FSP. Artigo sobre a Copa do Mundo na versão tricolor. Nota que esclarece o contado por dirigentes do SPFC
IVES GANDRA DA SILVA MARTINS E JUVENAL JUVÊNCIO
TENDÊNCIAS/DEBATES
Dinheiro público e futebol
Que essa revolta sirva de lição e os governos passem a atender ao povo mais do que aos interesses milionários dos donos do poder no esporte
Em um de seus editoriais de 2010, a Folha realçou que as entidades organizadoras do Mundial –Fifa e CBF– deveriam utilizar seus próprios recursos para a construção de estádios e não dinheiro público.
Escreveu o primeiro dos signatários, na época, para o “Jornal do Brasil”, artigo em que se referia ao mencionado editorial, apoiando o posicionamento da Folha e mostrando que, com as insuficiências do país na saúde, educação, transportes e em muitos outros setores da administração pública, seria preferível deixar as entidades privadas organizarem as reformas ou construções dos palcos esportivos, até porque grande parte deles destinaria espaços VIPs a empresas vinculadas.
Os governos do Estado de São Paulo e dos municípios apoiaram a indicação do estádio do Morumbi para sediar a Copa do Mundo. Na indicação, consideraram que o São Paulo Futebol Clube se propusera a fazer as reformas, à época programadas em R$ 250 milhões, exclusivamente com dinheiro privado. O clube obtivera promessas de parcerias de importantes empresas nacionais.
Por motivos que não interessam neste curto artigo, alguns deles de conhecimento público, o Morumbi foi excluído, apesar de estar localizado em bairro que mostra a beleza da cidade para os turistas. No lugar, decidiu-se construir um estádio com dinheiro público, à época estimado em R$ 490 milhões (R$ 420 milhões da prefeitura e R$ 70 milhões do Estado).
O pior, todavia, é que os grandes beneficiários das competições, que são as entidades que as organizam, impuseram a construção de estádios monumentais, alguns deles contrastando com a pobreza da periferia dos locais escolhidos para sediá-los.
O primeiro dos autores deste artigo defendeu, no referido período, ainda antes da exclusão do Morumbi, que um movimento nacional fosse organizado para que se preservasse o dinheiro público, destinando-o a funções relevantes do Estado, e que o lazer, representado pelo esporte, fosse financiado pelos que dirigem o futebol mundial e brasileiro.
Defendeu que os candidatos à Presidência e os governadores estaduais não cedessem à tentação de prometer com o chapéu alheio (dinheiro do contribuinte) auxílio para entidades que, todos sabemos, nadam em dinheiro. E que os prefeitos, que têm tão pouco do bolo tributário nacional, não desperdiçassem o escasso dinheiro público que possuem na construção de novos estádios. Isso era tarefa das duas milionárias organizações do futebol, não do poder público.
O segundo dos autores demonstrou, já naquele momento, que todos os argumentos apresentados para a exclusão do Morumbi eram infundados. As exigências fundamentais das entidades organizadoras tinham sido atendidas, mas foram ignoradas por aqueles que desejavam uma solução mais onerosa, a ser financiada pelos cofres públicos e não pelas instituições privadas.
Quando da exclusão do estádio, o São Paulo Futebol Clube encerrou uma nota oficial com a seguinte frase: “A justiça é filha do tempo. O tempo é o senhor da razão. O tempo dirá. E nós também”.
A justa revolta do povo com a baixa qualidade da educação e da saúde, a alta inflação, o baixo PIB e o desvio de dinheiro público para obras faraônicas apenas confirma o que se previu anteriormente.
Que essa revolta sirva de lição para os futuros governos, que deverão atender ao povo mais do que aos interesses milionários dos donos do poder no esporte mundial.
