3 pontos foram retirados do Esportivo (RS) após torcedores do clube colocarem bananas em carro de árbitro
ALEX SABINODE SÃO PAULO
“Preto fedido”, gritavam torcedores do Grêmio para o goleiro do Santos, Aranha, durante jogo na última quinta (dia 28) em Porto Alegre. “Macaco”, também berravam em direção ao atleta.
Ao fim do jogo, Aranha expôs sua indignação aos repórteres e demonstrou abatimento no vestiário.
Denúncias de gestos racistas no futebol profissional brasileiro são frequentes.
Levantamento feito pela Folha indica 12 casos desse tipo nos primeiros oito meses deste ano. Ou seja, mais de um episódio de ofensa racial veio à tona por mês em 2014. São situações que envolvem jogadores, árbitros, torcedores ou jornalistas.
De modo geral, as penas não são pesadas e, quando o condenado recorre ao STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), consegue torná-las ainda mais brandas.
Conforme explica o procurador-geral do STJD, Paulo Schmitt, o CBJD [Código Brasileiro de Justiça Desportiva] prevê perda de, no máximo, três pontos para o clube condenado. “No caso de torneio eliminatório, é o mesmo que a exclusão”, diz ele.
Neste ano, a punição mais severa imposta a um time por racismo foi ao Esportivo, do Rio Grande do Sul.
Em março, o árbitro Márcio Chagas da Silva encontrou bananas colocadas em seu carro na saída do estádio de Bento Gonçalves, após partida contra o Veranópolis.
Em decisão do tribunal desportivo estadual, o Esportivo perdeu nove pontos, o que o rebaixaria para a segunda divisão do estadual.
O clube, então, recorreu ao STJD, que diminuiu para três pontos, como determina o CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva).
“A punição ao Esportivo no tribunal local foi um exagero”, acredita Eduardo Carlezzo, advogado especializado em direito desportivo internacional. “Quando o caso foi para o STJD, houve a punição justa”, complementa.
Mesmo com a perda menor de pontos, o Esportivo caiu para a divisão de acesso.
Foi o único caso em 2014 no Brasil em que um time sofreu perda de pontos após episódio de racismo.
MULTAS BAIXAS
O Bandeirante, que disputa a quarta divisão paulista, foi multado em só R$ 2.000 após a torcida ter entoado cantos racistas contra Antonio Carlos Buião, técnico do time do Vocem.
O jogo aconteceu em Birigui, interior de São Paulo, em abril deste ano.
No mesmo mês, pela Copa do Brasil, o volante Marino, do São Bernardo, disse ter sido xingado de “macaco” pela torcida do Paraná Clube.
O time da capital paranaense foi condenado no caso, mas não perdeu pontos. Recebeu multa de R$ 30 mil. Recorreu e conseguiu diminuir para R$ 15 mil.
COM PROPOSTA MILIONÁRIA, ROMARINHO SORRI E DIZ NÃO SABER DE NADA
O Corinthians tem uma proposta na casa dos 7 milhões de euros (R$ 20,75 milhões) por Romarinho, que diz não ter sido informado sobre ela. O ucraniano Shakhtar Donetsk é o principal interessado no atacante, embora o clube do Parque São Jorge trate também com o El Jaish, do Catar.
‘Não sei de nada. Não sei de nada’, afirmou o atleta de 23 anos, com um largo sorriso no rosto, na chegada da delegação alvinegra a São Paulo. De volta de Cuiabá, onde o time perdeu por 1 a 0 para o Bragantino, ele sorriu ainda mais quando sua ignorância em relação à proposta foi ironizada. ‘Para mim, não chegou nada.’
Questionado sobre sua vontade, Romarinho apontou o desejo de permanecer. ‘Quero ficar no Corinthians. Com certeza, muitos títulos virão ainda, muitas conquistas. Tenho muitos objetivos para buscar no Corinthians’, disse, entrando no ônibus da equipe em Cumbica.
O Corinthians tem 40% dos direitos econômicos do atacante, campeão de uma Copa Libertadores, umMundial , um Paulista e uma Recopa Sul-americana em preto e branco. Confirmada a negociação na casa dos 7 milhões de euros, caberia ao clube 2,7 milhões de euros (R$ 8,3 milhões).
