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Nov 19, 2012

Uma discussão importante.

Os problemas de uma política de esportes

 

19/11/2012
Autor:

Coluna Econômica

Há tempos o Ministério da Saúde firmou parceria com grandes hospitais privados, como o Sírio Libanês e o Albert Einstein para difundir seu conhecimento para polos hospitalares em todos os cantos do país.

O mesmo procedimento deveria ser adotado pelo Ministério dos Esportes com os grandes clubes esportivos, que se dedicaram ao desenvolvimento de atletas.

No Seminário “Gestão Esportiva”, do projeto Brasilianas, foi apresentado o “case” do Esporte Clube Pinheiro, de São Paulo.

O clube tem 113 anos, 38 mil associados num total de 136 mil pessoas, 2.900 atletas e um orçamento anual de R$ 132 milhões.

De 1960 a 2012 preparou atletas responsáveis por 10% das medalhas olímpiadas obtidas pelo Brasil, desde os pioneiros Manuel dos Santos (primeiro medalhista olímpico de natação), a João do Pulo, Douglas Vieira, Gustavo Borges, César Cielo e Rafael Silva.

Existem 130 diretores trabalhando voluntariamente na área de esportes amadores. Seu papel principal é o da formação de atletas potenciais com recursos do clube e das leis de incentivo.

Se o Pinheiros fosse um país, no último Panamericano teria sido o 9o colocado – o Brasil foi o 3o.

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Responsável pelos projetos de Lei de Incentivo ao Esporte do Clube, Suzana Pasternak constata haver muito recurso para preparar o país para as Olimpíadas, mas pouco conhecimento sobre o que fazer com ele.

Hoje em dia, há um conjunto de atletas levados a toda sorte de eventos, sem nenhuma forma de planejamento, diz ela. O atleta sai de casa, entra em estado de fadiga, com um treinamento intensivo sem orientação esportiva e psicológica, diz ela. Falta conhecimento dentro das próprias organizações esportivas.

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O foco do Pinheiros não é o atleta que aparece na mídia. Quando os atletas adquirem essa dimensão, o clube não rem condições de retê-lo. A importância do atleta campeão é no fomento à sua modalidade. Mas o foco de qualquer política olímpica tem que ser os jovens e, especialmente, as crianças com potencial.

Quando Cielo tornou-se superestrela, não cabia mais no bolso do clube. A opção era investir ou em um único atleta ou na base de 5 mil jovens preparados pelo clube.

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O grande problema das políticas públicas é a falta de técnicos especializados em gestão do esporte. Não adianta apenas faculdade de educação física, diz Suzana. Gestão de esporte é  muito mais que isso. Há a necessidade de suporte dos parceiros públicos para trabalho mais consistente.

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Mais crítico, o advogado Alberto Murray Neto tem denunciado sistematicamente o que considera gestão temerária de Carlos Arthur Nuzman à frente do COI (Comitê Olímpico Brasileiro).

Seu avô, Major Silvio de Magalhães Padilha, foi primeiro finalista olímpico da América do Sul em provas de atletismo nas Olimpíadas. Hoje em dia, ele dirige uma ONG com o nome do avô.

Major Silvio criou as bases do esporte em São Paulo, precedendo a União. Em 1939, criou a primeira Secretaria de Esportes do país.
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Alberto considera que não há política pública de esportes no Brasil. E que o Plano Emergencial de Medalhas para os Jogos Olímpicos de 2016 é uma farsa. “Só quem não entende nada de esportes pode acreditar que pode-se criar uma potência olímpica trabalhando 4 anos apenas”, diz ele.

 

A visão integrada

Segundo ele, uma política desportiva precisaria, de partida, envolver o Ministério da Educação, da Saúde e das Cidades, para poder massificar o esporte. 12% das escolas públicas têm espaços mal ajambrados chamados de de praças de esporte, com professores de educação física mal remunerados, diz ele. Nos Estados Unidos, o esporte é inteiramente calcado na escola e nas Universidades.

