecido pelas autoridades brasileiras, que é de 15%. Em Campinas, a concessionária deveria entregar as obras em Viracopos no dia 11, o que não ocorreu. Mas o atraso não gera grandes transtornos.

 

As obras de ampliação do Aeroporto Afonso Pena, na Região Metropolitana de Curitiba, também não foram concluídas. No entanto, a parte realizada foi suficiente para atender à demanda. Um equipamento importante, que não foi comprado, o ILS, permitiria pousos e decolagens com tempo ruim. Mas, até agora, o aeroporto, tradicionalmente afetado pelas neblinas, não ficou fechado no período da Copa. O transporte coletivo entre o aeroporto e Curitiba é habitualmente eficiente. Além de um ônibus comum, por R$ 2,70, há um micro-ônibus, com tarifa de R$ 12.

 

Já em Porto Alegre, a neblina paralisou o aeroporto por algumas horas, em três manhãs, na semana que precedeu a Copa, causando dezenas de atrasos e cancelamentos de voos. O ILS, investimento de R$ 40 milhões, está instalado e foi homologado anteontem após 16 anos de espera – o que não impediu que o nevoeiro fechasse o aeroporto por três horas na manhã de ontem.

 

Outro forte nevoeiro, no Rio, na terça-feira, provocou o fechamento do Santos Dumont por quatro horas. Turistas se queixaram da falta de conforto – muitos tiveram de ficar sentados no chão do saguão – e de informação. Entre 6h e 10h, dos 50 voos previstos, 21 foram cancelados. Alguns passageiros perderam jogos. A Infraero afirma que a média de atrasos é menor do que o tolerado pelo padrão internacional.

 

Em Cuiabá, a falta de dois fingers (pontes entre os aviões e o terminal) – problema comum nos aeroportos do Brasil – dificulta o embarque dos passageiros. Um terminal remoto temporário, apelidado de “puxadinho”, teve de ser improvisado no lugar da ampliação do Aeroporto de Fortaleza, paralisada pela Justiça. Orçada em R$ 1,79 milhão, a estrutura provisória tem 1,2 mil m² e capacidade para 400 mil passageiros. Com ar-condicionado, quatro portões de embarque, sanitários, cafeteria, assentos e monitores dos voos, tem conseguido suprir a demanda. Mas as obras inacabadas de ampliação do terminal, cobertas por tapumes, deixam má impressão.

 

O mesmo acontece no Aeroporto de Salvador, envolto por tapumes. As obras dentro do terminal atrapalham a circulação dos passageiros e, fora dele, prejudicam o trânsito até o aeroporto. Apesar de parte dos novos guichês de check-in previstos no projeto ter sido entregue, as filas são longas.

 

O maior imprevisto no Aeroporto de Brasília até agora ocorreu na quarta-feira, quando Suíça e Equador se enfrentaram. Acabaram as notas de reais na casa de câmbio do aeroporto e vários torcedores que desembarcaram em cima da hora, sem dinheiro brasileiro, irritaram-se. Já no dia seguinte, não houve problemas. As filas de táxis fluíram com tranquilidade, sem espera. O mesmo se deu com os ônibus que vão para o centro de Brasília, nas proximidades do Estádio Mané Garrincha.

 

Inaugurado a quatro dias do início da Copa, o Aeroporto Governador Aluízio Alves, na Grande Natal, passou no teste. Embarque e desembarque foram feitos normalmente, embora turistas tenham reclamado de falta de sinalização. Em um lance raro de boa gestão no Brasil, o fluxo foi aliviado pelo uso do aeroporto antigo, Augusto Severo, que depois da Copa será desativado, e está servindo só às seleções.

 

Mobilidade. Outra precariedade brasileira, o transporte público, em geral não tem comprometido o deslocamento dos torcedores – embora a situação varie de cidade para cidade. A concentração de atividades entre o centro e o Beira-Rio facilitou a vida dos torcedores em Porto Alegre. Eles podem percorrer a pé os 4,7 km do “Caminho do Gol”, do centro até o estádio. Ao final dos jogos, sem alterar muito o roteiro, podem ir para a Fan Fest, à beira do Lago Guaíba, ou para os bares da Cidade Baixa, que costumam lotar.

 

A Arena da Baixada também fica próxima ao centro de Curitiba, o que permite aos torcedores chegar ao estádio a pé ou em ônibus especiais. Embora tenha sido um dos últimos estádios a ficarem prontos, os acessos à Baixada funcionam bem, até mesmo para portadores de deficiência, com carrinhos especiais para transportá-los do estacionamento até a entrada do estádio.

