Corinthians empata com o São Paulo e vai reeditar a final de 1977
Gazeta Esportiva
Jô só enfrentou o São Paulo neste domingo, dia de São Jorge, porque o zagueiro Rodrigo Caio inocentou o rival em uma jogada de cartão amarelo há uma semana, no Morumbi. E foi justamente o centroavante, em um lance com suspeita de impedimento, quem abriu caminho para o empate por 1 a 1 em Itaquera e a consequente classificação do Corinthians à decisão do Campeonato Paulista. O argentino Lucas Pratto igualou o placar.
A adversária da final será a Ponte Preta, algoz de Santos e Palmeiras nas fases anteriores, em uma histórica reedição dos três confrontos que decidiram o Campeonato Paulista de 1977. Há 40 anos, o Corinthians superou o time de Campinas com um gol do ídolo Basílio e encerrou um jejum de quase 23 anos sem a conquista de um título expressivo.
Para alcançar a decisão e acabar com o estigma de quarta força do Estado, crítica decorrente da temporada ruim de 2016 e dos investimentos escassos no elenco de 2017, o Corinthians já havia derrotado o São Paulo na primeira partida das semifinais. No último domingo, fez 2 a 0 no Morumbi, com gols de Jô, de novo, e do meia Rodriguinho.
Ao São Paulo, restará esperar o compromisso de volta da Copa Sul-Americana para disputar um novo mata-mata. O reencontro com o Defensa y Justicia, com o qual o time de Rogério Ceni empatou por 0 a 0 na Argentina, será em 11 de maio, no Morumbi. Um dia antes, o Corinthians visitará a Universidad de Chile, que bateu por 2 a 0 em Itaquera, em Santiago.
O Jogo – A vantagem construída pelo Corinthians no Morumbi já fazia muitos projetarem a reedição da final do Campeonato Paulista de 1977. Presente em um dos setores de imprensa de Itaquera, pois comentaria o clássico para uma emissora de rádio, Basílio era um dos poucos cautelosos. Ao menos quando estava no ar. “Não posso falar que já está definido”, sorriu o autor do gol do título corintiano de quatro décadas atrás.
Nas arquibancadas, preenchidas apenas por torcedores do Corinthians por conta de medida de segurança que vigora no Estado, também prevalecia o otimismo. Um mosaico foi formado no setor leste de Itaquera quando o time da casa e o São Paulo pisaram no gramado: “Tu és orgulho”.
Eliminado da Copa do Brasil pelo Internacional na última vez em que esteve em Itaquera, o Corinthians tinha a missão de realmente orgulhar o seu público. Para tanto, adotou a sua postura tática habitualmente cautelosa, apesar de Guilherme Arana ter empolgado os torcedores com uma tentativa de passar a bola entre as pernas de Gilberto em sua primeira participação no clássico.
Era o São Paulo, contudo, que precisava se mostrar ousado na Zona Leste paulistana. Rogério Ceni apostou justamente em Gilberto para compor um trio ofensivo com o argentino Lucas Pratto e o peruano Cueva, com quem o atacante se alternava entre os lados direito e esquerdo do ataque, e viu a sua equipe acuar a rival.
Logo aos três minutos, o São Paulo criou grande chance para abrir o placar. Pratto recebeu a bola na direita da grande área e bateu cruzado, para fora, iniciando a pressão são-paulina. O Corinthians ainda colaborava com a iniciativa dos visitantes, com uma série de passes errados.
Quando enfim acertou algumas triangulações, os donos da casa incomodaram o goleiro Renan Ribeiro. Aos 24 minutos, Rodriguinho se inspirou no gol marcado no Majestoso passado e arriscou a conclusão de fora da área, para a linha de fundo. Mais tarde, aos 38, ele preferiu acionar Romero na esquerda, e o paraguaio chutou na trave.
A bola entrou na última oportunidade do Corinthians no primeiro tempo. Aos 46 minutos, Jadson cobrou falta na área, e Pratto subiu junto com a defesa são-paulina para tentar afastar. Jô dominou na entrada da pequena área e arrematou para dentro em posição duvidosa – logo ele, que só estava em campo porque Rodrigo Caio teve fair play no jogo de ida. O assistente Alex Ang Ribeiro não correu para o meio-campo, mas o árbitro Flávio Rodrigues de Souza confirmou o gol.