O modelo americano

Em Nova York foram criados centros desportivos em inúmeros bairros, dentro da estratégia de diminuição da criminalidade. No caso do Brasil, não existem nem leis permitindo o uso do espaço urbano para isso. No caso brasileiro,  Ministério dos Esportes, COI, Federações e Confederações atuam sem um papel definido. Não há um agente coordenador dos recursos e dos esforços. E os recursos maiores são aplicados apenas nos grandes atletas.

O gasto com as Olimpíadas

Nunca houve tanto recurso disponível, diz ele. No ciclo olímpico, que acabou em Londres, fora, R$ 550 milhões da Lei Piva, R$ 520 milhões de patrocínio de estatais, R$ 644 milhões do Ministério dos Esportes, R$ 433 milhões de renúncia fiscal. E os resultados foram pífios. Com R$ 2 bi a mais, o país conseguiu apenas 2 medalhas a mais. E os recursos não foram aplicados de forma transparente, diz ele.

Dinheiro que não chega ao atleta

Há uma enxurrada de dinheiro que não chega nem ao técnico nem ao atleta, diz ele. O único projeto que coloca dinheiro nas mãos de ambos é o de Paula e Ana Moser. E isso porque os recursos não passam por nenhuma federação. Nas federações e confederações não há governança, transparência, gestão eficiente, diz ele. Os dirigentes se perpetuam por décadas graças a estatutos que matam qualquer possibilidade de oposição.

Os novos estádios

Em Manaus, está sendo construído um estádio de R$ 1 bi, onde o dinheiro público é roubado a rodo, diz ele.  No Engenhão houve enorme superfaturamento e o estádio acabou entregue ao Botafogo por preço de banana. Os estádios para a Copa não têm viabilidade econômica. E os investimentos nas Olímpiadas, assim como no Panamericano, não vão deixar legado para os clubes e para as cidades.

O legado do Panamericano

É possível fazer as Olimpíadas sem megalomania e a Copa apenas melhorando um pouco os estádios para atender aos requisitos da FIFA, diz. É preciso fazer uma Copa que caiba no bolso do país. Em 1963 São Paulo sediou um Panamericano. Todos os eventos foram sediados no Pacaembu e nos clubes. Construiu-se o CRUSP para alojamento dos atletas. Deixou-se um legado para a cidade. No Panamericano do Rio, nada se aproveitou.

www.luisnassif.com.br

Nov 18, 2012

É preciso crescer

O Brasil está emperrado

 VINICIUS TORRES FREIRE

A coisa encrencou em infraestrutura, custo da energia, petróleo, educação e investimento público

POR QUANTO tempo o Brasil pode crescer “politicamente” antes de o caldo econômico entornar?

Crescimento “político”, por assim dizer, é o que temos visto nos últimos dois anos. As pessoas consomem mais, há emprego, o governo é popular. Mas não há investimento, mais produtividade, inovação. O investimento, aliás, vai encolher neste 2012.

A pergunta é apenas mais ou menos retórica. Não dá para responder que o caldo vai entornar em tanto ou quanto tempo. Mas entorna. A conta do consumo crescente sem produção adequada vai aparecer em algum lugar: na inflação, no deficit do governo, no deficit externo.

Além do desperdício mais óbvio, o crescimento baixo, estamos perdendo anos de um período de boas condições demográficas para crescer. Isto é, há menos crianças e ainda poucos idosos: temos, por ora, relativamente mais gente em condição de trabalhar.

No biênio 2011-12, teremos crescido algo entre 2% e 2,2%. Não é lá muito difícil crescer entre 3,5% e 4%. O ideal seria crescer uns 7% a fim de dobrar a renda média em uma década, com o que nossos problemas materiais estariam mais ou menos resolvidos.

Sim, a situação da economia mundial não nos ajuda. Ajuda mais nossos vizinhos, mais dependentes de commodities -nós temos uma indústria, ainda que avariada. Eles, não. Mas alguns de nossos vizinhos puseram a cabeça para funcionar.