 

Já a Arena Pernambuco foi construída em um lugar ermo, fora do Recife. Diante dos tumultos na Copa das Confederações, no ano passado, quando o metrô foi o meio de transporte utilizado por 70% dos torcedores – e não deu conta -, no Mundial foram oferecidas mais opções: o Bus Rapid Transit (BRT), com 4 estações concluídas de um total de 45, e estacionamentos para os torcedores deixarem seus carros e seguirem de ônibus para o estádio. Para evitar engarrafamentos, somente os que vão à arena, identificados por pulseiras coloridas, usam esses equipamentos nos dias de jogos.

 

Badalado como o maior legado para Cuiabá, o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), licitado em R$ 1, 477 bilhão, não foi concluído, mas isso não trouxe dificuldades para os torcedores, que vão de ônibus do aeroporto para o centro e do centro para a Arena Pantanal.

 

O monotrilho, principal projeto de mobilidade urbana de Manaus, foi retirado da chamada “matriz de responsabilidade da Copa” ainda em 2013. A prefeitura colocou 15 ônibus da frota reserva para reforçar o transporte para os jogos na Arena da Amazônia e para a Fan Fest.

 

Apesar da implementação em Belo Horizonte do BRT, batizado de Move, torcedores levam até 3 horas para chegar ao estádio. Os ônibus especiais para os jogos também seguem completamente lotados.

 

Já em São Paulo, onde poderia haver os maiores transtornos, os torcedores têm tido facilidade de chegar ao Itaquerão, de metrô e de trem. O esquema de bloqueio das ruas no entorno do Maracanã funcionou. A maior parte do público no Rio segue para o estádio de metrô, sem dificuldades.

 

Segurança. As manifestações contra a Copa nas proximidades dos estádios não têm atraído muitos participantes, e os Batalhões de Choque das Polícias Militares têm tido êxito em evitar que obstruam o acesso dos torcedores. A polícia brasileira não tem tanta experiência com eventos desse porte quanto a de outros países, e a justaposição de responsabilidades com a Fifa – soberana na segurança do acesso aos jogos – torna ainda mais problemático o controle sobre o perímetro dos estádios. A brecha de segurança mais emblemática foi a invasão do centro de imprensa do Maracanã por cerca de 200 chilenos – 88 dos quais acabaram detidos -, na quarta-feira.

 

Também no Maracanã, três dias antes, no domingo, ao menos dez argentinos sem ingressos haviam furado o bloqueio e assistido à partida de sua seleção contra a Bósnia. Mesmo assim, só na sexta-feira, dois dias depois da invasão chilena, foi que a Fifa e o governo brasileiro esboçaram uma solução, anunciando o aumento de seguranças privados, a cargo da entidade, bem como de policiais militares, com retaguarda das Forças Armadas.

 

As revistas em busca de itens que oferecem perigo, na entrada de alguns estádios, como o de Brasília e o de Belo Horizonte, não têm sido bem feitas. No dia 14, torcedores ingleses entraram com barras de ferro na Arena Amazonas.

 

A violência nas Viradas Culturais em São Paulo e os arrastões nas praias do Rio prenunciavam problemas nas Fan Fests. Mas em geral elas têm sido bons lugares para assistir às partidas.

 

Houve incidentes isolados. Em São Paulo, durante o jogo do Brasil contra o México, na terça-feira, torcedores que não podiam entrar porque a lotação de 30 mil pessoas havia sido atingida jogaram grades de isolamento sobre os que faziam fila em uma das entradas. Pelo menos 15 pessoas ficaram feridas. Na quinta-feira, 14 brasileiros foram detidos depois de jogar rojões contra 60 ingleses em um bar no centro. Ninguém saiu ferido.

 

Em Belo Horizonte, na madrugada de ontem, a polícia jogou bombas de gás lacrimogêneo e deteve um torcedor, para desfazer uma briga entre argentinos e brasileiros. Nas outras cidades, não houve incidentes importantes.

 

Problemas existem. Mas a Copa do Mundo venceu o caos. Pelo menos até aqui.

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Jun 22, 2014

São Paulo é um sucesso.