Um dos interessados, o El Jaish, é justamente o clube do qual está se desligando Nilmar, atacante que tem o interesse da agremiação do Parque São Jorge. O clube do Catar já negociou com a diretoria alvinegra o empréstimo de Anderson Martins até o meio de 2015.
A mídia anuncia que o Corinthians parcelou mais uma parte de sua dívida fiscal.l . O acordo com a Receita Federal estaria na casa de 100 milhões. Ao aderir a este novo Refis o clube resolveria sua dívida de curto prazo. Ficará, no entanto, com um grande carnê para os próximos 15 anos. As prestações – conforme informam- estarão em ordem crescente.
Com essa medida , espera o Corinthians, que, a partir de agora,não sofrerá novas ações da Justiça Federal.
Esse novo Refis,não afeta o anterior que o clube diz que está pagando e que é objeto de processo por crime fiscal na Justiça Federal.
O Corinthians se virou como pôde para pagar dívidas tributárias que fizeram Andrés Sanchez ser acusado de crime fiscal. O clube usou receitas futuras como garantia para conseguir dinheiro emprestado a fim de quitar os débitos.
Na operação, conhecida como antecipação de receitas, foram usadas verba a ser paga pela Globo para transmitir jogos da equipe e repasse da CBF.
Praticamente de uma só vez, a direção corintiana precisou de cerca de R$ 21 milhões. De acordo com a “Folha de S.Paulo”, foram gastos R$ 15 milhões referentes a impostos que teriam sido retidos na fonte em 2010 e não repassados aos cofres públicos. O pagamento da dívida pode interromper a ação contra Andrés, Raul Corrêa da Silva, diretor financeiro, André Luiz de Oliveira, ex-diretor administrativo, e Roberto de Andrade, ex-diretor de futebol e pré-candidato à presidência do Corinthians.
Entre R$ 5 milhões e R$ 6 milhões também foram desembolsados para o alvinegro conseguir a inclusão no Refis (programa de refinanciamento fiscal do Governo Federal). Esse valor foi dado como entrada a fim de parcelar dívidas fiscais de aproximadamente R$ 126 milhões feitas enquanto Andrés era presidente do clube, conforme noticiou nesta terça o blog do Rodrigo Mattos.
O gasto acontece num momento em que o clube tem dificuldades para honrar seus compromissos e em que está com o dinheiro contado para atender ao pedido de Mano Menezes e contratar mais um atacante e um zagueiro.
A família Ermírio de Moraes sempre apoiou o Corinthians. O clube, nas últimas décadas, vem prestando seguidas homenagens a estes ilustres brasileiros e corinthianos.
Aqui temos fotos do busto do Senador José Ermírio de Moraes, que muito auxiliou o clube na construção do parque aquático. Também o busto de sua esposa, dona Helena, que encontra-se a décadas no conjunto aquático corinthiano.
Em 2002, o Corinthians prestou também significativa homenagem ao Dr. José Ermírio de Moraes Filho com um busto na entrada do clube.
Nesta semana, em que faleceu Antonio Ermírio de Moraes, conselheiro vitalício do Corinthians, lembramos da relação desta ilustre família com o nosso clube.
O senador José Ermírio de Moraes foi o grande construtor do Império Votorantim, o maior grupo empresarial brasileiro. Era um ferrenho defensor do “nacionalismo”, bandeira de luta trazida ainda com o governo Getúlio Vargas. Construiu suas empresas no calor de uma dura luta contra grupos internacionais que queriam explorar- a sua modo e interesse- as riquezas minerais do pais. Formado engenheiro nos Estados Unidos foi de uma vanguarda que enfrentou os cartéis e grupos estrangeiros que por aqui chegaram.
Além de grande empresário foi participante da luta politica. No início dos anos 60 elegeu-se senador no seu estado natal de Pernambuco, em histórica campanha onde o candidato a governador de seu grupo era o jovem Miguel Arraes. Venceram os dois em campanha que os grupos conservadores tudo fizeram para impedir que os dois “nacionalista” conquistasse o mandato.
Foi senador pelo PTB e durante seu mandado atraiu o ódio das elites conservadoras de todo o pais. O menor grito contra ele era que era “comunista”, embora fosse o maior empresário do pais e tivesse sua formação na democracia americana. Sua luta em defesa da Nação era atacada por todo lado, inclusive na grande imprensa.
O empresário Fernando Gasparian, outro grande nacionalista, falava com grande euforia do Senador.
