Erros e mais erros
Erros do árbitro e Riquelme decisivo fazem Boca acabar com sonho do bi corintiano
Doze anos depois, Juan Román Riquelme voltou a ser decisivo contra um grande paulista. De novo, a arbitragem interferiu no resultado do confronto, agora com um pênalti não dado e um gol mal anulado. Em 2013, quem mudou foi a vítima. Se nas duas primeiras vezes que esteve na cidade o camisa 10 destruiu o sonho do bi do Palmeiras, desta vez repetiu a dose com o Corinthians. Com um golaço, ele desequilibrou o jogo para o Boca, que arrancou o empate por 1 a 1 e acabou com o sonho alvinegro de dominar a América pelo segundo ano seguido.
Com o 1 a 0 que os argentinos já tinham aplicado na Bombonera, há duas semanas, o Boca avançaria às quartas da Copa Libertadores sem contestação. O problema foi a atuação de Carlos Amarilla, decisivo nesta quarta. Ainda antes dos visitantes abrirem o placar, o veterano árbitro havia ignorado um pênalti e anulado de maneira equivocada um gol de Romarinho, além de ter invertido algumas faltas que irritaram os corintianos.
Libertadores nesta quarta-feira 45 fotos
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Um roteiro muito parecido com aquele que viveu o Palmeiras em 2001, quando encarou o Boca Juniors de Riquelme na semifinal da Libertadores. Na ocasião, o também paraguaio Ubaldo Aquino deixou de dar dois pênaltis para o Palmeiras e anotou um irregular para o time da casa no 2 a 2 na Argentina. Em São Paulo, um novo empate, com show do 10 visitante, levou o jogo para os pênaltis e eliminou a equipe alviverde.
Desta vez, todos esses elementos se juntaram em uma partida só. O primeiro lance decisivo de Amarilla foi logo aos 9 minutos, quando em uma disputa na área, Marin encostou a mão na bola. O juiz não só ignorou como deu amarelo para Emerson Sheik por reclamação.
Aos 26 minutos, Romarinho saiu na cara do gol após bela assistência de Emerson. Aos trancos e barrancos, ele driblou Orion e marcou, mas o árbitro anulou alegando impedimento, novamente equivocado. O lance mexeu com os corintianos, que reclamaram e pareceram esquecer momentaneamente de Riquelme.
No lance seguinte, o maestro argentino recebeu na direita, percebeu Cássio adiantado e bateu de muito longe. Um golaço, que forçaria o Corinthians a fazer três gols para tentar a vaga.
Os brasileiros reagiram com a calma que lhe é peculiar. Sem desespero, não tiveram vergonha de trocar passes na intermediária e só chutariam a primeira bola dez minutos depois, em uma finalização de Emerson prensada pela zaga. Com Paulinho e Danilo jogando bem, o Corinthians só não assustaria mais por conta da grande partida do Boca.
Apesar da limitação da equipe, penúltima colocada no Campeonato Argentino, Carlos Bianchi armou uma marcação eficiente, apostou bem no trio Erviti, Riquelme e Blandi e deu poucos espaços ao Corinthians de Tite, que teve de mudar sua formação já no intervalo.
Alexandre Pato, xodó da torcida, entrou em campo na vaga de Romarinho e deu gás ao ataque alvinegro. Logo aos 6 minutos, Paulinho fez o Pacaembu explodir ao completar, de cabeça, um cruzamento de Emerson Sheik.
Foi a senha para o Corinthians se lançar com tudo ao ataque, com especial sucesso nas bolas aéreas. Em uma delas, aos 15 minutos, Paulinho marcou no rebote de Orion, mas o juiz anulou novamente em um lance polêmico, marcando falta de Gil no goleiro do Boca. Dessa vez, no entanto, ele o fez corretamente.
