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Mar 23, 2015

Mudar ou não mudar.

 


 

Juca Kfouri

Sempre que se fala em reformar o futebol brasileiro aparecem as vozes que representam a vanguarda do atraso para lembrar o artigo 217 da Constituição que fala em autonomia das entidades dirigentes.

Ignoram ou fingem ignorar a decisão histórica, relatada pelo então ministro Cezar Peluso, em 23 de fevereiro de 2012, que transcrevo abaixo para refrescar memórias ou esclarecer ignorantes, entre os juízes, inclusive:

STF declara constitucionalidade do Estatuto de Defesa do Torcedor

“Por unanimidade de votos, o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou nesta quinta-feira a constitucionalidade do Estatuto de Defesa do Torcedor.

Inúmeros dispositivos da norma foram questionados pelo PP (Partido Progressista) por meio de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade julgada totalmente improcedente nesta tarde.

O entendimento seguiu o voto do presidente da Corte, ministro Cezar Peluso, relator do processo.

Na ação, o PP afirmou que o Estatuto de Defesa do Torcedor significava uma afronta aos postulados constitucionais da liberdade de associação, da vedação de interferência estatal no funcionamento das associações e, sobretudo, da autonomia desportiva. A agremiação acrescentou que a norma teria extrapolado o limite constitucional conferido à União para legislar sobre desporto, que é concorrente com os estados e o Distrito Federal, e conteria lesões a direitos e garantias individuais.

Em seu voto, o ministro Cezar Peluso rechaçou todos os argumentos do PP: “a meu ver, não tem razão ”, disse.

Segundo ele, o Estatuto do Torcedor é um conjunto ordenado de normas de caráter geral, com redação que atende à boa regra legislativa e estabelece preceitos de “manifesta generalidade”, que “configuram bases amplas e diretrizes gerais para a disciplina do desporto nacional” em relação à defesa do consumidor.

O ministro ressaltou que, ao propor o texto do Estatuto, a União exerceu a competência prevista no inciso IX do artigo 24 da Constituição Federal.

O dispositivo determina que a União, os estados e o Distrito Federal têm competência concorrente para legislar sobre educação, cultura, ensino e desporto. “A lei não cuida de particularidades nem de minudências que pudessem estar reservadas à dita competência estadual concorrente”, disse.

O relator acrescentou ainda que, na medida em que se define o esporte como um direito do cidadão, este se torna um bem jurídico protegido no ordenamento jurídico em relação ao qual a autonomia das entidades desportivas é mero instrumento ou meio de concretização.

Por fim, ele afirmou não encontrar “sequer vestígio de afronta” a direitos e garantias individuais na norma, como alegado pelo PP. “Os eventuais maus dirigentes, únicos que não se aproveitam da aplicação da lei, terão de sofrer as penalidades devidas, uma vez apuradas as infrações e as responsabilidades, sob o mais severo respeito aos direitos e garantias individuais previstos no próprio Estatuto”, concluiu o ministro Cezar Peluso.

Todos os ministros presentes à sessão acompanharam o relator.

“Compartilho da compreensão de que o Estatuto, na verdade, visa assegurar ao torcedor o exercício da sua paixão com segurança. Isso implica imputar responsabilidade aos organizadores dos eventos esportivos”, afirmou a ministra Rosa Weber.

“Não me parece que tenha havido qualquer exorbitância na (lei)”, concordou a ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha.

Para o ministro Ayres Britto, o Estatuto protege o torcedor-consumidor. “É dever do Estado fomentar práticas desportivas como direito de cada um de nós, de cada torcedor”, ponderou.

No mesmo sentido votaram os ministros Luiz Fux, Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Marco Aurélio e Celso de Mello“.

Em bom português, ficou consagrado que a autonomia das entidades esportivas não significa soberania.

A Universidade, por exemplo, goza também de autonomia, mas nem por isso deixa de obedecer o que o Estado determina como currículo obrigatório.

Se, mesmo assim, o governo julgar que deve alterar o texto constitucional para que fique ainda mais preto no branco, muito bem, será um sinal claro de que as coisas mudarão no esporte brasileiro.

 

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Mar 23, 2015

Vitória e lama.

MESMO COM LAMA E GRAMADO RUIM, CORINTHIANS VENCE PRIMEIRO CONFRONTO CONTRA O CAPIVARIANO

Sheik marcou o primeiro gol da partidaSheik marcou o primeiro gol da partida | Foto: Daniel Augusto Jr. / Agência Corinthians

O Corinthians viajou ao interior, na tarde deste domingo, para seu primeiro confronto na história contra o Capivariano. A partida era válida pelo Campeonato Paulista 2015. Com o departamento médico cheio, sem Elias e Gil na seleção e uma maratona de jogos pela frente, Tite só pôde contar com 18 jogadores para o confronto – já que a FPF limitou a quantidade de inscritos na competição em até 28 atletas por equipe.

