Pacificando.
ONG lança campanha contra a violência policial na Maré
Daniel Marenco/Folhapress | ||
Moradoras leem panfleto contra violência e abuso policial distribuído pela ONG Redes da Maré |
DIANA BRITODO RIO
A ONG Redes da Maré lançou uma campanha contra violência policial no Complexo da Maré, na zona norte, maior conjunto de favelas do Rio de Janeiro com cerca de 130 mil habitantes.
Adesivos e folders com orientações para moradores se prevenirem contra possíveis abusos de policiais foram distribuídos a partir de anteontem na favela Nova Holanda. A ação tem o apoio da Anistia Internacional e do Observatório de Favelas.
Os adesivos estão nas portas e janelas das casas com autorização dos moradores. Neles, os dizeres: “Conhecemos nossos direitos! Não entre nessa casa sem respeitar a legalidade da ação. Em caso de desrespeito, ligue para a corregedoria da Polícia Militar: (21) 2725 9098 (24 h).
Até dezembro, 50 mil adesivos e panfletos serão distribuídos em 45 mil domicílios das 16 favelas da Maré.
“A gente não pode dizer que está se preparando para a implantação da UPP [Unidade de Polícia Pacificadora], essa é uma ação do Estado. Nosso papel é colocar a segurança pública em pauta”, disse Eliana Sousa Silva, diretora da Redes da Maré.
Cerca de cem voluntários da ONG percorreram ruas e becos da favela para divulgar a campanha “Somos da Maré e temos direitos”.
“Espero que eles tenham sempre consciência para cumprir seu trabalho com respeito aos moradores”, disse a dona de casa Sandra de Castro, 52, há meio século na Nova Holanda.
O coordenador do Observatório de Favelas Jailson de Souza e Silva diz que denúncias de violência policial são frequentes no país. A Redes da Maré registra duas a três reclamações por semana.
“Ouvimos de um morador que os policiais estão entrando nas casas de novo com chave mestre, na favela Parque União [Maré], aqui ao lado”, disse Silva.
A PM afirmou, em nota, que o cidadão que quiser denunciar qualquer atitude suspeita de um policial militar deve entrar em contato com a Ouvidoria das Polícias pelo tel. 0/xx/21/3399-1199.
A Secretaria de Segurança Pública não se pronunciou sobre a campanha contra a violência policial.
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