Com o Movimento de 1964 vitorioso o grande empresário filiou-se ao MDB e continuou sua dura luta no Senado, num momento em que os grupos estrangeiros ganhavam todas as vantagens do Poder então dominante. Sua voz forte, corajosa era duramente combatida pelas forças reacionárias.
Suas empresas sofreram todo tipo de retaliação por parte dos governos militares com corte de créditos, pressão fiscal e tudo mais. Só não quebrou poque era um homem de luta, embora nunca tenha esquecido uma advertência de um ministro do governo de então, que dizia ser objetivo das forças conservadoras e da Administração “quebrar o grupo”.
Perseguido por todo lado, sempre manteve suas posições políticas. Em 1970, já no MDB, concorreu reeleição em campanha duríssima. Estava doente. Muito doente. E as forças conservadoras tinham uma missão: tirar-lhe o mandato de senador. Gastaram um mar de dinheiro e derrotaram o senador que quase não podia fazer campanha.
Era homem de lutas e idéias ( diferente dos filhos que já não queriam confrontos), deixou o exemplo de uma grande brasileiro.
Para que melhor se conheça o valente senador José Ermírio de Moraes trago trechos de seu pronunciamanto em 28 de outubro de 1969 onde resume suas proposta para o Brasil:
…baseados em nossa longa experiência de empresas, tomamos a liberdade de sugerir.. alguns pontos da nossa economia… que darão ao nosso país uma posição de realce no cenário mundial :
1- Organizar um programa para, dentro de 2 décadas, exportar pelo menos 80% dos seus produtos minerais já industrializados internamente.
2-Industrializar os seus produtos agropecuários, a fim de conseguir maior rendimento e mão-de-obra imensa a uma população que cresce à razão de quase 3% ao ano, elevando o PNB per capita.
3- Observar atentamente os preços mais favoráveis dos mercados internacionais para venda e compra dos produtos minerais e agrícolas, fazendo acordos para garantir preços compensadores.
4- Criar leis nacionalistas, beneficiando sòmente empresas com maioria de capital brasileiro.
5- Criar um sistema de modo a dedicar no orçamento 20% para a Educação e 10% para a saúde, aumentando e melhorando a educação universitária que em vários Estados tem decaído na qualidade do Ensino.
6- Duplicar o rendimento por hectare em todas as àreas agrícolas do pais por meio de preparo do solo, calagem, fertilização, seleção de sementes, rotação de cultura, extinção de pragas e irrigação adequada para garantir safras plantadas, organizando a mecanização da lavoura e o transporte a granel da produção….
7- Selecionar àreas de plantação de café, soja, algodão, milho, cacau, trigo, cana-de-açucar, arroz e outros produtos agrícolas, a fim de evitar desperdício de tempo e despesas nos respectivos plantios.
8- Determinar às Caixas Econômicas Federais para financiar equipamentos agrícolas destinados à produção.
9- Reduzir os juros e fazer financiamentos a longo prazo à agricultura e à industria, propiciando a criação de novas empresas , e evitar a properidade exagerada da indústria do dinheiro, acompanhando de perto as companhias de investimento para não abusarem dos juros cobrados num ramo de negócio tão necessário ao desenvolvimento nacional.
10- Controlar a importação dos produtos dispensáveis.
11- Valorizar as empresas brasileiras nas obras governamentais, não permitindo a concorrência desleal de firmas estrangeiras.
12- Administrar de forma que as rendas básicas da nação sejam realizadas com a produção de artigos que não tenham grande consumo desnecessários, prejudicando a poupança nacional.
13- Controlar os preços de venda dos fertilizantes e também a propaganda excessiva dos mesmo em todo país.
14- Proibir que firmas estrangeiras ou brasileiras tenham postos privativos.
15- Examinar cuidadosamente a situação das patentes, royalties e assitência técnica em vigor a fim de evitar a saída desnecessárias de divisas.
16- Combinar com os governos estaduais e municipais determinando rever favores dados a grupos industriais que muito prejudicam o Estado e o Muncipio, especialmente o do ICM.
17- Evitar com firmeza a desnacionalização do país.
18- Não permitir que o governo federal nem os Estaduais façam emprestimos no exterior a prazo curto e para fins não rentáveis.
19- Não permitir ao facilitar a implantação de indústrias ociosas no pais.