Os argentinos, cientes da qualidade dos atuais campeões da Libertadores, se limitaram a jogar na defesa. Riquelme, com sua parte já cumprida, saiu de campo aos 23 minutos, sob óbvias vaias do público. Bianchi recuou todo mundo e deixou Blandi isolado no ataque, enquanto o Corinthians se armava com Alexandre Pato e Emerson Sheik nas pontas.
A melhor chance do jogo foi do ex-milanista. Aos 31 minutos, Guerrero desviou um cruzamento e Pato, com um toque de classe, tirou Orion do lance, só que se atrapalhou na hora de bater e perdeu sem goleiro uma chance incrível.
O lance, aparentemente, abateu o Corinthians. Depois da chance incrível, o time passou a atacar menos, sequer se apresentou para Cássio em lances de reposição de bola e não levou mais perigo ao Boca, que ainda teve uma chance de definir com Bravo, que desperdiçou chutando em cima de Fábio Santos. Nada que mexesse no placar, que confirmou a doída eliminação alvinegra.
Com o resultado, o Boca se vinga da final da Libertadores do ano passado, lembrada pela torcida corintiana em um mosaico antes do jogo e entalada na garganta dos argentinos. O time da Bombonera ainda consolidou seu histórico de algoz dos brasileiros. Em 14 confrontos de mata-mata na Libertadores, são 11 vitórias. Bianchi, por exemplo, nunca foi derrotado nas oito disputas que teve.
Agora, o Boca faz um clássico argentino nas quartas diante do Newell’s Old Boys, que mais cedo passou pelo Vélez com uma vitória por 2 a 1 fora de casa. Para o Corinthians, resta a lamentação pelo sonho frustrado e a disputa pelo título paulista. Depois de vencer o primeiro jogo por 2 a 1 no Pacaembu, no último domingo, a equipe decide a taça na Vila Belmiro, neste fim de semana, podendo empatar por qualquer placar.
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Quinta
Noite de superação
Com Pacaembu a favor, Corinthians tenta virada contra o Boca Juniors
Última derrota no estádio pela Libertadores foi há sete anos. Nesta quarta, time aposta em torcida e retrospecto para eliminar argentinos
Por Diego Ribeiro e Rodrigo FaberSão Paulo
Boca (Foto: Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians)
Dois gols, 90 minutos, 11 guerreiros em campo e quase 40 mil nas arquibancadas do Pacaembu. Esta quarta-feira, 15 de maio de 2013, precisa ser mais uma daquelas noites épicas que o torcedor do Corinthians adora celebrar. Diante do perigoso Boca Juniors, a partir das 22h (horário de Brasília), o Timão precisa tirar a vantagem de um gol obtida pelos argentinos na Bombonera, há duas semanas, para conseguir classificação às quartas de final da Taça Libertadores. Para isso, terá estádio lotado, histórico a favor e um time mordido, querendo repetir a atuação que deu o título continental do ano passado contra o mesmo Boca.
A conta é simples: a derrota por 1 a 0 em Buenos Aires faz os comandados de Tite precisarem de dois gols de diferença para a classificação direta. Vitória por 1 a 0 significa disputa por pênaltis, enquanto qualquer outro triunfo por um de diferença classifica os argentinos – pelo critério dos gols marcados fora de casa. Nesta Libertadores, todas as vitórias corintianas em casa foram por dois ou mais gols – 2 a 0 no Millonarios, e 3 a 0 sobre Tijuana e San José.
A última derrota corintiana no Pacaembu em Libertadores foi em 2006, para o maior rival do Boca, o River Plate: os 3 a 1 para os argentinos eliminaram o Timão nas oitavas de final daquele ano. De lá para cá, o Corinthians jogou mais 15 vezes no estádio pela Libertadores, com 13 vitórias, dois empates, 31 gols marcados e apenas quatro sofridos.