Enfrentando um gramado em estado lamentável – com lama e até mesmo formigueiros em campo – o Timão foi a campo com, na medida do possível, sua equipe titular. Tite escalou a equipe formada por Cássio; Fagner, Felipe, Edu Dracena e Uendel; Ralf, Cristian, Renato Augusto e Jadson;Emerson e Guerrero. No banco, o treinador tinha Edílson, Yago, Luciano, Danilo, Vágner Love, Matheus e Petros.

Primeiro tempo

Desde os primeiros minutos da partida, o torcedor corinthiano temeu pela condição física dos jogadores e pela qualidade do jogo. O campo, visivelmente enlameado, ofereceu minutos de jogo truncado, apesar da evidente diferença técnica entre as equipes.

Por isso, a primeira jogada de perigo só aconteceu aos 17 minutos, com jogada de Uendel e Guerrero dentro da área do Capivariano. O segundo lance de perigo, porém, seria decisivo. Renato Augusto chegou em velocidade no ataque, mas o goleiro Douglas saiu antecipadamente e acabou pondo a mão na bola fora da área, impedindo chance clara de gol do Corinthians.

O juiz não perdoou e deu o cartão vermelho direto para o defensor do Capivariano, que foi substituído pelo goleiro André Luis. Com um homem a mais, o Corinthians ficou mais ofensivo e criou muitas chances de gol, até que aos 42 minutos da primeira etapa, abriu o placar sob os pés de Sheik.Antes do apito para o intervalo, porém, Guerrero também quis marcar o seu e aumentou a vantagem aos 44 minutos.

Segundo tempo

Após a primeira etapa, que terminou com larga vantagem do Corinthians – 2×0 em gols, 6×0 em escanteios, 66% de posse de bola – o Capivariano voltou e aproveitou melhor as condições adversas do gramado. Aos 13 minutos, Kleiton Domingues aproveitou falha da defesa do Timão e acabou por diminuir a vantagem.

Com apenas 10 minutos, Cristian – que já tinha amarelo – sentiu dores no tornozelo e foi substituído para a entrada de Petros. Aos 16, outro amarelado, Renato Augusto saiu para a entrada de Danilo. Após as substituições, o Corinthians mudou e acelerou novamente, encontrando seu terceiro gol após passe de Jadson para Guerrero, que marcou seu segundo tento na partida.

Aos 24 minutos, Jadson foi o último a deixar o campo, para a entrada de Vagner Love. O Timão aí passou a gerenciar a partida, e embora tenha chegado algumas vezes, sentia – especialmente na defesa – o peso do campo molhado em Capivari. Por isso, em mais uma bobeada acabou tomando o segundo gol do Capivariano aos 37 minutos.

No minuto final, Vagner Love chegou a marcar, mas o gol foi anulado por posição irregular do atacante, e a partida terminou 3×2. O próximo jogo do Corinthians será novamente pelo Campeonato Paulista, contra a Portuguesa, na terça-feira às 19h30.

 

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Mar 22, 2015

Guerra sem fim

A firmeza da presidenta

Em meio ao tiroteio que enfraquece o governo, Dilma Rousseff cumpriu fielmente a promessa ao Bom Senso

JUCA KFOURIEm primeiro lugar, para acalmar os furiosos, explico que acho presidente mais elegante que presidenta, mas que o tratamento no feminino está registrado em todos os dicionários ainda antes de Dilma Rousseff nascer, razão pela qual, aqui, o termo foi usado pela primeira vez quando Patrícia Amorim foi eleita no Flamengo.

Não significa, portanto, nenhum alinhamento automático a quem quer que seja, a não ser ao atendimento da legítima preferência de quem foi democraticamente eleita e reeleita. Dito isso, vamos ao que importa.

A presidenta cujo governo tem levado justas bordoadas de todos os lados, à esquerda e à direita, agiu de maneira impecável em relação à medida provisória do esporte.

Se há uma falha na MP está em não ter obrigado os clubes que aderirem a se transformar em sociedades empresariais.

De resto, não há nenhuma intervenção indevida do Estado no esporte, apenas há os cuidados obrigatórios do credor a quem lhe deve, há décadas, quase R$ 4 bilhões.

Quer pagar no generoso prazo de 20 anos com uma série de incentivos para saldar a dívida? Pois que se sujeite às condições do credor. O resto é choro de mau pagador.

Estive com a presidenta na terça seguinte ao primeiro panelaço, ato odiento de quem não quer ouvir.

