Brasileirão, Olimpíadas e a caneta de Pinochet
(Francis Grant (1803-1878), “Duque e Duquesa de Beaufort”) (reprodução)
Confesso que acompanhar as Olimpíadas está chato demais.
Pelo lado brasileiro, trata-se apenas de um conjunto de justificativas sobre erros, quedas, derrotas etc. Até a ferradura do cavalo entrou na roda. Mesmo o futebol (onde o Brasil passou fácil e vai para a final) não temos vibrado muito. Ontem, assisti apenas a parte do jogo da Seleção Olímpica de futebol e só no final me dei conta de que era a Coréia do Sul e não a do Norte o nosso adversário. O que, diga-se, não tem nenhuma diferença para este esporte. Gosto de ver hipismo. Não pelo cavalo ou pelo jockey, mas pelo locutor: fala baixo, manso (quase sussurando), mostrando que em esporte de ricos ninguém grita.
Não fosse essa “qualidade” de transmissão as olimpíadas não teriam graça.
No futebol o destaque desta quarta, além do jogo do Timão, no Pacaembu, as 20,30 hs, é o artigo do Tostão na Folha.
Fala sobre o impacto que o Corinthians tem no Campeonato e diz algo importante : “Parece que acabou a longa fase de prepotência dos treinadores, de acharem que não têm nada para aprender com os técnicos de outros paises”. Está certo o craque. Nossos profissionais devem ter um olho aqui e outro lá fora.
Só assim evoluiremos.
Faltou a caneta
Os jornais desta Terra de Piratininga anunciam (há alguns dias) que o atleta Lucas (Marcelinho) teria sido negociado com o PSG, agora um Clube dominado pela grana árabe.
Segundo nossa mídia “só falta assinar”!
Achei estranha esta demora em uma assinatura em um papel (já dura quase uma semana a espera), mas me lembrei de um precedente histórico, que pode explicar a dificuldade com o jamegão.
Nas vésperas do golpe sangrento no Chile, em 1973, os dois comandantes das Forças que conspiravam (Marinha e Aeronáutica), há tempos, contra o Presidente Salvador Allende, foram a casa do General Augusto Pinochet, comandante do Exército (a Arma mais importante, do ponto de vista militar) e que estava numa posição dúbia. Um dia Pinochet dizia que apoiaria o golpe, noutro, mudava de ideia, deixando os líderes das outras armas em pânico. Pinochet, então recém nomeado para o cargo por Allende, jurara – inúmeras vezes – defender o Governo e a Constitução democrática do Chile. Na hora em que recebeu a “prensa” dos dois outros comandantes, disse: “está bom, vamos para o golpe com todas as consequências”. Mas os dois comandantes conspiradores, já conhecendo o histórico de vacilos de Pinochet, tiraram um papel da pasta e disseram: “então, vamos os três assinar este documentos que marca o golpe”. Pinochet, surpreso, primeiro perguntou se seria necessário assinar aquela carta, recebendo a resposta de imediato. Sim, era imprescindível! Sem saber o que fazer, alegou: “não tenho caneta”. Aí está o que falta para o negócio do SPFC com o PSG, falta-lhes a caneta para assinar os papeis. Pelo menos é isso o que diz nossa mídia já há alguns dias. No caso do Pinochet um ajudante de ordens do representante da Aeronáutica disse: está aqui a caneta. Acho que os dirigentes do SPFC estão desprevinidos e não têm nenhuma Bic no bolso.
Pode ser esse o motivo de tantos adiamentos.
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Essa analogia com Pinochet é das melhores !!! Parabéns pelos seus textos, Roque.
Creio que serve para o caso.
huahuahuahua… essas mensagens subliminares do texto da venda do Lucas são sensacionais… com relação aos jogos, sinceramente, eu só tenho acompanhado o basquete americano e (um pouco) do atletismo. O resto tá meia boca ou no máximo razoável…
É uma novela e tanto.
