Oct 1, 2013

5 ou mais

 

5 razões para a decadência

Venda de jogadores importantes e redução da marcação sob pressão no ataque estão entre os fatores que levaram o Corinthians ao seu pior momento no ano

 

PAULO VINÍCIUS COELHOCOLUNISTA DA FOLHA

Há 30 dias, o Corinthians era o quinto colocado do Brasileiro, cinco pontos atrás do líder, com sete gols sofridos –melhor defesa da história dos pontos corridos. Qualquer avaliação sobre a queda corintiana deve levar em conta o mês recém-concluído.

Setembro foi para o Corinthians o que julho foi para o São Paulo. Lembra? Treze jogos sem vitória, seis sem fazer gols! O clube do Morumbi briga para não cair até hoje por conta dos tropeços de julho.

O zagueiro corintiano Paulo André concorda que os fatores que vinham causando o lento declínio entre janeiro e agosto deste ano explodiram neste “setembro negro”.

Veja as razões:

1 – ACOMODAÇÃO

Em maio, Tite falava sobre a dificuldade de motivar um time que ganhou tudo. Daí a tentativa de mesclar com os recém-contratados. Na derrota para a Portuguesa, só havia cinco titulares do título mundial: Cássio, Paulo André, Ralf, Émerson e Guerrero. Os que restaram talvez escovem os dentes todos os dias perguntando: espelho, espelho meu, existe algum time melhor do que o meu?

2 – VENDAS

Três campeões do mundo saíram. Paulinho para o Tottenham, porque era impossível segurá-lo. Chicão virou reserva de Gil, porque o novo zagueiro era melhor. Jorge Henrique foi para o Inter, por indisciplina. De todos os atacantes que marcam, nenhum era tão útil quanto Jorge Henrique.

3 – LESÕES

O Corinthians marca 10% menos gols quando Renato Augusto não joga. E o meia não pode atuar

há 45 dias, por lesão. O herdeiro de Paulinho, vendido ao Tottenham, seria Guilherme. Volante contratado da Portuguesa jogou bem até se machucar. Também se lesionaram os laterais Alessandro e Fábio Santos. Na vaga do último, entrou Igor e no seu setor aconteceram os dois primeiros gols da Portuguesa.

4 – TIME MANJADO

O Corinthians joga no 4-2-3-1 desde 2008, com Mano Menezes. Quando perdeu do Tolima, com Tite, já se discutia o sistema. Contra o Grêmio, quarta-feira passada, Tite disse ter mexido na maneira como joga a linha de armadores. “Estava aberta, agora trabalha fechando.” Quase ninguém percebeu. Entre os que não viram diferença, estão os adversários. É mais fácil marcar um time conhecido.

5 – MENOS PRESSÃO

A grande qualidade dos times vitoriosos de Tite -Grêmio 2001, Inter 2008, Corinthians 2011/12- foi a marcação por pressão. O ataque roubava quase tantas bolas quanto a defesa. Quando se marca o zagueiro adversário, ele vai errar, porque não a técnica do centroavante. O Corinthians segue sendo o time que mais desarma no Brasileirão, mas Gil e Ralf são os campeões. Os atacantes, não. A reformulação do elenco não privilegiou os atacantes que marcam. Pato é o melhor exemplo.

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