Suspeitei que o encontro agendado na semana anterior nem aconteceria, porque na manhã daquele dia Dilma Rousseff fora hostilizada em São Paulo.

Mas não só o encontro foi mantido como estendeu-se por mais tempo do que o previsto, curiosamente por exatos 90 minutos.

Em seu gabinete no Palácio do Planalto, estavam também o ministro Thomas Traumann e o ex-deputado Edinho Silva, competente articulador da MP.

Ela queria ouvir alguém, como este que vos escreve, sem nenhum interesse específico na medida, a não ser aquilo que considera melhor para o país.

Surpreendi-me com sua serenidade e firmeza num dia tão turbulento. Ela disse e repetiu, ao anotar diversas ponderações, que seu compromisso com o Bom Senso F.C. seria mantido e que resolveria as naturais resistências do Ministério da Fazenda.

Já escrevi aqui e repito que o artigo 217 da Constituição, que trata da autonomia das entidades esportivas, analisado pelo STF, foi objeto de uma decisão unânime da mais alta corte do Brasil, seguindo o relatório do então ministro Cezar Peluso, no sentido de que autonomia não significa soberania, argumento dos que defendem a terra de ninguém em que se transformou nosso futebol.

Saí otimista do encontro, convencido de que o governo estava prestes a fazer um golaço. A última quinta confirmou a sensação.

O que não significa a resolução de todos os problemas nem que se deva baixar a guarda, ao contrário, porque será dura a batalha no Congresso Nacional para evitar que o texto seja estuprado como foram a Lei Pelé e, em certa medida, o Estatuto do Torcedor.

Por enquanto, está 7 a 2. Ou a 6?

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Mar 21, 2015

Buscar o equilíbrio orçamentário.

Confira os três fatores levaram o Corinthians à atual situação financeira

Clube, que deve direitos de imagem a atletas e pagamentos a agentes, pagou impostos atrasados, não usa a bilheteria da Arena e está sem dois patrocinadores

Rodrigo Vessoni, Lancenet.

Arena Corinthians (Foto: Marcio Porto)

O Corinthians vive uma situação financeira complicada, com dívidas com seis atletas (direitos de imagem) e alguns empresários de futebol (pagamentos dos mais diversos). Mas se engana quem pensa que o valor gasto com Alexandre Pato em 2013 (R$ 40 milhões) é o causador da situação. A compra pós-bicampeonato mundial é apenas um dos fatores.

A começar pela bilheteria da Arena. O dinheiro arrecadado no estádio vai direto para o fundo responsável pela administração do novo palco alvinegro em Itaquera. Com isso, cerca de R$ 30 milhões não puderam ser usados pelo departamento de futebol de maio do ano passado a março deste ano.

 

Outro fator importantíssimo para que o clube chegasse a essa situação foi o pagamento de impostos atrasados. O Corinthians recolheu impostos dos funcionários na gestão de Andrés Sanchez – e em parte da de Mário Gobbi -, mas não repassou à Receita Federal. Pressionado pelo Ministério Público, fez acordo na Justiça e já pagou mais de R$ 100 milhões. Um dinheiro que, se não fosse desembolsado nos últimos meses, certamente deixaria a situação do clube imensamente melhor.

A terceira situação que agrava à crise financeira do clube é a ausência de duas das três marcas no uniforme. A Fisk não está mais na manga, assim como a CarSystem não ocupa mais o ombro da camisa. A ausência dos patrocinadores faz o clube deixar de arrecadar cerca de R$ 15 milhões/ano.

BATE-BOLA

Emerson Piovesan, diretor financeiro do Corinthians:

Houve uma reunião do presidente Roberto de Andrade com todos seus diretores e foi pedido que os custos fossem diminuídos. Como foi essa conversa entre vocês?
Muito boa, sem dúvida. Todo mundo está disposto a colaborar, todos deram novas ideias, trocamos sugestões. São ações que nós pretendemos tomar durante todo o ano, redesenhando um processo de administração do nosso clube. Algumas dessas modificações custarão dinheiro e, por isso, temos de fazer com bastante critério e cautela.

Já foi noticiado, inclusive pelo LANCE!, que o clube busca um empréstimo bancário para quitar algumas dívidas. Como será?
Não estaremos pegando empréstimo para contratar jogador, pagar luvas, nada disso. Será para nosso fluxo de caixa, para honrarmos compromissos assumidos anteriormente. Não adianta fazer loucuras. Temos um contrato com o Guerrero, por exemplo, que temos de honrar. Não estou falando de luvas de renovação, nada disso. Falo do atual contrato dele com o clube.

