Corinthians no Mundial de Clubes de 2012
A multiplicação corintiana
No Pacaembu, esta é uma cena já clássica: o homem da frente volta com tudo atrás de uma eventual bola que tenha escapado, se atira no gramado para fazer o desarme. Ele já sabe que vai ouvir o urro da torcida, como se fosse um gol. Seja pelo combate direto ao adversário ou num carrinho para cortar um passe, é o tipo de jogada que virou marca registrada dos bons tempos do Corinthians e seus fiéis seguidores adoram. Algo que eles vão tentar repetir muitas vezes na final da Copa do Mundo de Clubes da FIFA Japão 2012 contra o Chelsea, domingo.
Sob a gestão de Tite, esse tipo de entrega deixou de ser meramente um lance para mexer com o brio da equipe e deixar os torcedores ainda mais agitados. Depois dos resultados obtidos na conquista da Libertadores, com apenas quatro gols sofridos na campanha de 14 jogos, acabou virando um padrão: não há bola perdida. Existem, apenas, bolas recuperáveis. Uma pegada que o Al-Ahly pôde sentir na semifinal disputada quarta-feira.
“A gente sabe que o Mundial se define em dois jogos. Claro que para chegar nesta tão sonhada final, a gente precisaria ganhar o primeiro confronto. A gente tinha que recuperar, então, o mais rápido possível nossa pegada. Foi o que o professor pediu para nós, e todo mundo aceitou esse compromisso”, afirma ao FIFA.com o volante Ralf. “Foi o que aconteceu na semifinal, como se pôde ver no primeiro tempo.”
Homens múltiplos
Quando um dos marcadores mais implacáveis do futebol brasileiro – se não o mais – fala em “recuperar”, não quer dizer que isso tenha fugido ao controle do treinador e do elenco. É que, no segundo semestre, Tite conseguiu administrar o tempo de jogo de seus atletas de um modo que eles chegassem frescos para uma competição disputada no último mês de temporada brasileira.
“A ideia sempre foi essa: preparar a equipe para estes dois jogos. Fizemos muito bem no primeiro tempo, poderíamos ter feito melhor no segundo. Espero que a gente consiga fazer desta forma nos 90 minutos na final”, diz o zagueiro Paulo André ao FIFA.com.
Reparem que tanto o defensor como volante destacaram o primeiro tempo como um exemplo de exibição corintiana. E foi mesmo: na etapa inicial, os jogadores alvinegros pareciam se multiplicar em campo, encurralando os experientes egípcios, que muitas vezes não sabiam a quem recorrer para manter a bola.
No segundo tempo, com a vantagem obtida, o Corinthians acabou recuando. Ficou mais em seu campo de defesa, em vez de atacar a saída de bola, e viu o campeão africano chegar mais vezes a sua área. Para Ralf, não foi nada que tenha assustado. “É natural, quando você sai na frente. Acaba tomando mais cuidado para não levar o gol”, diz.
O plano de jogo corintiano aposta, e muito, nesse poder de marcação, na ocupação territorial que desestabilize o oponente e proporcione contragolpes fulminantes com atletas de passada rápida e objetiva, vertical, sempre rumo ao gol.
Para a decisão contra o time londrino, alguns ajustes podem ser feitos aqui e ali, mas o Timão não deve passar por nenhuma alteração tática drástica. “A gente tem nosso esquema definido. É claro que uma característica a gente pode adaptar ao adversário. Mas não devemos fugir da linha de quatro, dois volantes, os três adiante e um centroavante na frente. Isso vem dando certo e a gente tem qualidade suficiente para encarar o Chelsea de igual para igual”, diz Paulo André.
Com a presença maciça de corintianos no Japão para o Mundial de Clubes da FIFA, os jogadores esperam intimamente que o Estádio Internacional de Yokohama tenha um clima de um Pacaembu agigantado para a final. Então que os torcedores japoneses ou ingleses mais desatentos não se assustem se os urros se repetirem na arquibancada. Não quer dizer necessariamente que seja uma goleada em campo para o time brasileiro. Pode ser apenas que o excelente gramado esteja sendo testado pelo deslizamentos de um corintiano atrás de uma bola que nunca vai parecer entregue.