20- Desenvolver o transporte marítimo , ferroviário e lacustre por serem os mais baratos e que tem capacidade para transportar maiores volumes.
21- Desenvolver o transporte a granel e também aparelhar para embarque e desembarque de cofres de carga , evitando o grande prejuízo com a perda de sacaria.
22- Orientar de forma que os salários sejam aumentados sempre um pouco acima dos índices do custo de vida, para que o trabalhador possa fazer uma pequena poupança, sendo absolutamente necessário que, concomitantemente, dêem-se condições para que haja eficiência e aumento da rentabilidade no trabalho , para evitar a inflação.
23- Intensificar a pesquisa mineral e cintefica, orientando convenientemente os órgãos especializados.
24- Evitar a criação de monopólios, pois qualquer ramo industrial ou comercial que esteja em mãos de um só ou de grupos interligados- notadamente estrangeiros- não poderá correponder as urgentes necessidades nacionais.
25- Procurar desenvolver a Amazônia, integrando o nordestino nas regiões onde haja trabalho, dando-lhe condições adewquadas de vida.
26- Fiscalizar severamente as autarquias e órgãos governamentais a fim de evitar o excesso de pessoal e ociosidade.
27-Dialogar com todos aqueles que trabalham para o bem do país.
28- Evitar que politicos façam suas campanhas a custa de favores dados por organizações ou grupo comerciais e industriais.
29- Evitar candidatura a qualquer cargo de politicos inescrupulosos que tenham se enriquecido ilicitamente e a nenhum cidadão que receba favores do Governo.
30-Controlar e punir as especulações de títulos nas bolsas de valores e regular o mercado paralelo, evitando a instituição de meios ílicitos, como cheques pré-datados e muitas outras formas de abuso.
31- Dar todo apoio e recursos à PETROBRÁS , mesmo se for estabelecendo algumas leis concedendo empréstimos das companhias particulares para desenvolvimento dessa magnífica e necessária empresa estatal.
32- Desenvolver , de acordo com o novo program do MME, a pesquisa do carvão nacional nas principais regiões carboníferas , pois, recentemente, há um grande melhoramento na técnica do uso de carvão, inclusive da redução do consumo de coque na siderurgia e também no seu uso na fabricação de muitos produtos químicos.
33- Proibir aos governos federal, estadual e municipais , a propaganda exagerada das obras realizadas por ser desnecessária e dar margem a justas críticas.
34- Melhorar as condições de vida do trabalhador rural …. apoio do Banco Nacional de Habitação, que deve contar com os recursos necessários para financimento de moradias na zona rural e não sómente nas cidade.
Getúlio Vargas é, até os dias atuais, um presidente “bem avaliado”, como afirmam os institutos de pesquisa. Comandou uma revolução, em 1930, que derrubou a velha República e realizou grandes mudanças no país. Por dois períodos (um como ditador, outro como presidente eleito) enfrentou grande inimigos, produziu reformas que mudaram o Brasil. Criou a CLT – até hoje o código que regula o trabalho; implantou a Justiça Eleitoral ( embora governasse ditatorialmente) ; criou as base para o progresso industrial do país com a fundação da Petrobrás, Companhia Siderúrgica Nacional; Vale o Rio Doce; Cia de Energias Elétricas etc. É um marco no Brasil como Roosevelt é nos Estados Unidos. De forma correta colocou ( na Segunda guerra) o Brasil ao lado dos Estados Unidos, embora tivesse grande pressão interna de apoiadores do Eixo. Seu suicídio parou o país. E marcou tudo o que veio em seguida até os dia atuais. A carta que ele deixou é um documento da maior importância da história do Brasil.
VERSÃO MANUSCRITA:
“Deixo à sanha dos meus inimigos, o legado da minha morte. Levo o pesar de não ter podido fazer, por este bom e generoso povo brasileiro e principalmente pelos mais necessitados, todo o bem que pretendia. A mentira, a calúnia, as mais torpes invencionices foram geradas pela malignidade de rancorosos e gratuitos inimigos numa publicidade dirigida, sistemática e escandalosa.
Acrescente-se a fraqueza de amigos que não defenderam nas posições que ocupavam à felonia de hipócritas e traidores a quem beneficiei com honras e mercês, à insensibilidade moral de sicários que entreguei à Justiça, contribuindo todos para criar um falso ambiente na opinião pública do país contra a minha pessoa.
