O futebol brasileiro após o 7×1
Nos cinco anos que antecederam a realização da Copa do Mundo de 2014 o futebol, no Brasil, viveu um momento de “irracional exuberância”.
Nunca tivemos tanto dinheiro no nosso futebol. A TV aumentou em muito as cotas que são pagas os clubes nas várias competições; as empresas de material esportivo gastaram verba por todo lado e os anunciantes (na camisa do clube ou em outro canto) aumentaram muito seus investimentos. Também o preço dos ingressos subiram como nunca, aumentando a receita das bilheterias.
Todos os clubes foram beneficiados por este boom. Alguns ficaram com mais, mas a regra geral foi um aumento no orçamento das agremiações.
Isso estimulou todos a gastarem mais do que era habitual. Contratações milionárias, salários astronômicos, comissões por todo lado nas compras, vendas, empréstimos e até na renovações dos contratos. Tudo isso virou regra.
Os clubes passaram a achar que aquele mar de dinheiro fácil passaria a ser um caminho eterno.
Após o 7×1, o futebol brasileiro sofreu uma queda pouco conhecida. Os investidores fugiram assustados com a derrota, mas também, envolvidos em uma mudança na economia do país (que também vivera um boom nos últimos anos). A regra, então, passou a ser o corte de verbas em todas as áreas.
É só ver a dificuldade de patrocínio nas camisas para se ter uma real dimensão da crise econômica.
O Corinthians foi um exemplo desta gangorra. Quando a maré trazia muito dinheiro, o Timão foi um dos maiores aquinhoados.
Por qualidade do clube, conseguiu construir um belo estádio para a abertura da Copa. Mas os gastos sem fim do futebol debilitaram as finanças do clube.
Embora o grupo dirigente negava qualquer dificuldade e pregava a gastança, a realidade foi mais forte do que a campanha eleitoral.
Premido pela falta de dinheiro, o clube passou a procurar outro caminho. Fez bem a oposição, quando cobrou que o clube deveria buscar o equilíbrio no orçamento.
Hoje, o que se vê é que todos os clubes estão com dificuldades para contratar ou renovar os contratos. Aquelas agremiações que forem mais corajosas em buscar o equilíbrio em suas finanças sairão mais rápido deste período ruim.
Com todos em dificuldades, o Corinthians está mostrando que, num quadro deste, pode disputar a ponta da tabela nos campeonatos. Se o clube tivesse cuidado melhor de sua categoria de Base (e não tivesse adotado esta “parcerias”) poderíamos estar em estado ainda melhor.
Com uma finança equilibrada, como a oposição tanto falou na campanha, o Corinthians é um clube imbatível. E ganhador de títulos.
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