Impedido ou não, Jô permitiu que o Corinthians retornasse do vestiário com ainda mais tranquilidade para disputar o segundo tempo. Do outro lado, a paciência de Rogério Ceni durou pouco além de dez minutos, quando decidiu trocar Gilberto e Júnior Tavares por Chávez e Luiz Araújo.
O São Paulo, então, lançou-se ao ataque de maneira desesperada. Embora tivesse volume de jogo, quase não chutava a gol, tal qual no primeiro tempo. Para piorar, deixava-se irritar pela marcação corintiana. Uma confusão na ponta esquerda do ataque visitante, por exemplo, resultou em cartões amarelos para Thiago Mendes e Guilherme Arana.
O cenário agradou à torcida do Corinthians, entusiasmada nas arquibancadas, que vibrava com cada desarme e enchia-se de esperança nos contra-ataques. Caminhando de um lado a outro da área técnica, desolado, Ceni resolveu apostar sua última ficha na tentativa de reverter o panorama da semifinal com a entrada de Thomaz na vaga de Cueva.
No Corinthians, os torcedores pediram a entrada de Pedrinho. Carille preferiu mandar a campo primeiro Léo Jabá, no lugar do ovacionado Romero. Depois, Moisés substituiu Arana. Àquela altura, o público da casa já gritava “olé” para a troca de passes corintiana.
A euforia só foi brevemente interrompida aos 38, quando Pratto recebeu lançamento e finalizou na saída de Cássio para empatar o jogo. As esperanças são-paulinas de atingir uma virada heroica, entretanto, duraram pouco. Três minutos depois, quando Kazim já ocupava o posto de Jô no comando do ataque do Corinthians, Thiago Mendes foi punido com um segundo cartão amarelo e despediu-se do Campeonato Paulista mais cedo do que os seus companheiros.
FICHA TÉCNICA CORINTHIANS 1 X 1 SÃO PAULO
Local: Estádio de Itaquera, em São Paulo (SP) Data: 23 de abril de 2017, domingo Horário: 16 horas (de Brasília) Árbitro: Flávio Rodrigues de Souza (SP) Assistentes: Alex Ang Ribeiro (SP) e Herman Brumel Vani (SP) Público: 43.008 pagantes (total de 43.394) Renda: R$ 2.667.936,30 Cartões amarelos: Rodriguinho, Guilherme Arana, Léo Jabá e Jadson (Corinthians); Thiago Mendes, Wesley e Chávez (São Paulo) Cartão vermelho: Thiago Mendes (São Paulo)
Gols: CORINTHIANS: Jô, aos 46 minutos do primeiro tempo; SÃO PAULO: Lucas Pratto, aos 38 minutos do segundo tempo
CORINTHIANS: Cássio; Fagner, Balbuena, Pablo e Guilherme Arana (Moisés); Gabriel, Maycon, Jadson, Rodriguinho e Romero (Léo Jabá); Jô (Kazim) Técnico: Fábio Carille
SÃO PAULO: Renan Ribeiro; Wesley, Maicon, Rodrigo Caio e Júnior Tavares (Luiz Araújo); Jucilei, Thiago Mendes e Cícero; Cueva (Thomaz), Lucas Pratto e Gilberto (Chávez) Técnico: Rogério Ceni
CORINTHIANS JOGA MAL, SUCUMBE NA ARENA E CAI NA COPA DO BRASIL
O Corinthians está fora da briga pelo título da Copa do Brasil 2017. Mesmo depois de voltar do Beira-Rio com 1 a 1 na bagagem, o Timão não foi páreo para o Internacional na noite desta quarta-feira, voltou a empatar pelo mesmo placar no tempo normal e acabou eliminado da competição nos pênaltis, por 4 a 3.
Pelo lado do Internacional, Brenner, Valdívia, Victor Cuesta e Diego converteram suas cobranças; William e Léo Ortiz desperdiçaram. Já pelo Corinthians, Jadson, Jô e Fagner marcaram, enquanto Maycon, Marquinhos Gabriel e Guilherme Arana perderam.