Do outro lado, porém, o Boca conta com o retorno de Riquelme para tentar manter a hegemonia do técnico Carlos Bianchi diante de brasileiros – ele nunca foi eliminado em seis mata-matas contra equipes do país vizinho. O elenco chegou ao Brasil nesta terça, treinou no Canindé, estádio da Portuguesa, e se disse confiante na missão de desbancar o atual campeão da América.
Nas arquibancadas, a pressão será enorme. Os cerca de 39 mil ingressos à venda foram esgotados na segunda-feira, e os corintianos esperam que a festa seja completada com a classificação às quartas de final. Quem vencer terá pela frente o classificado do confronto entre Vélez Sarsfield e Newell’s Old Boys, que definem a vaga também nesta quarta – o Vélez venceu o jogo de ida por 1 a 0, fora de casa.
A partida terá arbitragem do paraguaio Carlos Amarilla, auxiliado pelos compatriotas Rodney Aquino e Carlos Cáceres. A TV Globo transmite o confronto ao vivo para os estados de SP, MG, DF, PR, SC, RN, MA (menos Balsas), SE, GO, MS, PA (menos Santarém) e TO. O SporTV mostra para todo o Brasil. O GLOBOESPORTE.COM acompanha todos os lances em Tempo Real a partir das 21h30m.
Corinthians: Tite quer mudar o mínimo possível a forma de sua equipe jogar. Para isso, vai manter a formação das últimas partidas, com Romarinho, Sheik e Danilo como apoio ao artilheiro Guerrero. O time: Cássio, Alessandro, Gil, Paulo André e Fábio Santos; Ralf e Paulinho; Danilo, Romarinho e Emerson Sheik; Guerrero.
Boca Juniors: o técnico Carlos Bianchi sabe que obteve uma vantagem considerável com a vitória na Argentina, e por isso o objetivo é esperar o Timão e evitar gols. O maestro Riquelme está de volta, e isso significa que o ex-corintiano Martínez vai para o banco. O Boca começa com Orión, Marin, Caruzzo, Burdisso e Clemente Rodriguez; Erbes, Somoza, Erviti e Sanchez Miño; Riquelme; Blandi.
Corinthians: Renato Augusto, ainda em recuperação de uma lesão no músculo posterior da coxa direita, e Guilherme Andrade, que operou o joelho e fica pelo menos mais cinco meses fora.
Boca Juniors: o único desfalque é o meio-campista Ledesma, suspenso por ter sido expulso no jogo de ida das oitavas de final.
Corinthians: há três jogos sem marcar, Paolo Guerrero já está incomodado, louco para balançar as redes. Ele nunca ficou sem gols por um período maior do que esse desde que chegou ao Timão. Por isso, a expectativa é de que o peruano brilhe no momento em que a equipe mais precisa dele.
Boca Juniors: de volta ao time após se recuperar de lesão muscular, Riquelme está longe de seus melhores dias, mas ainda preocupa por sua capacidade de reter a posse de bola e controlar um jogo que tem tudo para ser truncado. O Timão precisa marcá-lo com atenção para evitar surpresas no Pacaembu.
Paulinho, volante do Corinthians: “Temos de tomar a iniciativa desde o início da partida, não podemos atacar o Boca de qualquer jeito, nunca fomos assim. Temos de agredir com certeza, mas bem posicionados para não corrermos riscos no contra-ataque. Tomar um gol é complicar tudo”.
Riquelme, meia do Boca Juniors: “Eles foram os melhores no ano passado, mas confio muito na minha equipe. Acredito que podemos passar, apesar de eles jogarem com a torcida a favor”.
* Quem tem vantagem? Confira o histórico do confronto na Futpédia
* Das 15 vitórias do Corinthians nesta temporada, oito foram por dois ou mais gols de diferença, resultado que o time precisa para se classificar diante do Boca.
* Desde 2007, a equipe que venceu o jogo de ida do mata-mata por 1 a 0, em casa, tem levado vantagem nos confrontos. Em 14 situações desse tipo, a equipe vencedora do primeiro jogo só foi eliminada quatro vezes.
