Jul 27, 2012

A crise econômica atinge o futebol!

(Vincent Van Gogh (1853-1890). “Os comedores de batatas”, óleo sobre tela (1885))

A brutal crise na economia, hoje espalhada pelo mundo todo, atinge de forma dura o futebol.
Embora possa parecer uma ficção falar em dificuldades no mesmo momento em que a mídia divulga relatórios e estudos diários, mostrando um mundo azul no futebol, a verdade é outra e está exposta em nossa cara.

Dois dos principais mercados do futebol (Itália e Espanha) estão vivendo um inferno financeiro, que nem mesmo Dante conheceu em sua viagem ao infinito.
Empresas, Bancos, Seguradoras etc todos estão sofrendo prejuízos por vários lados. E o futebol, que sempre viveu de empresas (e também de governos), vai junto com estas organizações.

Na Itália, o quadro é de venda e de dispensa de atletas.
É uma política do barato ruim, médio ou bom. Jogadores – alguns de grande nome – são convidados a procurar outro ninho em troca do não pagamento de salários (atuais ou atrasado) ou multas. Nem se cogita em “vender”, porque (exceto um ou outro Clube) ninguém mais tem a grana necessária para bancar as transferências. As empresa italianas – proprietárias de grandes Clubes – estão correndo atrás de salvação para preservar seu núcleo de negócios, largando ônus como futebol, relegado a “ver navios”.
Os Bancos, tradicionais anunciantes no esporte, estão diariamente solicitando socorro.

A Espanha, com seu campeonato das estrelas, vive um mundo pior do que quando foi destruída sua tal “Armada invencível”, que, como sabemos, era só mera propaganda.
Real e Barça, dois dos maiores destinos de grandes jogadores nas últimas décadas, estão procurando salvar as aparências.
Não têm mais o apoio bancário, que alavancava suas operações galáticas, passando a viver de escambo. Astros destas equipes, que ainda tenham grandes salários, são “convidados” a procurar outro rumo, mesmo em operações nas quais os espanhois nada recebam. Só para livrar-se de contratos pesados.
O caso do Kaká, tão exaltado por aqui, é um exemplo do “pegue sua chuteira e saia por aí” estabelecido pelos espanhois.

Não adianta a mídia brasileira falar em propostas milionárias por nossos jogadores, porque o mercado não está para tudo isso.
Um ou outro caso mostra exceções e não a atual regra do mercado. O PSG francês vive do dinheiro árabe, que sempre se arrisca  por lá. A grana é muito alta (o petróleo  ajuda), mas a  forma instável com que os árabes entram e deixam o futebol não traz muita confiança. Na Inglaterra, sobraram alguns Clubes com recursos, além de proprietários árabes. São os oligarcas do Leste, que já estiveram com a mão mais aberta.
Atualmente, gastam apenas o suficiente para manter um bom clima na ilha e… o passaporte da Rainha, tão querido por eles.

No mais, a crise é grande e nada indica que esteja chegando ao fim.

No Brasil, temos duas consequências claras:  a primeira, trata-se da venda de jogadores para o Exterior, que está minguando e, exceto em um ou outro caso, o negócio é de valor baixo. A  segunda, é a puxada de freio das empresas que investem no futebol no Brasil. Para isso não é preciso ser grande analista para ver que quase todos os grandes Clubes estão sem propaganda nas camisas. E não adianta ganhar ou perder.
Falta é dinheiro mesmo.

O futebol vive aqui e lá fora um momento de grandes dificuldades.
Mesmo com todo tipo de opinião de analistas em sentido contrário. Quem souber viver com menos dinheiro, se dará melhor.
Até a crise passar!

Seleção olímpica

Vi apenas um compacto do jogo da Seleção e sinto que há um desapego enorme pela “canarinho”.
Não sei se é porque tem muito jogador que ninguém tem ideia de onde apareceu ou se é porque há muitos atletas se achando craques sem o ser, mas a verdade mostra que os números de audiência do futebol são os menores que já tivemos.
Foi uma vitória. Só uma vitória.

Empresários na Seleção

Ontem, no Estadão, na Coluna da Sônia Racy (Direto da Fonte), uma nota de esporte chamou a atenção.
Como vem fazendo há tempos, a jornalista dá informações  que habitualmente não são publicadas no Caderno de Esportes. Não me perguntem, porque não sou jornalista e não entendo essa divisão de notícias. Diz a nota “a coluna apurou que o técnico  (Mano Menezes) não gosta do modus operandi de alguns empresários”. Não sei se a nota é “elogiativa” ou “criticativa” , como dizia aquele coronel nordestino. O que estarão fazendo estes empresários que o jornal não publica no Caderno de Esportes?  Ou será que nosso técnico desaprova  alguns (e aprova outros) empresários de jogadores convocados pela Seleção? Não entendi.
O Caderno de Esportes deveria informar melhor sobre isso.

5 Comments

  • Esse desapego em relação a “canarinho” é natural, essa ideia de pátria de chuteira não cola mais, o momento é dos clubes de futebol. Penso até que o mundial de clubes deveria ser nos moldes da copa do mundo, aí sim…

    Sobre a crise, digno de nota, que meia duzia de setoristas andam espalhando por aí que tem jogador que atuou pelo Corinthians que vale 70 milhões de Reais, pode isso ? Mais uma falácia do clube de futebol que atua como agência de marketing (são paulo).

  • A crise é muito seria, e vai demorar para passar.

  • Outro exemplo da crise está também na Fórmula 1. Várias equipes penam sem patrocínio. A Ferrari só te mesmo o Santander, graças ao Alonso. Já a Williams possui a PDVSA só por causa do Maldonado, assim como a Claro apoia a Sauber uma vez que a escuderia tem um piloto mexicano. Há outros exemplos de como a Renault, Honda e Toyota que saíram de cena depois que viram seus projetos minguarem pela falta de apoio. No Brasil, não sei quanto tempo ainda os clubes grandes como SCCP, SPFC e Flamengo suportarão sem patrocinadores na camisa. Dizer que esse dinheiro não faz falta creio não ser verdade. Faz e muita. Não trabalho com marketing, mas às vezes penso que é melhor ganhar menos mas ganhar alguma coisa do que deixar a camisa em branco. Contudo, não estou dentro do clube para saber o que se passa, mas cada um sabe onde o calo aperta.

  • Se o Mano desaprova empresários na Seleção, deveria tê-los afastado das bases do corinthians também, porque têm muito por lá.

  • O patrocinio da camisa do Corinthians deve estar fechado com toda certeza.
    Esse filme já passou algum tempo atrás. É sempre a mesma história. Acho que o SPFC, está esperando o Corinthians, e o Corinthians esperando o SPFC.
    Inveja mata!

    Tudo o que vem do UOL/FOLHA, com certeza é contra o Corinthians por natureza.
    Então, como o Mano, foi do Corinthians, e o Sanchez está la, nenhuma novidade.

    Vejam se o UOL/FOLHA, solta essas notinhas sobre o presidente “perpétuo”JJ, por exemplo? O que valorizam de jogadores do SPFC, é uma grandeza. Alterar estatuto na vila sonia para proibir reeleição, e assunto varrido para debaixo do tapete por essa midia.

    O comprometimento é tanto que “convenceram” até o Neto, (contratado do uol) a usar o apelido do nosso estádio, que eles mesmo criaram.

    E tudo isso, enquanto Lance, Sportv, Globo, entre outros, atenderam o pedido do Corinthians para não usarem apelidos.

    Corinthiano que se preza, deveria jogar a folha e o uol no lixo.

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