Cargo para times médios
Para CBF, cadeira de Andrés está vaga
Diretor de seleções resolve adiar pedido de demissão, mas suas declarações sobre Felipão irritam o presidente Marin e saída pode ser definida ainda hoje
Andrés Sanchez acenou ontem com um adiamento de seu pedido de demissão do cargo de diretor de seleções da CBF, sob o argumento de que o Brasil precisa ter um representante durante o sorteio da Copa das Confederações, marcado para sábado, mas o tiro saiu pela culatra. A entidade já não conta mais com os serviços do ex-presidente do Corinthians. “A CBF considera que o cargo está vago”, disse ao Estado um dirigente carioca com bom trânsito na entidade.
O que motivou a “vacância” do cargo foram as declarações de Sanchez, dadas no dia anterior, no Rio, dizendo que iria pedir demissão por não ter participado de supostos contatos entre o presidente da CBF, José Maria Marin, e o técnico Luiz Felipe Scolari. Segundo Andrés, Felipão já estaria até “apalavrado” para ser o substituto de Mano Menezes.
Marin, que já vinha comandando um processo de fritura do diretor de seleções – mas esperava que ele tomasse a iniciativa de pedir demissão -, se irritou de vez com o comentário sobre Felipão. E selou o destino de Andrés.
Com isso, as chances de ele ser demitido ainda hoje, caso não se antecipe e peça demissão, são grandes. Mesmo com o risco de a seleção brasileira não ter um representante em vários eventos organizados pela Fifa na programação do sorteio da Copa das Confederações – amanhã haverá um workshop com as equipes participantes; na sexta estão marcadas entrevistas coletivas com os técnicos; e no sábado os treinadores voltam a falar.
Nesses eventos, a Fifa recomenda que as seleções credenciem alguém do staff técnico para participar – treinador (preferencialmente), coordenador ou o diretor técnico. Por isso, embora remota, não está descartada a contratação de um coordenador técnico a toque de caixa.
Ontem, chegou-se a comentar o nome de Carlos Alberto Parreira, que não foi localizado pela reportagem. Falou-se, também, na possibilidade de se pedir “socorro” a Ronaldo ou a Bebeto para essas “missões”. Ambos são membros do conselho de administração do COL (Comitê Organizador Local da Copa de 2014) e a presença de um deles poderia minimizar, perante a imprensa internacional, o clima de bagunça na seleção do país anfitrião da Copa das Confederações.
A chance de definir um treinador nas próximas horas voltou a ser descartada ontem por Marin, segundo seus pares.
Fim da linha. Andrés havia dito que se reuniria às 13 horas de ontem com Marin na sede da CBF para selar sua saída, mas pela manhã disse ter mudado de ideia e que ficaria até sábado, por respeito ao futebol brasileiro.
“Tem o sorteio aí e só estão credenciados o treinador e o diretor de seleções, e já não temos mais o técnico. Então, não posso deixar de ir”, justificou, em entrevista à TV Bandeirantes. “A seleção é muito mais importante que treinador ou diretor, tenho que ter a cabeça no lugar.”
Mas reiterou a disposição de, passado o sorteio de sábado, se reunir com Marin para acertar os ponteiros. Hoje, Andrés promete ir à sede da CBF e trabalhar normalmente. Sua sala, porém, poderá estar trancada.
www.estadao.com.br
Blog do Citadini: Por diversas vezes disse neste Blog que o ex-presidente Andrés Sanchez não deveria ter aceito o convite de Ricardo Teixeira para ser diretor de seleções da CBF. Este cargo (assim como qualquer cargo na Federação ou CBF ) é para ser ocupado por dirigentes ( e ex-dirigentes) de clubes médios. No caso de dirigente ( ou ex) do Corinthians nenhum deve ocupar tal posto. Estes cargos são para fazer média, concessões, arranjos e acordos fato que contraria o DNA do Timão. O Corinthians sempre foi clube de enfrentar conflitos, confrontar-se com os “co-irmãos” e não é isso que o cargo exige. Ficar fazendo mesuras aos clubes ( SPFC, Palestra, Santos, Fla e Flu) não é coisa para dirigente do Corinthians. E o Andrés sabe disso. Por esta razão não deveria ter entrado nessa praça.
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Sabemos bem o pq ($$$$$) o andres entrou nesta praça… agora que o mano saiu, mesmo que ele fique, a mamata ($$$$$) acabou para ele… as comissões de empresários que tem seus jogadores convocados, vão entrar na conta de outros….
Resumindo, agora ele volta a mamar nas tetas do Corinthians… As comissões de jogadores negociados pelo clube voltam a entrar na conta dele…
Citadini concordo contigo. Talvez, um salário daqueles (70 mil) justificasse a decisão dele ir. No mais, achei uma pena a forma com ele foi tratado em sua saída, além do que, se confirmou que a tendência do Marin é SPFC. O pior disso tudo, é que esse cara será o chefe da delegação corintiana no Japão… aí é dose heim…
Concordo totalmente com a sua análise, Citadini. O Andrés nunca deveria ter aceito o convite para esse cargo. Sair de presidente do maior clube do país e um dos maiores do mundo para assumir como diretor de seleções – seja lá o que isso significa -, é se rebaixar muito. Espero que ele tenha aprendido. Abraços.
eu tinha poucos motivos para torcer pela seleção brasileira em 2014. agora eles se foram de vez….