Se a simples renúncia ao posto a que fui levado pelo sufrágio do povo me permitisse viver esquecido e tranqüilo no chão da pátria, de bom grado renunciaria.
Mas tal renúncia daria apenas ensejo para, com mais fúria, perseguirem-me e humilharem-me.
Querem destruir-me a qualquer preço. Tornei-me perigoso aos poderosos do dia e às castas privilegiadas.
Velho e cansado, preferi ir prestar contas ao Senhor, não dos crimes que não cometi, mas de poderosos interesses que contrariei, ora porque se opunham aos próprios interesses nacionais, ora porque exploravam, impiedosamente, aos pobres e aos humildes.
Só Deus sabe das minhas amarguras e sofrimentos.
Que o sangue dum inocente sirva para aplacar a ira dos fariseus.
Agradeço aos que de perto ou de longe me trouxeram o conforto de sua amizade.
A resposta do povo virá mais tarde…”
CARTA DATILOGRAFADA:
“Mais uma vez as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se e se desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam; e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes.
Sigo o destino que me é imposto. Depois de decênios de domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais, fi z-me chefe de uma revolução e venci.
Iniciei o trabalho de libertação e instaurei o regime de liberdade social. Tive de renunciar. Voltei ao governo nos braços do povo.
A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho. A lei de lucros extraordinários foi detida no Congresso. Contra a Justiça da revisão do salário mínimo se desencadearam os ódios.
Quis criar a liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobras, mal começa esta a funcionar a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculada até o desespero. Não querem que o povo seja independente.
Assumi o governo dentro da espiral inflacionária que destruía os valores do trabalho. Os lucros das empresas estrangeiras alcançavam até 500% ao ano. Nas declarações de valores do que importávamos existiam fraudes constatadas de mais de 100 milhões de dólares por ano. Veio a crise do café, valorizou-se nosso principal produto. Tentamos defender seu preço e a resposta foi uma violenta pressão sobre a nossa economia a ponto de sermos obrigados a ceder.
Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora, resistindo a uma pressão constante, incessante, tudo suportando em silêncio, tudo esquecendo e renunciando a mim mesmo, para defender o povo que agora se queda desamparado. Nada mais vos posso dar a não ser o meu sangue. Se as aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida.
Escolho este meio de estar sempre convosco. Quando vos humilharem, sentireis minha alma sofrendo ao vosso lado. Quando a fome bater à vossa porta, sentireis em vosso peito a energia para a luta por vós e vossos filhos.
Quando vos vilipendiarem, sentireis no meu pensamento a força para a reação.
Meu sacrifício vos manterá unidos e meu nome será a vossa bandeira de luta. Cada gota de meu sangue será uma chama imortal na vossa consciência e manterá a vibração sagrada para a resistência. Ao ódio respondo com perdão. E aos que pensam que me derrotam respondo com a minha vitória. Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo, de quem fui escravo, não mais será escravo de ninguém.
Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue terá o preço do seu resgate.
Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na história
Faleceu, em São Paulo, na última noite, o conselheiro do Corinthians Dr. Antônio Ermirio de Moraes. Era dos mais antigos conselheiros vitalício do clube e prestou grande colaboração a nossa agremiação.
Seguindo os passos de seu pai, Senador José Ermírio de Morais e de sua mãe, D. Helena, sempre apoiou o Corinthians. Com seu irmão, José Ermírio de Morais, ajudou nas mais importantes obras do Timão. O parque aquático do clube foi construido com doação de cimento de suas fábricas. Igualmente outros prédios edificados nas últimas décadas sempre receberam apoio da familia .
Seus pais ( Senador José Ermírio e sua mãe D. Helena) foram homenageados pelo clube com bustos e agradecimento público dos corinthianos. Também seu irmão -José- foi eternizado com busto colocado na entrada do Corinthians.
Agradecido, apresentamos à família nosso votos de pesar pelo falecimento.