Nós paramos de pensar faz quase uma década. Afora a ampliação do mercado interno, sob Lula, quase não aconteceu mais nada. O consumo não pode crescer mais, de modo duradouro, se não tomarmos outras providências.

Onde está o programa de passar para empresas privadas a construção e a operação de estrada, porto, ferrovia, aeroporto, que já veio tarde e a contragosto?

O programa de redução do custo da energia elétrica está emperrando. O governo não consegue aumentar o seu já miúdo investimento desde o final de 2010.

A exploração de petróleo não anda desde 2008. A lei dos royalties, de distribuição de parte da renda do petróleo para União, Estados e municípios, foi aprovada no início do mês, mas vai dar em confusão e atraso. O programa de desenvolvimento do setor que o governo impôs à Petrobras revela-se caro e lerdo.

Em suma: infraestrutura, energia e regulação do mercado estão emperradas.

A maior invenção brasileira nas últimas quatro décadas, se não a única, o etanol, vai mal por excesso de intervenção do governo nos combustíveis (o governo tabela a gasolina, vende-se pouco etanol e a coisa encrenca nas usinas).

Depois do Bolsa Escola, lá ainda no primeiro governo FHC (1995-1998), nada mais se inventou em educação básica. Sim, há o Prouni, mas o analfabetismo funcional no Brasil está na casa dos 30%. Mas a presidente e os governadores mais importantes mal tocam no assunto.

Provavelmente vamos crescer pelo menos uns 3% em 2013. Mas como podemos crescer mais e por mais tempo se o mercado de trabalho está no osso, a inovação é marginal, a infraestrutura está emperrada, a regulação está cada vez mais confusa etc. etc.?

Parece que pouca gente nota, mas o país está emperrado.

www.uol.com.br 

Oct 2, 2012

Vamos mudar

Gustave Courbet (1819-1877) “Nuvens sobre o lago Geneva” (Reprodução)

O Ministro Aldo Rabello tem defendido o fim destes mandatos eternos dos dirigentes de Clubes, Federações e Confederações.
Está certo o Ministro. Isso só muda com o aperfeiçoamento da lei. E com a cara feia de alguns dirigentes.

Veja o caso do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) do Sr. Carlos Nuzman.
Há 20 anos no cargo, ele é candidato a continuar até a eternidade sobre a falácia de que foi um ótimo administrador.

Não há dúvidas que somente com a intervenção do Estado esta situação mudará.
Um ou outro Clube poderá fazer alterações neste quadro caótico, mas ainda é pouco.

O Corinthians, por exemplo (e exemplo mesmo!) estabeleceu o fim das reeleições, o mandato de 3 anos e a proibição de retorno em dois períodos subsequentes. É um bom caminho e deveria ser adotado como lei e obrigatório para todas as entidades de esporte.
O Palestra está promovendo algumas mudanças, ainda de todo indefinidas.

Mas será a intervenção do Governo que vivará o jogo.
E quanto antes vier melhor será.


Sem patrocínio 

O marketing do Corinthians, com larga tradição em auto promoção, já anunciou tudo.
Um contrato monstruoso com uma montadora coreana (com direito a foto – fria – e tudo o mais), apoio de bancos, empresas aéreas e de uma fila de “pretendentes”.
E nada de chegar o tão falado patrocínio master.

O que falta?
O Clube é o mesmo que sempre esteve à frente no mercado; a torcida também é a mesma, que ocupa a liderança para o mercado publicitário; o time ganhou tudo o que poderia ganhar num curto período, mas … nada de patrocínio master.

O que o marketing não quer falar (e nem a mídia) é que aumento ou diminuição de contratos no mercado ocorrem por regras do próprio mercado.
E não por “jogada” genial do setor de marketing.
Anunciar cemitérios, navios, chaveiros etc gera um certo barulho na mídia, mas não dá dinheiro.