* Nos últimos oito confrontos contra estrangeiros no Pacaembu, pela Libertadores, o Timão venceu todos e sequer sofreu um gol. O último resultado diferente foi o empate sem gols com o Deportes Tolima, em 2011, pela fase prévia da competição.
Há 15 dias, em 1º de maio, o Boca fez da Bombonera um inferno e conseguiu vencer o Corinthians pelo jogo de ida das oitavas de final. Após um primeiro tempo morno, os Xeneizes chegaram ao gol com Blandi, aos 13 do segundo tempo, em falha coletiva da defesa alvinegra. O duelo não teve a mesma intensidade das finais da Libertadores do ano passado, mas também reservou algumas confusões. O argentino Ledesma foi expulso no fim.
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Quarta
Esta quarta vai ferver
Paulinho minimiza cansaço e pede calma ao Corinthians
Volante diz que o time não terá muito tempo para treinar, por causa da final do Paulista, mas confia no entrosamento do grupo
SÃO PAULO – A sequência de jogos decisivos do Corinthians não assusta Paulinho. Para o volante, um dos principais jogadores do time, a ausência de tempo para treinar entre o jogo contra o Santos e a partida contra o Boca Juniors não preocupa por causa da maturidade do elenco e do entrosamento do grupo.
“Não tivemos muito tempo para treinar, mas nessas horas não tem o que inventar. A equipe já se conhece muito bem. É um grupo muito maduro, preparado para esse tipo de jogo”, afirmou o volante, que prega calma no duelo contra os argentinos, nesta quarta. “É fundamental o time ter calma. Não adianta querer atropelar as coisas. Vamos buscar um ritmo bom durante toda a partida.”
Para eliminar o Boca e avançar às quartas de final da Libertadores, o Corinthians precisa vencer por dois gols de diferença no Pacaembu. Se levar gol, terá que fazer ao menos três para despachar o adversário.
“Não podemos vacilar, dar brecha. Se tomarmos um gol, vai ficar complicado”, alertou Paulinho. “Temos de tomar a iniciativa, não vamos esperar o Boca. Vamos agredir, porém bem posicionados para não corrermos o risco do contra-ataque”.
Paulinho admite que a partida deverá ficar mais complicada por causa da conhecida catimba argentina. “Temos de nos preocupar com nós mesmos e não com o Boca. Vai ser um jogo muito mais truncado do que foi contra o Santos, mas tudo vai depender de como a gente vai se comportar. Se a gente entrar concentrado, nada vai nos atrapalhar”, projetou.
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Terça
O professor está certo.
Tite exalta atuação e vê ‘vaga perto’ em caso de nova dose contra o Boca
Técnico lamenta apenas oportunidades perdidas: ‘Faltou precisão em algumas chances, mas o desempenho foi marcante’
Por Carlos A. Ferrari e Rodrigo FaberSão Paulo
O Corinthians iniciou a final do Campeonato Paulista em vantagem: venceu o Santos por 2 a 1 neste domingo, no estádio do Pacaembu, neste domingo, e depende de qualquer empate na Vila Belmiro para ficar com o título. Satisfeito com o desempenho de sua equipe, o comandante pediu que os jogadores mantenham a postura aguerrida apresentada no clássico também na próxima quarta-feira, contra o Boca Juniors.
Após abrir o placar no primeiro tempo, o Corinthians teve diversas oportunidades de ampliar. Paulo André anotou o segundo gol, mas Durval diminuiu novamente a diferença. Tite exaltou a melhora do Timão em relação aos últimos jogos, contra São Paulo e Boca, e disse que, se o time mantiver o nível de atuação deste domingo, tem grandes chances de avançar às quartas de final da Taça Libertadores da América.
