Derrota preocupante
De ALINNE FANELLI, PARA A FOLHA
O Corinthians perdeu para a Ponte Preta por 2 a 0, no estádio Moisés Lucarelli, em Campinas, e completou cinco jogos sem vencer no Campeonato Brasileiro, com quatro derrotas e um empate.
Os gols foram marcados aos 42 min e aos 48 min da etapa final por Fellipe Bastos e Adaílton.
Com o resultado, o Corinthians fica com os 30 pontos na sétima posição. A Ponte continua na zona de rebaixamento, em penúltimo lugar, com 19 pontos.
Em relação à última partida, o Corinthians não contou com Fábio Santos e Alessandro, lesionados. Edenílson fez a lateral direita e Igor a esquerda. No meio de campo, Maldonado jogou ao lado de Ralf.
O time da casa foi melhor no primeiro tempo e deu trabalho para o goleiro Cássio, bastante exigido.
Na segunda etapa, a equipe de Tite encontrou espaços e foi mais ao ataque com as entradas de Emerson e Danilo nos lugares de Romarinho e Pato. Mas, as finalizações estavam sem qualidade.
Na próxima rodada, no domingo, o Corinthians recebe o Cruzeiro no Pacaembu, às 16h. Às 18h30, a Ponte Preta enfrenta o Atlético-PR em Curitiba.
Julia Chequer/Folhapress | ||
Douglas, do Corinthians, tenta escapar da marcação de dois jogadores da Ponte |
O JOGO
A Ponte Preta deu muito trabalho para o Corinthians no primeiro tempo e Cássio foi decisivo.
Aos 13 min, o time de Campinas teve um gol anulado de Chiquinho, que estava em posição irregular.
Guerrero arriscou um chute para a meta de Roberto aos 15 min e o goleiro da Ponte ficou com a bola.
Aos 20 min, Uendel chutou forte pela esquerda e obrigou Cássio a espalmar para a linha de fundo.
Três minutos depois, Alef fez bom lançamento para Chiquinho, ele tirou Paulo André da jogada e chutou para fora.
O Corinthians teve uma boa oportunidade aos 25 min. Douglas cobrou falta, Pato mandou de cabeça para o gol e Roberto tirou. No rebote, Ralf finalizou e a bola sofreu desvio.
Pato cobrou uma falta na entrada da área e o goleiro da Ponte defendeu.
O melhor lance foi para o time da casa aos 31 min. A bola voltou para o sistema defensivo do Corinthians, Chiquinho chegou antes da marcação adversária e chutou em cima de Cássio.
Aos 42 min, Alef cabeceou para a meta do goleiro corintiano, que deu um tapa na bola antes de ela entrar no gol.
O Corinthians voltou do intervalo com duas alterações. Tite substituiu Pato e Romarinho por Danilo e Emerson.
As alterações deram mais movimentação ao ataque da equipe corintiana. Emerson arriscou duas vezes forte para o gol e assustou a Ponte.
Do outro lado, Alef recebeu passe de Adrianinho e também chutou de fora da área. As finalizações não estavam com qualidade.
O Corinthians tinha espaço para jogar e tentava aproveitar o desgaste que alguns jogadores da Ponte demonstraram. Porém, faltou qualidade nas finalizações.
Qualidade que não faltou para Fellipe Bastos. Aos 42 min, em cobrança de falta, o jogador bateu com perfeição e abriu o placar.
Adaílton aumentou aos 48 min, quando aproveitou passe para a defesa, tirou de Cássio e tocou para o gol.
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A análise simplista dos fracassos dos resultados mais recentes é dirigir e centralizar a culpa no técnico Tite. E a diretoria, será que não falhou? Será que não deveria pronunciar-se? E os jogadores? De repente, desaprenderam? Estão sem motivação? Sem motivação ganhando 100-200-300-400-500 mil por mês?
Quando vejo jogadores da base do Corinthians (Everton Ribeiro, Nilton, Jô, etc.) brilhando noutros times brasileiros fico pensando o porquê? Mais ainda quando revelações indiscutivelmente foras-de-série como Marquinhos (PSG) e William (Chelsea) são vendidos “a preço de banana”. Há também os jogadores extremamente identificados com o clube e que no Corinthians firmaram-se como grandes jogadores. Por exemplo: Paulinho, William (Cruzeiro), Elias, Jucilei, Christian etc. Isso sem contar o estranho caso de Jorge Henrique, que poderia aprontar fora, mas dentro do campo resolvia.
É muito fácil utilizar-se o argumento patético de que *todos* eles, e principalmente os revelados pelas base, queriam sair. Será que jogar pelo Corinthians não é suficientemente atrativo? Pelo tamanho do Corinthians, deveria ser. Ou então, há algo muito errado na estrutura gerencial do clube.
O presidente atual recentemente acostumou-se a dizer dubiamente que o “futebol é cíclico”. Ora, no sentido dos resultados esportivos (ele não refere-se a este) a afirmação é óbviamente verdadeira e aplica-se a todos os clubes, inclusive por exemplo ao Barcelona. Entretanto, existe outro sentido (a prática no Corinthians confirma esta versão) em que a afirmação é de um cinismo sórdido: as negociatas no futebol do Corinthians é que são cíclicas.
Em primeiro lugar, o Corinthians não é uma empresa que visa lucro, nem à própria instituição e muito menos a outrem. Porisso mesmo, faz-se absolutamente necessário que *todas* as negociações de jogadores do Corinthians sejam absolutamente transparentes. Como em qualquer empresa idônea, deve-se esclarecer o quanto entrou em caixa, quais foram as comissões dos negócios e a quem foram pagas.
Não sei se essas minhas questões são despropositadas, ingênuas ou de difícil execução. Então pergunto: 1) isso faz sentido? 2) em caso positivo, é possível a execução prática?
Muito obrigado.