 

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Mar 20, 2015

Nova lei

MP e regra da CBF: Entenda como clubes podem ser punidos por atraso de salário

Medida Provisória do Refis prevê até rebaixamento para “infratores”, ao passo que regulamento da CBF permite perda de pontos em caso de denúncia

HOME - Dilma discursando em cerimônia de anúncio de modernização do futebol  (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)

 

Com a assinatura presidencial da Medida Provisória que refinancia a dívida dos clubes com a União e estabelece uma série de contrapartidas, punições esportivas passam a rondar as equipes brasileiras. Mas quais são os perigos?

Para começar, é preciso se atentar ao fato de que, pelo documento formatado em Brasília, as sanções só serão possíveis a partir de 2016. Mas, no caso das dívidas salariais dos jogadores, a CBF já colocou em vigor (vale neste ano) o fair-play trabalhista, que prevê perda de três pontos por rodada a quem atrasar pagamento, desde que jogador ou sindicato denuncie ao STJD.

A perda de pontos é prevista, por enquanto, apenas no dispositivo da CBF. A MP demanda a inclusão nos regulamentos das entidades outras três punições: advertência, proibição de registro de novos atletas e descenso para divisão inferior. Além disso, o documento – que ainda não foi divulgado na íntegra -, demanda aos clubes a apresentação de Certidões Negativas de Débitos (CNDs) para se inscreverem nas competições organizadas pelas entidades de prática de desporto.

Segundo o advogado Eduardo Carlezzo, membro da Academia LANCE!, não há conflito entre os dois dispositivos.

– A regra da CBF nada mais é do que o cumprimento à regra da Fifa, que vem de cima, e não da própria CBF. A única diferença é que colocaram o STJD para punir os clubes. E ainda não foi divulgado o texto da MP na íntegra, mas pelo que entendi, as medidas só passam a valer a partir de 2016 e a princípio não há problema nenhum. Mas mesmo em 2016, não haverá conflito entre as duas medidas, elas poderão coexistir. E a CBF também poderá alterar o seu regulamento para o próximo ano – explicou ele ao L!.

São sete os itens de cumprimento obrigatório para que os clubes não sejam punidos. Confira:

1 – Publicar demonstrações contábeis padronizadas e auditadas;

2 – Pagar em dia as obrigações tributárias, previdenciárias, trabalhistas e contratuais, inclusive direitos de imagem, dos atletas e funcionários;

3 – Gastar, no máximo, 70% da receita bruta com a folha de pagamento do futebol profissional;

4 – Manter investimento mínimo e permanente nas categorias de base e no futebol feminino;

5 – Proibição de antecipação ou comprometimento de receitas referentes aos próximos mandatos, salvo em casos específicos;

a) Até 30% das receitas referentes ao 1º ano de mandato;

b) Em substituição a passivos onerosos, desde que isso implique a redução do nível de endividamento;

6 – Cronograma de redução progressiva dos déficits que deverá ser zerado a partir de 2021;

7 – Respeitar as regras de transparência previstas na Lei Pelé.

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Mar 18, 2015

Vencendo no Uruguai.

COM GOLS DE GUERRERO E FELIPE, TIMÃO VENCE O DANUBIO E ENCAMINHA CLASSIFICAÇÃO

Guerrero fez o primeiro gol da partidaGuerrero fez o primeiro gol da partida | Foto: Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians

O Corinthians bateu o Danubio (URU) na noite desta terça-feira por 2 a 1 e chegou à sétima vitória consecutiva na temporada. Com gols do atacante Paolo Guerrero e do zagueiro Felipe, o Timão chegou à nove pontos na competição continental e segue com 100% de aproveitamento. O próximo jogo do Alvinegro na competição é contra o mesmo Danubio, no dia 1º de abril, na Arena Corinthians .

Primeiro tempo acirrado

O jogo começou bem disputado entre as duas equipes. Buscando espaço, o Timão começou trocando passes na intermediária. Quando o Danubio tinha a posse de bola,Elias apertava a marcação sobre o meio de campo rival. Aos oito minutos, após um cruzamento na área alvinegra, Castro cabeceou sozinho, obrigando Cássio a fazer uma grande defesa.

Abusando da ‘catimba’, o time uruguaio dificultava a criação de jogadas do Corinthians. A primeira finalização do time de Tite aconteceu no cabeceio de Guerrero, após a cobrança de escanteio deJadson aos 15 minutos. Aos 17, o camisa 9 se livrou da marcação na linha de fundo e cruzou rasteiro na área. Sem dificuldades, o goleiro uruguaio fez boa defesa.

Aos 20 minutos de partida, o primeiro lance de perigo do Timão. Após bom passe de Jadson paraEmerson Sheik, o atacante invadiu a área e chutou cruzado, obrigando Torgnascioli a fazer grande defesa.

