A explosão tricolor
De clube modelo num passado recente, o São Paulo é hoje o que há de pior entre os grandes clubes paulistas
SE VOCÊ não leu, leia a entrevista do ex-executivo do São Paulo Alexandre Bourgeois à repórter Camila Mattoso na Folha digital (folha.com/no1681853).
Trata-se do retrato mais acabado da transformação de um clube que ao menos tinha um olho em terra de cego em uma agremiação tomada por gente truculenta, autoritária, incompetente e voltada apenas para o próprio umbigo.
Não por acaso, relatório recente do Itaú aponta para o risco de o Tricolor simplesmente explodir tamanha a enrascada financeira causada pela falta de direção do clube que já foi modelo.
Nelson Rodrigues aconselhava aos jovens que envelhecessem. Devia ser pura ironia.
Carlos Miguel Aidar presidiu o São Paulo entre 1984 e 1988.
Tinha então 38 anos quando assumiu e foi brilhante, não só como comandante do Tricolor, mas, também, como articulador e primeiro presidente do Clube dos 13, que organizou com sucesso o Brasileiro de 1987, chamado de Copa União.
Mostrava incrível paciência para administrar conflitos, ouvia todos e invariavelmente conduzia às melhores soluções.
Hoje, aos 69 anos, não resta nem sombra daquele dirigente e, a exemplo do que se deu com Márcio Braga no Flamengo, não há como deixar de tratá-lo como ex-Carlos Miguel Aidar.
Desde que voltou à presidência do São Paulo, no ano passado, praticamente não houve semana em que ele não protagonizou uma confusão.
O que Bourgeois revela é o coroamento de um processo que beira à loucura, até com capangas que, não satisfeitos em ameaçar o executivo demitido, partem para tentar intimidar quem revela seus podres.
Não passarão, é óbvio, porque os fatos sempre falarão mais alto que a truculência, a calúnia, a infâmia e a difamação, para a qual sempre contam com os piores cúmplices até nos meios de comunicação.
O São Paulo deve o que não pode pagar, tem um time abaixo do sofrível, um técnico colombiano que foi enganado pelo presidente e é palco de confusões que envolvem de parentes do cartola até sua nova esposa, apropriação indébita do clube de futebol mais vitorioso do Brasil, apesar de o mais jovem entre os grandes.
Em mais uma clara confusão entre o público e o privado, e nada mais público que a entidade privada chamada clube grande de futebol e seus milhões de torcedores, Aidar fez do São Paulo o seu quintal e desmente Nelson Rodrigues.
Porque, ao envelhecer, degenerou.
Ele e seus próximos, além de alguns assessores regiamente pagos apesar da situação pré-falimentar do clube e conhecidos pela má formação de caráter e profissional, estão valentes e ameaçadores contra quem é mais frágil e, imaginam, sem proteção.
Enganam-se redondamente.
ESTEPE NÃO!
Marcus Vicente não é solução para a CBF. Ninguém que esteja lá é. A solução para a CBF é mudar seu sistema eleitoral, permitir a participação proporcional dos jogadores e se oxigenar.
Até mudar de nome, porque CBF pega mal.
ABF pegará melhor.
Isso que está acontecendo no SPFC não é de agora. Só veio à público porque há um evidente racha e disputa por poder. Mas dívida, pagamentos de comissões à empresários, etc, etc. têm em todo clube, infelizmente, mas a mídia sempre optou por proteger seu querido SPFC. Agora rachado, todos os grupos divergentes atiram suas versões à imprensa.