Tá precisando de gol em mata-mata? Chama o Rodriguinho! Um dos destaques do Corinthians recém-campeão paulista, o meia-atacante voltou a deixar sua marca nesta noite de quarta-feira, na vitória por 2 a 1 sobre a Universidad de Chile, no estádio Nacional, em Santiago. Sorte do Timão, que já havia triunfado na Arena, por 2 a 0, e conquistou a classificação para a segunda fase da Copa Sul-Americana.
Os gols do confronto em território chileno foram marcados por Rodriguinho e Jadson, justamente os responsáveis pela engrenagem ofensiva do Corinthians de Carille. Mas a noite era do camisa 26: com o tento sobre a La U, oriundo de lindo arremate de canhota, ele chegou ao oitavo em oito duelos de mata-mata pela equipe brasileira na temporada.
O Corinthians conhecerá seu próximo oponente da Copa Sul-Americana via sorteio, a ser realizado pela Conmebol depois das partidas da primeira fase. A partir desta quinta-feira, o time “vira a chave” e se concentra na estreia do Campeonato Brasileiro, sábado, às 19h (de Brasília), diante da Chapecoense, na Arena Corinthians.
PRIMEIRO TEMPO
Em apenas quatro minutos, a Universidad de Chile teve oportunidades suficientes para ao menos abrir o placar do estádio Nacional. A defesa alvinegra, sem Pablo, desfalque por conta de forte sinusite, cometeu duas perigosas faltas próximas à área de Cássio. Na primeira, Espinoza acertou a barreira; depois, Jara finalizou por cima.
A equipe comandada por Fábio Carille não demorou a dar o troco. Em rápido contra-ataque, Rodriguinho acionou Jadson no setor esquerdo, onde a marcação chilena demorava a recompor. O camisa 10 ergueu a cabeça, cortou para o meio e finalizou forte, acertando a trava do goleiro Johnny Herrera.
Conforme havia treinado na véspera da partida, Carille botou Romero para acompanhar as investidas do veterano Beausejour, lateral-esquerdo. O atacante do Corinthians, porém, embora bastante comprometido no momento da marcação, pecava na conclusão de jogadas e em passes curtos. Numa das boas triangulações iniciadas pelo trio Guilherme Arana, Maycon e Jadson, o paraguaio optou por alçar a bola na área, mas cruzou à meia altura, facilitando o bloqueio da defesa adversária.
Sem a posse da bola, o Timão abria mão do esquema 4-2-3-1 e se fechava em duas linhas de quatro, com Rodriguinho e Jô à frente. A Universidad, por sua vez, parecia sentir o peso da desvantagem e não conseguia fazer Cássio trabalhar para valer. Melhor para a torcida corinthiana, que viu Rodriguinho chamar a responsabilidade no Chile e marcar o único gol do primeiro tempo.
Aos 36 minutos, após tiro de meta de Cássio, o camisa 26 viu Jô disputar a bola no alto com um zagueiro da Universidad, sem sucesso. O meio-campista, então, dominou com categoria, se livrou de um marcador e partiu em velocidade para a área dos mandantes, isso com Rodríguez e Vilches o acompanhando de perto. Sem problemas para o armador, que gingou dentro da área, cortou o zagueiro, ajeitou para a perna esquerda e arrematou cruzado, sem chances de defesa a Herrera.
A empolgação alvinegra em Santiago, contudo, deu lugar a uma triste notícia. O lateral-direito Léo Príncipe, que substituía Fagner, suspenso, acusou dores na coxa direita e não conseguiu seguir em campo. Carille decidiu chamar o volante Paulo Roberto, titular no empate com a Ponte Preta do último domingo, que chegou a desempenhar a função no início da carreira.
SEGUNDO TEMPO
Mesmo longe de Itaquera, o Timão parecia estar em casa. E não demorou a dilatar o placar do estádio Nacional no período complementar. Aos 12, Rodriguinho, outra vez, ficou cara a cara com Johnny Herrera, bateu mascado e viu a bola sobrar limpa para Jô. O atacante corinthiano, acostumado a balançar as redes adversárias, optou por servir Jadson, melhor colocado, que só teve o trabalho de empurrar para além da linha de gol. Era o segundo do esquadrão alvinegro sob vaias da torcida local.
Carille pedia tranquilidade e movimentação de seus jogadores. A estratégia era simples: dar bola à Universidad e contra-atacar em velocidade, sobretudo pelo meio de campo. Atrás, Cássio mostrava o porquê dos recentes elogios da comissão, de parte da imprensa e da maioria da torcida: não cedia rebotes em finalizações de curta distância.
A Universidad, é bem verdade, diminuiu a soberania alvinegra no confronto. Beausejour avançou pela esquerda, se desvencilhou da marcação de Paulo Roberto como quis e deu assistência na medida para Mora, bem posicionado.
Carille mexeu na equipe do Corinthians outras duas vezes antes do apito final: sacou Romero e Gabriel para as respectivas entradas de Clayton e Camacho. Mas o jogo deu lugar à má educação dos chilenos. Reyes e Jara, ambos da Universidad, foram expulsos pelo árbitro uruguaio Daniel Fedorczuk.
Sobrou Corinthians no Chile. Com um time que parece saber o que quer, não deu margem ao erro diante da Universidad e conquistou a classificação em pleno solo inimigo. Quem sabe a quarta força não chega longe também na América do Sul?
ESCALAÇÕES
Corinthians: Cássio; Léo Príncipe, Balbuena (capitão), Pedro Henrique e Guilherme Arana; Gabriel e Maycon; Ángel Romero, Rodriguinho e Jadson; Jô
Universidad de Chile: Johnny Herrera (capitão); Rodríguez, Vilches, Jara e Beausejour; Espinoza, Reyes e Lorenzetti; Lucas Ontivero, Mora e Benegas