A equipe alvinegra volta a campo no próximo domingo, diante do rival São Paulo, às 16h (de Brasília), na mesma Arena, pela segunda e decisiva semifinal do Campeonato Paulista. O time de Carille poderá até perder por 1 a 0 que ainda assim estará na decisão do torneio estadual.
PRIMEIRO TEMPO
Reforçado com Jadson e Jô, poupados do empate por 1 a 1 no Beira-Rio, o Corinthians não demorou a mostrar serviço dentro de seus domínios. O lado esquerdo da defesa do Internacional, protegido pelo ex-Timão Uendel, cedia espaços às investidas de Fagner. E foi pelo setor do camisa 23 que a equipe de Fábio Carille encontrou o primeiro gol.
Aos sete minutos da etapa inicial, Fagner arremessou lateral para a grande área. O centroavante Jô, cercado de defensores gaúchos, conseguiu resvalar na bola, toque suficiente para desmontar o esquema de Antônio Carlos Zago: livre na soba, o volante Maycon bateu no canto esquerdo do goleiro Marcelo Lomba e abriu o placar na Arena Corinthians.
Pouco depois, Jô, que havia ido às redes no clássico contra o São Paulo do último fim de semana, teve oportunidade para ampliar o marcador. Em rápido contra-ataque, Rodriguinho deu passe em profundidade para o camisa 7, que avançou em direção à área colorada e finalizou forte, à esquerda de Lomba, mas para fora.
O começo promissor do Corinthians frente a um Internacional afobado e desorganizado taticamente acabou interrompido aos dez minutos. Isso porque torcedores situados no setor Norte do estádio alvinegro, destinado às torcidas organizadas, acenderam sinalizadores, o que obrigou o árbitro carioca Marcelo de Lima Henrique a paralisar a partida por quatro minutos.
A temperatura dentro das quatro linhas baixou dali em diante. Com o regulamento sob os braços, o Timão de Carille abriu mão da posse de bola e adotou como plano A o contra-ataque pelas beiradas do campo. O objetivo quase foi concluído com sucesso aos 47, quando Fagner tabelou com Rodriguinho, avançou à linha de fundo e cruzou rasteiro. O próprio camisa 26 dominou na entrada da área e, bloqueado pela zaga colorada, optou pelo passe a Romero, à esquerda. O atacante paraguaio, porém, bateu de chapa e viu Lomba fazer grande defesa.
“Temos de continuar jogando como estamos. Temos uma boa vantagem. Nossa equipe começou bem, mas baixamos um pouco. Fui tentar dominar a bola para chutar de esquerda, mas ela deu continuidade e sobrou para o Maycon”, disse Jô antes de seguir para o vestiário.
SEGUNDO TEMPO
O Internacional voltou a campo a fim de furar o sistema defensivo corinthiano e, quem sabe, levar a decisão para as penalidades máximas. Ainda assim, o primeiro a dar as cartas no período complementar foi o Timão.
Aos onze, Ángel Romero, válvula de escape da equipe de Carille, avançou pela esquerda livre de marcação. O atacante dominou com categoria e cruzou na medida para Rodriguinho, artilheiro do Corinthians na Copa do Brasil com dois gols, cabecear para fora. Mais uma chance perdida pelos donos da casa, que, a essa altura, preocupavam a maioria dos 32.352 mil torcedores presentes nas arquibancadas – público, aliás, que rendeu à Arena a quebra da marca de 3 milhões de expectadores.
Com o esquadrão alvinegro já sem o ímpeto ofensivo dos primeiros 45 minutos, Fábio Carille tentou achar a solução no banco de reservas. Sacou Romero e Gabriel para as respectivas entradas de Clayton e Marquinhos Gabriel.
Quis o destino que o primeiro deles, recém-contratado do Atlético-MG, tivesse a classificação do Corinthians nos pés. O atacante, dono da camisa 9, ficou com a sobra na pequena área, mas arrematou por cima da meta de Lomba, que pouco havia trabalhado na segunda etapa.