Ocorre que o mercado “puxou” o breque de grandes investimentos na área desportiva e não há elogios de mídia que ajudem a encontrar anunciante.

E ficamos na mesma.
Ou melhor, cada dia pior: os tais patrocínios da “Loja Poderoso Timão” e do “Chute Inicial” que estamparam (e espantaram…) a camisa no último domingo, 30/9, entraram no critério de benemerência ou foi critério comercial?
Assim a AACD vai ficar brava.

Ah! Por último, não nos esqueçamos: embora não pareça, o Presidente Lula é ex-Presidente, e o craque Ronaldo está em outra.

Sep 18, 2012

Mais um gol do craque Romário !

 
(Goya, “Inquisição” (1812))

Blog do Citadini: O Deputado Romário está demonstrando que é possível brilhar no gramado e na atividade parlamentar.
Para alguns está surpreendendo, para outros, apenas confirmando que é uma pessoa séria  e que não se deixou envolver pela cartolagem e pela política de baixo extrato. Embora seja de um partido que apoia o governo, não tem perdido oportunidades de colocar problemas que o mundo do esporte vive por todo lado. Romário traz para a Câmara a mesma agilidade, criatividade e astúcia que tinha nos gramados. Continuando neste ritmo, será uma das belas surpresas para o Parlamento brasileiro. E o futebol ganhará muito com seu desempenho,  que segue em caminho oposto a parlamentares (que nunca tiveram nada com o esporte) e que, nos dias atuais, só fazem agradar aos cartolas e pinçar algum lugar na mídia esportiva.
O Blog do Juca publicou discurso de Romário,  onde o Deputado 
parabenizou  a iniciativa do Ministro do Esporte, Aldo Rebelo, de vetar recursos públicos à Confederações esportivas que não tenham alternância de poder. Como lembra Juca, a medida  atingirá, diretamente, o famoso COB ( Comitê Olímpico Brasileiro).
Veja abaixo o texto na íntegra:

“Assisti ontem (13) à entrevista do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, ao jornalista Fernando Rodrigues e gostaria de parabenizá-lo pela iniciativa de vetar recursos públicos e outros benefícios às confederações esportivas que não tenham alternância de poder em suas direções.

Ele e a presidenta Dilma têm o meu apoio total.

Só espero que eles não se esqueçam de incluir o Comitê Olímpico Brasileiro (COB).

Há tempos eu venho dizendo que é preciso consertar uma coisa: o esporte sobrevive do dinheiro público, mas a gestão continua privada.

Talvez isso finalmente mude agora.

Os presidentes das Confederações de Atletismo e de Desporto Aquático, por exemplo, já estão há mais de 20 anos no poder.

Muita cara de pau!

E o presidente do COB, Carlos Nuzman, tá querendo se reeleger mais uma vez agora em outubro.

Se conseguir, também chegará a duas décadas à frente do COB.

E para quê?

Para vermos o fiasco que aconteceu em Londres?

Não seria melhor para o esporte se houvesse alternância no poder?

Soube que o Nuzman não recebe salário. Então por que tanto apego?

O que eu sei é que o COB precisa mudar de cara e deixar de ser amador.

Precisa começar a fazer uma gestão mais profissional e que dê resultados mais satisfatórios diante de tanto dinheiro aplicado nos últimos anos.

Desde que o Comitê Paraolímpico Brasileiro passou a alternar os presidentes, os resultados apareceram e hoje evoluímos para a sétima potência mundial nas Paraolimpíadas.

Por isso, concordo com o ministro Aldo para limitar o tempo de permanência e o número de mandatos desses caras dentro de alguns parâmetros. A renovação sempre é bem vinda nessas entidades e seria uma maneira de estimular a democracia.

E a idéia dele de baixar uma regulamentação no próprio Ministério do Esporte para condicionar essas entidades privadas ao preenchimento de alguns requisitos para terem acesso aos recursos públicos foi ótima.

Dessa forma, o governo não legislará sobre entidade privada nenhuma, mas definirá parâmetros para liberar os recursos que as mantêm. Se quiserem receber, precisam se enquadrar às regras impostas pelo governo. Certíssimo.

