Jul 12, 2013

O SPFC não consegue superar esta mágoa profunda do Corinthians

Ontem, na apresentação do novo técnico do tricolor, o assunto foi o Corinthians. Não vi mas, diz a mídia, que o presidente do São Paulo falou quase só do Timão, num tom de mágoa profunda.

Acho que o tricolor está cheio de razão nesta dura situação de vive seu clube nas últimas décadas. É só uma sequência de frustrações e quase sempre com seu adversário alvinegro do outro lado.

O Morumbi e o estádio do Corinthians 

Quando o Brasil anunciou que faria a Copa do Mundo o pessoal do tricolor festejou. Abria-se a possibilidade de uma ampla reforma do seu estádio. Construido a partir dos anos 50  dava todos os sinais de envelhecimento. E necessitava de uma grande e cara reforma estrutural. Foi uma festa.

Quando o estádio foi indicado para a abertura da Copa pela Comissão local ( formada por 3 tricolores) a festa foi maior ainda. Levaram todos para uma solenidade no Morumbi: presidente da república, governador, prefeito, presidente da CBF e da FIFA  e até o presidente do Corinthians ( num erro sem precedente). Fotos e videos foram feitos. A mídia apoiava por todo lado, só faltava saber de onde viria o dinheiro.

Foi um fracasso só. O clube não conseguia encontrar um caminho para  o governo a CBF e a FIFA bancarem a reconstrução do estádio do Morumbi.

Sem saída começaram a encontrar adversários do qual o mais citado era o presidente da CBF, Ricardo Teixeira. O duro era admitir a verdade. O clube não tinha dinheiro para a reforma e precisava que a CBF a Fifa e o governo descobrissem o tutu.

O SPFC tinha uma tática clara. Empurrar com a barriga até a hora que não fosse possível encontrar outro estádio para a cidade.

Deu tudo errado. E a situação é a que temos ai. O Morumbi fora da Copa e seu adversário construindo o estádio para a abertura do evento.

Só isso já seria motivo para um ódio eterno. Mas tem outras porções de rancor por ai.

2003 que eles não esquecem

Perder disputa para o Corinthians sempre foi  um ato corriqueiro na vida tricolor. Mas creio que poucas coisas doeu mais que o campeonato de 2003.

O SPFC não ganhava nada há alguns anos  e o presidente da Federação Paulista, Eduardo Farah, falava claramente pra todos : aquele teria que ser o campeonato para o SPFC. ” Um clube como o SPFC não pode ficar sem título”, dizia o tempo todo em qualquer reunião.

Quando o tricolor e o Timão ficaram para a final o presidente interpretou um estatuto confuso à favor ao SPFC. Acreditava que o Corinthians ficaria calado até porque uma parte da diretoria do alvinegro não queria briga com a federação. Nada disso ocorreu. O Timão brigou por todo lado e conseguiu decisão no CBF que daria outra interpretação do regulamento. E, no campo, ganhou os dois jogos pelo mesmo placar: 3×2. A raiva tricolor chegou as nuvens.

Parreira  

Carlos Alberto Parreira, após a Copa de 94 ganha nos Estados Unidos, era o técnico dos sonhos do tricolores. Vencedor, culto( fala várias linguas) , discreto quase não diz palavrão. Era a figura que casava com o imaginário dos tricolores sempre dispostos a se dizerem ricos, cultos e preparados.

Parreira foi contratado e foi um dos grandes desastre do tricolor. Mas o fato foi escondido pela mídia. O técnico carioca não era bem vistos pelos jogadores líderes no elenco tricolor. E ,rapidamente, os dirigentes do tricolor, também, não aceitaram os métodos do SPFC : os cartolas estavam acostumados a dar palpites na escalação do time e Parreira não achava correto.

Um dirigente do tricolor organizou um churrasco num sitio da grande São Paulo e  colocaram o problema abertamente: queriam demitir o técnico mas não podiam. O técnico tinha prestígio e a contratação era recente. Os jogadores encontraram a solução: passariam a jogar com “falta de vontade” para ajudar a “saída do técnico”  . Foi o que ocorreu.

Quando o Corinthians contratou o técnico Parreira no final de 2001 a mídia local passou a fazer a maior campanha:” retranqueiro”, “não sabe dirigir time”, “não fala a lingua dos jogadores” etc.  Aqueles jornalista que vestiam a camisa tricolor eram os mais críticos.

E deu tudo de forma diferente. Parreira mostrou que era bom treinador de clube e caiu no gosto do torcedor. O técnico campeão mundial é dedicado, gosta de treinar intensamente, e procura um futebol organizado. Infelizmente para o Corinthians e para Parreira  só saiu do clube para ir a seleção.