 

SP surpreende e conquista estrangeiros

LAURA MAIA DE CASTRO – O ESTADO DE S.PAULO

22 Junho 2014 | 02h 02

Preparados para o pior, gringos elogiam metrô, comida e hospitalidade do paulistano; altos preços e sujeira, porém, assustam viajantes

 

Ninguém precisa mais imaginar como seria na Copa. Ela chegou há dez dias, trouxe um mar de estrangeiros para a capital paulista e bem menos problemas do que o esperado. “Falaram muito sobre a falta de organização e segurança, mas nós não passamos por nenhuma situação difícil. Tudo tem funcionado bem”, disse a inglesa Mary Yanni, de 28 anos. Em geral, assim como Mary, turistas de outros países que circulam pelas ruas de São Paulo revelam surpresa com a infraestrutura e as atrações da metrópole.

 

 

Eles dizem que a comunicação em outras línguas está complicada, mas garantem que as mímicas e a hospitalidade paulistana têm dado conta do recado. Há uma semana em São Paulo, Mary e mais duas amigas escolheram o metrô como meio de transporte e se surpreenderam com a rede. “Não esperava. O metrô é mais limpo, mais barato e até melhor que o de Londres”, diz Stephanie Gallegos, também de 28 anos.

 

Quando disseram para amigos e parentes que viriam ao Brasil, as inglesas tiveram de ouvir recomendações de todas as partes. As três, que são amigas desde o tempo da escola, já tinham viajado juntas para a Copa na Alemanha, em 2006, e hoje dizem que aqui no Brasil há “mais coisas para ver”. “Definitivamente, temos de voltar”, disse Stephanie sem esconder a empolgação durante o passeio pela Avenida Paulista.

 

Nas escadas da Pinacoteca, na Luz, centro da cidade, o engenheiro indiano Rakesh Karun, de 38 anos, e mais três amigos também da época da escola escolhiam o próximo destino turístico com um mapa da cidade na mão. Ele elogiou o transporte público e disse que houve mais organização do que esperava. “Diante das notícias que víamos antes de chegar aqui, esperávamos o caos, mas não foi isso que encontramos. Na realidade, houve mais organização até do que já vimos em alguns países europeus.”

 

Karun disse que nos primeiros dias em São Paulo, eles passaram sufoco para conseguir se comunicar, mas logo se adaptaram. “Depois que aprendemos palavras básicas como frango, arroz e caipirinha, ficou mais fácil de se comunicar e comer nos restaurantes”, brincou.

 

O inglês Paul Clay, de 35 anos, também aprendeu nomes de comida. Por volta de 12h de anteontem, ele e outros dois amigos tomavam cerveja e comiam torresmo em uma lanchonete no Largo do Paiçandu, na região central. Ele disse que adorou os sabores que experimentou até agora em São Paulo. “Comi churrasquinho, coxinha e torresmo”, dizia ele apontando para os salgados da estufa.

 

Clay afirmou que o grupo foi bem recebido no Brasil, mas que houve um dia que um taxista quis “se dar bem”. “Saindo da Vila Madalena, o táxi até o hotel deu R$ 10 mais caro do que o dia anterior. Sabíamos que ele tinha dado uma volta desnecessária, mas logo falamos que não íamos pagar e ele diminuiu o preço.”

 

Na estrada. A dona de casa colombiana Clemencia Bautista, de 61 anos, não tem recorrido aos serviços de taxistas. Ela e a família vieram desde Porto Alegre de carro e os altos custos da cidade surpreenderam os colombianos. “Achava que o trânsito ia ser pior por causa do tamanho de São Paulo, mas o que me impressionou foram os preços dos estacionamentos.”

 

O empresário costa-riquenho Bernal Corrales, de 41 anos, entretanto, elogiou os taxistas da capital. O único ponto negativo que ele e os amigos de viagem destacaram foi em relação à limpeza. “Achei que seria mais limpo. Há muitas pichações por todos os lados, não esperava isso. Dá um ar de degradado em algumas partes da cidade.”

 

Corrales esperava que houvesse manifestações a todo instante e temia pelo deslocamento do grupo. “Por causa das notícias de antes do Mundial, achávamos que não conseguiríamos nos locomover pela cidade, mas isso não aconteceu. Vimos apenas um ato com cerca de 30 pessoas”, disse, ao sair do Mercadão, na região central. E o caos tão esperado não chegou e os gringos, empolgados, se espalharam, além do centro, também pela região da Avenida Paulista e Vila Madalena.

 

www.estadao.com.br

Jun 22, 2014

A Copa é um sucesso.