Belo artigo sobre o Coritnhian hoje no UOL: http://olimpiadas.uol.com.br/noticias/redacao/2012/08/08/policiais-correm-atras-de-corintianos-em-londres-mas-e-so-um-amistoso-de-futebol.htm
Sim, Corinthian e não Corinthians! É o nosso antepassado inglês!
Citadini, essa história do Pinochet me lembrou uma situação em um filme: “Olhos negros”. É um baita de um filme estrelado pelo Marcelo Mastroianni que faz um arquiteto casado com uma milionária e que vive no dolce far niente. Ao passar uma temporada em uma terma ele se apaixona por uma mulher russa. Eles têm um breve affair (numa cena memorável do filme, Mastroianni, de terno e chapéu branco, entra em uma piscina terapêutica coberta de ervas e lama (se bem me lembro) para resgatar um objeto caído de sua amada. Mas a amada se vai para a gélida russa e lá se vai, após algum tempo, nosso herói atrás dela, mas com um pretexto de conseguir um financiamento para um projeto megalomaníaco qualquer. Lá ele se encontra com um nobre russo que se encanta com o projeto. Mas o nobre se nega a financiá-lo por uma singela razão: não têm caneta para assinar a papelada! Prevenido o herói vai ao encontro de outro nobre com uma caneta em mãos. Mas o nobre encolhe o braço por dentro da camisa: não pode assinar, mas agora não por falta de caneta; mas por não ter mãos!!! Grande filme esse, baseado em um conto do Puchkin, A Dama do Cachorrinho. Preciso revê-lo!
Não conheço mas vou procurar. Um abraço.
Citadini, eis aqui um pequeno trecho do filme: http://www.youtube.com/watch?v=iEDvlVuWIfg
grande abraço
Gracias!
Citadini,
Sou sãopaulino, mas acesso constantemente seu blog. Discordo de muito de suas opiniões, mas só discordo porque venho aqui conhecê-las, e, como você já disse, são parciais, por esse motivo que até hoje não manifetei para contestá-las. Sei que alguns temas polêmicos você passa por desapercebido, até pela sua parcialidade, mas uma coisa é fato, você sabe curtir o que o futebol tem de bom. Futebol é isso! É escolher um time, esse time se torna quase que uma filosofia de vida e tira dele o que tem de bom. Seu sarcasmo e ironia com o São Paulo não me ofende, aliás nunca me senti ofendido pelos seus comentários, discordo da grande maioria deles, mas gosto de vir aqui e lê-los porque dou bastante risada. Parabéns pela forma que encara o futebol e pelos textos.
Abraços.
Júlio César da Silva
Um abraço. É isso mesmo.
Quando eu falei sobre péssima transmissão da Record, não sabia que os comentaristas também eram ruins. O Oscar comentou o jogo de basquete do Brasil. E toda hora ele falava que o time estava mal “em campo”.
Tenho acompanhado pelo Sportv. O que não quer dizer muita coisa.
hahahahahahahahaha Muito boa essa comparação do Pinochet e do spfc!!!!!!!!!! Além da sacanagem é cultural!!!!! Parabéns!!! Quanto ao destaque desta quarta!!! Também muito engraçado, boa piada!!!! timão x Atlético-GO !!!! hahahhahaahahaha Já em relação ao hipismo!!! O locutor fala baixo para não assustar o cavalo!!! E o cavalo entra na pista com um tampão nas orelhas para não ouvir o locutor!!!hahahahahahaha E viva o Nuzman!!!!!! Fora já!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Será que t3m coisa pior que a transmissão do hipismo.
Ainda acho tênis de mesa pior…
Tem!!!! timão X Athético – GO!!!!!! rsrsrsrrsrsrs
Pode até ter faltado caneta, mas se realmente isso for confirmado, será um CHAPÉU e tanto que o Andres e o Wagner DINHEIRO deram no Coringão, porque ninguem acredita que o Marcelinho\lucas foi para o spfw sem que os nossos diretores não tenham levado nenhum por fora para facilitar a liberação né….