Mais uma boa vitória
Da Gazeta Esportiva
O Corinthians continua com rendimento quase irrepreensível nos clássicos disputados em 2017. Na noite deste sábado, fez um grande segundo tempo para vencer o Santos por 2 a 0 em Itaquera. Os gols de Romero e Jô – Rodriguinho e Pedro Henrique também colocaram a bola na rede, mas a arbitragem assinalou impedimento – asseguraram a liderança isolada do Campeonato Brasileiro à equipe campeã paulista. Ao menos por um dia.
Com 10 pontos ganhos, o Corinthians deixou para trás Cruzeiro e Chapecoense, que também iniciaram a quarta rodada com 7 e irão se enfrentar no domingo, no Mineirão. Coritiba e Fluminense, vitoriosos diante de Atlético-PR e Vitória respectivamente, neste sábado, têm 9 cada. Em situação complicada, o Santos soma apenas 3 e está próximo da zona de rebaixamento.
Corinthians e Santos voltarão a campo pelo Campeonato Brasileiro na quarta-feira à noite. O time da capital paulista visitará o Vasco em São Januário, e o do litoral buscará a reabilitação contra o Botafogo no Pacaembu.
O jogo – Enquanto a torcida do Corinthians gritava que “lugar de peixe é dentro do aquário”, o Santos começava a se mostrar à vontade fora dos seus domínios. Assustou o rival logo aos seis minutos, quando Pablo furou feio em um cruzamento vindo da direita. A bola ficou nos pés de Bruno Henrique, que chutou em cima de Pedro Henrique.
Com pouco mais de 30% de posse de bola até então, o Corinthians adotou a tranquilidade para reverter o panorama da partida. Trocou muitos passes, à procura dos melhores espaços para incomodar o Santos. Foi assim que, aos 16 minutos, Jô apareceu livre do lado esquerdo da área e rolou para trás. A zaga cortou antes que Rodriguinho pudesse concluir a jogada.
Seria pela direita, contudo, que o Corinthians criaria as suas melhores oportunidades de gol, conforme Fábio Carille não demorou a perceber. Por ali, a marcação do lateral esquerdo improvisado Copete era bastante deficiente – o atacante colombiano foi iludido mais de uma vez por dribles de corpo de Fagner e ainda contava com pouco apoio defensivo de Bruno Henrique.
Mas só as triangulações entre Jadson e Fagner do lado direito foram insuficientes para o Corinthians fazer o goleiro Vanderlei trabalhar. Apesar de ter melhorado consideravelmente, o Corinthians passou a abusar do jogo aéreo para encurtar o caminho para o gol, e a área santista, ao contrário do setor onde estava Copete, permanecia muito povoada.
Nesse novo cenário, o Santos se apegou aos contra-ataques para surpreender o rival. Bruno Henrique se provou uma boa opção para avançar em velocidade pela esquerda, mas o apagado Vladimir Hernández estava longe de acompanhar o ritmo pelo meio. Pela direita, Vitor Bueno quase abriu o placar aos 28, quando correu entre os zagueiros corintianos e esbarrou em uma saída de gol providencial de Cássio.
Antes do intervalo, houve mais uma chance para cada lado. Primeiro, aos 40, Fagner inverteu o jogo para a esquerda, e Victor Ferraz deixou a bola passar. Rodriguinho dominou e soltou o pé – foi o primeiro chute do Corinthians na direção do gol –, parando em defesa de Vanderlei. Três minutos mais tarde, o lateral direito santista tentou se redimir com uma conclusão de primeira. A bola passou perto da meta.
Sem fazer alterações no intervalo, Carille se viu obrigado a mexer no Corinthians com menos de cinco minutos da etapa complementar. Maycon reclamou de dores e cedeu lugar a Camacho, que foi a campo com a missão de dar mais qualidade à saída de bola dos donos da casa. Dorival Júnior, em pé na sua área técnica desde o início do clássico, preferiu aguardar para responder.
Era melhor agir logo. Com outro ímpeto, o Corinthians se lançou ao ataque e acuou o Santos. Teve dois gols anulados em menos de cinco minutos. Aos 11, Rodriguinho completou para dentro em posição irregular. Aos 15, Pedro Henrique cabeceou para a rede, mas o assistente considerou que Romero, impedido, atrapalhou a ação de Vanderlei – para revolta de quem já comemorava nas arquibancadas.
Preocupado, Dorival trocou o apático Hernández por Rafael Longuine. Não adiantou. Ainda em cima do Santos, o Corinthians finalmente fez o assistente correr para o centro do campo, aos 24 minutos. Jô desviou a bola de cabeça depois de levantamento de Fagner, e Romero se esticou para finalizar cruzado, premiando a boa apresentação do seu time no segundo tempo.
Cabia mais. Depois de o artilheiro de Itaquera aumentar a sua marca para 19 gols no estádio, o algoz de todos os rivais do Corinthians empolgou-se para confirmar a fama de carrasco – em grande estilo. Aos 29 minutos, Jô girou muito bonito dentro da área do Santos, no ar, para aproveitar a bola ajeitada por Rodriguinho e superar Vanderlei.
O clássico estava definido. Ainda assim, Carille entrou em ação novamente, substituindo Jadson por Clayson. No Santos, Ricardo Oliveira e David Braz haviam deixado o gramado da Zona Leste paulistana para as entradas de Rodrigão e Yuri. Com eles, as esperanças de Dorival se foram de vez após uma cotovelada de Bruno Henrique, punido com a expulsão, em Romero.
Nos minutos finais, já com Fellipe Bastos no posto de Rodriguinho, o Corinthians tocou a bola tranquilo, ao som de “olé”. Entre os torcedores organizados, houve também quem festejasse a vitória sobre o Santos com sinalizadores, gesto repreendido com violência pela Polícia Militar.
FICHA TÉCNICA
CORINTHIANS 2 X 0 SANTOS
Local: Estádio de Itaquera, em São Paulo (SP)
Data: 3 de junho de 2017, sábado
Horário: 19 horas (de Brasília)
Árbitro: Anderson Daronco (RS)
Assistentes: Rafael da Silva Alves (RS) e Elio Nepomuceno de Andrade Júnior (RS)
Público: 40.169 pagantes (total de 40.436)
Renda: R$ 2.110.601,50
Cartão amarelo: Vitor Bueno (Santos)
Cartão vermelho: Bruno Henrique (Santos)
Gols: CORINTHIANS: Romero, aos 24, e Jô, aos 29 minutos do primeiro tempo
CORINTHIANS: Cássio; Fagner, Pedro Henrique, Pablo e Guilherme Arana; Gabriel, Maycon (Camacho), Jadson (Clayson), Rodriguinho (Fellipe Bastos) e Romero; Jô
Técnico: Fábio Carille
SANTOS: Vanderlei; Victor Ferraz, Lucas Veríssimo, David Braz (Yuri) e Copete; Renato, Thiago Maia e Vladimir Hernández (Rafael Longuine); Vitor Bueno, Ricardo Oliveira (Rodrigão) e Bruno Henrique
Técnico: Dorival Júnior
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