As exaustivas oportunidades perdidas, somadas à competência do Internacional, levaram a decisão para as cobranças de pênalti. Melhor para os gaúchos, que venceram após o lateral-esquerdo Guilherme Arana arrematar para longe do gol de Lomba. Uma eliminação justa a quem se fechou dentro de seus domínios e fracassou ao matar no peito a classificação às oitavas de final da Copa do Brasil.
ESCALAÇÕES
Corinthians: Cássio, Fagner, Balbuena, Pablo e Guilherme Arana; Gabriel, Maycon, Jadson, Rodriguinho e Romero; Jô
Internacional: Marcelo Lomba, William, Léo Ortiz, Victor Cuesta e Uendel; Rodrigo Dourado, Alselmo e Gutiérrez; Nico López, Roberson e Brenner
O Corinthians não deu chances ao São Paulo na noite deste domingo, no estádio do Morumbi, na ida das semifinais do Campeonato Paulista. A equipe do técnico Fábio Carille atropelou o rival taticamente, venceu por 2 a 0 com gols de Jô e Rodriguinho e se aproximou bastante da vaga na final do Estadual.
Com a vitória de 2 a 0, o Corinthians leva para o jogo de volta a vantagem de poder até mesmo perder por um tento de diferença e, ainda assim, sair com a vaga. O duelo está marcado para o próximo domingo, na Arena. Vale reforçar que o regulamento não prevê peso extra a gols marcados fora de casa.
Vale ainda destacar a escalação utilizada por Carille para iniciar o Majestoso deste domingo.
Rodriguinho, que era dúvida por conta de uma gripe, foi confirmado na equipe alvinegra, que entrou em campo com: Cássio, Fagner, Balbuena, Pablo e Guilherme Arana; Gabriel e Maycon; Jadson, Rodriguinho e Ángel Romero; Jô.
PRIMEIRO TEMPO
O Corinthians, logo nos primeiros instantes de partida, já deu sinais de que não perdoaria vacilos da defesa são-paulina. Aos quatro minutos, Romero recebeu passe de Jadson e, esbanjando visão de jogo, enfiou em profundidade para Fagner. O lateral apareceu como elemento surpresa e, por pouco, não abriu o placar para o Timão.
Pouco mais de dez minutos depois, Rodriguinho e Romero tentaram tabelar para invadir a grande área tricolor. A zaga afastou o perigo parcialmente, mas Jadson pegou o rebote. E aí… O camisa 77 do Corinthians soltou a bomba em direção ao ângulo direito de Renan Ribeiro. O goleiro são-paulino saltou e se esticou todo para fazer grande defesa.
O gol corinthiano parecia questão de tempo. E assim foi! Aos 20 minutos, Jô ganhou dividida pela esquerda e encontrou Rodriguinho centralizado. O atacante, então, disparou em direção à entrada da área, recebeu passe do camisa 26 entre os zagueiros adversários e, cara a cara com Renan Ribeiro, deslocou o arqueiro e estufou as redes do Morumbi.
Dando uma aula de compactação e consequente eficiência defensiva quando não estava com a posse de bola, a equipe de Fábio Carille aguardou cirurgicamente para ampliar o marcador. Aos 47 minutos, naquele que seria o último lance do primeiro tempo, Rodriguinho recebeu passe de Guilherme Arana, abriu caminho e arriscou chute rasteiro de longa distância, carimbando o canto direito do gol são-paulino e aumentando a vantagem do Timão.
SEGUNDO TEMPO
A etapa complementar não começou de forma muito animadora para o Corinthians. Logo aos três minutos, Jadson torceu o joelho direito em um lance isolado e, reclamando de dores, deixou o gramado. Carille optou por colocar o atacante Clayton na vaga do camisa 77.
E ao contrário do que foi visto nos 45 minutos iniciais, o ataque do São Paulo passou a assustar o Corinthians. Cássio, nos primeiros 15 minutos, fez duas grandes defesas: primeiro em cobrança de falta venenosa de Maicon e depois em chute cruzado de Gilberto.
Somente aos 27 minutos é que o Corinthians voltou a chegar com perigo. Jô, sempre participativo no meio de campo alvinegro, encontrou Rodriguinho em liberdade. O meia avançou sozinho e soltou a bomba. A bola foi para fora, mas passou próxima do ângulo direito de Renan Ribeiro.
