Olho vivo !
Franz Kline (1910-1962) (Reprodução)
Nos últimos 20 anos, a imprensa brasileira, em sua imensa maioria, apoiou, aplaudiu e elogiou o quanto foi possível o Presidente da CBF Ricardo Teixeira.
Apenas um número reduzido de jornalistas manteve uma posição distante e crítica da gestão de nossa entidade maior de futebol. Há alguns meses, pouco antes de sair da Confederação e do Brasil, o Presidente da CBF era louvado por todo lado. Apoiado por dirigentes de futebol – sem nenhuma discordância – políticos (de todos os partidos), sem falar do sempre presente suporte da mídia. Numa hecabombe, sem precedente, dirigentes, jornalistas e políticos foram surprendidos pela saída de Ricardo Teixeira. Só uns poucos – dentre eles o Juca Kfouri – estavam de outro lado na história. Por esta razão é importante ficarmos de olhos abertos em sua coluna. Algumas vezes ele dá uma opiniões atravessadas com as quais não concordo. E todos sabem quais são. Mas – neste campo- é preciso ficar atento.
Após a “renúncia” de Ricardo Teixeira qualquer faísca pode acabar em fogueira.
Mudança de rota
JUCA KFOURI
As relações do governo federal com a CBF e com o COB passam por delicado momento de correção
CBF E COB viveram no melhor dos mundos no governo Lula. Após um primeiro momento de colisão, com a aprovação do Estatuto do Torcedor e da chamada Lei da Moralização do Esporte, vistas pelas entidades como contra elas, Lula deixou-se seduzir pela cartolagem, saiu em sua defesa e lhe deu não só a Timemania como as leis de incentivo. Sem exigir nenhuma mudança no modelo de gestão, como seria obrigatório, o que só aprofundou os problemas.
A gestão Dilma ainda patinou no relacionamento graças ao comportamento servil do ex-ministro do Esporte Orlando Silva Jr., que acabou caindo em meio às mais variadas denúncias, embora consideradas inconsistentes pelo Conselho de Ética do próprio governo.
A chegada de Aldo Rebelo à pasta esfriou o relacionamento, mantida a formalidade institucional.
A saída pelos fundos do ex-presidente da CBF, a chegada do novo acumulando cargos no Comitê Organizador Local da Copa do Mundo, mais o incômodo do COI com o mesmo procedimento do presidente do COB, que também acumula a presidência da Rio-2016, somados ao mau desempenho em Londres, permitiram ao governo federal uma correção de rota que, se seguida com firmeza, poderá trazer resultados positivos no futuro imediato e mais ainda a longo prazo.
Nestas alturas, por delicados que sejam os movimentos, é indisfarçável o empenho governamental em tomar as rédeas dos megaeventos no país e em parar de dar dinheiro diretamente ao COB. Em todos os escalões são abundantes as críticas à má gestão do dinheiro público no caso do COB, além de se fazer coro às preocupações do COI.
Do mesmo modo que se está de acordo com o constrangimento da Fifa pela imagem do novo presidente da CBF, não só por seu passado subserviente e colaboracionista em relação à ditadura como, principalmente, pelo episódio da subtração da medalha, que “correu o mundo”, segundo a coluna ouviu de envergonhado alto funcionário da entidade que controla o futebol mundial.
Afinal, se o conservadorismo político ou, mais, o reacionarismo, são marcas tradicionais na cúpula do esporte -Juan Samaranch, o antecessor do atual presidente do COI, era franquista de carteirinha, e João Havelange, na Fifa, se dava melhor com ditadores sul-americanos e africanos-, havia uma preocupação com o decoro que os fazia evitar gestos públicos como o de José Maria Marin na premiação da Copa São Paulo de futebol júnior.