Quando Jadson colocou a bola no chão, o Timão melhorou. Aos 28, o camisa 10 deu um belo lançamento para Uendel, que tentou o toque por cobertura. A zaga do Danubio afastou e, na sobra, Sheik dominou na ponta esquerda e bateu com curva no canto esquerdo do goleiro rival. A bola passou com perigo no gol de Torgnascioli.

Faltando cinco minutos para o fim do primeiro tempo, Guerrero recebeu a bola de Sheik dentro da área, tentou se livrar da marcação e foi claramente agarrado. O árbitro Julio Bascuñán não marcou pênalti. A primeira etapa terminou empatada, com o Timão com mais posse de bola e mais finalizações.

Guerrero matador

O Corinthians voltou para o segundo tempo sem nenhuma alteração. Errando mais passes do que o costume, o Timão começou a dar espaços para a equipe uruguaia. Aos doze minutos, Jadson pegou a sobra na entrada da área e bateu forte, mas sem direção ao gol do Danubio.

Aos 16 minutos, numa triangulação com Sheik, Fagner cruzou para Guerrero, que foi desarmado. Na sobra, Cristian González derrubou Elias na área, e a arbitragem marcou pênalti. Sem Fábio Santos,batedor oficial, Renato Augusto foi para a cobrança. E chutou para longe a chance do Timão de abrir o marcador.

Mesmo com a chance desperdiçada, o Corinthians não se abalou e foi para cima do Danubio. Aproveitando bom cruzamento de Fagner pela direita, Guerrero antecipou à zaga e fuzilou o gol uruguaio, sem chances para Torgnascioli.

Aos 34 minutos, após cobrança da falta de Jadson, Felipe subiu e cabeceou, ampliando o placar no Luis Franzini. No final do jogo, Gonzalo Barreto diminuiu para o Danubio.

 

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Mar 15, 2015

D. Therezinha Zerbini

 

 

Morreu, ontem,  D. Therezinha Zerbini  fundadora do Movimento Feminino pela Anistia. Era uma lutadora pelos Direitos Humanos e pela anistia. Sua luta deu uma enorme contribuição para os esforços que trouxeram o Brasil para um quadro Democrático.

No inicio do anos 70 , quase sózinha, D. Therezinha fundou o Movimento pela anistia. Vivíamos tempos terríveis sob a ditadura do AI-5.

D. Therezinha era mais que corajosa. Era quase impetuosamente irresponsável.

Tendo sido presa  alguns anos antes – ajudou alguns padres na organização de uma reunião estudantil- tinha em sua casa um marido que era exemplo de conduta. O General Zerbini, irmão do famoso médico de então, era general legalista e democrático e havia recusado a apoiar o Golpe de 1964.  Foi punido duramente mas nunca se arrependeu. Defendia a legalidade e a Democracia.

O marco de fundação do Movimento – que era uma campanha permanente- foi uma missa na Igreja do Largo de São Francisco. D. Therezinha era católica fervorosa e tinha grande amizades com grupos de frades dominicanos que foram duramente reprimidas pelo regime. Eliane – que nunca esqueço- era minha namorada, naqueles primeiros anos de faculdade e participava ativamente do Movimento. A missa foi organizada ao lado da Faculdade de Direito e esperavamos ( eu era instado a estar presente em tudo do Movimento) mas a presença de estudantes foi pequena.  O padre – um senhor simpático e velhinho- não havia se dado conta do que era a missa. Quando descobriu ficou apavorado. A Igreja tinha muita gente- a maioria da Policia- e o padre levou uma “prensa” antes da liturgia. Chamou D. Therezinha e disse que não poderia falar a palavra “Anistia”.  Ela de pronto disse “fale na reconciliação da família brasileira , isso é a essencia do cristianismo”.

Nem isso foi feito. O padre disse que a Missa era pelos dias dos pais  que se comemorava então. Quando a cerimônia terminou  fomos literamente expulsos da Igreja. O medo do padre era tanto que chamou os funcionários para fechar a Igreja.

Saímos de lá e fomos a um restaurante vizinho a Igreja. D. Therezinha não se abalou  e disse que ninguém segurava mais a luta pela Anistia.

Estava certa. Aos poucos foram avolumando os defensores  das idéias do Movimento. Estudantes, parlamentares , familiares de exilados etc. foram se juntando  e tornaram a campanha cada vez mais forte.