– Mais importante que o resultado foi o desempenho. Agora peço que o torcedor corintiano incentive a equipe, como sempre fez. Ficamos próximos de construir uma vantagem melhor e mais ampla pelo desempenho da equipe. Faltou precisão em algumas chances, mas o desempenho foi marcante – analisou, em entrevista coletiva após a partida.
Na última sexta, Tite havia apostado que o resultado no Pacaembu, qualquer que fosse, não definiria o título. Pela final do Paulistão de 2011, Corinthians e Santos também fizeram a primeira partida na capital, e ficaram no empate sem gols. Na Baixada, o Peixe levou a melhor: 2 a 1.
Se no segundo jogo da final do Paulistão o Corinthians jogará com a possibilidade do empate, daqui a três dias, no estádio do Pacaembu, a história será outra. O Timão precisa de uma vitória por dois gols de diferença para seguir sonhando com o bicampeonato continental. Tenso desde já, Tite quer evitar qualquer fator externo para o próximo desafio da equipe: a ele, basta um “replay” da atuação contra o Santos.
– Se formos pensar em nervosismo, desfocamos a essência. Em todas as minhas respostas, falo em foco, desempenho, jogar bem, finalizar, acertar passes… É isso que importa. Eu não sei se vamos classificar, mas se repetirmos o desempenho de hoje, estaremos muito próximos disso – completou.
Apesar dos quatro jogadores pendurados no primeiro jogo da final do Paulistão, o Corinthians não terá nenhum atleta suspenso para a partida na Vila Belmiro, no próximo domingo. Alessandro, Ralf, Paulinho e Danilo, que estavam em situação de risco, passaram os 90 minutos sem receber o cartão amarelo, permitindo que o Timão tenha força máxima em busca de seu 27o título estadual da história.
O Corinthians será campeão em caso de qualquer empate na Baixada. Se perder por um gol de diferença, a decisão será nos pênaltis, independentemente da quantidade de vezes em que as redes forem balançadas – já que não há o critério dos gols fora de casa no Campeonato Paulista.
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Segunda
É clássico !
Polêmicas, astros e tira-teima: Timão e Santos iniciam finais do Paulista
Com histórico recente de duelos equilibrados, rivais se encontram novamente na decisão do estadual – é a terceira em cinco anos
Por GLOBOESPORTE.COMSão Paulo
neste domingo (Foto: Editoria de Arte)
O clássico entre Corinthians e Santos completa seu centenário em 2013. Neste domingo, às 16h, os rivais históricos não só disputam a primeira partida da final do Campeonato Paulista no estádio do Pacaembu, como também põem em jogo um retrospecto recente que inclui duelos eliminatórios memoráveis, trocas de farpas e a consolidação de dois gigantes do futebol brasileiro.
Em cinco anos, esta é a terceira vez que as duas equipes se encontram para decidir quem é o melhor time do estado de São Paulo. Em 2009, sob a batuta de Ronaldo, o Corinthians levou a melhor, com direito a um golaço do Fenômeno na Vila Belmiro. Dois anos depois, o Santos deu o troco, fechando a conta com o jovem ídolo Neymar balançando as redes. Chegou a hora do tira-teima.
Como se não bastasse a sequência vitoriosa em âmbito regional – o Peixe luta pelo tetracampeonato inédito do Paulistão, enquanto o Timão é o maior campeão da história do torneio, com 26 títulos – os rivais estenderam o duelo ao continente sul-americano. Últimos campeões da Taça Libertadores da América, Santos e Corinthians se encontraram pela semifinal da competição continental no ano passado. E o time do Parque São Jorge levou a melhor.
Cássio, Rafael, Arouca, Paulinho, Emerson Sheik, Neymar, Alexandre Pato… O clássico reúne um cartel invejável de estrelas, cujos currículos já estão repletos de títulos. Os laterais Alessandro e Léo, símbolos de longevidade em suas respectivas equipes, que o digam. Além da história e da rivalidade, o duelo em preto e branco vem sendo apimentado por diversos fatores recentemente.