E foi justamente Rodriguinho quem, pouco depois, viria a ser substituído. Cansado, o meia, autor de um gol e uma assistência, deu lugar a Camacho. Ainda houve tempo para Léo Jabá entrar no lugar de Romero. No fim das contas, porém, nada que alterasse o cenário visto em campo: vitória corinthiana por 2 a 0 com “nó tático” de Carille para cima do técnico Rogério Ceni.
O Corinthians foi pressionado durante boa parte da partida, mas perdeu algumas grandes chances de saír do Beira-Rio como vencedor após Romero abrir o placar e Rodrigou Dourado deixar tudo igual para os donos da casa. No final, o Alvinegro ficou no empate por 1 a 1 diante do Internacional na noite desta quarta-feira, na partida de ida da quarta fase da Copa do Brasil.
Com o resultado, o Corinthians precisa apenas de um empate sem gols no jogo da volta, marcado para o dia 19, próxima quarta-feira, às 21h45 (de Brasília), no estádio de Itaquera. O Inter, por sua vez, tentará ao menos marcar um gol para assegurar uma vaga nas oitavas de final da competição, já que empate por mais de dois gols á a classificação à equipe. Se houver vencedor, ele se classifica.
O próximo jogo de ambas equipes, porém, será por seus respectivos campeonatos estaduais. Enquanto os comandados de Fábio Carille abrem a semifinal do Campeonato Paulista diante do São Paulo no domingo, às 19h (de Brasília), no Morumbi, Antônio Carlos Zago e sua trupe recebem o Caxias, no sábado, às 19h (de Brasília), também no Beira-Rio.
Inter pressiona, mas Timão também leva perigo
O primeiro tempo da partida no Beira-Rio mostrou um Internacional valorizando bastante a posse de bola e buscando empurrar o Corinthians para dentro da sua área, sempre tentando as jogadas alçando a bola para o centroavante Brenner. Do outro lado, os alvinegros tentaram escapadas rápidas em contra-ataque, sempre com lançamentos para o lado esquerdo, fosse para Marquinhos Gabriel, fosse para Romero.
O primeiro lance de perigo, por sinal, saiu dos pés justamente dos pontas escolhidos por Fábio Carille para a partida. Marquinhos Gabriel, logo aos três minutos, recebeu na entrada da área, pelo lado esquerdo, e cruzou na marca do pênalti. Carlinhos afastou mal e Romero, livre, pegou de primeira próximo à pequena área. Marcelo Lomba defendeu e, no rebote, saiu para abafar mais uma tentativa do avante corintiano.
A resposta colorada não tardou a chegar. Após escanteio cobrado dentro da área, a bola acabou sobrando para o zagueiro Victor Cuesta, na pequena área. Ele chutou rasteiro e Cássio fez boa defesa. No rebote, Nico López tentou dar um bico na bola, mas ela rebateu em Arana e ficou tranquila para o goleiro agarrá-la, fazendo os corintianos respirarem aliviados.
Dali para frente, o jogo transcorreu praticamente todo no campo dos paulistas, que viram Brenner perder duas chances incríveis sem marcação. A melhor oportunidade, porém, veio em cruzamento errado de Edenilson, que só não fez gol porque Cássio se recuperou com um tapinha e mandou a bola na trave. Na única resposta dos visitantes, Maycon pegou sobra de bola dentro da área e exigiu um “milagre” de Lomba.
O Corinthians voltou para o segundo tempo com a mesma atitude, mas, dessa vez, conseguiu aproveitar quando criou uma chance de gol. Na sua primeira esticada para o lado esquerdo, Clayton conseguiu dominar e esperou a passagem de Guilherme Arana. Rápido, o canhoto pegou de primeira e cruzou rasteiro na segunda trave. A bola passou por Marcelo Lomba e Romero, de carrinho, empurrou para a rede.
A vantagem, porém, durou tão pouco que nem deu tempo de os visitantes ficarem confortáveis. Sem deixar a bola sair do seu campo de ataque, o Inter aproveitou um escanteio para cobrar rapidamente com D’Alessandro, apesar das reclamações corintianas que o correto seria um tiro de meta. O argentino acionou Nico López, que cruzou na primeira trave. Rodrigo Dourado aproveitou a desatenção de Pablo, antecipou o zagueiro e mandou para a rede.
