Liga ou Teta?

A criação de Ligas para gerir as competições são sempre saudadas com grande entusiamo por gente que quer mudar o futebol brasileiro.

É um fato positivo o nascimento da Liga Sul-Minas-Rio, reunindo os grandes clubes de cada estado.

Se os clubes de São Paulo e Rio de Janeiro tivessem mais juízo, poderiam propor uma nova edição do tradicional Torneio Rio- São Paulo, que agrada ao torcedor e aos negócios do futebol. O último, realizado em 2002, foi um sucesso de público e grana.

Mas os clubes paulistas têm medo da Federação que organiza, no início do ano, o Campeonato Estadual.

As Federações Estaduais são as maiores inimigas das Ligas e, especialmente, de um Torneio Rio-São Paulo.

A Liga tira a boquinha destas entidades que vivem de mamar nos clubes. O Corinthians toma uma dentada de 5% nas rendas, em todos os jogos realizado na Arena Corinthians, em Itaquera. Sem ter colocado menhum tijolo ou dado um saco de cimento, a Federação Paulista é só alegria nos jogos do Timão, com a mão direta na grana limpa que não ajudou a ganhar.

Por essas e outras razões, a Federação quer continuar com o Campeonato estadual que parece ser a única coisa que justifica sua existência.

Como sabemos, as Federações estaduais são criação do Futebol Brasileiro com o objetivo de manter o sistema político da CBF. As Federações estaduais não são sequer reconhecidas pela Fifa, e deveriam tornar-se meros escritórios de registro de jogadores da CBF. Sem voto ou qualquer outro poder.

Porém, uma entrevista de Alexandre Kalil, dirigente da Liga Sul-Minas-Rio, mostra um lado negativo na criação dessa entidade. Seu objetivo claro não é fazer uma competição entre os grandes clubes no início do ano, mas sim rediscutir a distribuição da renda da TV.

O que significa meter a mão na grana do Corinthians e do Flamengo e passar aos clubes médios pose de grandes.

Aí não dá. Se a Liga tiver como objetivo essa tramóia, nunca será importante.

O Corinthians deveria juntar-se ao Flamengo e trabalhar pelo Rio-SP, obedecendo os critérios de distribuição pelo valor comercial real de cada equipe.

O que quer a Liga é o mesmo que faz a Federação Paulista de Futebol. Ao contrário ao que ocorre no Brasileiro, no Paulista, o Corinthians tem que dividir com São Paulo, Palmeiras e Santos (como se todos fossem iguais e valessem o mesmo comercialmente) sua grana arrancada dos mercados de publicidade.

O que faz a Federação paulista é inaceitável, e o que propõe fazer a Liga do senhor Kalil, também.

A Liga não é para tornar todos os clubes iguais (de forma articial), mas para realizar competições melhores, mais rentáveis e atraentes para o público.

O que quer a Liga Sul-Minas-Rio é um milagre que torne todos os times iguais. Os que dão audiência e os que não dão. Os que vendem produtos e os que não vendem.

Isso não dá certo em lugar nenhum.

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