Feb 26, 2013

Explicando a decisão.

 

Tribunal justifica estádio vazio e não crê em saída do Corinthians

 

Bruno CecconSão Paulo (SP)

Punido pela morte do garoto Kevin Beltrán Espada, torcedor do San José, o Corinthians será obrigado a mandar seus jogos com portões fechados na Copa Libertadores. O uruguaio Adrian Leiza, responsável por comandar o julgamento do caso na Conmebol, justificou a decisão e disse não crer na saída voluntária do clube brasileiro do torneio.

“Adotamos uma medida cautelar atendendo à gravidade do caso, a morte de um garoto de 14 anos, no marco do novo regulamento disciplinar”, afirmou Leiza em entrevista àGazeta Esportiva.net.

Antigamente, os problemas de indisciplina dos torneios da Conmebol eram julgados pelo Comitê Executivo da entidade e não costumavam ser punidos com severidade. A partir de dezembro, no entanto, por sugestão da Fifa, o órgão criou um tribunal com cinco membros para cuidar deste tipo de assunto.

Como o caso envolve Corinthians e San José, o brasileiro Caio César Rocha, presidente do Tribunal, e o boliviano Alberto Lozada não participarão da decisão. Desta forma, o julgamento será dirigido pelo uruguaio Adrian Leiza. O chileno Carlos Tapia Aravena e o colombiano Orlando Morales também estão aptos a participar.

A morte do jovem Kevin, 14 anos, marcou a estreia do Corinthians na Copa Libertadores. Em Oruro, o fã do San José foi atingido por um sinalizador disparado por um torcedor do Corinthians e não resistiu. Um menor de 17 anos, integrante da Gaviões da Fiel, assumiu a autoria do ato e se apresentou às autoridades brasileiras na tarde desta segunda-feira.

O recém-criado Tribunal da Conmebol elaborou um novo código disciplinar, mais rigoroso que o anterior. O regulamento é subjetivo, mas realmente prevê eliminação em situações extremas. No entanto, de acordo com a avaliação inicial, isso só aconteceria em casos de violência causada pelos próprios times, não por suas torcidas.

Djalma Vassão/Gazeta Press

Menor de 17 anos, integrante da torcida Gaviões da Fiel, se apresentou às autoridades e assumiu a autoria do disparo

Questionado se pode determinar a saída do clube brasileiro da Copa Libertadores, Leiza foi evasivo. “O Tribunal abriu procedimento disciplinar contra o Corinthians. Assim que as provas sejam recolhidas e analisadas, vamos tomar uma decisão definitiva”, limitou-se a dizer. 

Irritados com a punição de mandar seus jogos com portões fechados, alguns diretores corintianos chegaram a cogitar a possibilidade de abandonar a Libertadores por vontade própria. Adrian Leiza, responsável por comandar o julgamento, não acredita nesta hipótese.

“Não posso emitir opinião sobre essa possibilidade. Essa decisão é exclusiva do clube, e não da Conmebol. Não obstante, um clube não pode resolver se retirar de uma competição internacional”, contestou o uruguaio.

Em caso de abandono, o regulamento da Copa Libertadores prevê o pagamento de uma multa de cerca de R$ 400 mil a cada um dos outros três times do grupo e de R$ 40 mil à própria Conmebol. Além disso, o clube infrator é excluído pelo menos das próximas três edições do torneio para as quais se classifique.

www.gazetaesportiva.net

6 Comments

  • A punição pode ser justa o injusta, mas o que não da para admitir é quando um jornalista “anticorinthiano de carterinha” deseja de maneira subliminar impor um castigo psicologico nos jogadores, proibir de comemorar os gols é patológico e supera as contradições da Conmebol, vira um paiaço.
    http://espn.estadao.com.br/blogs/maurocezarpereira#1