No fim do ano passado, quando o Corinthians viajou ao Japão para a disputa do Mundial de Clubes, Léo ironizou a bagunça feita por alguns torcedores, que foram se despedir da equipe no aeroporto de Guarulhos, dizendo que quem está acostumado com rodoviária não poderia ir a um ambiente mais recatado. A resposta veio após o título, com xingamentos do Sheik.
O próprio Neymar já foi pivô de algumas polêmicas: foi intimidado pelo ex-volante corintiano Cristian na final em 2009, recebeu críticas do técnico Tite por ser “cai-cai”, recebeu cutucadas de todos os lados…
(Montagem: Editoria de Arte / Globoesporte.com)
Enquanto o Corinthians chega embalado por uma goleada sobre a Ponte Preta nas quartas e uma vitória nos pênaltis sobre o São Paulo na semi, o Peixe vem de duas emocionantes classificações nas penalidades – uma sobre o Palmeiras, outra diante do Mogi Mirim.
Wilson Luiz Seneme apita o clássico, auxiliado por Emerson Augusto de Carvalho e Anderson José de Moraes Coelho. A TV Globo transmite ao vivo para SP, RJ, DF, RS, RN, AL, PB, MA, SE, PI, MT, MS e Região Norte, enquanto o Sportv transmite para todo o Brasil. O GLOBOESPORTE.COM acompanha todos os detalhes da final em Tempo Real, com vídeos, a partir das 13h30m.
Corinthians: assim como nas últimas partidas, Tite evitou qualquer mudança em sua formação. Apesar das atuações abaixo do esperado contra São Paulo e Boca Juniors, o técnico confia na manutenção do meio-campo com Romarinho, Danilo (mais centralizado desta vez) e Emerson, com Guerrero como referência no ataque. O Timão inicia a disputa pelo título paulista com a seguinte equipe: Cássio; Alessandro, Gil, Paulo André e Fábio Santos; Ralf e Paulinho; Danilo, Romarinho e Emerson Sheik; Paolo Guerrero.
Santos: Muricy Ramalho faz mistério e só revelará sua equipe momentos antes da final. A dúvida é se voltará a usar Galhardo e Bruno Peres na lateral direita, ou seguirá com Neto no time, como diante do Joinville, pela Copa do Brasil. Felipe Anderson improvisado é outra opção no setor, assim como no meio. Até Marcos Assunção pode ganhar uma vaga depois de dar assistência para Durval marcar contra o JEC. Cheio de interrogações, o possível Santos: Rafael Gabral; Neto (Bruno Peres ou Felipe Anderson), Edu Dracena, Durval e Léo; Renê Júnior, Arouca, Cícero e Felipe Anderson (Marcos Assunção); Neymar e Miralles.
Corinthians: Jorge Henrique foi afastado por ato de indisciplina e não vestirá mais a camisa alvinegra. Renato Augusto, que se recupera de lesão no músculo posterior da coxa direita, e Guilherme Andrade, com lesão grave no joelho e previsão de recuperação de seis meses, também ficam fora.
Santos: Giva (pubalgia) e Montillo (estiramento na coxa esquerda).
Corinthians: o volante Paulinho ficou mais “preso” do que o normal nas duas últimas partidas, por conta dos esquemas táticos utilizados pelos adversários. Neste primeiro jogo da final, o camisa 8 deverá atuar com mais liberdade e terá a chance de ser decisivo novamente. Autor de gols importantes em sua trajetória pelo clube, pode ser um fator surpresa para o Timão.
Santos: o craque Neymar é a maior esperança para desequilibrar a final a favor do Santos. Sem brilhar nos últimos jogos, o camisa 11 pode ser o diferencial da decisão. Artilheiro isolado do Paulistão, com 12 gols, ele poderá se distanciar ainda mais de Paolo Guerrero, do Corinthians, com oito gols. O peruano é o concorrente mais próximo que ainda disputa o campeonato, ao lado de Cícero, também do Peixe.
