Confirmada a saída de Tite ao fim do ano, o Corinthians começou sua curta temporada de despedida do treinador na tarde de domingo. O resultado foi o 84º empate do gaúcho à frente do time do Parque São Jorge – o 16º no atual Campeonato Brasileiro –, um 0 a 0 com o Vasco no estádio do Pacaembu.
O resultado não foi bom para os donos da casa, que agora podem parar de sonhar com a classificação à próxima Copa Libertadores. Também não foi dos melhores para a formação de São Januário, que, a três rodadas do fim do Nacional, segue na zona de rebaixamento à Série B.
Terminados os gritos da torcida em homenagem a Tite, a bola rolou, e o Corinthians foi superior no primeiro tempo. Melhor tecnicamente, a equipe paulista conseguiu criar algumas oportunidades e não as aproveitou. Após o intervalo, o jogo se arrastou lentamente para um empate sem gols.
Vasco penso; Corinthians cego
Ciente de que Alessandro não é um lateral esquerdo, Adilson Batista optou por deixar desprotegido o lado direito de sua defesa. Ele montou o Vasco em um 4-5-1 no qual Wendel ajudava o lateral Yotún na marcação pela esquerda. Pela direita, o papel de lateral era feito pelo lento zagueiro Renato Silva, sem qualquer proteção – Fagner era um meia-atacante que mais caía pelo meio do que pela ponta.
Bastava ao Corinthians virar o jogo para encontrar uma avenida, mas a equipe teve dificuldade para enxergá-la. Nas vezes em que atacou pela esquerda no primeiro tempo, o time da casa teve um caminho mais livre e criou perigo. Foram raros esses lances, preferindo o alvinegro local furar a marcação pelo outro lado – onde estava Emerson – ou pelo meio, fechado por Abuda e Guiñazú.
De qualquer maneira, a superioridade da equipe do Parque São Jorge era clara. Chegando pelo meio, ela esteve perto do gol em cobrança de falta de Douglas. Em boa jogada pela direita, com passe de letra de Emerson, Edenílson cruzou bem, e Romarinho não conseguiu concluir como gostaria.
Pouco mudou com a entrada do tímido Igor no lugar do contundido Alessandro, aos 15 minutos. O Corinthians bateu e voltou na parte fechada da defesa cruzmaltina e só levou perigo do outro lado. Ao menos Renato Augusto percebeu a lacuna no adversário e passou a cair por ali com frequência maior.
O camisa 8 conseguiu duas finalizações perigosas dali, uma delas em tabela inteligente com Romarinho. Em outra oportunidade no mesmo setor, o falso centroavante recebeu um lançamento de Gil e deu um toque de trivela para Romarinho, que concluiria livre, na pequena área, se tivesse chegado uma fração de segundo mais cedo.
Segundo tempo arrastado
Terminado o intervalo, após alguns minutos na esquerda, Emerson voltou para a direita, onde recebeu um bom lançamento de Douglas em contra-ataque. Ele invadiu a área, cortou a marcação e bateu cruzado, errando por pouco. Na sequência, aos 12, Adilson trocou Marlone por Thalles, o que não mudou a disposição tática vascaína.
Exceção feita ao chute de Sheik, o segundo tempo estava arrastado. Por isso, a torcida não gostou quando Tite trocou o dinâmico Renato Augusto, ainda longe da melhor forma, pelo lento Danilo. No Vasco, Adilson apostou no mais ofensivo Francismar no lugar de Wendel.
Danilo entrou pela direita, e Emerson virou centroavante. Depois, Rodriguinho substituiu Guilherme para que houvesse mais um articulador em campo. O Vasco ainda apostou no atacante André, mas o jogo não saiu da inércia e caminhou para um fim com placar zerado.
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Gosto muito do Tite mas não terei saudades de jogos como esse! Onde foi parar a “possibilidade real de Libertadores”? E isso seria só um consolo pobre para quem começou o ano em condições de sonhar com o Mundial no Marrocos!