Um profissional dedicado.
Gustavo Franceschini
Do UOL, em São Paulo
- Daniel Augusto Jr./Ag. Corinthians
- Cleber Xavier em ação ao lado do ex-jogador Sylvinho; auxiliar de Tite é um personagem da decisão
Auxiliar e homem de confiança de Tite, Cleber Xavier vai reviver, nesta quarta, um confronto que marcou sua carreira. Há 12 anos, ele virou um protagonista inesperado antes da final da Copa do Brasil ao espionar o Corinthians de Vanderlei Luxemburgo e ser retirado do treino. Hoje do outro lado, ele não se arrepende de ter conferido um treino do rival.
“Acho que foi um dos detalhes que fez a gente ganhar o título”, disse Cleber Xavier, em entrevista exclusiva ao UOL Esporte.
O episódio que marcou a carreira do auxiliar ocorreu em 2001, dias antes da decisão da Copa do Brasil daquele ano. Tite à época era o técnico do surpreendente Grêmio, que chegou à final com Marcelinho Paraíba como sua maior estrela.
Em Porto Alegre, no jogo de ida, os gaúchos arrancaram um empate suado por 2 a 2 em uma partida em que não estiveram bem. Para tentar reagir fora de casa, o Grêmio precisava desvendar um mistério do concorrente, e foi aí que Cleber Xavier entrou em cena.
“No primeiro jogo o Corinthians foi bem melhor que a gente. Daquela vez o André Luiz atuou de volante e foi o ponto de desequilíbrio tático, e ele não estaria na partida seguinte. E a gente queria saber quem jogaria para trabalhar em cima disso”, disse Cleber Xavier.
Para cumprir sua missão, ele ficou escondido em um canto da arquibancada do Parque São Jorge, onde o Corinthians treinava. O disfarce não funcionou. No fim, identificado, ele foi conduzido pelos seguranças do clube para fora do local.
CLEBER JÁ ESPIONOU CORINTHIANS
- Na imagem, é possível ver os seguranças do clube pedindo que o auxiliar deixasse o local
“Estava terminando o treino. Eu estava separado porque conhecia o Scheidt e o Paulo Nunes, que estavam no Corinthians, e não queria que eles me vissem. Eu já estava indo embora, aí um repórter lá do Sul, que era colorado, resolveu fazer um boletim alto para que os caras ouvissem e me tirassem de lá, que foi o que aconteceu”, conta Xavier.
Sem André Luiz, Luxemburgo escalou Otacílio e Marcos Senna como volantes, e o Grêmio conseguiu o que queria. De forma surpreendente, fez 3 a 1 no Morumbi e levou o título, derrubando a equipe de Marcelinho Carioca, Ricardinho e Müller, entre outros. Hoje, ele diz que não se irritaria se um rival adotasse o mesmo expediente.
“Não posso reagir contra isso, né? Se utilizei, não posso ser contrário. Naquela época o Parque São Jorge era aberto para que qualquer um pudesse entrar. Hoje os CT’s são fechados, só entra quem você quer. Claro que aquele é um detalhe tático que teria de ir para ver o desenho, por isso que eu fui. Mas não poderia agir diferente. Se eu fui, tenho de aceitar”, disse Cleber Xavier.
www.uol.com.br
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O Corinthians perdeu aquele título por “outros fatores”.
Nessa época o Citadini era diretor de futebol, não era? Poderias contar alguma coisa.