Só os clubes mudam o futebol
Não há quem não admita a necessidade de mudanças profundas em nosso principal esporte, o futebol. Não é somente pela derrota vexatória na Copa do Mundo do ano passado. Já na Africa do Sul a seleção era uma pálida lembrança do que foi o nosso futebol.
Mudar para voltar a ser grande e importante no contexto mundial é o objetivo.
Como todos sabemos, neste meio as mudanças vêm sempre pelos clubes ou pelo governo. Não há outro caminho. As federações estaduais sempre foram um ponto do atraso. Lutam para manter tudo como está e algumas vezes para piorar mais ainda. A antiga CBD, hoje CBF, é quase a mesma coisa e, algumas vezes, até pior que as estaduais.
Apenas em duas oportunidades, nestes últimos 60 anos, a burocracia das federações produziram mudanças positivas. Em 1958, quando a CBD terceirizou para um grupo de São Paulo a organização da nossa ida à Copa da Suécia. Foi a razão de nossa primeira grande vitória internacional. Agora, mais recentemente, foi a CBF que instituiu o campeonato nacional de clubes por pontos corridos. Fora estes dois momentos -em 60 anos- não tenho lembrança de nenhum outro fato.
Como se não bastasse a tradição reacionária das Confederações, após a operação do FBI, a CBF foi emparedada. Suas declarações, propostas, discursos, programas etc, soam como ficção pois os dirigentes só pesam em uma coisa: não serem presos pela polícia americana.
Mas o governo -que vez por outra fazia reformas inovadoras, foi tomado por um caos nunca visto. Os dirigentes da Administração Federal só pensam nos problemas com a PF, Ministério Público Federal, TCU e Judiciário. Não há articulação para mudar nada no esporte.
Só sobraram os clubes. Tradicionalmente mais arrojados em buscar reformas, os clubes podem ajudar nosso futebol a sair deste atoleiro. É claro que eles têm problemas. E não são poucos. Algumas vezes são de assustar qualquer pessoa.
Mas, mesmo convivendo com todas estas questões, os clubes apresentam um espaço onde podem surgir discussões e reformas interessantes.
O Corinthians é um exemplo. Mesmo com todos os problemas que enfrentou nos últimos anos e muitos erros que cometeu, (especialmente nas categorias de Base e no Departamento de Futebol o clube) por sua própria dinâmica interna, ele busca consertar os erros e encontrar outros caminhos. Pode dar tudo errado, mas com uma pluralidade (situação e oposição) e uma forte intervenção de sócios e torcedores, o clube vai superando os erros.
Com os governos, Federações e Confederações em estado de perplexidade, sobrou só aos clubes inovar e reformar. Não é muito, mas é o que pode o futebol fazer neste momento.
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Citadine, você não pode ficar de fora do futebol do Corinthians Abrace o O Roberto Andrade!
Discordo Luiz. Precisamos (hoje) do Citadini na oposição justamente para questionar os atos da atual diretoria. Imagine esse grupo que lá está administrando sem oposição? No futuro, Citadini candidato, aí sim, eu apoio.