Sep 11, 2014

Uma crise que nasceu no Departamento de Futebol

 

A grave crise financeira do Corinthians (gravíssima, como admitiu o presidente Gobbi) tem um ponto central: foi o Departamento de Futebol, incluindo a Base, que gastou o que não podia e não tinha. Não se trata da contratação de um ou outro jogador,  onde sempre temos o risco do sucesso e do fracasso. Trata-se de uma continuada política de esbanjar dinheiro a torto e a direito.

Coisas que nunca foram práticas  no clube debilitaram as finanças corinthiana: salários lunáticos de jogadores e profissionais da Comissão Técnica e comissões generosas para compra, venda, empréstimo e até renovação de contratos. É claro que sempre seria possível buscar uma economia no clube social e nos demais esportes. Aí, também, gastou sem mais poder.

Mas, foi no Futebol, que o clube perdeu a mão.

As medidas que seguiram para esconder o quadro e adiar a crise só agravaram o estado financeiro. A produção de balanços, com os famosos “Relatório de Sustentabilidade”, hoje, beiram o ridículo. São peças que deveriam ser recolhidas para que a vergonha ficasse menor. A contínua política de antecipar receita de tudo (da Globo, CBF, Federação, Nike e Caixa e outros) só adiam o dia e o tamanho da crise. A história de “parceria” com empresários para comprar jogadores revelou-se um desastre. O clube quase nada ganha e fica como uma equipe de aluguel.

A direção contava com a lei Proforte que iria parcelar os débitos fiscais do clube. Nos últimos anos nada foi pago. Não deu tempo. Os Refis e processos que estão aí só mostram a gravidade da situação.

O clube tem o desafio de, nos próximos anos, viver quase sem receita e com uma dívida parcelada com o fisco que é de abalar qualquer instituição.

Alguns, pouco informados, andaram dizendo que a crise era pela construção do estádio. Nada disso. O estádio é um ônus -que terá que ser pago- mas era previsto e tem uma forma própria para sua liquidação. Querer jogar nas costas do estádio esta crise é uma tentativa de desinformar.

É equivocado, também, querer colocar a culpa da crise no Conselho Deliberativo, Cori ou no Conselho Fiscal. O Corinthians é um clube presidencialista e os órgãos tem a mesma formação politica da diretoria executiva. É certo que houve , uma ou outra, medida destes órgãos cobrando esclarecimentos. Mas a maioria, vinculada a Diretoria, nunca deixou prosperar.

A Diretoria Executiva e os Departamentos de Futebol não podem fugir de suas responsabilidades. Foram eles que erraram e devem ser cobrados.

8 Comments

  • Mas há uma perda de receita com a renda dos jogos na Arena, pois a renda não entra nos cofres do clube. O que convenhamos é um valor considerável.

  • Olha, eu quero ver o que será nos próximos 2 anos. Ou o clube contrata uma equipe de economistas e auditores sérios para estancar o “sangramento” de despesas, ou então problemas terríveis virão. O Departamento de Marketing será importantíssimo nesse processo. E o próximo presidente tem que ter uma visão de futuro em relação a isso.

  • Citadini, o que eu gostaria que alguém conseguisse explicar é como o Gobbi compra um jogador encostado por 40 milhões, detona o mesmo, nega o seu empréstimo sem custos para a Europa, empresta o jogador para o maior rival atual ainda pagando metade do salário e por dois anos, justamente a seis meses do fim do contrato dele, ou seja, quando ele pode acertar com qualquer um sem que o time ganhe um centavo sequer. Como é que se jogam 49 milhões fora e ninguém faz nada?

    • José, uma coisa posso lhe garantir: Mario Gobbi está muito longe de ser burro, pelo contrário é inteligentíssimo. E também muito longe de ser incompetente naquilo a que se propõe.

      Desde os anos 60, o Corinthians tem sido saqueado. Por 2 ou 3 grupos, que lutam obstinadamente pelos benefícios financeiros pessoais que uma instituição gigante como o Corinthians pode lhes proporcionar.

      O Wadih Helou perto dos dirigentes atuais é um mero aprendiz ( http://esporte.uol.com.br/futebol/ultimas-noticias/2011/06/07/corinthians-comunica-falecimento-de-ex-presidente-corpo-sera-velado-na-assembleia.htm). Afinal, Wadih Helou explorou o Corinthians só por 10 anos (1961-1971). Depois disso, como deputado estadual, mandava só de longe.

      Parece-me que o Corinthians atual é propriedade de um único grupo, que chega ao absurdo de possuir mais de 100 jogadores sob contrato profissional. Aproximadamente 60% destes trabalham em clubes “co-irmãos”, com parte ou totalidade do salário pago pelo próprio Corinthians!!!! Findo o contrato, a maioria destes jogadores estarão livres para assinar contrato com quem quiserem.

      Seria muito ingênuo acreditar que os dirigentes corinthianos não recebam taxa significativa de recompensa por tamanhos favores prestados aos “co-irmãos”.

      Então, esses “49 milhões” não são jogados fora não. Vão para os bolsos dos espertos. Nós outros… aaahhhhh…. Tire as suas conclusões Jose.

  • E o CORI…onde estava?

  • Colegas Corintianos, vejam como é fácil ajudar o nosso clube (e muito). Leiam a notícia no link abaixo, e sem contar que será útil para nós também no uso da internet. Repassem. Abraços.

    http://www.timaonet.com.br/noticia/corinthians-e-hello-sports-apresentam-nova-ferramenta-de-midia-digital/6802

    • João, você acredita mesmo que estará ajudando nosso clube?

  • Toninho vc. me convenceu, pensa em um nome para a próxima, afinal nada é definitivo…

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