Mar 12, 2013

É “di menor” ?

 

Kia aponta empresário russo como investidor da parceria MSI/Corinthians

Gustavo Franceschini
Do UOL, em São Paulo

Após cinco anos de investigação, Kia Joorabchian disse em depoimento à Justiça Federal que Rafael Filinov, empresário russo conhecido em seu país de origem pela ligação com Boris Berezovsky, é o real investidor da parceria MSI/Corinthians. No tribunal, a defesa do iraniano alega que o dinheiro aportado tinha origem legal e, por isso, a acusação de que houve lavagem de dinheiro e formação de quadrilha é incorreta. Os responsáveis pelo inquérito, no entanto, não estão convencidos da teoria.

Os advogados de Kia Joorabchian, Boris Berezovsky e Paulo Angioni, três dos oito acusados no processo, foram consultados sobre Filinov, mas nenhum pôde confirmar as informações por conta do sigilo judicial (leia aqui mais informações sobre o caso). Nos bastidores, porém, a reportagem apurou o nome do empresário e também toda a alegação da defesa, que sonha com a absolvição de todos os réus.

Alberto Dualib, ex-presidente do Corinthians e outro réu do caso, ainda confirmou ter sido questionado sobre Filinov em seu depoimento, dado em janeiro deste ano.

“Fui ouvido e repeti tudo que havia dito da primeira vez. Eles me perguntaram, mas eu disse que não conhecia esse Rafael Filinov”, disse Alberto Dualib, em entrevista ao UOL Esporte há pouco mais de uma semana.Esta foi a primeira vez que o nome de Rafael Filinov apareceu nas investigações, que começaram quando a parceria ainda estava em vigor – ela foi encerrada em 2007. O russo, de acordo com o que a defesa de Kia Joorabchian apresentou no Tribunal, teria sido o homem por trás dos investimentos que levaram Tevez e Mascherano ao Corinthians, entre outros jogadores.

Filinov foi arrolado como testemunha por Kia Joorabchian e prestou depoimento da Rússia, no ano passado. No tribunal, a defesa do iraniano alegou nunca ter podido falar o nome de Filinov por conta de um contrato de confidencialidade existente entre as partes, que teria sido assinado na Inglaterra.

Por medo das consequências, Kia teria optado por aguardar o próprio Filinov revelar-se como o investidor para depois explicar como a operação era feita. Segundo a dupla, os valores investidos tinham origem legal, e vinham de negócios do russo em seu país natal. Isso anularia a acusação de lavagem de dinheiro e, consequentemente, a de formação de quadrilha.

Só que a versão não foi bem aceita entre os promotores envolvidos no caso. Um deles falou à reportagem e preferiu não se identificar, mas argumento que, sob juízo, Kia poderia ter revelado antes o nome de Filinov, poupando alguns anos de investigação.

A defesa diz, em juízo, ter como provar que o dinheiro de Rafael Filinov era legal, o que derrubaria a tese dos promotores de que houve lavagem de dinheiro e formação de quadrilha e inocentaria todos os envolvidos. A acusação, por sua vez, entende que Filinov pode ser um laranja apresentado pelo grupo para acobertar os reais culpados, especialmente Boris Berezovsky, principal suspeito de ser o mentor do esquema.

www.uol.com.br

8 Comments

  • Esse processo vai caminhar para prescrição…

  • Só um detalhe Citadini, essa comparação com o “laranja” , chamado “di menor” numa alusão aí caso Oruro, é de uma baixeza sem tamanho.
    Continuam a se banquetear sobre o cadáver do garoto boliviano.
    E mais, domingo no Fantástico, ficou demonstrado que o “di menor” como passaram a chamar o atirador do rojão, não era laranja.
    Não estou defendo organizada nenhuma, pois acho que não agregam nada, mas esse caso requentado da Msi, nesse momento faz parte da “jihad” aberta contra o .corinthians.
    E, vemos até um juiz, dizer que a Caixa tem ” privilégios” ao ter a exclusividade dos recolhimentos do Fgts, uma grande falácia, pois esse é um produto altamente deficitário, exigindo da instituição técnicos, funcionários, e jurídicos aparelhados, para as infindáveis a ações na justiça, alem de, aumento de pessoas para atender o recolhimento desse tributo, em todo o pais.
    Alias, os bancos privados, sempre fugiram dessa obrigação como diabo da Cruz.
    Talvez agora esse juiz clubista, se inteire disso e obrigue os bancos privados a assumirem esse serviço ao povo brasileiro, sem receberem nada por isso, e honrarem o alvará que receberam do estado para obterem lucros de nossa população?
    Nessa jihad, vale até jogar o jogo dos bancos privados.
    Pobre Corinthians. Mas não vão abatê-lo jamais.

  • É isso mesmo. Essa parceria sempre foi legal, nunca houve lavagem de dinheiro… Houve sim um esforço danado por parte de “promotores” ligados a clubes de futebol, para impedir essa parceria. Concordo que ela foi gerida de maneira amadora, e foi ruim para o clube, mas não podemos nos esquecer que, o clube sempre atuou de maneira amadora, portanto, não há o que reclamar neste quesito. Ilegal não foi não.

  • Provavelmente a parceria foi mesmo legal. Mas qualquer negócio com estes magnatas russos fica longe do moral. Eu queria saber de onde tiraram dinheiro para comprar as estatais da finada URSS, já que não havia “endinheirados” por lá… Talvez assistir o documentário Catastroika ajude um pouco a entender!
    http://www.youtube.com/watch?v=Qam7h1jMIwI

    • No entanto, eles continuam negociando jogadores com o SPFC, Fluminense, Internacional, e você lê alguma referência ou lembrança, ou ressuscitarem o cadaver MSI?
      Porque essa seletividade? Poderia explicar?

      • A explicação é bem simples e vc já sabe qual é. Sem nenhum complexo de Geni, mas sabemos que as cobranças em cima do Timão são maiores. Sempre foram e continuarão sendo. Mas somos grandes e temos encarado!! Abçs!

  • Citadini, segue abaixo o Acórdão do STJ que anulou o processo do Palmeiras contra o Corinthians. Competência será da Justiça do Trabalho. Bom ou ruim?

    https://ww2.stj.jus.br/processo/jsp/dj/abreDocumento.jsp?seq_publicacao=12767&seq_documento=7147948&data_pesquisa=13/03/2013&versao=impressao&nu_seguimento=00001&tipo_documento=documento&parametro=201002208307

    • Este era um processo da HMTF que tinha bons advogados.

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