  • Alguem poderia nos explicar em qual situação,, e em que consiste essa relação ” promíscua” ?
    Quer dizer que no Japão, o Corinthians “promiscuiu-se” com quantos elementos? Quanto isso custou ao clube? Custeou 1 pessoa, 10, 100, 10.000?
    Tenho lido essa expressão em algumas mídias, que alias se transformou em “dogma” ou “verdade absoluta” pela repetição sistemática, porém, ninguém aponta objetivamente, como se dá essa “promiscuidade”.
    Antes de condenar a diretoria, seria honesto que alguém que tem ciência dessa relação, nos informasse detalhadamente como isso ocorre.
    Isso seria o mínimo que a gente espera quando um jornalista de prestigio faz uma afirmação dessas.
    Todavia, antes de explicitar, contornam o assunto, dizendo logo em seguida, como a justificar sua seletividade:” Todavia, adianto que isso acontece com todas as torcidas”
    Pronto, acusou o Corinthians, passou de leve sobre o tema, e não explicou a ” promiscuidade”.
    Isso tem um nome: ” desonestidade na critica”.

  • Seria perfeito se Conmebol e San Jose tb fossem punidos… afinal de contas, um levou o jogo para um estádio sem condições de segurança exigidas pelo regulamento da competição, e a outra, alertada pelo Corinthians que o jogo não poderia ser realizado lá, nada fez para mudar o local da partida. Então ou pune todos os culpados ou não pune ninguém. Um clube do nosso porte ser feito de “bode espiatório” é o fim do mundo… diretoria muito fraca, amadorismo total!!!

    Outra coisa, a diretoria e a comissão técnica tem que criar um fato novo para chacoalhar o brio dos nossos jogadores, não sei se é a mesma vagabundagem que ocorreu no segundo semestre do ano passado, quando elenco jogava sem vontade o brasileiro, apenas aguardando o mundial, se é falha na preparação do elenco, se é o efeito psicológico causado pelo ocorrido na Bolívia, ou se uma somatória de todos estes fatores, mas o certo é que a equipe vem apresentando um futebol medonho, modorrento, abaixo do aceitável para o alto custo pago para manter esse elenco!!!

    Alguma coisa tem que mudar e urgente!!! Semana passada o fato ocorrido abalou a equipe, isso foi notório, porem para os jogadores isso já passou, tá na hora de mostrar que são profissionais, suarem a camisa e buscarem os resultados esperados, afinal de contas, o profissionalismo deve ser mostrado a toda hora e não só na hora de negociar contratos milionários!!!

  • Interessante a opinião do Nobre Jurista ao adotar uma medida cautelar somente contra o corinthians, e nada se pronunciando contra o clube mandante da partida, que era o responsável pela segurança do estádio, e que falhou na fiscalização, permitindo a entrada de artefatos no estádio, inclusive na posse da torcida local. Ou seja, na visão dele, o mandante do jogo não é responsável em nada, e o princípio da responsabilidade objetiva, por ele adotado, não se inclui ao agente fiscalizador (clube mandante). Muito interessante o critério deste bravo hermeneuta !!!

  • E o San Jose, não será punido também? Afinal o fato ocorreu em seu mando de jogo. Se fosse em São Paulo, certamente o infeliz não entraria com o artefato, ou a Polícia Militar, através do monitoramento por câmeras identificaria sem erro o autor do disparo. Só estão punindo os menos culpados, ou seja um garoto que assumiu a bronca em troca de alguma vantagem futura e o clube que indiretamente penalizará outros torcedores. PALHAÇADA DA CONMEBOL, pois só pune clube que não fala espanhol.

  • As dezenas de assassinatos cometidos pelos torcedores do Liverpool em Bruxelas resultaram numa suspensão de 5 anos, para todos os clubes ingleses, em competições da UEFA.

    Justo, pois a Inglaterra tinha os torcedores mais violentos da Europa, que não queria conviver com eles.

    Do mesmo jeito, a morte de Kevin Beltran deveria resultar numa suspensão de todos os clubes brasileiros em competições da Conmebol.

    Justo, porque temos os torcedores mais violentos, e já estamos exportando mortes.

Leave a comment