D. Therezinha percorreu o Brasil inteiro formando núcleos de mulheres que lutavam pela Anistia. Nem sempre foi fácil. Havia uma certa desaparovação dos grupos de extrema -esquerda ( que vinham da luta armada) e era comum ouvirmos que “aquela burguesa” não fazia uma luta revolucionária.  Tentaram montar vários ovimento paralelos ” de caráter revoluconário” mas o Movimento Feminino pela Anisitia foi -além de pioneiro– o mais amplo e com maior repercussão na sociedade.

D. Therezinha não tinha medo. Se reunia com padres, madames da burguesia paulista, familiares de desaparecidos, ex-presos, militares cassados etc. Numa desta investida pela propagação do Movimento foi ao Congresso da Mulher Metalúrgica que se realizava em S.Bernardo. O Movimento Sindical começava a retomar lutas e D. Therezinha foi lá fazer campanha. Lula – que seria depois presidente- começava sua carreira sindicalistas e era muito diferente do Lula do PT. Tinha um discurso contra os politicos. Dizia que todos eram iguais, o que agradava ao regime  militar.  Embora tivesse um irmão membro do PCB ( Partido Comunista Brasileiro) tinha um discurso de crítica a esquerda. Seu discurso de posse na presidência do Sindicato dos Metalúrgicos  de São Bernardo- depois estrategicamente escondido- foi uma dura crítica à esquerda.

Nessa linha de não se envolver com a oposição proibiu D. Therezinha de falar no Congresso. E mais. Disse que a Anisitia não era luta para os Trabalhadores.  D. Therezinha, tenho a impressão, nunca perdoou o futuro presidente Lula. Quando o Brasil foi redemocratizado optou por Brizola , embora tivesse um amplo leque de amigos na política.

D. Therezinha,que nos deixa nesta semana, deixa um exemplo de luta e determinação. Foi guerreira, foi inteligente, foi uma mulher de dedicou uma vida a uma campanha.

O Brasil deve muito a D. Therezinha. Não sei se  a Presidência da República emitiu nota sobre o falecimento. Deveria faze-lo. A Presidente Dilma sabe disso.

Mar 12, 2015

Arena e seus problemas.

 

Alteração de contrato a favor da Odebrecht faz Itaquerão custar R$ 1,2 bi

 

 

rodrigomattos

 

O preço do Itaquerão foi inflado até R$ 985 milhões graças a alterações no contrato de construção que permitiram à Odebrecht cobrar e lucrar mais mesmo quando há dúvidas se houve mudança significativa no projeto inicial. A diretoria do Corinthians concordou com tudo, o que elevou a sua dívida. Os dados constam do acordo entre o clube e a empreiteira e seus aditivos obtidos pelo blog, e revelados pela primeira vez agora pois nem conselheiros têm acesso a eles.

Os documentos mostram que, às vésperas da Copa-2014 e da abertura do estádio, o acerto inicial foi substancialmente mudado para: aumentar o preço; abrir brecha para novos incrementos de valores; majorar para R$ 79 milhões lucro e taxas para a construtora e ainda possibilitar que a obra tenha troca de determinados itens, o que pode levar a qualidade inferior. Somados juros e instalações da Fifa, o custo do estádio já gira entre R$ 1,150 bilhão e R$ 1,2 bilhão. Vamos aos fatos.

O enredo do inchaço do preço do Itaquerão começou em setembro de 2011 quando foi assinado o primeiro contrato de construção do estádio. O então presidente corintiano Andrés Sanchez repetia diversas vezes à época que o valor era de R$ 820 milhões, e não poderia sofrer nenhum reajuste. Era verdade naquele momento. Só que o próprio Andrés conduziu negociações posteriores que derrubaram essa realidade.

No primeiro contrato, o texto da cláusula 14 é claro: “O preço fixo global é fixo e não prevê reajustamento, salvo conforme previsto neste contrato. O contratante (Corinthians) não terá qualquer responsabilidade por aumentos ordinários de qualquer natureza no custo do escopo contratado para execução do contrato, salvo quando estipulado de forma diversa.”

Contrato original que prevê que todos os itens da obra estão incluídos no preço global fixo de R$ 820 miContrato original que prevê que todos os itens da obra estão incluídos no preço global fixo de R$ 820 mi

Estavam incluídos custo de obras, equipamentos, máquinas, utensílios; mão de obra, direita ou indireta; subcontratados; despesas e encargos financeiros; riscos ordinários e contingência relativa à inflação. E está lá o lucro da Odebrecht só que sem percentual fixo – a construtora diz que já estavam previstos 4%. Na versão de Luis Paulo Rosenberg, então negociador pelo Corinthians, seria o que sobrasse.

Havia exceções que permitiriam a revisão do contrato, entre elas, variações de escopo de obra, aumento de custos com exigências da Fifa, suspensão de obras sem culpa da contratada (Odebrecht), aceleração da construção. Houve, de fato, uma paralisação da construção pelo acidente com a queda do guindaste, mas o período não foi longo. E nem foi por isso a explosão do custo do estádio.

