Jul 17, 2012

Este COB é de morte !

Mirou. “Paisagem com fazendeiros e cavaleiros” (óleo sobre tela)
Anton Mirou (1570–1661?). Nascido em Antuérpia, filho de um boticário, pintor barroco de origem flamenga e de família protestante, notabilizou-se ao registrar paisagens. Em decorrência de conflitos religiosos, radicou-se em Frankenthal, onde formou um grupo de artistas, reunindo Gillis e Pieter van Coninxloo Schoubroeck.

 

Quem acha que os grandes problemas da gestão do esporte brasileiro limitam-se ao futebol,  não conhece os tão falados “esportes olímpicos”.

Enquanto no futebol os dirigentes tem sua conduta diariamente analisada, o que ocorre no vôlei, no basquete, na natação, no atletismo e demais modalidades,  passa quase sem críticas ou holofotes. E esta área (dos chamados esportes olímpicos ou “amadores”) tem as piores gestões.

Foi preciso que um consultor americano, num momento de grande lucidez, dizer  poucas palavras para definir o quadro reinante,  em que é dificil promover qualquer mudança de mentalidade,  pois o sistema é contaminado pela quase perpetuação de presidentes de suas entidades.

Na Folha, de hoje, 17/7,  diz Steve Roush: “Algumas Confederações são governadas pela mesma pessoa durante um longo período. É quase uma operação familiar. É um problema infundir novas ideias, um novo gerenciamento”.

O maior exemplo é o Sr. Carlos Nuzman, presidente que  há quase duas décadas  responde pelo COB, tendo tido antes um longo (e quase interminável) reinado na Confederação Brasileira de Vôlei, onde seguiu os passos de seu papai.

Em quase todas as modalidades, isso se repete, em longo e familiar reinado de dirigentes.

Tudo mantido por dinheiro público.
E com resultados pouco animadores, como vemos nas Olimpíadas, embora o Sr. Nuzman tenha prometido – quando assumiu o COB, lá atrás, há quase 20 anos, que, em “no máximo” 4 anos, seríamos uma “potência olímpica”. Até hoje estamos esperando a chegada do paraíso.

A receita para mudar este quadro é aplicar-se a todas as entidades de esporte (Clubes, Federações, Confederações etc) o princípio adotado pelo Corinthians em seu novo Estatuto: mandato de 3 anos; fim da reeleição; e a limitação para que o Dirigente só possa se recandidatar após 2 mandatos de terceiros (um lapso de 6 anos).

Se aplicada, esta regra produziria uma grande mudança nos esportes olímpicos, refletindo-se também no futebol.
Bastaria ao Governo querer e agir pela mudança na legislação do Esporte.

O Ministro Aldo Rebelo, alegre pela recente vitória do Palestra na Copa do Brasil, poderia enviar um projeto de lei promovendo uma revolução no Esporte.

Vamos lá, Ministro!

8 Comments

  • Citadini, este é um reflexo da sociedade, PSDB em São Paulo, PT no governo Federal, são também
    exemplos desse continuísmo quase sempre danoso ao povo. Definitivamente o poder é inebriante.

  • Dê poder a um Homem e Verás quem ele é…

  • Lamentável o que ocorre aqui no Brasil, o país que leva uma das maiores delegações para os jogos e vem com uma ou duas medalhas.
    Quanto dinheiro público jogado fora, e ainda falam do futebol, pelo menos este se mantem com suas próprias receitas.

  • Citadini, concordo plenamente contigo sobre a necessidade de mudanças nas confederações, federações e clubes quanto a estatus, reeleições, etc… So não acho que isso seja responsabilidade do governo (ministrério).

    Todas estas entidades mencionadas são privadas e assim devem ser tratadas. O que está errado e deve mudar por parte do governo é… Dinheiro publico pago pra “sustentar” esporte profissional ou semi-profissional sem garantia de que o investimento foi bem aplicado e que o dinheiro será retornado do governo. Assim como o governo não pode dar mais “colher de chá” pra entidade de esporte que deve impostos (vide os milhoes e millhoes devidos pelos clubes de futebol).

    O governo deve tratar tais entidades de esporte que devem impostos assim como trata eu e voce quando devemos impostos para eles. Sem privilégios.

    Abraços a todos.

    • Não concordo, não. O governo deve regular a matéria conforme está na constituição

  • Concluo que tal situação se deve a conivência do povo brasileiro com a corrupção…

    Parece estar em nossa índole…

    Salvo honrosas e desprezíveis exceções…

  • O continuismo é péssimo. O corinthians é um exemplo.

  • Infelizmente não se leem muitas criticas de jornalistas “de prestígio e notoriedade”, com relação aos jogos olimpicos no Brasil, na mesma proporção que as lançam diária e sistematicamente à copa do Mundo em nosso pais.

    E, é de se notar que todas essas criticas a copa foram intensificadas após a exclusão do Morumbi como sede de abertura.

    Até então, eram só loas e badalação. Como o “golpe” Morumbi não colou, a midia comprometida saiu a luta, com acusações ao estádio do Timão, das mais absurdas e ridiculas possíveis.

    Depois então, do Timão acabar com os “chupins” em cima de seu prestigio e audiência, durante décadas, e conseguir finalmente obter a “justiça” na divisão das cotas da TV (coisa que vc. Citadini, sempre defendeu), então só aumentou essa perseguição desonesta com insinuações tão absurdas, como a defender uma personalidade com “cadeira cativa” no C13, a serviço do clube “queridinho”, e nesse caso, a perpetuação no cargo ficou até simpática a essa gente que costuma criticar seletivamente, de acordo com seus interesses.

    No C13, nunca se criticou o “feudo” de mandato vitalício.

    Fica bem claro que essa pauta é mais do que “encomendada”, uma vez que uma emissora tem os direitos da copa, e outra dos jogos olimpicos.

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