O Corinthians deve procurar seus torcedores, em especial os organizados, para tentar evitar novas punições por mau comportamento no futuro. Neste ano, quatro punições diferentes atrapalharam o clube em partidas em casa, e a direção quer estabelecer um diálogo para evitar que o prejuízo se repita em 2014.
“É para trocar ideias, uma coisa de mão dupla. A gente vai mostrar que teve prejuízo. Quando eles vão cobrar a gente recebe normalmente, e agora vai ser a mesma coisa”, disse Raul Corrêa, diretor financeiro do Corinthians, que já havia revelado a medida à ESPN durante a última semana.
A Gaviões da Fiel, maior organizada do clube e envolvida nos episódios que geraram punição, vê com bons olhos a medida. Segundo pessoa próxima à direção ouvida pelo UOL Esporte, a torcida entende que o diálogo com a direção do será proveitoso e poderá ajudar a evitar novas punições.
O departamento é o mais prejudicado pelas punições, já que está com déficit anual de R$ 8 milhões, muito por conta das partidas sem público ou longe do Pacaembu. Neste domingo, o Corinthians completa o sexto jogo de punição na temporada.
O primeiro foi na Libertadores, contra o Millonarios, que deixou o Pacaembu quase vazio em decorrência da tragédia que vitimou o jovem Kevin, na Bolívia. Os quatro primeiros no Brasileiro foram no interior de São Paulo por conta da briga entre corintianos e vascaínos em um jogo do primeiro turno.
Este último será em Araraquara porque um corintiano atirou uma garrafa no auxiliar da partida contra a Portuguesa. A situação só não é pior porque o departamento jurídico do clube conseguiu reverter a perda de mando de campo no STJD pelo uso de sinalizador em um jogo da Copa do Brasil. Em quase todos esses casos, exceção feito ao episódio da garrafa, houve participação comprovada de torcedores organizados.
O tom, porém, não deve ser de enfrentamento. Na linha do que já costuma fazer, o Corinthians pretende resolver o problema com diálogo. O responsável pela conversa será Lúcio Blanco, gerente de arrecadação, que alinhará o discurso com o presidente Mário Gobbi.
“O Corinthians perde, torcida perde. O ideal, a gente não tenha talvez uma maneira justa de ter a torcida de maneira real representada. Não serão somente as torcidas organizadas convidadas a participar. Vamos abrir para o corintiano”, disse Lúcio.
A possibilidade de uma espécie de audiência pública sobre o tema não está descartada, mas depende do interesse demonstrado pelos torcedores “comuns”. Os organizadas, acredita Lúcio, já estão cientes de que os episódios desse ano causaram prejuízos esportivos e financeiros.
“Acho que é totalmente possível melhorar para 2014. Tudo que a gente precisa a gente conversa com a torcida, e eles costumam sempre assumir aquilo que combinam. O que precisa é efetivamente mostrar pra eles quais são as consequências. Eu entendo que todos eles, independentemente de terem culpa ou não, entenderam a gravidade do negócio”, completou.
www.uol.com.br