Barcos marca dois e Grêmio derrota o Corinthians em casa
VÍTOR MARQUES – O ESTADO DE S. PAULO
Depois de um primeiro tempo fraco, gols de argentino dão vitória aos gaúchos; Guerrero, que foi expulso, marcou tento dos paulistas
Mal havia começado o segundo tempo quando Barcos, num intervalo de três minutos, fez dois gols numa pane (mais uma) do sistema defensivo do Corinthians. A derrota por 2 a 1 para o Grêmio foi decidida nesse momento.O time de Mano Menezes perdeu seu primeiro jogo como visitante no Campeonato Brasileiro e caiu para o quarto lugar na tabela de classificação, atrás de Cruzeiro, São Paulo e Internacional.Depois de sofrer os dois gols relâmpagos, o Corinthians até encontrou forças para buscar o empate. A bola na trave, num chute de Ralf, poderia ter entrado, e o juiz Heber Roberto Lopes poderia ter marcado um pênalti em lance polêmico.Num bate-rebate dentro da área do Grêmio, a bola tocou no braço de Werley, desviando a trajetória de um chute de Romarinho. No final, Guerrero acertou uma cabeçada em Alan Ruiz e foi expulso.
Duas lições podem ser tiradas dessa derrota. Uma positiva. O Corinthians não jogou mal, apesar de erros de marcação nos gols de Barcos. Mano já havia voltado para casa com um ponto ou até com vitória com sua equipe jogando mal. A outra constatação. A defesa repetiu problemas de posicionamento, como havia acontecido contra o Goiás. Os dois gols de Barcos nasceram em jogada em cima do lado direito da defesa. Erros como esse não têm relação com a saída de Cleber.
No domingo, o Corinthians iniciou o jogo com duas mudanças em relação ao último jogo, a goleada sobre o Goiás por 5 a 2. Uma delas já esperada: a troca de Romero por Luciano, em alta pelos três gols marcados na quinta-feira.
Na prática, do ponto de vista ofensivo, a alteração não surtiu efeito. Luciano poderia ter mais presença de área. Quem deveria estar enfiado no meio dos zagueiros, Guerrero, jogou deslocado na ponta esquerda. O time perdeu um centroavante. A entrada de Luciano é boa para Jadson, que joga na faixa central. O que aconteceu de melhor foi a escolha de Lodeiro como titular. Canhoto, foi bem pelo lado esquerdo e tornou o time mais ofensivo e rápido.
O primeiro tempo foi disputado. O Corinthians teve o controle do jogo e das ações. Atacou mais, ainda que com pouca objetividade. O Grêmio, bem ao estilo Felipão, marcou muito bem o setor de meio de campo, obrigando Lodeiro, Jadson e Elias a trocarem passos curtos. O Corinthians só chegou ao ataque em condição de marcar o primeiro gol uma única vez, aos 44 minutos, quando Elias apareceu como elemento surpresa. Ele só não teve força suficiente para bater bem na bola.
Após a pane no início do segundo tempo, Mano refez o Corinthians. Sacou Lodeiro e colocou Romero. O time ficou com três atacantes e melhorou. Mais que isso: os jogadores não desmoronaram após os dois gols relâmpagos de Barcos e souberam voltar para o jogo.
Tão logo Guerrero diminuiu, aos 16, o Corinthians manteve o time no ataque viu o empate como algo palpável. O Grêmio, contudo, não recuou. E atacou com perigo com Dudu, passou a investir no contra-ataque e poderia até ter feito os 3 a 1. Pelo Brasileiro, o Corinthians recebe o Fluminense, domingo, no Itaquerão. Antes, na quarta-feira, o time viaja a Cuiabá para jogar contra o Bragantino pela Copa do Brasil.
FICHA TÉCNICA:
GRÊMIO 2 X 1 CORINTHIANS
GRÊMIO – Marcelo Grohe; Matías Rodríguez, Werley, Rhodolfo e Zé Roberto; Ramiro, Felipe Bastos, Luan (Matheus Biteco) e Giuliano (Alan Ruiz); Dudu e Barcos (Walace). Técnico: Luiz Felipe Scolari.
CORINTHIANS – Cássio; Fagner, Gil, Anderson Martins e Fábio Santos (Uendel); Ralf, Elias, Lodeiro (Romero) e Jadson; Luciano (Romarinho) e Guerrero. Técnico: Mano Menezes.
GOL – Barcos, aos 20 segundos e aos quatro minutos, e Guerrero, aos 16 minutos do segundo tempo.
ÁRBITRO – Héber Roberto Lopes (SC).
CARTÕES AMARELOS – Anderson Martins, Lodeiro, Elias (Corinthians); Rhodolfo, Matheus Biteco (Grêmio).