Animado pelo empate, o Inter tentou usar a empolgação da torcida para conseguir a virada, mas esbarrou no nervosismo demonstrado pelos seus homens de frente. O Timão, por sua vez, apostou na entrada de Giovanni Augusto para ser uma espécie de “falso 9”, mais inteiro fisicamente do que Marquinhos Gabriel nas puxadas de contra-ataque.
Na grande chance para conquistar a vitória, porém, o armador não conseguiu justificar sua confiança em continuar no Corinthians. Após belo passe de Rodriguinho, ele correu o campo inteiro do Inter sem marcação e, cara a cara com Marcelo Lomba, bateu em cima do goleiro colorado, desperdiçando a chance de aumentar ainda mais a vantagem corintiana
FICHA TÉCNICA INTERNACIONAL 1 X 1 CORINTHIANS
Local: estádio Beira-Rio, em Porto Alegre Data: 12 de abril de 2017, quarta-feira Horário: 21h45 (de Brasília) Árbitro: Wagner do Nascimento Magalhães (RJ) Assistentes: Luiz Claudio Regazone e Thiago Henrique Farinha (ambos do RJ) Cartões amarelos: Cuesta, Carlinhos (Internacional); Fagner, Maycon, Guilherme Arana (Corinthians) Gols: INTERNACIONAL: Rodrigo Dourado, aos 12 minutos do segundo tempo
CORINTHIANS: Romero, aos oito minutos do segundo tempo
INTERNACIONAL: Marcelo Lomba; William, Léo Ortiz, Victor Cuesta, Carlinhos; Uendel, Rodrigo Dourado, Edenílson (Gutiérrez); D’Alessandro, Nico Lopez e Brenner (Carlos) Técnico: Antônio Carlos Zago
CORINTHIANS: Cássio; Fagner, Balbuena, Pablo e Guilherme Arana; Gabriel, Maycon (Camacho), Romero, Rodriguinho e Marquinhos Gabriel (Giovanni Augusto) (Léo Jabá); Clayton Técnico: Fábio Carille
O Corinthians está classificado para as semifinais do Campeonato Paulista. Com gol de Rodriguinho, o Timão venceu o Botafogo-SP por 1 a 0, neste domingo, na Arena Corinthians, e avançou para a próxima fase por ter empatado sem gols no jogo de ida, em Ribeirão Preto, no último dia 1º.
Ainda não há definição a respeito do próximo oponente do Timão no estadual. Com 28 pontos, a equipe do Parque São Jorge garantiu a segunda melhor campanha da competição, atrás apenas do Palmeiras, atual líder. Assim, é possível que São Paulo ou Ponte Preta encarem o esquadrão alvinegro nas semis – o time campineiro visita o Santos nesta segunda-feira, às 20h, no Pacaembu.
PRIMEIRO TEMPO
A equipe de Carille não demorou a fazer jus ao posto de mandante e criou duas oportunidades claras de gol antes dos dez primeiros minutos. A primeira, com o centroavante Jô, parou em defesa à queima-roupa do goleiro Neneca. Depois, Rodriguinho recebeu livre na entrada da área, perdeu o tempo da bola e tentou cavadinha, mas pegou de canela e desperdiçou chance fácil.
O Corinthians continuou a criar jogadas de ataque, principalmente pelo lado esquerdo, com Guilherme Arana e Maycon trocando passes em velocidade e aparecendo nas costas da marcação. Rodriguinho, por sua vez, que havia marcado diante da Universidad de Chile, falhava na construção e entregava a bola de graça para a zaga botafoguense.
Aos 22 minutos do primeiro tempo, Cássio foi acionado pela primeira vez. Após cruzamento certeiro da direita, Marcão subiu livre e acertou belo cabeceio, obrigando o goleiro corinthiano a fazer grande defesa no ângulo esquerdo. Um susto necessário para um time que demorava a engrenar.
Quis o destino que o jogador com mais erros em campo sacasse um gol da cartola. E que gol! Em jogada iniciada por Arana na esquerda, a bola passou pelos pés de Maycon e parou em Jadson. O camisa 77, então, cruzou na cabeça de Rodriguinho, que acertou o canto direito de Neneca para abrir o placar.
