Discurso para brasileiro ver.
(Leonardo Da Vinci. “A Gioconda”.) (Reprodução)
A organização em território brasileiro de grandes eventos internacionais de esporte é uma mudança e tanto para o Governo, dirigentes do Esporte e todo o Brasil.
Após o Pan, no Rio de Janeiro, teremos o Mundial de 2014 e a Olimpíada – no Rio – em 2016. Alguns pontos ligam todos esses eventos. O mais comum é ver um discurso de mentiras, enquanto o evento é aprovado pelos órgãos internacionais.
Comecemos pelo Pan do Rio de Janeiro. Quando foi decidida sua realização, o orçamento apresentado pelo Sr. Nuzman era de 440 milhões de reais para os governos. E a justificativa que a iniciativa privada teria uma grande participação. Tudo lorota. O gasto final do Pan ficou em 4,4 bilhões, e o Presidente do COB, para justificar este salto, disse uma frase famosa: “Só é possível termos o orçamento quando terminarmos todo o evento”. Uma loucura completa que deixou atordoados todos os especialistas em Administração Pública e em Direito Administrativo.
O orçamento, que é peça da maior importância, deve ser feito previamente, exatamente para se saber quanto irá ser gasto, ficou para o final. Quer dizer, o evento seria construído “em aberto”, e o Governo enfiando dinheiro. Foi o que ocorreu. Da iniciativa privada não chegou nada e somente o Governo bancou tudo.
Esta é uma estratégia conhecida na Administração Pública. Antes de realizar a obra ou o serviço é feito um orçamento “irreal”, como fez o COB. Diz que vai gastar pouco, e todo mundo aplaude. Com o tempo, vai aparecendo o quadro real. E são feitos aditivos, com mais e mais dinheiro. Foi o Sistema Nusman de realização.
Um golpe de prefeito de cidadezinha, mas que deu certo numa grande cidade.
Outra mentira veio à tona com a preparação do Mundial de 2014.
Na fase anterior à aprovação da Fifa, o presidente Ricardo Teixeira dizia que a Copa era um evento “praticamente” privado. E que o Governo entraria com quase nada. Uma ou outra obra de transporte urbano e nada mais. Nada disso! Era tudo lorota. Após a aprovação – e no decorrer dos meses que se seguiram – apareceu a realidade. A Copa de 2014 será uma Copa bancada pelo Governo. Como ocorreu em outros países, na Alemanha, na Itália, no Japão etc.
A tal presença “prioritária” da iniciativa privada era apenas discurso.
Creio que os dois únicos casos em que entidades privadas vão bancar obras para a Copa, serão os estádios do Corinthians e (pelo que dizem) o do Inter. Nos outros casos, tudo será feito com o dinheiro público. O Corinthians assumiu o desafio de construir um estádio para a abertura da Copa para livrar São Paulo de um vexame sem precedentes. A cidade quase fica fora do Mundial por não ter um estádio em condições para sua abertura. E o Clube está fazendo com empréstimos de todo lado (e bancos), que no final das contas será pago pelo Clube. É certo que o estádio poderá ser um grande fator gerador de receitas. Mas, neste caso, o Clube assumiu o risco por ele e pela Cidade. E deveria ser aplaudido por todas as torcidas. O caso do Inter não conheço, mas creio que será similar. Empréstimos, BNDES etc, mas no fim da conversa o Clube ficará com a dívida. No mais tudo é grana pública: Maracanã, Mineirão e todos mais. Lembro-me que a mídia dizia que teríamos “fundos da Fifa” para a construção e reforma de estádio. Muito pelo contrário. Como estamos vendo a Fifa quer é ganhar dinheiro. O evento é dela e quem banca é o País.
O resto é lorota e mais lorota.
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É verdade. Fala-se muito da Arena Corinthians, mas até agora é o único estádio que eu ouço que haverá empréstimo do BNDES ao particular (no caso o clube), que por sua vez, terá que quitar o banco com juros. Nos demais casos, o BNDES vai emprestar dinheiro à orgãos públicos.
Além desses pontos citados acima, problemas maiores estão por vir. Quando estiver próximo da Copa, obras em atraso, custarão ainda mais caro do que o “previsto”. Além disso, sindicatos oportunistas farão greves de todos os gêneros com a desculpa de aumentar o salário e melhorar as condições de trabalho. A conta acabará sobrando para os cofres públicos. Ainda não é tudo. No final, após o último apito da Copa 2014, quando todos retornarem para suas casas, ficará uma herança negra para muitos estados como Amazonas, Distrito Federal entre outros. Estádios modernos para um futebol que mal aparece na terceira ou quarta divisão brasileira. O que faremos com tudo isso? Por isso ainda mantenho minha ideia de que Copa, Olimpíadas, obras gigantescas raramente, quase nunca são feitas pelos Poder Público pensando no bem estar do povo ou no progresso da nação. O que prevalece é o interesse de cada um. “Eu quero é ganhar o meu, o resto que se dane!”.
Citadini, eu te respeitava, mas esse seu comentário, você jogou merda na cara de quem leu, falar que o estádio do Corinthians é com recursos privados, isso é o maior conto do vigário, o do Inter eu não sei como anda, mas falar de iniciativa privada, com construtora fazendo favor para ex-presidente, a melhor coisa que poderia acontecer pra São Paulo, seria não ter nenhum jogo de copa aqui, ficariamos livres de uma dívida enorme, para de ser tão parcial seja realista pelo menos uma vez.
Abraço.
Hipocrisia, essa é a palavra, pro corinthians tudo é errado, pros outros ninguem fala nada é impressionante mais nem ligo mais é todos contra a gente mesmo.