CARTÃO VERMELHO – Guerrero (Corinthians).
RENDA – R$ 1.413.807,00.
PÚBLICO – 32.294 pagantes (34.335 presentes).
LOCAL – Arena do Grêmio, em Porto Alegre (RS).
Atuações, por Vitor Marques
Cássio: “vendido” nos dois gols;
Fagner: Defesivamente , um fiasco;
Gil: Falhou no primeiro bote no lance do segundo gol de Barcos;
Anderson Martins: Perdeu o confronto com Barcos;
Fábio Santos: Perdido na marcação;
Uendel: Presente no apoio;
Ralf: Tambem esteve desatento;
Lodeiro: Bom trabalho pelo lado esquerdo;
Romero: Matou um contra-ataque com um erro bobo de passe;
Jadson: Vem caindo de produção;
Luiciano: Fez três gols contra o Goiás, mas decepcionou como titular;
Romarinho: Pouco melhorou o time;
Guerrero: É centroavante ou um ponta?
Mano Menezes: Repete um problema: quando o time ataca mais, sofre na defesa.
Os clubes precisam controlar seus déficits, limitar seus custos, pagar em dia seus contratos de trabalho, parar de antecipar receitas e padronizar seus balanços
‘Os problemas costumam surgir depois, e não antes, da lei”, foram as palavras usadas pela presidente Dilma Rousseff em reunião com o Bom Senso, quando ela se referia justamente à inexistência de amarras necessárias para que a Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte (LRFE) funcione devidamente. Pelo mesmo motivo, os atletas defendem mudanças na LRFE e têm se colocado veementemente contra sua aprovação “às pressas”, como querem alguns dirigentes de clubes de futebol.
Aqueles que a defendem costumam dizer que a lei está redonda, que “tudo está lá”, que muitas das sugestões propostas pelo Bom Senso já foram incorporadas à LRFE. Mas, no fundo, a proposta atual exige, em contrapartida ao parcelamento da dívida dos clubes, apenas a apresentação de Certidão Negativa de Débito (CND), uma vez por ano, como garantia “inquestionável” de uma gestão transparente no futebol. Ademais, cita o pagamento dos contratos, o equilíbrio econômico-financeiro e outros termos que costumam qualificar os mais “bem-intencionados” projetos de lei. Porém, o fato de inserir estes itens (não detectados pela CND) e não definir quem os fiscalizará e quais serão as punições em caso de infração é o que torna sua redação insuficiente.
Quantos são os clubes, por exemplo, que recebem patrocínio da Caixa — empresa pública que exige a CND — e nem por isso estão em dia com as suas dívidas fiscais e trabalhistas?
Não temos dúvida de que a lei, se aprovada, será mais uma incapaz de solucionar o problema para o qual ela foi criada, a não ser que a intenção seja apenas beneficiar os dirigentes, livrando-os de possíveis ações civis e criminais — apropriação indébita — e liberando verba (retida pela Receita) para que a gastança e a impunidade continuem sem controle.
Reitero, a proposta atual age sobre os sintomas (as dívidas fiscais) e se esquece da causa (a má gestão), ou seja, em breve a doença retornará, pois o que levou os clubes ao estado em que se encontram é a inexistência de critérios rigorosos de fiscalização e punição.
Diferentemente do que têm declarado na mídia alguns dirigentes, as mudanças que queremos na LRFE não tratam, sob hipótese alguma, de abrandar as punições aos clubes. O Bom Senso defende, sim, o rebaixamento em caso de não apresentação da CND. Porém, acreditamos e defendemos mais tipos (além da CND) e maior frequência de fiscalização e de punição (aviso, proibição do registro de jogadores, rebaixamento).
Para que esse controle seja eficiente, é necessária a criação de um órgão de fiscalização independente que faça um acompanhamento contínuo dessas gestões. Em outros termos, os clubes precisam controlar seus déficits, limitar seus custos, pagar em dia seus contratos de trabalho, parar de antecipar receitas e padronizar seus balanços, sob a supervisão atenta desse órgão que aplicará medidas disciplinares aos infratores.
A LRFE é a oportunidade que temos de exigir contrapartidas importantes e proporcionar aos clubes um padrão de gestão financeira capaz de resgatar o futebol brasileiro, não apenas sanar suas dívidas.
*Paulo André é jogador de futebol e integrante do Bom Senso F. C.