O problema é o Diário Oficial
Mano só é o técnico ‘atual’ da seleção, diz presidente da CBF
FERNANDO RODRIGUES
DE BRASÍLIA
O presidente da Confederação Brasileira de Futebol, José Maria Marin, evita falar em Mano Menezes como técnico do Brasil na Copa do Mundo de 2014. “Ele é o técnico atual da seleção brasileira”, diz.
Em entrevista ao “Poder e Política”, projeto da Folha e do UOL, Marin, 80, preferiu não ser assertivo ao analisar o futuro de Mano. Ao mesmo tempo disse não querer deixar o técnico e os jogadores sob pressão.
Advogado formado pela USP, ex-ponta direita do São Paulo no início da década de 50 e político paulista com longa carreira no Estado, Marin assumiu a CBF em março deste ano, depois de a entidade ter sido comandada 23 anos por Ricardo Teixeira.
Conservador, Marin apoiou a ditadura militar (1964-1985). Hoje, é filiado ao PTB. Na CBF, está revisando contratos da gestão anterior, mas com a ajuda remunerada de Teixeira ¬-que recebe R$ 100 mil mensais por essa consultoria.
Na entrevista, revelou ter sido procurado por Ronaldinho Gaúcho, jogador do Atlético Mineiro, que se colocou “à disposição”. Para Marin, seria “ideal” tentar “misturar a experiência desses jogadores consagrados com esses jovens”.
Sobre seu mandato, que termina em 2015, sugere não ter pretensão de continuar. Quem pode sucedê-lo? “O Ronaldo [Fenômeno] dirigente, em qualquer sentido, me agrada. De clube, de federação, de CBF”.
Sobre discursos que fez na década de 70, como deputado estadual paulista, à época em que foi preso e morto o jornalista Vladimir Herzog, o presidente da CBF diz ser uma “intriga” e uma “infâmia” atribuir a ele responsabilidade pelo episódio.
A propósito da fria relação com o governo federal, tem uma explicação: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva “é do futebol”, um “boleiro”. Já Dilma Rousseff, não. Dado a formalismos, Marin usa o plural majestático para falar da atual ocupante do Planalto: “Nós temos o maior respeito e admiração pela atuação da presidente”.
A seguir, trechos da entrevista realizada no último dia 7:
Folha/UOL – O desempenho na Copa das Confederações é importante para a permanência do técnico Mano Menezes na seleção?
José Maria Marin – Quando cheguei à presidência da CBF, o técnico já estava escolhido. Demos um voto de confiança. Não se trata apenas da Copa das Confederações. Toda a partida é importante para observação, para análise e para a conclusão. Ele é o técnico atual da seleção brasileira. Não posso raciocinar em termos de hipóteses. Não quero que os jogadores e a comissão técnica estejam trabalhando sob pressão.
Mas a seleção está em formação…
Está ocorrendo uma coisa muito boa. Jogadores que já jogaram na seleção estão conversando comigo, colocando-se à disposição.
Quem?
O Ronaldinho Gaúcho, por exemplo. Eu o encontrei em Porto Alegre, na véspera do jogo entre Atlético e Internacional. Uma pessoa educadíssima. Veio em minha direção e de maneira alegre, totalmente à vontade, disse: “Ô, presidente, eu estou à disposição”.
Qual é leitura disso?
Que ele tem interesse em voltar a defender a seleção brasileira. Isso é muito bom. Se ele retornar… Quem decide isso é a comissão técnica.
Jogadores mais experientes são necessários numa Copa do Mundo?
Seria bom. Se nós pudéssemos misturar a experiência desses jogadores consagrados com esses jovens seria bom para um Oscar, para um Neymar. Seria ideal. Mas quem decide é o técnico.
O calendário brasileiro deve ser adaptado ao europeu?
De forma nenhuma. Não se pode desejar fazer um calendário brasileiro moldado em calendário europeu. O nosso país é um continente. Cabe quase 83% da Europa dentro do nosso país. Isso nunca vai acontecer.
Algo pode ser aperfeiçoado?
Precisamos estudar uma forma de, no período da seleção brasileira, em amistosos, não convocar mais do que um jogador de cada clube.