Prenúncio de que Copa seria o ‘fim do mundo’ não aguentou 3 dias

 

 

Início do Mundial no Brasil reverteu expectativa da mídia internacional de que o evento seria desastroso para o país

Estádios que ‘Nunca’ ficariam prontos já receberam jogos –e sem grandes problemas

NELSON DE SÁDE SÃO PAULODo início do ano até a abertura da Copa do Mundo, a imagem do Brasil foi alvo de um ataque de histeria na mídia ocidental.

Na capa da revista alemã “Der Spiegel”, com o enunciado “Morte e jogos – O Brasil antes da Copa do Mundo”, uma bola em chamas caía como meteoro sobre o país.

Os tabloides ingleses avisavam que torcedores arriscariam suas vidas se viajassem ao Brasil, e que Londres já havia sido consultada para sediar os Jogos Olímpicos de 2016 no lugar do Rio.

O correspondente do “New York Times”, Simon Romero, anunciava na primeira página que as obras atrasadas e mortais dos estádios simbolizavam o fim das “grandes ambições” do Brasil.

Iniciada a Copa, porém, o fim do mundo que fora anunciado por quase seis meses não aguentou três dias.

No sábado (14), a maior e mais independente agência de notícias, Reuters, informou que os torcedores estrangeiros estavam felizes de encontrar tudo de pé e que os protestos eram pequenos.

Desde antes, na verdade, celebridades e jornalistas vinham tuitando a estranheza por não encontrar o caos imaginado ao chegar ao país.

A qualidade crescente dos jogos pesou na mudança de humor, assim como os xingamentos à presidente.

A inglesa “Economist” creditou a grosseria aos “paulistanos endinheirados” e afirmou que eles não representavam ameaça à reeleição. Análises posteriores disseram que podiam até ajudar.

A mistura de gols com infraestrutura abafou o pouco que havia de protesto, que passou a ter dificuldade para ser ouvido –como observavam os próprios veículos que não os ouviam.

As manifestações que ocorreram no início resultaram em breves críticas à repressão policial, por ter ferido jornalistas estrangeiros.

Ao fim da primeira semana de jogos, vieram os balanços e o veredicto do correspondente de “NYT”, Sam Borden, de que as “previsões de dia do juízo final dão lugar a soluços menores”.

Estádios que não ficariam prontos “nunca” já tinham recebido jogos –e seus problemas não passavam de fios visíveis ou grama pintada.

Os tabloides londrinos, que antes alertavam para a violência no Brasil, destacavam que um comentarista de TV deixou a Copa às pressas, depois de um violento assalto a sua casa na Inglaterra.

Questionavam ainda uma integrante do governo que havia recomendado evitar viagem à sede da Copa –e que, agora, aparecia em fotos no Brasil, festejando.

Antes do torneio, um especialista do King’s College havia previsto que a cobertura exageradamente negativa reduziria as expectativas –e acabaria revertendo, no final, em avaliação positiva.

A reversão aconteceu não só antes do esperado, mas em grau bem maior.

 

www.folha.com.br

Jun 19, 2014

Livro sobre Democracia Corinthiana entre os melhores da Itália

O livro “Compagni di Stadio”, publicado pela jornalista Solange Cavalcante, é um sucesso na Itália.

Na última semana -informa nosso conselheiro Sérgio Scarpelli (diretor do Timão à época da Democracia)- o livro entrou na lista dos 10 melhores publicados recentemente na Itália, em concurso no Festival  do livro de Cortona, na Toscana.

Há um outro concurso importante com voto popular pela internet. Quem desejar participar deve se cadastrar para receber uma senha  e depois votar.

Para votar, basta visitar este link: http://www.cortonamixfestival.it/mixprize.php

A autora deu entrevista a RAI e participou do evento em Milão. Tudo falando do Corinthians e do que foi a “Democracia”.

Vejam o destaque do livro, na Toscana:

COMPAGNI DI STADIO

SOLANGE CAVALCANTE
FANDANGO

Negli anni bui e silenziosi della lunga dittatura militare brasiliana, una squadra di calcio ispirò un’intera nazione e contribuì al ritorno della democrazia e della libertà. Questa è la storia dell’ingenua Comune, repubblica democratica o incredibile soviet calcistico, che fiorì e prosperò in Brasile nello Sport Club Corinthians Paulista tra il 1981 e il 1985.

Il consiglio del libraio la Feltrinelli:

«Compagni di squadra racconta la storia del Corinthians di San Paolo, la squadra di Socrates, con la precisione della grande cronaca e il respiro dell’epica»

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