“Acho que eles vão vir pra cima um pouco. Eles vão ter que sair. A gente começou bem, pressionando. Temos que caprichar, erramos muitos passes”, analisou Gabriel durante o intervalo. “A gente está errando alguns passes, mas temos o controle do jogo. Temos de caprichar mais”, pediu Rodriguinho, que era o principal nome do confronto.
SEGUNDO TEMPO
Se o setor de criação do Corinthians agiu rápido no começo do jogo, Ángel Romero e Jô mal tocaram na bola no início do período complementar. Precisando vencer, o Botafogo abriu mão da postura defensiva e lançou-se ao campo do Timão, que passou a ter como principal arma o contra-ataque pelo meio.
Aos 17 minutos, em jogada que mais se assemelhava a replay, Rodriguinho apareceu livre de frente para a meta de Neneca. Mas o armador, mais uma vez, diminuiu a passada e não finalizou a gol, sendo desarmado pela defesa rival.
Pouco depois, Fábio Carille promoveu sua primeira alteração no time: sacou o discreto Romero para a entrada de Clayton, recém-contratado do Atlético-MG. O técnico corinthiano ainda deu oportunidade a Marquinhos Gabriel, que retornava de longo período no departamento médico, e ao jovem Pedrinho, xodó da torcida do clube.
A essa altura, o Botafogo tentava o gol que levaria a decisão para as penalidades máximas, mas sofria com a organização defensiva da equipe armada por Carille. Sorte da maioria dos 33.491 torcedores que foram à Arena.
O Corinthians volta a campo na próxima quarta-feira, diante do Internacional, às 21h45 (de Brasília), no Beira-Rio. O embate será válido pela ida da quarta fase da Copa do Brasil.
ESCALAÇÕES
Corinthians: Cássio; Fagner, Balbuena, Pablo e Guilherme Arana; Gabriel e Maycon; Jadson, Rodriguinho e Romero; Jô Botafogo-SP: Neneca; Samuel Santos, Gualberto, Matheus Mancini e Fernandinho; Marcão Silva, Bileu, Diego Pituca e Rafael Bastos; Francis e Marcão
na noite de ontem o Esporte Interativo levou ao ar um bate-papo que tive com o apresentador André Henning.
Foi uma conversa agradável e descontraída em que foi possível falar sobre a política do clube, a arena e outros diversos assuntos referentes ao futebol corinthiano e brasileiro.
Quem viu apenas os 45 minutos inciais, dificilmente acreditará. Mas… “Dando aula” de ofensividade à Universidad de Chile no segundo tempo, o Corinthians venceu os gringos por 2 a 0, com autoridade, na noite desta quarta-feira, na Arena, pelo jogo de ida da primeira fase da Copa Sul-Americana. Os gols foram anotados pelos meias Rodriguinho e Jadson.
Com o resultado, o Corinthians joga a partida de volta, dia 10 de maio, no Chile, com a vantagem de poder até perder por um gol de diferença para avançar à segunda fase da Copa Sul-Americana. Se fizer ao menos um gol, o Timão obriga os chilenos a vencerem por quatro tentos de diferença. Caso os adversários triunfem por 2 a 0, a decisão irá para as penalidades.
Vale ainda destacar que houve confusão nas arquibancadas da Arena antes e durante o jogo. Parte dos mais de mil torcedores da Universidad de Chile que compareceram a Itaquera depredou o setor de visitantes, entrou em confronto com a polícia e acabou expulsa do estádio.
ESCALAÇÃO
Em relação à equipe que havia empatado em 0 a 0 de forma apática contra o Botafogo-SP, no último sábado, pelas quartas de final do Campeonato Paulista, o Corinthians foi escalado com duas mudanças: Léo Príncipe na vaga do suspenso Fagner e o recuperado Rodriguinho no lugar de Camacho.
Assim, o Timão entrou em campo nesta quarta com: Cássio, Léo Príncipe, Balbuena, Pablo e Guilherme Arana; Gabriel e Maycon; Jadson, Rodriguinho e Ángel Romero; Jô.