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Corinthians na final
Território dominado e vaga na final garantida
A começar pela arquibancada, se estendendo para o campo, o que se viu em Toyota foram corintianos por toda a parte. Desde a presença impactante de sua fiel torcida, passando por jogadores que pareciam se multiplicar em campo, o Corinthians dominou o Al-Ahly nesta quarta-feira, venceu por 1 a 0 e se classificou para a final da Copa do Mundo de Clubes da FIFA Japão 2012.
Foi um domínio territorial, de fato. As poucos, enquanto ainda jogavam Sanfrecce Hiroshima e Ulsan Hyundai, na disputa pelo quinto lugar, o Estádio Toyota foi sendo pintado de branco e preto. Quando a equipe brasileira entrou em campo, a tropa toda estava pronta para recebê-los como se a partida fosse disputada no Pacaembu. O público total foi de 31.417 espectadores.
No gramado, esse padrão se repetiu, com os comandados de Tite controlando a posse de bola. Quando não a tinham, recuperavam com facilidade. Colocavam muita pressão e ganhavam a maioria das divididas. Não foram poucas as vezes em que um atleta egípcio se via completamente cercado por adversários por todos os lados – os homens da frente voltavam para cortar passes no campo defensivo em carrinhos muito aplaudidos e, quando exigidos, os zagueiros jogavam com vigor e seriedade, do jeito que seu público aprecia.
Se o Corinthians não testava muito o goleio Sherif Ekramy, a sensação predominante foi de que era uma questão de tempo para se abrir o placar, devido a esse domínio. O gol saiu aos 30, quando Douglas levantou a bola da esquerda, bem alto, e Paolo Guerrero acertou uma cabeçada certeira no canto direito. Não fosse o peruano, o meia Danilo poderia ter marcado, tendo “escoltado” seu ataque na bola aérea. De novo: os corintianos estavam em todos os lugares.
No segundo tempo, a partir da entrada do veterano Mohamed Aboutrika, o Al-Ahly passou a criar ofensivamente, enfim. Aos 66, o ídolo do clube egípcio encontrou o ala direita Ahmed Fathi entrando na área, num belo lançamento. Cássio saiu bem do gol, fechando o ângulo, e a bola foi para fora. Ele ainda deixaria mais dois parceiros com chance de marcar. Mas foram poucos os espaços concedidos para os Diabos Vermelhos, mesmo. Para comemorar no estádio nesta noite, só alvinegro.
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Rádio Ópera- programação- quinta- 13/12/12
Quinta
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Que vexame !
En el Morumbí, por la final de la Copa Sudamericana, San Pablo vencía cómodamente 2 a 0 a Tigre hasta el entretiempo, que terminó caldeado y con varios choques entre argentinos y brasileños en el campo, camino al vestuario.
Cuando los jugadores argentinos llegaron al vestuario, fueron emboscados y agredidos por la seguridad privada del club. Según los testigos, al arquero Albil le pusieron un revólver en el pecho. Otros recibieron golpes, botellazos y palazos. Varios quedaron heridos.
Mientras tanto, el equipo brasileño salió al campo y esperó hasta que el árbitro Osses diera por terminado el partido. No suspendido, sino finalizado por abandono. “Vi que había jugadores agredidos, pero no sé por quién”, se excusó por Fox Sports.
La Conmebol se apuró a armar la tarima para la premiación, en la que no faltaron sus dirigentes, también decididos a borrar cualquier incidente del reporte oficial.
Los jugadores del San Pablo celebraban mientras los de Tigre, aún consternados, seguían parepetados en el vestuario. Había sido una noche muy larga: empezó con agresiones al micro y con prepoteos durante el calentamiento previo. “Cosas que no deberían pasar pero que forman parte del fútbol. Pero que estén 15 tipos esperándote para pegarte con palos y que te saquen un arma, no”, dijo Galmarini.
