Sal grosso e reza braba
A noticia de que o SPFC deu um banho de sal grosso no caminho de entrada dos jogadores causou alguma perplexidade entre os adeptos do futebol.
Afinal, um time moderno e vibrante, como o tricolor, não precisa de formas ocultas para vencer.
Não podemos deixar de destacar que deu bom resultado. Agora o clube precisa manter a escrita e “salgar” em todos os jogos.
Enquanto os pedidos foram restritos aos guias e arcanjos, tudo bem. Fica claro que no desespero o futebol leva por todos os caminhos.
Vamos em frente. Sal e reza braba no moderno tricolor.
Nosso capitão Rincón
Rincón tem história no Corinthians.
Jogou partidas memoráveis com um futebol refinado que enchia os olhos dos corinthianos.
No último final de semana sofreu acidente automobilístico na Colômbia. Segundo o jornal Il Tempo, de Bogotá, seu estado é estável. Como bateu a cabeça está sobre um acompanhamento neurológico.
Submetidos à exame já recebeu visitas.
Freddy Rincón recebe a visita de Asprilla – seu companheiro de seleção- no Hospital São José de Buga.
Estádio novo e torcida velha
A confusão de ontem no estádio Mané Guarrincha em Brasília mostra bem os desafios do futebol com as novas Arenas que nascem com a Copa.
A torcida precisa adotar o hábito de sentar no lugar que comprou. E isto nunca foi regra nos estádios. Torcedores, especialmente os organizados, habituaram-se em ocupar “uma àrea” nos estádios. Só ficam eles e ninguém mais.
Com as novas Arenas isto ficará mais difícil. A própria divisão de torcida ( uma praga criada pela Policia Militar) terá cada vez mais dificuldades.
A regra da Fifa, de vender ingresso só pela internet, indica um caminho que os torcedores ( especialmente os organizados) terão dificuldades em assimilar.
Este problema é maior do que a questão do preço dos ingressos.
É hora de voar
O jogador Alexandre Pato já mostrou que pode acertar e entrar num ritmo que o Corinthians precisa.
Muitos cobram muito do jogador. É natural. Chegou com grande fama – maior fora do campo que dentro- em contratação de grandes números. Por esta razão é cobrado pela torcida.
Em alguns jogos parecia que iria disparar para uma temporada marcante. Como nem sempre joga o tempo todo, ficamos sem saber qual será a caminho de sua carreira.
A torcida quer que ele dê certo e marque sua passagem pelo Timão.
Depende dele e a hora para o salto é agora. É o que esperamos
Empate ruim.
Ontem em Brasília, contra o Vasco, o Corinthians só jogou no primeiro tempo.
O empate foi ruim para um time que pode ser campeão ( sem grandes dificuldades).
Menos papo de marketing e mais jogadas deve ser a missão do Timão.
Com um campeonato aberto o Corinthians não pode deixar de disputar a ponta da tabela. E já está mais do que na hora.
Só sobrou Cabeção
Da grande ( e vitoriosa) geração do Corinthians dos anos 50 creio que só esta vivo o goleiro Cabeção. Todos os demais já foram. Gilmar, ontem, Olavo, Bellangero, Hidário, Homero, Cláudio ,Luizinho, Baltazar, Carbone e Mário. E outros tantos geniais jogadores daquela década de ouro.
Que notável geração !
O discurso e a jogada.
No Corinthians, como regra, jogador pode falar o que quer. E fazer o que quer. Esta é a tradição do clube. Mas precisa jogar. Só discurso não recebe aplauso da torcida.
Vampeta sempre foi genial nas suas declarações à mídia. Mas foi, mais genial ainda, com a bola no pé. Sócrates, também. E tantos e tantos jogadores do Timão falavam por todo lado mais jogavam muito.
Não adianta só procurar declaração marketeira. O principal é no gramado, com a bola no pé e jogando muito. O resto é detalhe.
Grande Gilmar !
Gilmar foi o maior goleiro do Brasil. Poucos divergem disso. Para nós corinthianos, da geração dos anos 50, será inesquecível. Poucos corinthianos- que estão na casa dos 60 anos- não ficam emocionados ao lembrar de Gilmar. Foi o grande ídolo daquela geração que foi campeã do quarto centenário.
Seu sucesso na seleção, com a conquista da Copa do Mundo na Suécia, deu um sabor todo especial a sua carreira.
Saiu do Timão numa confusão típica da dupla Wadi Helu e Nesi Cury. Foi uma pena. Sempre teve grande estima pelo Corinthians e quando encerrou a carreira falava com emoção do seu período no Parque São Jorge.
Que domingo triste!
O gol é de Gilmar
Artigo publicado neste blog em 2007
Gilmar sempre foi sinônimo de grande goleiro. Fez história na seleção brasileira, recordista na posição com 101 partidas jogadas, foi campeão mundial nas memoráveis copas de 1958, na Suécia, e 1962, no Chile. Foi, igualmente, goleiro que marcou época no Corinthians.
Chegou da Baixada Santista vindo do Jabaquara em negociação onde era mero contrapeso. O importante na tratativa era um certo Ciciá, um centro-médio que desapareceu sem grandes registros no futebol.
Gilmar teve um início tumultuado no Corinthians, desde o princípio, em maio de 1951, na vitória contra o Madureira (8×2) até uma derrota vinte jogos após, para a Portuguesa (3×7). Afastado do gol só voltaria quase seis meses depois, recomeçando sua carreira.
Participa em 1952 da primeira excursão do Corinthians à Europa, conquista o bi paulista 1952-53 e chega à seleção para substituir Castilho. Começa aí uma brilhante carreira como goleiro da seleção, que o tornaria uma legenda no Brasil e no exterior, com atuações memoráveis e um sem número de vitórias e títulos.
Pelo Corinthians venceria ainda o famoso campeonato do IV Centenário, 1954, até jogar pela última vez no clube (17/8/1961) na derrota para o Santos (1×5).
Envolvido, a partir deste último jogo, em polêmica com a direção do clube a propósito de uma alegada contusão no braço, é negociado e volta à Baixada Santista, agora pelo Santos. Foi um marco no gol do Corinthians, até hoje é lembrado como nosso maior goleiro.
Gilmar
Gilmar, simplesmente o melhor de todos os tempos
Juca Kfouri
Nunca houve um goleiro brasileiro como Gylmar dos Santos Neves.
Nem nunca mais haverá.
Talvez venha a existir algum goleiro que o iguale, ou mesmo o supere, bicampeão mundial que é como titular indiscutível da Seleção Brasileira nas Copas do Mundo de 1958 e 1962, na Suécia e no Chile.
Mas com sua morte, aos 83 anos, morre também parte da infância e da adolescência de quem tem hoje 20 anos menos do que ele e cresceu vendo, extasiado, suas defesas, sua elegância, sua simpatia, e a confiança que depositava no próprio taco, capaz de falhar, olhar para os companheiros depois de limpar as mãos e o uniforme e mandá-los pra frente “porque aqui não entra mais nada”.
Gylmar era alto, esguio, bonito, educado e um goleiraço, tanto do Corinthians, nos anos 50, quanto do Santos, nos 60.
Devastado por um AVC no começo deste novo século, não foi mais possível a comunicação sempre agradável que ele permitia.
O que não diminui a sensação de que com ele parte um bom pedaço da vida de quem teve o inestimável auxílio de Gylmar para se apaixonar por futebol.
www.blogdojuca.uol.com.br
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