Dois meses depois, em novembro de 2011, o Corinthians pediu a primeira alteração contratual. Seu objetivo era economizar. Neste novo acordo, é inserida cláusula pela qual as partes concordam que “verbas orçamentárias”, parte relevante do custo, não têm mais a regra de preço fixo e “poderão variar para mais ou para menos”.

Primeiro aditivo do contrato que permite variação de preço em parte do orçamento composto por "verbas orçamentárias" Primeiro aditivo do contrato que permite variação de preço em parte do orçamento composto por “verbas orçamentárias”

Questionada, a Odebrecht afirmou que essa alteração foi um pedido do Corinthians para participar de algumas negociações técnico-comerciais. O clube não respondeu oficialmente o blog.

Mas Luis Paulo Rosenberg, então responsável corintiano na arena, explicou: “O valor era de R$ 820 milhões. Com essas verbas, conseguimos descontos com negociações. Mas o limite de preço ficava. Agora, o imbróglio que foi feito depois disso no contrato, eu não sei”, contou. O dinheiro de sobra (estima-se em R$ 60 milhões) seria usado em outros partes da obra, sem redução do preço. Ou seja, sobraria dinheiro para contingência e evitaria-se inchaço no preço, o que não aconteceu.

Surgiu o primeiro aumento na obra ao se incluir a instalação dos dutos da Transpetro: R$ 10,9 milhões. Mas esse item, de fato, não estava no escopo original da obra. O cenário até aí era favorável a se manter o preço próximo do inicial.

Depois disso, todas as alterações contratuais foram em favor da Odebrecht. No segundo aditivo, o clube cede todos os seus direitos ao fundo Arena, mas mantém suas responsabilidades financeiras.

No terceiro aditivo, a Odebrecht ganha direito a receber um adiantamento maior do dinheiro do BNDES – ressalve-se que a construtora vinha bancando a obra com seu caixa e empréstimos até então. A quarta alteração é para jogar a data da obra para abril de 2014 – antes era dezembro de 2013.

Mas é às vésperas da Copa que há uma mudança contratual que explode o preço do estádio. Em 15 de maio de 2014, um dia após a paralisação das obras para a Copa e poucos dias antes do primeiro jogo do estádio, é assinado pelo ex-presidente Mário Gobbi e pela construtora o quinto aditivo contratual. Ele só assinou, pois quem conduziu a negociação foi Andres.

Primeiro, o texto explica que esse documento ajusta o escopo da obra e substitui uma parte da proposta técnica, que detalhava tudo que estava incluído dentro da construção e que jamais fora assinado. No novo modelo, o preço já salta para R$ 985 milhões. A reivindicação da construtora era ainda maior: R$ 1,2 bilhão. O número final foi fechado em reunião entre as partes.

Só que esse valor era superior ao necessário para fazer a obra de fato. O anexo ao contrato mostra que a composição do valor inclui 4% para a construtora (em torno de R$ 39 milhões). Outros 4% são TAC (Taxa de Administração Central) (R$ 39 milhões) destinados também à empreiteira. O total de R$ 79 milhões vai para a Odebrecht. Mesmo que existisse o percentual previsto, o valor absoluto cresceu R$ 15 milhões só para a construtora.

Anexo ao quinto aditivo que prevê lucro bruto e taxa da Odebrecht com percentual que não existia antesAnexo ao quinto aditivo que prevê lucro bruto e taxa da Odebrecht com percentual que não existia antes

Datada de fevereiro, a ata de reunião para negociação dessa revisão fala que a construtora abriria mão do lucro: “Os custos incorridos e projetados serão informados ao SCCP sempre que solicitados, respeitando o compromisso da CNO, da obra quando finalizada, não ter resultado, ou seja, lucro líquido abaixo do previsto suportando eventuais variações”.

Por esse texto, o dinheiro do lucro deverá ser usado para novos aumentos na obra, como contingência. Mas isso não está no contrato que não prevê nenhuma contingência. A Odebrecht argumenta que cumprirá com a promessa de usar o dinheiro para variações do preço da obra.

“A margem de 4% está prevista desde o contrato principal. O conteúdo da ata citada é auto explicativo”, disse a assessoria da construtora. “(O lucro) Justamente para suportar eventuais variações que ficaram exclusas do valor do fechamento do Aditivo.”