El intendente de Tigre, Sergio Massa, explicó que la estrategia fue demorar la decisión de no salir al campo, para poder permitirles a los hinchas de Tigre salir del estadio sin que sufrieran agresiones. “Vinimos acá representando a la AFA, no a Tigre, y esperamos que la AFA se encargue de que esto no quede así”.
Así, en el Morumbí quedó una mancha imborrable al fútbol sudamericano. Y un nuevo aplazo organizativo fútbol brasileño, de cara al Mundial 2014.
En la final de la Libertadores, también en San Pablo, entre Corinthians y Boca, se denunciaron atropellos y agresiones de todo tipo, pero la Conmebol dio vuelta la página. Menos de seis meses después, el vestuario de Tigre quedó lleno de sangre. “Tuvimos suerte de que no pasara algo más grave. Alguien que saca un arma y te apunta no lo había vivido nunca en el fútbol”, explicó el ayudante de Gorosito, Cacho Borelli, con un corte en el pómulo.
La delegación argentina se dirigió a hacer la denuncia policial junto al cónsul argentino.
Ni los jugadores ni los dirigentes del San Pablo se interesaron en la situación de sus colegas argentinos. Festejaron como si no hubieran decidido salir al campo por iniciativa propia y no por los incidentes sufridos.
A su vez, el dirigente Oruna de la Conmebol dijo: “Les creo que los agredieron, estaban exaltados, pero las cosas son así. Después se escucharán los descargos. Ahora es momento de hacer la premiación”. El show debe continuar. Y la vergüenza, también.
Postales de la vergüenza. La vergüenza de la Sudamericana.
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Que manhã alegre na Globo !
Audiência triplicada
A estreia do Corinthians no Mundial de Clubes triplicou a audiência média da Globo e da Band no horário da manhã.
Segundo a prévia do Ibope na Grande São Paulo, a Globo alcançou 22 pontos de audiência. A Band, que normalmente fica em quarto lugar no horário, atingiu a vice-liderança com sete pontos.
A Record marcou quatro pontos e o SBT, três.
Por Lauro Jardim
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Timão na final
Timão sofre, mas vence e está na final do Mundial
TimãoNet –
Tite passou meses quebrando a cabeça para escolher o parceiro ideal de ataque para Emerson no Mundial de Clubes. Foram inúmeros jogos e treinos até concluir que o nome era Paolo Guerrero. Nesta quarta-feira, o peruano comprovou que o treinador estava certo. Em um Pacaembu improvisado no Toyota Stadium, o peruano fez o gol da vitória por 1 a 0 sobre o Al Ahly, do Egito, e colocou o Corinthians na decisão de domingo. Uma vitória muito mais sofrida do que se podia imaginar logo no primeiro jogo da competição.
A atuação corintiana esteve longe de empolgar os mais de 30 mil alvinegros presentes no Japão como na campanha do título da Libertadores, e exibiu uma equipe nervosa como há muito tempo não se via. O Timão cometeu erros em demasia em todos os setores e por muito pouco não se complicou diante de um adversário inferior tecnicamente.
Guerrero foi o toque de calma que o Alvinegro não teve. Bem marcado, o grandalhão dono da camisa 9 apareceu poucas vezes, mas, na única chance, escapou do bloqueio egípcio para aproveitar de cabeça um passe precioso de Douglas e garantir a vaga.
O Corinthians espera agora pelo adversário da final. Chelsea, da Inglaterra, e Monterrey, do México, se enfrentam nesta quinta-feira para decidir quem avança. A decisão está marcada para domingo, às 8h30m (de Brasília), em Yokohama.
