Jul 18, 2012

Homenagem prematura.

Gregório Lopes, “Martírio de São Sebastião” (1536-38)  (Reprodução)
Gregório Lopes (c. 1490-1550) foi um dos mais importantes pintores renascentistas de Portugal. Formou-se na oficina de Jorge Afonso, pintor de D. Manuel I, posteriormente passando a integrar o grupo de artistas da corte lusa. Pintou altares e painéis religiosos para diversas igrejas e mosteiros de Portugal.

 

Há uma regra na Administração Pública de grande importância e que passa quase sem ser notada.
É a que proibe dar-se nomes de pessoas vivas para ruas, praças, escolas, prédios públicos etc.  Só quem já morreu deve receber este tipo de homenagem. Se os cariocas tivessem seguidos este preceito, não estariam hoje na maior saia justa que o futebol já viveu.

O tal estádio do “Engenhão” recebeu o nome de João Havelange, ex-Presidente da CBD (CBF) e da Fifa.
Havelange sempre recebeu as maiores honrarias da mídia brasileira, em especial dos cariocas, e era quase “uma instituição” do Rio de Janeiro.

Com as confusões reveladas na Justiça  suíça, comprometendo – e muito – a badalada gestão do ex-Presidente, iniciou-se uma campanha para trocar o nome da arena carioca, excluindo o do cartola e rebatizando-a como jornalista João Saldanha.
Há defensores de um e de outro, mas, está aí um problema que seria evitado se os cariocas tivessem seguidos a regra: gente viva não deve ceder seu nome para estádios ou praças públicas.

Sempre haverá o risco de ser contestado e o nome dado passa a comprometer o bem público que “recebeu a homenagem”.

Não sei no que dará esta campanha toda, mas, sempre achei, que a regra de proibição era correta.

O próprio Corinthians que, apressadamente e sem critéiros, deu o nome de um médico para o Centro de Treinamento da Airton Senna, está agora em uma outra saia justa.
O tal “facultativo” é candidato a vice-Prefeito em uma das tantas chapas que estão por aí. Obviamente a escolha para a vaga não se deve por um grande prestígio partidário.

Acho que a regra básica (nada de utilizar nome de vivos)  é o melhor caminho para os locais públicos.
Não valem apenas os elogios da mídia. Eles – em si- não são um bom critério para a escolha de nomes.

Que abatimento

Confesso que estou ficando perplexo com o abatimento de tricolores, santistas e até palestrinos.
Calma, pessoal! O mundo não acabou. Vocês precisam apenas reciclar a lista de piadas e ter um pouco mais de criatividade. Ânimo, gente ! O Brasileirão está aí e tudo pode mudar.
Ou piorar, também.

11 Comments

  • Só não vale colocar o nome de Elvis Presley. Elvis não morreu.

  • Mas a questão é. Não é Lei Federal que você só pode homenagear pessoas (dando nome de ruas, estádios, etc), após a morte? Salvo engano, isso existe. E cá entre nós, não é cumprido… os autódromos por aí que o digam…

  • Pois eu acho que o nome do não deve ser mudado.

    Não teria um nome que retratasse melhor a ‘história’ do Estádio…

  • Citadini, gostaria de voce do alto de sua sapiência me explicasse o motivo do nome do centro de treinamento!!!! É inacreditável !!! Será que há relação com o processo que esta pessoa (vc nào citou nome tb não citarei) moveu contra o Corinthians na justiça do trabalho???? E aproveitando é justificável, moral e tecnicamente, a demissão do Paulo Farias?????

    • É tudo isso. E algumas coisas mais.

    • Realmente o nome que foi dado ao CT do Parque Ecológico (como prefiro ), humilha as mais elementares normas do bom senso…

  • Eu não vejo mal nenhum em homenagear pessoas vivas, empregando o nome das mesmas em obras publicas, por mim tanto fez e tanto faz. O que chama a minha atenção é o fato da morte ser uma especie de redenção. Após o falecimento os defeitos do ser humano são “esquecidos” e até perdoados. É o que acontece, por exemplo, com muitos políticos que são homenageados com nomes de ruas, praças e edificações. Muitos desses não valiam nem o que o gato enterra, mas depois de mortos são transformados em “cidadães modelos”, dignos de honrarias e coisas do tipo.

    • Renato,

      Acho que vc não entendeu a ‘logica’ da coisa…

      É que depois de morto, podemos avaliar ‘com segurança’ se o cidadão merece a homenagem…

      Pois está impossibilitado de fazer alguma ‘caca’, que venha mostrar que a láurea seja imerecida…

  • Piada de corintiano!!!! Não tem!!! Eles são a própria piada!!!! Tai!!! Homenagearam um médico “vivo” dando o nome do mesmo ao Centro de Treinamento, o “vivo” entrou com ação trabalhista, contra o próprio clube que o homenageou!! Quer piada melhor????? hahahahahahahaha São uns tontos mesmo.!!!rsrsrsrsrsrsrsr

  • Pereira; você já fez comentários mais bem humorados e educados por aqui… Será que o Citadini tem razão e só uma forte dose de calmante para devolver você a seu estado normal? Mas será que um fitoterápico resolve?

    • Concordo com você. O Roque está sendo muito tolerante… Deveria controlar melhor o nível dos comentários…

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