Pra finalizar, acho que entre essas normas elaboradas pelo governo deveria estar também a garantia do voto direto aos atletas. Nada mais justo do que o próprio competidor que rala e representa o país lá fora possa ajudar a escolher os melhores administradores de suas confederações e do COB. Fica a sugestão.

O ministro disse corretamente na entrevista que essas entidades não são “casas reais”.

Concordo. Até porque, se fossem, os dirigentes não seriam os reis, mas os bobos da corte.”

 

Aug 30, 2012

Sem surpresas

Kurt Schwitters (1887-1948), “Merzbild Rossfett“, 1919 (Reprodução)

 

O futebol é um esporte fantástico, porque não admite unanimidade.
O torcedor sempre se encarrega de contestar algo, criando um caminho diferente para descrever os fatos. Ontem, tivemos mais uma rodada do Campeonato Brasileiro.
Emoção, gritos e choros sobraram por todo lado.

O Corinthians, como qualquer guri sabe, vive um momento pouco comum no futebol.
Suas duas últimas conquistas ainda não saíram da cabeça do torcedor (e também dos jogadores). Não adianta dizer que isso é bom ou ruim, sendo melhor disputar o Brasileirão com uma fome insaciável de vitórias. Os fatos são mais fortes que este desejo. Por esta razão o time alterna boas e más atuações, vitórias e derrotas.
Até o empate entra na categoria de “deixa prá lá”.

Na noite passada, o Corinthians não fez a melhor exibição do mundo, mas poderia ter vencido.
Mesmo com o Flu mordido, querendo a vitória (que interessante, todos querem sempre jogar tudo contra o Timão!) o resultado poderia ser melhor.
Nada que mude o mundo.

Clássico é clássico

Vi  nos jornais que o Palestra perdeu para a Lusa e o Santos foi batido pelo Bahia.
Pelo que diz o noticiário nos jornais, houve protestos de torcedores palestrinos e santistas. No caso dos esmeraldinos, acho um exagero: clássico é clássico e tudo pode acontecer, como diz a mídia. Inclusive uma vitória por 3 gols da Lusa. No caso santista, não sei qual seria uma boa justificativa. Talvez dizer que jogar contra times baianos  é muito difícil. Pode ser.
Alguns acreditarão.

Mudança

Qualquer mudança na legislação desportiva do país precisa estabelecer o fim da  reeleição para os cargos de dirigentes.
Clubes, Federações e Confederações de qualquer esporte devem ter mandatos de até 3 anos e nada mais.
O pessoal dos tais “desportos olímpicos”, que vivem uma “eternidade” nos altos cargos, que procure o que fazer.

Aug 13, 2012

Golaço! E de letra

 

 

O belo gol de Romarinho salvou o fim de semana desportivo de nossa gente.
Um toque de gênio na vitória do Corinthians em Curitiba por 2×1, contra o Coxa. Romarinho mostra, cada dia mais, que pode se tornar um ótimo jogador para o Timão e para a Seleção Brasileira. Não só pelos belos gols que faz  (um deles na primeira linha da história – aquele de Buenos Aires), mas pelo refinado toque de bola que tem. Vamos torcer para que sua carreira avance e ele – numa nova fase – consolide-se como o grande atacante que já dá claros sinais de ser. Tivesse ele o apoio da mídia, como os Lucas, Oscares ou Marcelos da vida, já estaria ocupando todo o espaço de rádios, TVs e jornais.
Melhor assim, seguir contra a maré, sem bajulação, pois a conduta da mídia nada resolve.
Conduta que só dá a ideia,  errada, de que jogador médio é que merece ser rotulado como craque.