Sem pressão, com Guerrero
O Corinthians fez no início da partida o contrário do que treinou no Japão nos últimos dias. A marcação por pressão no ataque, arma mortal na conquista da Libertadores, foi deixada de lado em troca de um ritmo bem mais cauteloso nos primeiros minutos, postura que deixou apreensivo o grande número de torcedores alvinegros que compareceram ao estádio.
O Al Ahly também foi diferente do que mostrou na suada classificação contra o Sanfrecce Hiroshima. A defesa, ponto fraco na estreia, se fortaleceu com um esquema tático para proteger os zagueiros e impedir jogadas de confronto direto com eles. Defender foi o máximo que fizeram. Na frente, pouca qualidade técnica à espera de um vacilo.
A dificuldade foi tanta que o Corinthians só conseguiu chutar a gol aos nove minutos, com Douglas batendo rente à trave direita de Ekramy. O armador e o volante Paulinho alternaram as posições em busca de espaços, mas não foram produtivos. Isolados, Emerson, Guerrero e Danilo quase não tiveram chance de superar a pesada e, em alguns momentos, violenta marcação.
O Timão teve pequeno crescimento quando o técnico Tite passou Emerson para o lado direito e Danilo para o esquerdo do ataque. A equipe conseguiu prender a bola por mais tempo no campo ofensivo e, consequentemente, acionar Guerrero mais vezes. Na única chance, o gol. Da cabeça do grandalhão peruano veio o desvio certeiro no canto direito após cruzamento preciso de Douglas: 1 a 0 e Corinthians mais calmo até o intervalo.
Sufoco egípcio
A esperança da Fiel em ver um time mais solto na etapa final ficou no intervalo e encheu de sofrimento os minutos até a classificação. O Corinthians voltou a campo cometendo os mesmos erros e, para piorar, viu o adversário se arriscar mais vezes no ataque, sobretudo depois que o ídolo Aboutrika entrou em substituição a Said.
Com mais trabalho, a defesa do Corinthians mostrou falhas e permitiu que os egípcios crescessem. O empate quase surgiu em dois vacilos do setor. Primeiro, Rabia, por muito pouco, não acertou o ângulo esquerdo de Cássio após erro de Chicão. Em seguida, Fathi invadiu a área nas costas de Fábio Santos, mas finalizou pelo lado de fora da rede.
Tite buscou alternativas para melhorar o desempenho e tirar o Corinthians da pressão.
Romarinho e Jorge Henrique entraram nas vagas de Emerson e Douglas, respectivamente, para ajudarem na marcação e dar força ao contra-ataque. Nada, porém, deu certo. Paulinho apareceu duas vezes em condições de finalizar na área rival, mas demorou a chutar.
A angústia tomou conta da torcida nos últimos minutos. Apesar dos cânticos de incentivo, o Corinthians não conseguiu controlar o jogo. Desgastado, o Al Ahly perdeu parte do ímpeto de sufocar para alívio do Timão. Vitória sofrida de quem precisará melhorar para ser campeão.
Rádio ópera- programação- quarta- 12/12/12
Quarta
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Vai Mosqueteiro .
Todos por um ao modo corintiano
“Um por todos, todos por um”, o lema eternizado na obra “Os Três Mosqueteiros” de Alexandre Dumas, certamente já foi associado ao Corinthians muitas vezes, considerando que a figura do espadachim é a sua mascote há décadas. Mas, pensando em 2012 e no time que chega para a disputa da Copa do Mundo de Clubes da FIFA, talvez realmente não haja mesmo uma citação literária mais apropriada para abordar o sucesso que a equipe tem desfrutado nos últimos dois anos.
São muitos os técnicos que se deleitariam em ter um elenco que siga piamente tal preceito, que muita vezes pode parecer banalizado por sua repetição exaustiva, mas que se manifesta de forma decisiva no trabalho de Tite. É um privilégio do qual o treinador pode se orgulhar na relação com seus atletas, que buscam o segundo título mundial do time, depois de terem vencido o Campeonato Brasileiro e a Copa Libertadores na sequência.
