Jul 4, 2013

Eta estádio bom. Este Morumbi é inesquecível.

Corinthians vence São Paulo e sai na frente na Recopa Sul-Americana

Gol de Renato Augusto garantiu a vitória e a vantagem corintiana no primeiro jogo da decisão, no Morumbi

  • GABRIEL MELLONI – Agência Estado

SÃO PAULO – Se Corinthians e São Paulo estavam parados – em jogos oficiais – há mais de 20 dias por conta da Copa das Confederações, Renato Augusto, lesionado, não ia a campo desde o fim de março. Nesta quarta-feira, o meia voltou a atuar, ironicamente, graças às contusões de Danilo e Douglas, e definiu a primeira partida da decisão da Recopa Sul-Americana. Foi dele o belo segundo gol da vitória corintiana por 2 a 1, no Morumbi, que dá à equipe do Parque São Jorge a vantagem do empate no jogo de volta, dia 17, no Pacaembu.

 

Em noite de falhas dos goleiros, brilhou a estrela do meia, que havia contundido a coxa direita ainda na primeira fase do Campeonato Paulista. Nesta quarta, Renato Augusto aproveitou a saída errada de Rogério Ceni para tocar por cobertura e deixar sua marca. Antes, Cássio havia sofrido um frango no início do segundo tempo, em chute de longe de Aloísio. Guerrero, na etapa inicial – este sem contar com falha de goleiro -, havia inaugurado o placar.

De quebra, a vitória manteve o tabu no clássico. O São Paulo não vence o Corinthians no Morumbi desde 2007, somando 11 partidas – cinco vitórias e seis empates – neste incômodo retrospecto. Antes do jogo desta quarta-feira, o clima foi de tensão, depois que o ônibus que levava a delegação corintiana foi apedrejado por alguns torcedores são-paulinos na chegada ao Morumbi.

O JOGO
O Corinthians começou com comando do jogo, mas não traduzia esse melhor momento em boas chances. A equipe até finalizou três vezes antes dos dez primeiros minutos, com Paulo André e Guilherme, de cabeça, e em chute de longe, novamente com Guilherme, mas as tentativas paravam em fáceis defesas de Rogério Ceni ou iam para longe do gol.

Aos poucos o São Paulo equilibrou a posse de bola, aumentou a pressão na saída de bola corintiana e melhorou. Foi justamente após uma roubada no campo de ataque, em erro de Fábio Santos, que Luis Fabiano foi lançado e, mesmo sem ângulo, encheu o pé, exigindo boa defesa de Cássio aos 20 minutos, na primeira finalização da equipe.

Mas a partida seguia muito truncada, em parte pela forte marcação e falta de criatividade de ambas as equipes, em parte pelo árbitro Ricardo Marques Ribeiro, que utilizava o critério de parar o jogo a cada trombada. Aos 26 minutos, Danilo foi travado por Rodrigo Caio e levou a pior. O meia precisou ser substituído por Douglas, com lesão no joelho.

 

Mesmo sem ele, não demorou para o Corinthians marcar. Aos 28 minutos, Romarinho arrancou pela direita, Juan tentou dar o bote, mas o atacante corintiano levou a melhor e ficou sozinho para cruzar para Emerson. Ele foi travado por Douglas na hora da finalização, mas a bola sobrou para Guerrero, que bateu para o gol e abriu o placar.

O gol fez o São Paulo ir para cima, mas a equipe do Morumbi não conseguia invadir a barreira armada pelo Corinthians a partir da intermediária. Aos 45 minutos, Rodrigo Caio apareceu após cobrança de falta e cabeceou com certo perigo, mas ficou nisso. Ao fim do primeiro tempo, algumas vaias e gritos de “raça” eram ouvidos no estádio.

O São Paulo voltou para o segundo tempo com duas mudanças: Wellington no lugar de Douglas e Aloísio na vaga de Ganso. E foi Aloísio quem fez a equipe chegar à igualdade logo aos 45 segundos. O atacante recebeu e encheu o pé, Cássio tentou agarrar, mas a bola subiu e o encobriu. Ele ainda tentou se recuperar, mas não evitou o frango.

O gol empolgou o São Paulo, que ficou reclamando de pênalti em lance logo na sequência, em bola que tocou na mão de Paulo André dentro da área. Se o início do primeiro tempo foi corintiano, na segunda etapa era do time da casa, que quase marcou aos 11 minutos, novamente com Aloísio, que cabeceou cruzado perto da trave.

Mesmo com a dominância do São Paulo, foi o Corinthians que chegou com perigo. Aos 18 minutos, Renato Augusto cruzou na área, Guilherme, sozinho, cabeceou na trave. A chance empolgou os visitantes, que voltaram a acertar a trave aos 23. Edenílson puxou contra-ataque e tocou para Emerson, que cruzou para Romarinho. O atacante mergulhou e, de peito, parou no poste.

O domínio mudou de lado e agora era corintiano. Emerson ainda perdeu grande chance antes que a equipe voltasse a ficar na frente. Renato Augusto recebeu lançamento, dominou e viu a saída errada de Rogério Ceni. O meia, então, deu um toco de classe, por cobertura, aproveitando a falha do goleiro e deixando sua marca.

Mesmo com a vantagem, o Corinthians seguia melhor e chegou a perder boas oportunidades. Até que o São Paulo levou perigo e perdeu grande chance. Aos 40 minutos, Luis Fabiano cruzou, Aloísio bateu e Fábio Santos tirou quase em cima da linha. Pouco depois, o próprio Aloísio chutou forte e Cássio espalmou. Ao fim do jogo, novas vaias e pedidos por Muricy Ramalho partiam dos torcedores são-paulinos.

SÃO PAULO 1 X 2 CORINTHIANS

SÃO PAULO – Rogério Ceni; Douglas (Wellington), Lúcio, Rafael Toloi e Juan; Denilson (Lucas Evangelista), Rodrigo Caio, Jadson e Paulo Henrique Ganso (Aloísio); Osvaldo e Luis Fabiano. Técnico: Ney Franco.

CORINTHIANS – Cássio; Edenílson, Gil, Paulo André e Fábio Santos; Ralf, Guilherme e Danilo (Douglas) (Renato Augusto); Romarinho, Emerson (Ibson) e Guerrero. Técnico: Tite.

GOLS – Guerrero, aos 28 minutos do primeiro tempo. Aloísio, aos 45 segundos, e Renato Augusto, aos 30 minutos do segundo tempo.

ÁRBITRO – Ricardo Marques Ribeiro (Fifa/MG).

CARTÕES AMARELOS – Paulo Henrique Ganso, Jadson, Juan, Wellington (São Paulo); Ralf, Emerson, Renato Augusto, Guerrero (Corinthians).

RENDA – R$ 1.237.275,00.

PÚBLICO – 31.691 pagantes.

LOCAL – Estádio do Morumbi, em São Paulo (SP).

www.estadao.com.br

1 Comment

  • O são paulo adotou o “padrão Conmebol” e impediu que os goleiros do Corinthians fizesse o aquecimento corretamente no gramado. Se fosse em outro país a imprensa esportiva faria escândalo, mas, como foi o time preferido dos barões da imprensa acabou passando batido. Vergonhoso!

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