Mas Parreira é uma propaganda ambulante do Corinthians. Em todos os lugares que vai só elogia o Timão. Na sua biografia,  seu período no Parque São Jorge, ocupa mais espaço que a seleção de 94.

A passagem pelo tricolor ocupa 3 linhas. Educado, preferiu não contar o que viu e o que era o SPFC que a mídia vendia com clube exemplar.

Mas, não tenho dúvida, que isto aumentou a raiva dos tricolores contra o Timão.

Muricy

Todo mundo conhece o que o técnico Muricy sofreu no SPFC. Ele não esconde o que ocorreu naquele período onde ganhou títulos e uma campanha feroz que membros da direção faziam – pela mídia- contra seu trabalho. A mídia quer esconder este episódio pois ele revela o lado “moderno, organizado, profissional” do tricolor

7 Comments

  • Citadini,
    Vc só esqueceu de um fator importante nessa sua relação.
    Eles se julgam da “elite”, os melhores, evoluídos e soberanos, prestes a terem a maior torcida do mundo. Não entendo como acham possível massificar a torcida e mesmo assim serem elitizados, mas enfim esse é outro assunto.
    Com o Corinthians tendo uma administração moderna, de sucesso, transparente, comissão técnica competente, jogadores comprometidos com o clube, vencendo títulos internacionais importantes (embora eu ainda ache que falte o Troféu Maria Quitéria…), tendo um faturamento anual muito acima dos concorrentes, marca mais valorizada, torcida sempre presente nos estádios (e essa sim em real crescimento) e isso às vésperas de ter nosso estádio pronto que vai só aumentar esse abismo entre nós e o resto.
    Tudo somado resulta nessa fala bizarra do Juvenal, pois eles simplesmente não estão conseguindo conviver com isso!!!
    Na visão deles nunca um “bando de Mobral inconcluso” poderia chegar nesse patamar. Não admitem perder pra nós “menores, mal cheirosos e coitadinhos”. Mas é o que mais tem acontecido! Historicamente atropelamos o SP quando o jogo vale alguma coisa mais do que meia dúzia de mariola. Seja em nossa casa ou no nosso salão de festas preferido.
    E nessa quarta estarei lá no Pacaembu junto com outros 30.000 fiéis de novo pra vencermos mais uma encima desse clube hipócrita, elitista, preconceituoso e decadente!
    Abs

  • Tipico comportamento do “nojo” que certa parte da “elite” sente pela ascensão das classes mais baixas.

    Pesquisas feitas por alguns sociólogos, mostraram que o aumento de ex-pobres em shoppings, e em aeroportos, tem incomodado certa parte da elite.
    O excesso de automóveis também é debitado à essa ascensão social.

    Curiosamente, na contramão dessa constatação, temos lido algumas críticas sobre o “embranquecimento” do futebol, dizendo que estão sendo afastados os negros dos estádios.

    Ora! Porque então tantas emissoras de TV fechadas, se especializaram em comprar campeonatos branquinhos como o Ingles e o Alemão?

    Mais brancos que esses não se conhece.

    Curioso, muito curioso, esses posicionamentos sobre preconceito.
    Enquanto uns dizem que “Itaquera” mostrará a feiura da periferia, outros dizem que os estádios estão expulsando a “feiura”.

    Porém ambos concordam em uma coisa. Itaquera não! E ambos defendem a “beleza” e : brancura” do Morumbi.

    É……???

  • Citadini, ainda faltou um caso . O bôbo da corte (ou dirigente de aluguel, como preferir) deu uma entrevista a um blog essa semana, e comparou a bagunça deles dessa semana ao “corinthians dos anos 70”, mas esqueceu-se do rolo daquela vez em que houve reunião para mudar estatuto, e o presidente se elegeu por meio de liminar. Aliás, o bôbo da corte só poderia ter dado entrevista para aquele blog mesmo, casamento perfeito.

  • Bom, acho muito censurável essa mania do Citadini criticar o Juvenal! Tratá-se de um dos maiores ídolos da história recente do Corinthians! O que esse homem fez por nós jamais poderá ser devidamente aferido e esquecido! Grande Juvenal! Sem falar que seus trejeitos e sua retórica fazem o falecido Vicente Matheus parecer o Göethe!
    Juvenal! Para sempre em nossos corações!

  • então quer dizer q o sp pensa q é elite..exibe arrogância;.. e o corintiano é o pobre coitado,lutador,trabalhador….. ahhh conta outra q essa é mais velha q andar pra trás

  • Quer dizer que o nobre ex-diretor do Corinthians comenta sobre o São Paulo no seu blog e o tricolor é que está magoado com o pessoal do Parque São Jorge?

    Ah tá…rsss.

    O Rosemberg nunca fala nada do São Paulo não é mesmo?

    Que coisa….

    Mas valeu pelo ibope.

  • kkkk Mais um aloprado pra coleção!! kkkk

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