PRIMEIRO TEMPO
Ao contrário do que os mais otimistas torcedores do Corinthians poderiam imaginar, quem começou a partida ditando o ritmo e pressionando o adversário foi a Universidad de Chile. Os visitantes se aproveitaram da falta de compactação do meio de campo alvinegro para construírem jogadas de ataque.
Com menos de 15 minutos de jogo, os chilenos já haviam finalizado cinco vezes, contra apenas um chute do Timão. A oportunidade mais clara de gol, nesse início de partida, foi de Felipe Mora, que se aproveitou de falha de Pablo para, sozinho, finalizar no canto direito de Cássio, obrigando o goleiro a fazer grande defesa.
Em meados da etapa inicial, a Universidad de Chile, ainda ditando o ritmo do jogo, decidiu acalmar a partida e valorizar a posse de bola em seu setor defensivo. A equipe de Fábio Carille, por sua vez, encontrou enorme dificuldade em apertar os adversários – exceção a Jô, que foi o único corinthiano a, ainda que em vão, tentar tirar a bola dos chilenos.
Eis que, no mais improvável dos momentos, quando a torcida alvinegra já começava a perder a paciência com a passividade de sua equipe, sairia o tento corinthiano– na primeira oportunidade real de gol do Timão. E haja bate e rebate! Respiremos fundo e vamos lá:
Jadson aproveitou desvio do árbitro e iniciou a jogada pela esquerda, tocando para Romero na entrada da área. O paraguaio rolou para Maycon, que voltou para Jadson. Prensado pela defesa chilena, o camisa 10 achou Jô no canto esquerdo. O camisa 7 deixou para Arana, que entrava na área em liberdade. O lateral cruzou “para quem aparecesse”, tendo sua bola afastada parcialmente pela zaga rival. Romero ficou com a sobra e, num cabeceio para baixo, ajeitou para Gabriel. O volante apareceu como um foguete para, de primeira, carimbar a trave do goleiro Herrera. No rebote, Arana tentou nova finalização, mas o arqueiro salvou. Em mais uma sobra, enfim, Rodriguinho apareceu para estufar as redes, acabando com a agonia alvinegra. Ufa! Que gol chorado!
E foi assim que, de um jeito bastante improvável e ao mesmo tempo genuinamente corinthiano, o Timão foi para os vestiários no intervalo com a vantagem no marcador.
SEGUNDO TEMPO
A etapa inicial começou de forma semelhante à inicial: os chilenos tomando iniciativa e o Corinthians mais recuado. Dessa vez, contudo, a partida ganhou ares mais dinâmicos. Em outras palavras: os contra-ataques do Timão passaram a funcionar, com jogadores de meio de campo visivelmente mais ligados.
A Universidad de Chile, é bem verdade, foi quem chegou com perigo primeiramente: Espinoza bateu falta perigosíssima, tirando tinta das traves de Cássio.
Mas, também a exemplo do que foi visto nos 45 minutos iniciais, foi o Corinthians quem soube aproveitar melhor suas nem tão frequentes finalizações. Jadson bateu falta lançando Jô, que ajeitou de cabeça para trás. Rodriguinho, na entrada da área, com um simples toque, amaciou a pelota para… Jadson! O camisa 10 apareceu de trás e encheu o pé, com endereço certeiro: o canto direito da meta chilena. Golaço!
E poderia ser mais! O mesmo Jadson, pouco tempo depois, deu lançamento longo e preciso para Jô. O camisa 7 disputou corrida com a defesa chilena e, cara a cara com Herrera, bateu em cima do goleiro.
Percebendo que o Corinthians crescera para cima dos visitantes, Carille promoveu alterações ofensivas (e surpreendentes) em seu esquadrão: saíram Rodriguinho e Jadson para as entradas de Clayton e Pedrinho.
Não demorou para Clayton, após contra-ataque puxado por Jô, ter sua oportunidade. O camisa 9 deu belos dribles na zaga chilena e acabou titubeando somente na hora da finalização, vendo Herrera fazer outra boa defesa.
Sem problema! Com reação e ofensividade surpreendentes, o Corinthians fez muito bem sua lição de casa. Resta agora confirmar a classificação no jogo de volta. Até mês que vem!