IVES GANDRA DA SILVA MARTINS, advogado, é professor emérito da Universidade Mackenzie, da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército e da Escola Superior de Guerra
JUVENAL JUVÊNCIO, advogado, é presidente do São Paulo Futebol Clube
Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. debates@uol.com.br
Do Blog do Citadini
Quando o governo anunciou que o Morumbi seria o estádio da Copa em São Paulo, muita gente, que conhece o futebol, ficou assustada. Não faltou apoio a escolha do Morumbi. A Comissão da Copa do governo municipal e estadual ( toda formada por tricolores declarados); o governo federal, com o presidente Lula à frente; o BNDES a mídia etc , tudo numa força pouco usual. Até presidente de outros clubes foram ao Morumbi , com ministros dos Esportes e presidente da república, proclamar a escolha do estádio para abrir a Copa. O próprio presidente do Corinthians( num erro sem precedente) compareceu a cerimônia festiva de entronização do estádio tricolor na Copa.
Mas faltava o principal. O estádio não tinha nenhuma condição de sediar a partida inaugural do eventos de 2014. Um projeto antigo ( e com incríveis erros), com reformas meia-boca nas últimas décadas, tornavam necessária uma intervenção brutal para viabilizar o novo momento do estádio. Quem conhece o estádio sabe que a maioria dos espectadores não conseguem ver mais que dois escanteios. Para todos o estádio mostra péssima condição : não tem estacionamento; banheiros precários, acesso difícil sem qualquer possibilidade de mudança rápida.
O clube sabia que qualquer reforma teria que ser uma obra de alteração estrutural. E que o clube não tinha dinheiro para fazer nada. Nas últimas décadas a maior reforma ( colocação de amortecedores) foi feita com dinheiro doado pela Federação Paulista de Futebol. Outra pequena reforma foi efetuada ( também com dinheiro alheio) quando da realização do Primeiro Campeonato do Mundo de Clubes. Aquele da inesquecível partida de Corinthians e Real Madrid, jogo que teve o maior número de países com transmissão ao vivo, que o Brasil apresentou até hoje, em disputa de clubes.
Não faltou empenho e anúncio de preparação para a Copa de 2014 do estádio do Morumbi. Todo dia falavam que um grupo de empresas estariam prontas para “bancar” a reforma ; projetos foram divulgados; cds da reforma foram espalhados pela internet. Tudo foi falado.
Não havia nada de ” dinheiro de empresas privadas que bancariam as obras”. Conversas eram divulgadas e nada concluídas. Apenas duas medidas ganharam o ar de “verdades”. Seria feito um empréstimo do BNDES e o governo federal faria uma linha do metrô até o estádio. O empréstimo do governo federal para a obra do monotrilho foi conseguida. Era esperança dos dirigentes tricolores que a estação do Metrô construiria um grande estacionamento ao lado para servir ao estádio. A linha – que nunca esteve nas prioridades do órgão estadual- não resolveria tudo já que seria difícil ( para qualquer governo) construir um estacionamento enorme numa estação de pequeno movimento.
Mas o maior problema mesmo seria o empréstimo do BNDES. O clube não conseguia garantias e – sem o empréstimo- a obra não sairia do papel.
Com uma necessidade de uma reforma enorme e com a total incapacidade do clube de encontrar financiadores os Governos Federal, Estadual e Municipal foram obrigados a dobrar-se a realidade e procurar outro estádio para a abertura da Copa do Mundo.
O SPFC anunciou – à época- que as empresa privadas fariam as reformas da mesma maneira. Com Copa ou sem Copa. O que vimos é o que está ai: a cobertura anunciada prá todo ano- vem sendo adiada. As reforma estruturais então, nem se falam mais.
O estádio do Corinthians só surgiu pela incapacidade dos tricolores reformarem seu estádio para a Copa.
Uma das características dos tempos que vivemos é um permanente movimento de mudar a história. É como se o passado fosse alterável ao sabor das circunstância dos dia atuais. No caso do Morumbi, o artigo de hoje da Folha, é só mais uma tentativa de reescrever o passado. Mas é uma tentativa inútil. E uma verdade muito forte não poderá ser destruída por falsos e inverídicos argumentos.
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Algo não é verdade nos comentário do Citadini: a anunciada cobertura do Morumbi aconteceu sim, com a assinatura do Renato Augusto!
