“Oh! Bendito o que semeia livros… Livros à mão cheia!”
“Oh! Bendito o que semeia
Livros… livros à mão cheia…
E manda o povo pensar!
O livro caindo n’alma
É germe — que faz a palma,
É chuva — que faz o mar. “
(Castro Alves, “O Livro e a América”)
O número de livros sobre futebol, lançado no Brasil, é incrívelmente pequeno.
Se fizermos uma boa pesquisa, pouca coisa vamos encontrar. Quase nada, se compararmos a literatura à paixão de nosso povo pelo esporte . Diferentemente do que ocorre nos Estados Unidos e na Europa.
Numa viagem a Nova York, visitei uma livraria importante no centro da cidade. A área reservada ao esporte era enorme. Livros de todo tipo: biografias, comemorações de títulos, partidas históricas, e tudo mais.
Um imenso número de trabalhos, escritos especialmente por jornalistas, mas também por muitos atletas, dirigentes etc. Os esportes que contam com maior apelo popular por lá tem um massacrante número de livros.
O beisebol, o futebol americano e o basquete tem tudo publicado.
Esportes de menor prestígio também tem sua vez. Na Europa ocorre o mesmo. A ala de esportes nas livrarias é sempre grande e importante. E ali prevalece o futebol. Tem de tudo e de todos.
No Brasil isso, infelizmente, não ocorre. Ao contrário o número de publicações é baixíssimo.
Quando fui escrever a biografia do Neco, procurei tudo o que tínhamos de publicações sobre futebol. Uma lástima. Quase nada. A pobreza do Brasil é maior nas livrarias, em especial na área do futebol.
Raras são as publicações, mesmo sobre nossos grande ídolos, ainda que conhecidos no mundo todo. Por aqui, tem pouca ou nenhuma publicação a seu respeito. Pelé é um exemplo. Com incrível prestígio mundial, tem um ou outro livro. Uma situação deplorável.
Paulo André, jogador e escritor.
Neste mundo de incrível pobreza, deveria ser recebido com festa o livro lançado, recentemente, pelo jogador do Corinthians Paulo André. ” O jogo da minha vida”, história e reflexões de um atleta é uma bela obra.
O seu lançamento, na Livraria Saravia, do Pateo Paulista, foi uma confusão só. Faltou energia elétrica naquela noite e, com um grande público, foi preciso improvisar num outro espaço. Tudo foi tumultuado e eu mesmo, após esperar um tempão, comprei o livro, mas sai sem o autógrafo do jogador. Como tantos que estavam por lá, fomos vítimas da Eletropaulo (o que já é rotina).
Li o livro. É uma belíssima obra. Narra, com grande competência, a vida de um jogador de futebol, sua jornada desde as categorias de base até a chegada a um grande time. Não esconde nada, e deveria ser lido por jovens que querem fazer carreira no esporte. Uma leitura agradável e um livro importante.
Não vi nenhuma crítica do pessoal de literatura. Para ser sincero, apenas alguns blogs e sítios anunciavam seu lançamento. E nada mais.
Deveríamos aplaudir esta iniciativa e apelar a todos (especialmente aos jornalistas) : escrevam sobre nosso principal esporte!
Vejam o caso do nosso Corinthians: quando é que aparecerá alguém, de boa alma, para escrever a biografia do Luizinho, do Gilmar, do Oreco?
Vamos aplaudir o Paulo André e torcer. E muito!
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Aprendi agora onde comenta aqui, e como ver se tem comentários.. Sobre o assunto, você está certo, e estou curioso quanto a este livro do Paulo André. Talvez eu compre.
Paulo André é um jogador diferenciado. Sabe usar sua inteligência dentro e fora de campo. Para mim, ele merece ser titular do time ao lado do Leandro Castan
Realmente além de poucas publicaçoes de esporte no Brasil, o caso do Paulo André, que é jogador e escritor é um caso RARÍSSIMO que deve ser aplaudido de pé por todos e ser divulgado exaustivamente na midia como exemplo a ser seguido.
E não mostrar os eternos e inumeros “pagodeiros” como exemplo de jogador.
Lendo seu comentário eu me lembrei do Oreco. Minha sobrinha, hoje com 59 anos, na época em que Oreco jogou mal sabia falar, mas, conrinthiana de berço, sabia a escalação completa do Corinthians, só que dizia Oieco. Realmente, quando alguém escreverá sobre os ídolos do passado?