Essa proposta não alivia o Santos, que sempre tem Neymar convocado…
O Neymar tem satisfação em jogar pelo Santos. Mas ele tem uma alegria enorme em defender a seleção brasileira.
E se o time preferir não ceder?
Direito do clube. Se algum clube filiado à CBF não desejar que um atleta seu seja convocado, mande uma carta para mim dizendo isso textualmente.
O clube não será punido?
Não. Nenhuma punição.
O sr. é presidente da CBF e também do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo. Há conflito de interesses entre essas funções?
Não existe conflito. Mas não fui eu que criei essa situação. Eu cheguei e já existia. O ex-presidente Ricardo Teixeira era presidente da CBF e também presidente do COL. Eu vou procurar apenas cumprir a minha missão.
O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, considera necessário limitar o número de mandatos dos dirigentes de entidades como a CBF. O sr. concorda?
Eu vou cumprir o mandato. Quem decide isso são os presidentes das federações e os presidentes de clubes. O meu mandato termina em 2015.
O ex-jogador de futebol Ronaldo Fenômeno expressou interesse em ser dirigente do futebol brasileiro, até presidir a CBF. O que sr. acha?
O Ronaldo é um vencedor. Como atleta, como empresário. Um homem respeitado no mundo inteiro.
O sr. vê com simpatia o nome dele?
Com muita simpatia. O Ronaldo deu uma grande contribuição ao futebol brasileiro. O Ronaldo dirigente, em qualquer sentido, me agrada.
Na CBF?
Ele pode ser de clube, de federação, de CBF. Faz parte do jogo democrático.
Contratos da gestão anterior à sua na CBF estão sendo revistos e analisados?
Estamos estudando. Temos chamado alguns patrocinadores. Você já deve saber, a TAM deixará de nos patrocinar. Nós já estamos em entendimento com outra empresa ou outras empresas.
Continua em vigor o contrato de consultoria de Ricardo Teixeira com a CBF?
Continua. Temos muitos contratos que continuam sendo examinados. Tem que haver uma consulta quase que constante [a Ricardo Teixeira] para nós sabermos algumas minúcias que precisam ser esclarecidas.
O valor do contrato dele é de R$ 100 mil mensais?
É mais ou menos isso.
Será mantido?
Eu espero, este ano [2012], devemos acabar de fazer análise de todos os contratos. Encerrando o período de exame dos contratos assinados anteriormente, eu acredito que no próximo ano [2013] não haverá necessidade dessa consultoria -que até hoje tem sido muito válida e necessária.
Por que a CBF não é mais transparente a respeito de salários de funcionários e custos da entidade?
Nós temos auditoria na CBF. As contas são julgadas por uma assembleia geral, apresentadas aos presidentes de 27 federações, aos presidentes de clubes. Não é uma coisa fechada, sigilosa.
Não seria melhor colocar na internet?
Mas a maioria ou a totalidade dos patrocinadores [tem] uma condição de confidencialidade. Se nós fizermos isso com um patrocinador, nós vamos afugentar a maioria.
É fria a relação entre CBF e o Palácio do Planalto?
Nós temos o maior respeito e admiração pela atuação da presidente [Dilma Rousseff]. Estamos totalmente integrados. Cada um trabalha de um lado. O COL está lado a lado. O ministro Aldo Rebelo [do Esporte] tem comparecido a vários eventos.
Em outras épocas o presidente da CBF tinha encontros mais regulares com o presidente da República…
Isso é fácil de explicar. O ex-presidente Lula eu respeitosamente chamo de boleiro. O Lula é do futebol. Adora o futebol. Frequenta estádio. Não é torcedor de véspera. Não é apenas um corintiano fanático. Há uma diferença muito grande. O ex-presidente sempre estava ligado. Porque ele é boleiro.
Dilma não é boleira?
Não… Mas veja, ela, naturalmente, deve gostar de outro esporte e a gente respeita.
Que avaliação o sr. faz do governo Dilma Rousseff?
É um governo de continuidade. O governo Lula foi muito bom. O desenvolvimento alcançou todas as camadas sociais. Ela está dando continuidade. Merece nossos cumprimentos.
Em quem o sr. votou para a presidente em 2010?
