No clássico em que Corinthians e São Paulo buscavam confiança para os seus próximos compromissos na Copa Libertadores da América, o time alvinegro se deu melhor. A equipe comandada por Tite contou com um pênalti convertido por Alexandre Pato aos 37 minutos do segundo tempo, na tarde deste domingo, para fazer 2 a 1 sobre o Tricolor no Morumbi. Danilo (um golaço) e Jadson, no começo da partida, completaram o placar.
O resultado deixou o Corinthians com 29 pontos ganhos no Campeonato Paulista. A prioridade, no entanto, é a Libertadores. Na quarta-feira, a equipe visitará o colombiano Millonarios, em Bogotá, para tentar encaminhar a sua classificação no grupo 5 do torneio continental.
Já o São Paulo não tem abalada a sua liderança no Estadual, ainda com 35 pontos, porém perde ânimo para o jogo decisivo contra o boliviano The Strongest, na quinta-feira, em La Paz. O Tricolor não era derrotado no Morumbu há 24 jogos – a última vez haviso sido para o Grêmio, por 2 a 1, em agosto do ano passado.
Pelo Campeonato Paulista, os rivais voltarão a campo no domingo de 7 de abril. O Corinthians receberá o São Bernardo no Pacaembu, enquanto o São Paulo irá a Ribeirão Preto para enfrentar o Botafogo-SP e tentar se reabilitar do tropeço.
O jogo – O São Paulo tomou a iniciativa no Majestoso e abriu o placar logo aos quatro minutos. Osvaldo avançou pela esquerda, encarou a marcação de Gil e cruzou rasteiro. Ganso e Luis Fabiano deixaram a bola chegar ao outro lado, onde estava Jadson, que passou por Fábio Santos dentro da área e bateu cruzado, rasteiro, para superar o goleiro Cássio. Depois do gol, os jogadores do Corinthians reclamaram bastante com o árbitro Leandro Bizzio Marinho, pedindo falta sobre Alessandro no início da jogada.
A resposta alvinegra foi imediata. Guerrero invadiu a área e se chocou com Rogério Ceni, antes de a bola sobrar para Romarinho livre, mas o árbitro assinalou infração do peruano. Na jogada seguinte, Emerson limpou a marcação pela esquerda e chutou rasteiro, para defesa do capitão. O Timão ainda desperdiçou boa chance logo depois, quando Ceni errou a saída de bola e deixou de presente para o Sheik, que errou o passe para Guerrero.
O excesso de faltas no meio-campo durante o início do jogo irritou os atletas dos dois lados. Luis Fabiano tentou ajudar a marcação e derrubou o Sheik, que ficou bravo, reclamou com o árbitro e não aceitou as desculpas do atacante são-paulino. Mesmo diante da sequência de infrações, o árbitro demorou a tirar o cartão amarelo do bolso para tentar segurar a partida.
Melhor em campo, o São Paulo buscou alternativas para ampliar. Ganso passou na direita para Luis Fabiano e pediu de volta, mas o atacante preferiu avançar na direção de Fábio Santos e arriscar a batida, na rede pelo lado de fora. Com pouca criatividade no meio-campo, o Corinthians precisou recorrer à bola parada. Em falta de longe, Paulinho chutou forte, no meio do gol, mas deu trabalho a Rogério Ceni, que quase deu rebote nos pés de Guerrero.
O capitão são-paulino, inclusive, exibiu uma incomum dificuldade nas saídas de bola no primeiro tempo, que não comprometeu seu time. Já do outro lado, o Corinthians foi atrapalhado pelos erros de seus laterais, Alessandro e Fábio Santos, que não se entendiam no posicionamento defensivo.
Aos 20 minutos, Jadson carregou a bola pela direita, não sofreu o combate de Fábio Santos e levantou do outro lado para Osvaldo, que foi esquecido por Alessandro e bateu de primeira, mas para fora. Titular mais uma vez, Ganso assumiu a responsabilidade de cadenciar o jogo e até exagerou em alguns momentos, quando tocou em vez de chutar. O ex-santista recebeu em condições de bater na meia-lua e optou por deixar Jadson livre na direita, mas, diante de Cássio, o camisa 10 também não finalizou e tentou o cruzamento, afastado pela zaga.
A superioridade do São Paulo no primeiro tempo não foi suficiente para levar perigo novamente ao gol de Cássio, que defendeu sem problemas chute de Luis Fabiano na área. Com Romarinho e Emerson apagados, a bola quase não chegava a Guerrero, mas o Timão contou com jogada inspirada para empatar antes do intervalo. Aos 41, Danilo recebeu na esquerda, driblou Paulo Miranda para dentro e soltou um foguete com o pé direito, acertando o ângulo da meta defendida por Ceni, que nem teve tempo de saltar para tentar evitar o golaço.
As duas equipes não mostraram significativas mudanças no começo do segundo tempo, e Tite decidiu fazer a alteração que todos já esperavam aos 11 minutos. Desgastado, Guerrero deixou o jogo para a entrada da Alexandre Pato, que vinha sendo preservado por questões físicas. Logo depois da alteração, quem levou perigo foi o Tricolor, em chute na trave de Luis Fabiano, mas o árbitro assinalou impedimento.
Do outro lado, Alexandre Pato recebeu cruzamento e tentou servir de cabeça a Paulinho, mas a bola foi mais para Rogério Ceni, que furou feio ao chutar o ar com o pé direito e se salvou segurando com as mãos. Mas o jogo perdeu a emoção que tinha antes do intervalo, ficando mais nervoso, inclusive com reclamações mais fortes de Tite com a arbitragem.
Em campo, Ganso também perdeu a paciência com Leandro Bizzio Marinho e levou um cartão amarelo. A partida só voltou a ter um lance de perigo aos 29 minutos, no momento em que Jadson recebeu cruzamento da direita e emendou de primeira, por cima do travessão.
Em seguida, os dois treinadores fizeram substituições. Os donos da casa tiveram Wellington no lugar de Denilson, enquanto Jorge Henrique entrou no lugar de Emerson na equipe alvinegra. Aos 32, o lance mais discutido do clássico. Depois de Rafael Toloi no recuo, Pato saiu de frente para o gol e, ao sair de frente para Ceni, deu um leve toque na bola, levando um chute na sola do pé.
O goleiro ficou caído, com dores, e o árbitro assinalou pênalti, para indignação dos jogadores do São Paulo. Depois de três minutos caído, Ceni se levantou, levou cartão amarelo e reclamou bastante, alegando que Pato entrou com a sola na jogada. Depois de muita confusão, o árbitro autorizou a batida do pênalti, aos 37 minutos. O ex-jogador do Milan bateu sem dar chance ao goleiro e, na comemoração, mandou a torcida tricolor ficar quieta, recebendo cartão amarelo.
Sem opção, Ney Franco mandou seu time ao ataque. Wallyson e Douglas entraram nos lugares de Maicon e Paulo Miranda. O São Paulo, então, avançou no desespero ao ataque. Gil vibrou como se tivesse feito um gol ao saltar para travar chute de Osvaldo dentro da área. Os cinco minutos de acréscimos dados pelo árbitro não foram suficientes para o Tricolor evitar a derrota para o rival no Morumbi.
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