“O que acho mais bacana do nosso grupo é que a gente não se acomoda com nada, e lógico que o Tite tem 90% de mérito nisso. Ele sabe mexer bastante com os atletas. Entramos sempre com ambição”, afirma o lateral Fábio Santos.
Unanimidade após a queda
Nas múltiplas entrevistas que o FIFA.com fez com os protagonistas corintianos durante o ano, o tema da união em torno do treinador foi uma constante, passando pelas mais diversas personalidades e posições em campo, do goleiro Cássio até Emerson, eleito o melhor jogador da Libertadores “Acredito que a doação de todos os jogadores é o nosso diferencial. O foco é imenso, e isso é mérito do nosso treinador”, diz o atacante, antes de resgatar um ponto crítico na evolução da equipe.
Em fevereiro de 2011, ainda com os craques Ronaldo e Roberto Carlos em atividade, o Corinthiansacabou eliminado pelo Deportes Tolima na fase preliminar. Uma derrota de bastante impacto. “Grande parte deste elenco estava na Libertadores do ano passado e sofreu com aquela eliminação precoce”, avalia Emerson. A pressão foi forte, mas o treinador acabou prestigiado no cargo para ver as coisas mudarem, e muito, a partir dali.
Foi o que constatou Cássio, que se juntou ao clube apenas para a temporada 2012, vindo da Holanda. O arqueiro destaca uma coesão que causa impacto direto no que se vê dentro das quatro linhas, ajudada também pela continuidade de uma mesma base. “Quando cheguei, fiquei muito surpreso”, admite. “Vi nos treinos um time que briga pela bola, se defendendo lá na frente, em que todo mundo volta. Para isso acontecer, precisa acreditar no treinador.”
Diante da aclamação do público e, mais importante, dentro do vestiário, o técnico naturalmente retribui ao destacar o comprometimento de seus jogadores, que encaram forte competição interna por uma das 11 vagas de titular, aceitando alguns sacrifícios inerentes na formação de um time campeão. “É uma força própria da equipe”, diz o técnico. “Se você tiver um grupo extremamente vaidoso, é o primeiro passo para o insucesso. Mas não quer dizer que o atleta não vá aparecer. Eles compreenderam que a participação solidária iria fazer a equipe vencer e iria valorizar a individualidade.”
Vai além
Depois dos acontecimentos que marcaram o embarque do elenco rumo ao Japão, no qual uma multidão de corintianos compareceu ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, numa manifestação incrível, é impossível desassociar o time de seus seguidores também. Jogando no Pacaembu, oCorinthians venceu seis de sete partidas na Libertadores, com 16 gols marcados e apenas um sofrido. “Esta torcida teve participação decisiva na nossa grande campanha da Libertadores”, dizEmerson. “Ela nos carrega no colo.”
Agora, em Toyota e Yokohama, o time supostamente teria de se virar sem esse apoio fervoroso. Mas é claro que sua fiel torcida não permitiria que isso acontecesse. A procura por vistos japoneses noBrasil foi intensa. Em Nagoya, os jogadores foram recebidos já por centenas de torcedores na porta do hotel. Para os jogos, o clube aguarda milhares nas arquibancadas. Seriam milhares por um time.
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Vamos lá, Romarinho.
‘Ele será decisivo de novo’, diz irmão de Romarinho sobre o Mundial
Moradores da pequena Palestina, berço do craque corintiano, estão eufóricos, mas familiares mantêm rotina de antes da fama
Por Marcos LavezoPalestina, SP
O orgulho de ver um morador da cidade com a camisa do Corinthians e a ansiedade pela chegada do Mundial de Clubes já não cabem mais na pequena cidade de Palestina, interior de São Paulo, terra do atacante Romarinho. Os moradores do município, com 11 mil habitantes, estão eufóricos com a possibilidade de ver o filho querido da cidade jogar no Japão.