Brilhante visão! rs
Não nos esqueçamos da cobertura de Caramelo:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/sao-paulo/noticia/2013/05/sao-paulo-anuncia-contratacoes-de-caramelo-e-roni-do-mogi-mirim.html
Altamir,
essa foi a maior sacada do ano !!!
As meninas doidas !
Nem quero perder meu tempo comentando sobre as atrocidades contidas no artigo publicado na Falha do São Paulo.
Só queria fazer umas perguntas para os articulistas: onde estão e quais são as belezas da cidade localizadas no bairro do Morumbi, dignas de serem apresentadas aos turistas??? A favela do Real Parque e seu pesado tráfico de drogas? O trânsito caótico? Os assaltos ocorridos a qualquer hora do dia e da noite na avenida de mesmo nome do bairro? O fedor exalado pelo trecho do rio Pinheiros que passa vizinho ao bairro? A total e completa falta de estrutura geral na região, apesar de ser uma das ricas da cidade? Melhor parar por aqui, antes de perguntar sobre o preconceito direto e escancarado contra a ZL a sua população contido no “artigo”
Já que resolveu se manifestar, jj poderia aproveitar e esclarecer o que disse a respeito das obras no entorno por conta, supostamente, da nova linha de metrô:
“A consolidação do Morumbi se dá nessa obra (nos entornos). Vocês não sabem, e não vou dizer, o que lutei para que essa obra se perenezasse”. Entre as obras, está garantida uma calçada de 25 metros, revitalização da praça, monotrilho e canalização do córrego que passa por baixo do estádio. Tudo para melhorar e facilitar o acesso nos arredores, por 3,1 bilhões.
(http://www.lancenet.com.br/sao-paulo/Juvenal-consegue-bilhoes-entornos-Morumbi_0_465553620.html#ixzz2YC2RqSwB )
Estranhamente essas declarações pouco repercutiram na imprensa esportiva.
O texto da dupla JJ e Ives Gandra é a cara do clube tricolor:
Arrogante, preconceituoso, maniqueísta e, principalmente, mentiroso, pois adultera fatos e deturpa informações sempre no sentido de adequar a história as conveniências tricolores.
E, por fim, qual a relevância de um texto desta natureza, neste momento? Nenhum, mas significa o claro inconformismo do clube quatrocentão em perder a Copa do Mundo para o time do povo. E mais, o Estádio em Itaquera, razoavelmente bem administrado, significará a hegemonia do Corinthians perante os rivais, numa distância maior que a de hoje.
Se saísse, a reforma do Morumbi seria aos níveis da reforma do Maracanã: total demolição e reconstrução de novo estádio. Isso poderia ser feito, mas com dinheiro público (leia-se empréstimos do BNDES e isenções fiscais). Eu leio este blog há 6 anos e sou testemunha de que o Citadini, desde o anúncio da Copa, dizia que o Morumbi não teria condições de se reformar e que se conseguisse algo, seria à base de dinheiro público.
Os Governos Federal e Estadual optaram pela escolha correta: se é pra gastar 1 bilhão, que seja em algo moderno, numa região carente de desenvolvimento e que não faça o estado mais rico da nação passar vergonha.
Citadini
Comente quais as garantias o Corintians deu para o BNDES….
Ah, claro, não comentará, sabe a sujeira que está ocorrendo!
O empréstimo ocorreu por intermédio da CEF.
A mesma CEF que intermediou o recebimento dos recursos que o SPFC recebeu para a construção do CT de Cotia, como se confere neste interessante e esclarecedor vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=gHGcVUDzQH0
Esses caras são metidos a paladinos. Negociaram patrocínio com a Caixa Econômica antes desta instituição patrocinar o corinthians. Depois do acerto com o alvinegro, desandaram a criticar, dizendo que era dinheiro público. Hipócritas.
Srs. Ives Gandra e Juvenal Juvêncio:
Por que não demonstram tamanha preocupação com o uso do dinheiro público no que tange aos empréstimos do BNDES a Eike Batista – R$ 10,4 BILHÕES , o que equivale a DEZESSEIS VEZES o empréstimo de R$ 400 milhões para a Arena Corinthians?