Seleção e derrota

A Seleção Brasileira perdeu no sábado, 11/8, para a do México, em jogo que não deixa espaço para choros e caras de brabo.
Perdeu, merecidamente. Trata-se de uma Seleção em que 80% dos jogadores que lá estão poderiam ficar de fora que ninguém sentiria falta. Creio que boa parte deles permaneça por lá, ainda que sem grandes resultados, e com a mídia insistindo que são craques. E este é o time “principal” do Brasil.
Com esta geração jogando esta bola, toda a Copa de 2014 pode se tornar um evento trágico para o “País do Futebol”.

Evento londrino

A abertura e o encerramento das Olimpíadas de Londres foi no mesmo ritmo: lento, arrastado, quase sonolento. Não deixará saudades e não intimida o Rio de Janeiro para daqui 4 anos. Qualquer escola de samba, com uma boa bateria e um razoável carnavalesco, fará uma apresentação muito mais criativa.
Aquela entrada com as Bachianas de Villa-Lobos indica um bom caminho para os organizadores do evento no Brasil.

Bem pior do que a festa londrina foi o desempenho da delegação do Brasil.
Com o Comitê Olímpico Brasileiro recebendo 2,1 bilhões para sua preparação (o dobro do que recebeu o grupo da Itália, e mais do que recebeu a “gigante” Austrália,  1,7 bi), o número de medalhas conquistadas e os índices obtidos foram pífios.  Com o dinheiro todo centralizado no COB, e distribuído para os “amigos” das Confederações, o Brasil faz o trabalho oposto ao que todos os exemplos de sucesso indicam. Nada se investe em Clubes, universidades, escolas e centros de formação de atletas, procurando concentrar-se em gastos administrativos de entidades, qu pouco contribuem para o crescimento dos esportes e devido suporte aos atletas. Com as mudanças na CBF fica cada vez mais difícil manter este reinado de miséria (em vitórias) e de fartura em grana vinda do governo. Vamos torcer para que a Presidente Dilma Roussef venha a ter com os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro a mesma postura que aplicou ao futebol.
Aí, sim, a coisa muda.

Aug 7, 2012

Olimpíadas e futebol

Thomas Eakins, “The Biglen Brothers Racing”, 1873  (reprodução)

Estas Olimpíadas não são a maravilha toda de que falavam por aí.
Primeiro, aquela abertura que mais parecia com Jogos Colegiais de Xiririca. Monótona, arrastada, sem criatividade, dando ao Rio a possibilidade de, mesmo sem grandes esforços, fazer um papel bem melhor.

Agora, nesta edição londrina dos jogos, aparecem confusões por todo o lado. Entrega de resultados em modalidades como o badmiton (sinceramente, nem sabia que isso existia), envolvendo 4 países numa trama ao estilo da máfia. Depois, o  “corpo mole” de algumas equipes para fugirem de confrontos na fase seguinte.
Por último, os casos de doping, já comprovados, que mancham qualquer disputa.

E sempre com um tratamento leve da mídia.
Hoje pela manhã, um brasileiro que não conseguiu classificação, foi direto ao falar com a TV: “não dormi bem”. Pronto, está dada a explicação! Simples, sem qualquer fuga. E a mídia nada diz. Poderia ter perguntado se foi o travesseiro, o aparecimento de uma pulga, ou até mesmo uma goteira no quarto…
Nada, nenhum questionamento.

Imagino se no futebol algum atleta aparecer com esse tipo de justificativa o que ocorreria. Cairia o mundo.  E nem se diga que os olímpicos são atletas “amadores”. Muitas das confederações gastam rios de dinheiro (público) e não são objeto de qualquer cobrança ou indagação.

O COB, bem, o COB  é aquilo que já conhecemos.
Dinheiro sobrando, distribuído para os chapas das confederações.
E grande parte dos recursos é consumida com a própria burocracia olímpica.

É, acho que é melhor acompanhar apenas o futebol.