Não apenas jogar, mas brilhar. Romarinho foi decisivo para o Timão estar no Mundial, com o gol que empatou o jogo contra o Boca Juniors, na Argentina, na primeira parte da decisão da Libertadores. Ronaldo da Silva, irmão de Romarinho, acredita que o caçula será novamente fundamental, assim como foi na Libertadores, mas agora do outro lado do mundo.
– Ele será decisivo de novo, assim como foi contra o Boca Juniors. O Romarinho é uma pessoa calma, não sentirá a pressão. Se na decisão da Libertadores, na Bombonera, contra o Boca, ele foi lá e no primeiro lance dele fez o gol, pressão é uma coisa que não passa por ele – afirma o irmão.
Ronaldo diz que o nervosismo para ver o irmão no Mundial de Clube é muito grande. Mas, segundo ele, a ansiedade é mais da família e até da cidade, de ver um representante chegar tão longe assim no mundo da bola.
– Quando ele vem para cá eu evito um pouco de falar sobre o Mundial com ele, pergunto só como estão as coisas lá no clube e em São Paulo. Mas quando surge o assunto ele não mostra nenhum nervosismo. Acho que para ele é como estar jogando em um campinho aqui em Palestina – diz o irmão.
– Eu não vou poder ir, até porque tenho o meu trabalho aqui e não tenho passaporte. Mas se alguém for, devem ser os meus pais mesmo. Com a correria que foi depois da Libertadores de arrumar um lugar para ele em São Paulo e outras coisas, não tivemos tempo de ir atrás disso – conta o irmão.
A mesma vida
Trabalho, sim. Ronaldo mantém o emprego de antes da fama repentina do caçula, de lavador de carros em um posto de gasolina. Mas ganhou uma “atribuição” extra: seu gerente, Eurico Fernandes Matos, além de cobrar dele capricho no serviço, exige também uma boa atuação do irmão em campo. Corintiano fanático, Eurico diz que comemorou muito quando Romarinho acertou com seu time de coração.
– Eu vi o Romarinho crescer aqui nas ruas de Palestina e, agora no Corinthians, é uma emoção muito forte para mim. Ver que um menino bom como ele conseguiu chegar longe é um motivo de orgulho. Quando ele estava no Bragantino ele também recebeu proposta do Santos, mas torci demais para ele ir pelo Corinthians. Agora torço em dobro, agora mais pelo Romarinho do que pelo Corinthians – afirma Eurico, que mora a dois quarteirões da onde o jogador morou.
Além de guardar na memória o gol que Romarinho fez na final da Libertadores, Eurico também guarda com carinho a camisa comemorativa da conquista do título: presente do atacante, com direito a autógrafo.
– Ele sempre quando vem aqui acaba trazendo uma camisa para os amigos. Esta ele trouxe para mim, logo depois do título. O Ronaldo sempre ganha uma camisa dele, mas acaba tendo de dar para os amigos, que vivem pedindo. Dá última vez que ele veio me deu um short, que usou na goleada contra o Coritiba – diz.
Agora Eurico espera outro presente, este um pouco mais difícil de conseguir: o título de campeão do mundo. Corintiano, ele quer ver o filho de Palestina trazer para o Brasil o principal título da história centenária do Timão, batendo o Chelsea na decisão.
– Nem no maior dos sonhos poderíamos imaginá-lo disputando o Mundial de Clubes. Agora que ele está lá, queremos vê-lo ganhar o título, entrar para a história do Corinthians. E do jeito que ele é tranquilo e tem estrela, é capaz dele entrar no meio do jogo e fazer o gol do título. E se possível, guardar a camisa para mim – brinca o torcedor.
Nada mudou
Ronaldo ainda vive em Palestina, mas agora sozinho. O pai e a mãe, assim como o outro irmão, Bruno, moram em São Paulo com Romarinho para ajudá-lo a se adaptar à cidade grande. A mãe e o pai o ajudam a não sentir falta da família e a cuidar da casa, e o irmão colabora nas tarefas do dia a dia, como levá-lo aos treinos e quebrar um galho nos serviços de banco.