(fonte: http://revistapegn.globo.com/Noticias/noticia/2013/07/bndes-emprestou-r-104-bilhoes-empresas-de-eike-batista-diz-banco.html)
Por que não demonstram tamanha preocupação com o uso do dinheiro público no que tange aos recursos (RECEBIDOS VIA CEF) investidos no CT de base do SPFC em Cotia?
(cerimônia de apresentação, assinatura e beija-mão: http://www.youtube.com/watch?v=gHGcVUDzQH0)
Por que não demonstram tamanha preocupação com o uso do dinheiro público no que tange aos R$ 3,1 BILHÕES “GARIMPADOS”, pelo próprio Juvenal, junto ao erário para as obras de mobilidade urbana em benefício do estádio do SPFC?
(fonte:http://www.lancenet.com.br/sao-paulo/Juvenal-consegue-bilhoes-entornos-Morumbi_0_465553620.html
“Hoje (terça-feira) foi homologada nossa obra de mobilidade urbana do Morumbi. De R$ 3,1 bilhões. Tenho impressão que quando falo assim vocês se espantam, estão acostumados com dirigentes arcaicos. Hoje foi homologada a concorrência e a vencedora chama-se Andrade & Gutierrez, com tecnologia da Malásia. Com Serra (governador) e Lula (ex-presidente), garimpei essa verba.
A consolidação do Morumbi se dá nessa obra (nos entornos). Vocês não sabem, e não vou dizer, o que lutei para que essa obra se perenezasse.”
LANCENET!, 19/04/2011)
Será que o “segundo autor” (sic) estava sóbrio para escrever alguma coisa?
Uma perguntinha aos “autores”: as reuniões semanais da *turminha* com o atual governador do estado ainda continuam?
Ahh.. Outra coisa, esse artigo não é nada católico heinnn… Mas como os “autores” curtem o idioma da copa cucaracha talvez entendam a versão bamby do Apocalipsis:
“… Mas porque eres mentiroso y hipocrita, yo te vomitaré de mi boca!…”
Dr. Tozzi, é estranho que o autor do artigo aborde tema relativo a futebol visto que a OD sempre considerou isto uma perda de tempo. As reuniões semanais continuam sim.
Essa choradeira dos almofadinhas vai piorar quando inalgurar-mos nossa Arena em Itaquera.
Pelos comentários ” esclarecedores” segundo o Citadini me convenci que o Itaqurão-Odebrecht está em Paris. Grande estádio, aprazível local….vão assistir seus jogos por lá mesmo que está bom demais para vocês.
O clube que já foi “almofadinha”, que copiou o Fluminense e virou “pó-de-arroz”, que pela irreverência de Vampeta é hoje conhecido pelo consagrado epíteto de “bambi”, tem como maior sonho o de “ter a maior torcida do Brasil daqui a 10 anos” (afirmação repetida há já 20 anos…).
Mas, em manifestações como o texto da dupla de comediantes Ives Gandra e Juvenal (uma espécie de Didi Mocó e Dedé Santana, mas sem nenhuma graça) e como o comentário supra do Eduardo expressam tamanho preconceito discriminatório que revela que viverão sempre no recalque de depreciarem aquilo que querem ser…
Querem ser populares mas não conseguem conter o preconceito que têm pelo popular. Autossabotam-se. Enforcam-se na própria corda.
é..pelo visto o grande citadini deve ser conselheiro do sp ou é super amigo de algum cartola de lá..pra saber tanta coisa do SPFC…
Citadini,
VC tem toda a razão, o estadio que o Corinthians está construindo é dinheiro do proprio time, tanto é everdade que será construido em poucos meses, bem diferente do Morumbi que demorou mais de 13 anos.
1,5 bilhão R$ da venda de camisas e patrocinios em poucos meses. (fantastico)
Conta bastante essa historia pois de tanto a mentira ser dita o povão vai acreditar e acaba virando verdade, como dizia um antigo ditador Russo.
abs
Já ouviu falar em avanço tecnológico?