Aug 6, 2012

Futebol, Olimpíadas e outros


Grant Wood
. “Adolescência”, óleo sobre tela e têmpera, 1932. (reprodução)

Tite, nosso técnico, fez uma análise precisa do empate de ontem, 5/8, em São Januário, contra o Vasco da Gama.
Disse, na Folha, de hoje: “Gostei muito do desempenho, a marcação, a ofensividade. Mas fico com o sentimento de que a gente tem que transformar em vitória, poderia ter vencido.” Também acho.
O Corinthians foi melhor e poderia ter vencido.

Não acho que este empate seja um desastre como a guerra na Síria.
Mas não foi o melhor resultado. Mesmo estando há 6 jogos sem derrota, neste tipo de disputa o importante é vencer. O empate ajuda pouco, quase nada.

Vamos para frente, pois a equipe pode melhorar sua sequência sem derrotas e conseguir vitórias, mudando o campeonato.

“Valeu pela experiência”

Este é o bordão que mais ouço dos atletas brasileiros participantes da Olimpíada londrina.
Valeu para quem? Foi boa a viagem, bons hoteis, ótimos papos. E daí?

A mídia gosta de pegar no pé de jogadores de futebol quando, saindo do gramado, os atletas vêm com aquelas máximas “jogamos com determinação e humildade”; “o professor pediu para marcar no campo todo” etc e tal. Porém pouco falam em relação aos atletas olímpicos, que mantêm sempre a mesma cantilena: “valeu pela experiência”. Reduziram a máxima “o importante é competir” para “o  importante é viajar e estar aqui”.

Oh vida dura!

O Blog do Perrone traz uma interessantíssima matéria sobre um barraco no Tricolor Paulista.
Um empresário (ou será ex?) de um famoso supermercado teria exagerado nas cobranças ao time, ao fazer duras declarações públicas. Diz a matéria que o dito cujo – embora filho de portugueses, abandonou a Lusa – fica mandando, durante os jogos,  mensagens SMS  para o auxiliar técnico, exigindo mudanças na equipe, substituições de jogadores etc. A Diretoria tratou de desautorizar as críticas feitas em público ao treinador tricolor.

Curioso é que, na matéria do Perrone, um Diretor reclama que o empresário deveria trazer a rede de supermercados para anunciar na camisa do time.
Poderia repetir o que fez com o filho, quando corria na Fórmula 1, ou quando um batalhão de atletas era levado para a maratona de Nova York e a mídia divulgava  o incentivo como ” apoio cultural” . Esqueçam , senhores. Isto já não vos pertence mais ! O tal empresário não é mais o dono da rede de supermercados. É grande acionista,  mas não o principal.
Se desejarem falar com o novo investidor majoritário, devem procurar na lista de Paris por um nome argelino.

Aug 5, 2012

O Sr. Derrota

Presidente do COB ocupa o cargo há 17 anos

Do Blog do Nassif

Por Vinicius Carioca

Pede pra sair, Nuzman: o que aprender com o desempenho da Grã-Bretanha nas Olimpíadas

De Kiko Nogueira, No Diário do Centro do Mundo


Nuzman, presidente do COB há 17 anos, reeleito, sem oposição, para mais três

O Brasil, mais uma vez, vai micar.
Já virou uma tradição – ou, numa expressão cara ao meu irmão Paulo, o triunfo da esperança. Olimpíadas têm, no mínimo, uma função importante: inspirar as pessoas a saírem do sofá e praticar esportes. Por que o país não evolui na competiçao? Bem, há muitas explicações. A principal delas nós sabemos: o Brasil não tem uma estrutura que proporcione o surgimento de atletas de outra modalidade que não seja o futebol. Além disso, não há renovação: Cesar Cielo, Fabiana Murer, Bernardinho, Marta, Daiane, Diego Hipólito etc etc. Nada de novo, a não ser na turma do judô.

Mas há um nome que é o mais velho deles e deveria responder por esse desempenho.
Carlos Arthur Nuzman está há 17 anos no Comitê Olímpico Brasileiro, sem trazer resultados expressivos. O que explica esse apego? Em 2000, ele reclamou que não tinha verba e que, se tivesse, transformaria o país em potência olímpica. Bem, contou com 2 bilhões de reais, investidos na preparação para Londres. E aí?