Olha, eu estou com os meus 80 anos, a minha memória nem anda boa, viu? [risos]
Quando o sr. foi deputado estadual paulista, fez discursos ácidos que podem ter ajudado no processo que levou à prisão e depois à morte do jornalista Vladimir Herzog, da TV Cultura?
Pura intriga.
Por quê?
Muito ao contrário. Eu fui o governador [do Estado de São Paulo] que extinguiu o Dops [Departamento de Ordem Política e Social]. Quando fui governador, nunca tive um único problema com o presidente Lula, que era [sindicalista] à época das greves.
O sr. fez um discurso muito duro contra a TV Cultura justamente na época em que Vladimir Herzog foi preso. É uma coincidência: o seu discurso e, depois, a prisão…?
Eu torno a insistir: é tudo intriga. Não tive nada a ver com isso.
Mas o sr. não era um crítico da TV Cultura na época?
Eu era deputado. Hoje, sou presidente da CBF. Querer fazer um julgamento do atual presidente da CBF invocando coisas do passado do qual não posso ser acusado de nada é uma intriga muito grande.
O sr. tinha críticas sobre como a TV Cultura era comandada?
Poderia até eventualmente fazer alguma crítica a um organismo, a uma empresa. Mas não procurar atingir uma pessoa. De maneira nenhuma. Procure na minha vida toda, como dirigente esportivo, como governador, se eu alguma vez procurei atingir individualmente alguma pessoa ou a honra de alguém individualmente. Sempre fui um homem conhecido pela conciliação, pela concórdia e pela tolerância. Primeiro, começaram dizendo que eu, José Maria Marin, tinha me apoderado de uma medalha. Para me desestabilizar antes de eu tomar posse. Uma medalha… Agora, vem essa infâmia. Por quê? Porque não encontraram nada, absolutamente nada para me criticar como dirigente de futebol.
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VERME!!!
Imagina você ser prefeito, e o seu vice ser oposição à você? É mais ou menos isso que o presidente da CBF faz… sem comentários…
“Jogar no Corinthians é como ser convocado para a guerra irracional e jamais duvidar que ela é a mais importante de todas as que existiram. É ser sempre chamado a pensar como Marx, lutar como Napoleão, rezar como o Dalai Lama, doar a vida a uma causa como Mandela e chorar como criança Jogar no Corinthians é adormecer com o filho querido, é sentir o pulsar de seu pequeno coração, é abreviar a dor quando ela se estabelece. É saber o que é a sociedade no pleno sentido da palavra Nada se compara ao Corinthians nesta terra chamada Brasil. Aqui, japoneses, árabes, mongóis, siberianos, italianos, bolivianos – além dos nordestinos – e até os originários de estados rivais se irmanam, dão-se as mãos, sofrem em comunhão. Gritam em êxtase a cada vitória por menos importante que seja, como se cada vizinho fosse mais que irmão, pai, mãe. Ou, quem sabe, ele seja realmente um representante de suas famílias distantes ou ausentes, inventando uma nova e substituta, formando uma gigantesca rede de genomas humanos com o mesmo DNA.”
(DR. SÓCRATES BRASILEIRO, http://www1.folha.uol.com.br/livrariadafolha/1174324-jogar-no-corinthians-e-como-ser-convocado-para-a-guerra-disse-socrates.shtml)
Sobre salários, que a gente saiba, a unica pessoa que assim que assumiu disse o seu salário, foi o Andrés Sanchez.
Essa questão de sigilo, e divulgação de valores na Internet, tem gente que foge como o diabo da cruz.
O Timão começou a divulgar participação de empresários em jogadores, e só levou pancada.
Eu gostaria muito de saber por exemplo, quem recebeu, e quanto foi a participação de pessoas na venda do Lucas, por exemplo.
Sabe quando vamos saber? Nunca.
Se fosse do Corinthians, com certeza saberiam até onde está o sinal de vacina contra tuberculose no braço do jogador.
Eu gostaria por exemplo que todas as organizações, como igrejas, jornais, (sim jornais tem isenções), enfim que tivessem beneficios fiscais, tivessem todos os seus salários de profissionais publicados na Internet, afinal se tem isenções, nós estamos pagando, ou não?
A CBF, goza de isenções fiscais?
Publica e torna publico.
Jornal recebe isenções? Publique-se os salários dos profissionais.