Tite, técnico do Corinthians: “Temos de jogar bem e melhorar o processo de criação. Se colocarmos esse jogo em estatísticas, vamos ver que os trabalhos estão consolidados. São os dois últimos campeões da Libertadores, o que aumenta ainda mais a importância da partida. Precisamos jogar tudo para que possamos ser os melhores”.
Muricy Ramalho, técnico do Santos: “Nosso time vai jogar como já vem atuando: marcando bem e tentando surpreender o adversário. A rivalidade existe, mas dentro de campo, eles (atletas) são profissionais”.
*
* No século 21, de 2001 para cá, esta é apenas a quarta vez que o Paulistão tem uma decisão entre dois grandes do estado. Em 2003, Corinthians e São Paulo fizeram as finais e o Timão foi campeão com duas vitórias por 3 a 2. Em 2009 e 2011, Corinthians e Santos decidiram o título, com cada equipe levando o troféu uma vez.
* Esta é apenas a terceira vez que Santos e Corinthians decidem o Paulistão em jogos de mata-mata. Em 2009, o Corinthians levou a melhor após uma vitória por 3 a 1 na Vila e um empate em 1 a 1 no Pacaembu. Em 2011, o Peixe foi o campeão após um empate sem gols no Pacaembu e uma vitória por 2 a 1 na Vila.
* Santos e Corinthians terminaram nas duas primeiras posições do Paulistão em oito oportunidades, seis delas em campeonatos por pontos corridos (as outras duas estão citadas acima). O Timão levou a melhor em 1928 e 1929. Já o Peixe foi campeão em 1955, 1962, 1968 e 1984.
* Corinthians e Santos são as equipes que menos perderam na competição, sofrendo apenas duas derrotas em 21 partidas. A Ponte Preta também perdeu apenas duas vezes, mas em 20 jogos.
* O Corinthians é o recordista de títulos paulistas, com 26 conquistas. O Peixe aparece na quarta colocação, com 20 taças.
* O Santos leva vantagem em seus confrontos recentes diante do Corinthians. No século 21, as duas equipes se enfrentaram 42 vezes, com 19 vitórias do Santos, dez empates e 13 vitórias corintianas, com 64 gols santistas e 61 do do Timão. Já nas últimas dez partidas, o Peixe venceu quatro vezes, contra apenas uma vitória corintiana e cinco empates.
* O Pacaembu já foi palco 94 vezes do clássico entre Santos e Corinthians. No estádio preferido dos corintianos, o Timão leva vantagem com 35 vitórias e 31 empates, contra 28 vitórias santistas (146 gols do Corinthians e 132 do Peixe).
* Clássico mais antigo do futebol paulista, Santos e Corinthians se enfrentaram pela primeira vez no dia 22 de junho de 1913, no Parque Antarctica, que futuramente teria o nome trocado para Palestra Itália. Em partida válida pelo Paulistão, o Santos venceu por 6 a 3, gols de Milton (duas vezes), Arnaldo (duas vezes), Ambrósio e Ricardo para o Peixe, com César Nunes, Luis Fabi e Peres descontando para o Timão.
* Desde o Brasileirão de 2006 que não acontece uma vitória por mais de dois gols de diferença nos jogos entre Santos e Corinthians. A última vez que isso aconteceu foi no dia 5 de outubro, na vitória santista por 3 a 0 no Pacaembu, gols de Kleber, Zé Roberto e Leandro.
Corinthians e Santos se enfrentaram pela última vez no dia 3 de março, pela 10ª rodada do Paulistão. Punido com a perda de mando por causa das moeadas atiradas em Ganso no clássico contra o São Paulo, o Peixe mudou seu jogo para o Morumbi. Apesar da expectativa, dentro de campo os rivais não empolgaram e ficaram no empate sem gols.
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