O futuro de Dilma é o Nada, por Prof. Marcelino Buonocuore
Há muita discussão sobre o futuro da ex-presidente Dilma, agora que o Senado votou seu afastamento sem a perda dos direitos políticos. Discussão quase inútil.
A ex-presidente não vai a lugar nenhum.
Seu discurso de defesa frente ao Senado, que era para ser histórico, foi proferido há menos de uma semana e não tem sequer uma citação lembrada. Nem uma frase, nem uma ideia, nada sobrou.
Dilma, com sua arrogância e despreparo é vítima de si própria.
Destruiu o projeto do PT perdendo o poder para um time de segunda linha em fato sem precedente na história deste país.
As grandes linhas que governo afirmava na última década (a de distribuição de riqueza, com bolsa-família, combate a pobreza e o aumento real do salário mínimo) estão comprometidas por uma presidente sem qualquer capacidade de gestão. Seu único projeto era afirmar ser honesta.
Caiu por seu deméritos. Sem o choro de seus adversários e de muitos de seus partidários.
Se como presidente deixa um rio de medidas incompetentes, entre as quais a nomeação de Joaquim Levy, não há nada que se compare à postura de ingratidão que ela deixa a seus companheiros de poder.
Dilma se colocou como uma virgem na Rua Capote Valente.
Quando aparecia uma denúncia vazada de forma ilegal (da Lava-Jato ou não) sua reação era sempre a mesma: “Eu não recebi nada”; “Não foi em minha campanha”; “Na minha conta não entrou dinheiro sujo”; “Na minha campanha foi tudo legal”.
Sua meta era dizer: Eu sou honesta.
Seus companheiros, aqueles que sustentaram sua chegada ao Poder, não receberam a mínima solidariedade quando eram atacados por todos os lados.
Não há um tweet de apoio a José Dirceu, aos quatros tesoureiro do PT, ou a um ou outro dirigente do partido, que foram presos e esquecidos.
Companheiros que, sem seu esforço, transformaram sua saída de “assessora” da Assembléia de Porto Alegre em uma entrada ao Palácio do Planalto. Eles foram, rigorosamente, jogados às feras sem qualquer pudor.
O próprio presidente Lula, com sua família sendo acossada por todo tipo de arbitrariedade, jamais recebeu qualquer firme declaração de defesa. Não era isso que mereciam.
Se Dilma fosse algo mais que uma burocrata de segunda, levada ao Poder pelo PT, ela estaria na linha de frente de defesa do seu grupo político.
Seu mundo é ela. Seu discurso começa e termina em Dilma. Os que lutaram, arrumando votos e dinheiro (sim, dinheiro) para chegar ao poder que se virem.
O legado Dilma é o nada. Tenha ou não direito político, ela nada representa.
É uma página para ser esquecida, o quanto antes, especialmente pela esquerda (petista ou não).
Só a prepotência e incompetência unidas poderiam pintar um quadro deste.
Soma-se a isso uma profunda carga de ingratidão com seus “amigos”.
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Caro Roque, mas, é um sacrilégio a SANDRO BOTICELLI, qualquer referimento com Dilma.