Carlos Nuzman já dá sinais de ter entendido que a situação se complicou e tem piscado mais que o normal. Seu descontrole na entrevista final em Londres, sem saber que estava sendo gravado, comprova: “Não dá mais para fazer reunião e fazer merda. Tô de saco cheio, eu tô cansado, tô cansado de fazer merda. Me encheu”.
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Tudo que vem do Juca precisa ser lido com calma. Com raras exceções ele acerta algo.
Temos que reconhecer: o continuismo dessa gente não fez bem ao esporte…
A maioria dos jornalistas esportivos é composta de gente que gosta (ou um dia gostou) muito de futebol mas que jamais participaram de uma partida oficial de futebol. Fazem comentários esdruxulos em que percebe-se claramente o desconhecimento da técnica do futebol. Outros aventuram-se em elocubrações táticas. Assistem os jogos mas não enxergam nada. Falam, falam e falam, inventam teorias, mas não dizem nada de útil. A maioria é assim. Uns mais badalados outros não. Uns mais emproados outros não. Fazem parte disse time: Juca Kfouri, Paulo Vinicius Coelho, Victor Birner, Flávio Prado, Renato Mauricio Prado, Vanderley Nogueira, etc. etc. etc.
Analise perfeita, acertou em todos os nomes, mas ainda faltam muitos “jornalistas” nesta lista…
É muito mais simples e curta uma relação daqueles que entendem alguma coisa.
Se for para listar todos os abutres que falam muito e não sabem nada, vai faltar espaço na Internet toda para guardar tanta (des)informação.
Queria até dar o primeiro nome e fazer minha contribuição para a lista daqueles que entendem, mas ninguém me vem à memória neste momento.
Claro que todo mundo sempre está de olho Citadini. Porém existe uma verdade nessa história, o bombardeio em cima do Teixeira se acentuou após o Morumbi ser deletado da copa.
É bom não ignorarmos que muitos jornalistas até então, (exceto o Juca) omitiram-se por interesses claramente clubisticos.
Foi só o Corinthians ser “empurrado” para conseguir o seu estádio, uma vez que corporativamente “nobres vereadores” saopaulinos impediram que o Pacaembu fosse cedido ao Timão,(prejudicando inclusive a cidade) que as metralhadoras, e lentes de aumento se viraram contra a CBF, Fifa e cia.
É só pesquisar no google, e verificar a veracidade dessa omissão “seletiva” naquele periodo.
Portanto, se houve um beneficio com a saida de RT da CBF, o crédito é todo do Corinthians.
Não existe jornalista isento. Isso é utopia.
Esta ai um grande equívoco. Achar que o ex-presidente Ricardo Teixeira ” era contra o Morumbi”. Vamos esclarecer isso. O Morumbi nunca( digo, nunca) teria a menor condição de abri a Copa. A menos que o estadio fôsse “quase” reconstruido. O ex- presidente nada teve com o Morumbi. Queria outra Arena , ou então São Paulo ficaria fora da Copa.
Foi o que eu disse Citadini. Enquanto “achavam” que RT “apoiava” o panetone, esses “jornaleiros”, se calaram.
Exatamente o que você também comentou em seu texto.”Só uns poucos – dentre eles o Juca Kfouri”.
E eu digo, que os “outros” foram omissos. Não discordei em nenhum momento de seu comentário, pelo contrário, só reafirmei em “ficar de olho”.
E, sua recomendação “Ficar de olho”, remete a seguinte conclusão, pelo menos é o que sugere o seu texto.
Devemos ficar de olho para que não se repita, o que efetivamente está acontecendo com o atual presidente, torcedor, alinhado e “apoiado por dirigentes, jornalistas”(suas palavras).
Ficar de olho! Meeesssssmmmoo!!!
E bota opinião atravessada nisso… eu mudaria a ordem para; algumas vezes ele acerta no que escreve, mas via de regra, suas opiniões são sempre atravessadas!!!
Eu não entendo por que até agora o Mano e o Sanchez não foram demitidos. O que o sr. Zé das medalhas está esperando?