Sim, ele teve um papel importante no fato do Rio de Janeiro ter vencido a disputa para sediar os Jogos de 2016.
Mas o que isso faz dele? Organizador de festas? Em abril, ele foi reeleito até 2016. Foi o único a registrar uma chapa. Nuzman guarda alguma semelhança com Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF. Ambos são especialistas em se perpetuar nos cargos. Teixeira, porém, tem duas vantagens: 1; ele saiu; 2. apesar de tudo, ele entregou resultados importantes durante seu reinado.


Lorde Moynihan: espantado com o baixo número de atletas ingleses vindos de escolas públicas

Nos Estados Unidos, o presidente do Comitê Olímpico é Stephanie Streeter, eleita em março de 2009.
Seu colega chinês, Liu Peng, assumiu em 2008. O presidente do British Olympic Association, BOA, Lorde Moynihan, está lá desde 2005. Seu mandato expira este ano. A Grã-Bretanha deve terminar em terceiro lugar no quadro de medalhas. O Brasil provavelmente estacionará no 25º, atrás de Cazaquistão, Bielorússia, Coreia do Norte, entre outros.

Na semana passada, Moynihan declarou ser inaceitável a desproporção entre medalhistas oriundos de escolas públicas e privadas.
Apenas 7% dos ingleses frequentam escolas particulares – mas metade das medalhas ganhas em Pequim pertencia a alunos dessas instituições. Até agora, o chamado Team GB faturou nove ouros. Quatro são de gente de escolas privadas e um quinto é de um atleta que estudou na Alemanha. ”Nós teremos falhado se, em 2016, olharmos para trás e não acharmos que transformamos nossa paisagem esportiva. Os Jogos de 2012 têm de causar arrepios em cada uma das nossas crianças”.

Nuzman tem visto, provavelmente, as boas práticas em outros lugares.
Há várias lições a aprender. Mas, talvez, a principal delas é a que ele jamais admitirá: quem perde há tanto tempo precisa sair.
Pede pra sair, Nuzman.

Publicado no www.advivo.com.br/luisnassif/

Aug 3, 2012

Briga para vencer

Grant Wood, “Favela”, 1937. (reprodução)

O técnico Tite, no Estadão de hoje, 3/8, deu a nota da música: é preciso tentar fazer o “impossível” para vencer o Campeonato Brasileiro de 2012.
Nada de desistir e ficar dizendo que já tem vaga na próxima Libertadores. Isso é coisa de time médio.

Como diz o técnico, embora a diferença de 16 pontos seja grande, nada impede que o Timão lute por uma sequência de vitórias que, rapidamente, venha alterar o quadro atual.

Muitos dirão que é bobagem.
Nada disso!  No ano passado, como informa a matéria, o Corinthians ganhou 16 de 18 pontos disputados numa sequência que foi decisiva para conquista daquele campeonato.

Destaque-se, por outro lado, que não há nenhuma equipe se sobressaindo na disputa.

Lutar pelo campeonato só ajudará à disputa pelo Bi-Mundial, no final deste ano,  e diferentemente do que querem crer alguns, não desgastará a equipe.


O COB e suas explicações

As lorotas dos dirigentes olímpicos brasileiros, para explicar os resultados “magros” da atual representação nacional, são de dar dó.

Dizer que estamos apenas nos preparando para  as Olimpíadas do Rio-2016 é papo de enrolador.
O COB recebeu o dobro da grana do Comitê Italiano,  mais de 2 bilhões nos últimos 4 anos, como demonstrou o UOL, sem que os resultados se seguissem à chegada destes recursos.

Todo o dinheiro fica com a cúpula (COB e Confederações) e a base só recebe uns pingados.
Clubes, escolas, centros de formação, Universidades, que no primeiro mundo são a base que sutenta vários esportes, aqui são tratados como núcleos secundários. O caminho está errado e os resultados, que refletem esta discrepância, só podem dar nisso.

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