Mesmo tendo um irmão ganhando a fama, conquistando títulos e já buscando a independência financeira da família, Ronaldo prefere continuar lavando carros, mesmo tendo ficado famoso e respondendo o tempo todo a perguntas sobre o irmão craque.
– Nas últimas semanas ele estava muito feliz por conseguir comprar uma casa para a minha mãe, é um sonho que a gente tinha. Em São Paulo ele já está sendo bem cuidado pelos meus pais e meu irmão. Ele disse que com o tempo quer me ajudar a montar um negócio em Palestina, para eu e nossa outra irmã cuidarmos. Mas não vejo problema, enquanto isso, em continuar lavando carros – afirma o irmão, que lava, em média, cinco carros por dia.
Com a vida corrida de viagens, jogos e treinos, Romarinho voltou pouco para Palestina desde a contratação pelo Corinthians. De lá para cá, foram apenas quatro viagens para sua terra natal, uma delas após a goleada aplicada no Coritiba por 5 a 1, no último dia 10.
– Quando ele vem, fica por pouco tempo. Da última vez que veio visitou alguns amigos e participou de um pagode, que ele gosta bastante. Ele é de ficar em casa. Agora que ele ficou mais conhecido ele prefere ficar perto da família e dos amigos – diz o mano.
‘Palestina’ vai a São Paulo
E se Romarinho, sempre que pode, vai para Palestina, pelo menos parte da cidade também vai à capital. O jogador, desde que chegou ao Corinthians, vai tentando realizar o sonho dos corintianos de conhecer o centro de treinamento do clube e acompanhar jogos do Timão.
O casal Tiele Moreira e Edcarlos José de Oliveira tem um bar em Palestina e estamparam em uma parede o dia em que conheceram o CT do Parque Ecológico e vários jogadores do Corinthians, como o volante Ralf e os goleiros Cássio e Júlio César. Tiele diz que sempre acompanhou a carreira de Romarinho, principalmente na época do Bragantino, e acredita que o jogador ainda pode ir muito longe.
– O Romarinho é uma pessoa humilde, que não esqueceu suas origens. Ele nem precisava nos levar lá, mas fez questão. Ele realizou o sonho do meu sobrinho, que acabou morrendo de câncer há algumas semanas, de conhecer os jogadores do Corinthians. Ele é iluminado e aposto que ele vai fazer um gol na final do Mundial – afirma Tiele.
O bar tem em uma parede as camisas do Corinthians e do Bragantino autografadas pelo atacante e virou um ponto de concentração não apenas de torcedores do Corinthians, mas torcedores de Romarinho. O casal espera que o jogador vá comemorar lá o título do Mundial, quando retornar para Palestina.
– Independentemente do time de coração, acho que todos os moradores da cidade torcem pelo sucesso do Romarinho. Ele quando vem aqui tenta dar atenção para todo mundo, é um menino ainda, mas tem uma cabeça feita. Em menos de um ano a vida dele mudou completamente, e ele segue humilde. Merece todo o sucesso que está tendo – diz Edcarlos.
www.g1.globo.com.
Esperando o jogo chegar.
Os corintianos acham que hoje vai ser uma terça-feira interminável.
A quarta-feira, em compensação, vai ser breve, porque o jogo do Corinthians começa às 8h30 e só depois dele, ali pelas 10h20, se não houver nem prorrogação nem pênaltis, é que o dia, de fato, vai ter início.
Dia de festa ou dia de luto.
Sim, que esta terça-feira vai ser de expectativa para os alvinegros, antes de enfrentar o Al Alhy, do Egito, está fora de dúvida.
Mas angustiante mesmo é a pergunta sobre como vai ser a quarta-feira — depois do jogo.
Se eu soubesse, juro, contava aqui.
Como não sei, e não rezo, só me resta contar cada segundo dessas próximas 25 horas e meia.
Um, dois, três, quatro
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