Na ata da reunião, o valor do lucro bruto é menor: R$ 32 milhões. Ou seja, sofreu um reajuste antes de entrar no contrato ao passar para 4% do total. A construtora nega que tenha havido mudança. “Seria de gargalhar a empreiteira não ter lucro. Mas, inicialmente, não dava para saber quanto seria. Dependeria da sobra da obra. Se ficasse mais baixo o valor da obra, teria mais”, contou Rosenberg, que desconhece o aditivo ao contrato.

Página de ata de reunião entre Odebrecht e Corinthians em que o lucro da empreiteira fica em R$ 32 milhõesPágina de ata de reunião entre Odebrecht e Corinthians em que o lucro bruto da empreiteira fica em R$ 32 milhões

Em relação ao TAC, a construtora explicou que “refere-se à Taxa da Administração Central, comum nos contratos de construção para suportar o todo tipo de apoio da Empresa nos Empreendimentos.” Só que a mão-de-obra da obra já está prevista em outros itens.

O orçamento divulgado pela construtora e pelo clube não explicita esse lucro e o TAC da empreiteira. Inclui um item chamado BDI (Benefícios e Despesas Indiretas) que é usado em obras para colocar o lucro e esse tipo de custo, entre outras despesas. Mas a maioria do público não conhece o termo.

Em relação aos aumentos de custo da obra, a justificativa da Odebrecht é uma mudança do escopo original com acréscimos: “Alguns itens foram incorporados ao projeto com a intenção de maximizar receitas de operação (Ex: Painel de Led da fachada Leste, vidros curvos das fachadas, dentre outros) e/ou pela ocorrência de fatos não previstos e exclusos do contrato (Impostos, LEED, Remanejamento dos Dutos Transpetro, dentre outros )”, disse a assessoria da construtora.

O clube não comentou a questão. Mas o arquiteto da obra, Aníbal Coutinho, afirmou que as variações de escopo não foram tão grandes. “Fizemos solicitações depois de 2011 que geram impacto de R$ 23 milhões e foram em parte devido à variação cambial (…), e também a situações da obra que modificamos para aumentar o faturamento da obra, clubes vips, etc”, afirmou ele. “As mudanças de contrato foram ínfimas. Elas não ultrapassam R$ 23 milhões de custo direto. O equivalente de menos de 3% da obra.” A empreiteira argumenta que todos os custos estão no orçamento.

O arquiteto afirmou não ter conhecimento da parte financeira da obra, nem do teor inteiro do contrato. Mas está claro que há uma discordância sobre o tamanho nas modificações do escopo do projeto. Dos itens que tiveram aumentos certos, estão transpetro (R$ 10,9 mi), impostos (R$ 36 mi) e variações do escopo (R$ 23 mi). Isso está longe dos R$ 175 milhões de acréscimos. A empreiteira argumenta que todos os custos estão no orçamento divulgado pelo clube.

Os impostos subiram porque não foram incluídos todos no Recopa (programa de incentivos fiscais do governo). Assim, a construtora passou a cobrar R$ 24 milhões até aquele alteração contratual, e outros R$ 12 milhões para obras futuras. Só que o que exceder isso será pago pelo clube. Será de “responsabilidade integral da contratante o recolhimento e pagamento de tributos que excedam tal limite”, diz o contrato.

Quinto aditivo do contrato que prevê que impostos que excederem R$ 12 milhões serão pagos pelo CorinthiansQuinto aditivo do contrato que prevê que impostos que excederem R$ 12 milhões serão pagos pelo Corinthians

Não é o único item que pode ultrapassar R$ 985 milhões. Pela cláusula 14.2.2 imposta pelo aditivo, “na hipótese de apresentação de pleitos, demandas ou contingências de qualquer subcontratado da contratada que impliquem em ônus adicional, caberá a contratante (Corinthians) promover ajustes ou modificações na especificação dos itens das obras de modo a reduzir valores, com vistas a assegurar que o preço fixo global não seja alterado”.

Na ata, fica ainda mais claro que demandas de fornecedores não estão incluídos no valor. Ou seja, o preço fixo de R$ 985 milhões, na prática, pode ser alterado. A Odebrecht confirma que já existem reivindicações de fornecedores exigindo mais dinheiro pela obra. Isso inclui itens como ar-condicionado e instalações elétricas. Há diversos itens inacabados no Itaquerão.

Quinto aditivo estabelece que o Corinthians tem que negociar possíveis reivindicações de fornecedores, e que isso não está no preço finalQuinto aditivo estabelece que o Corinthians tem que negociar pedidos de fornecedores fora do preço final

A construtora afirmou, no entanto, que qualquer variação nos preços será custeado pelo seu lucro. E afirmou que o preço não vai aumentar.

Outra questão: no novo contrato, se a Odebrecht identificar que um quesito vai superar o teto, irá comunicar o Corinthians para substituir por outro de especificação diferente para manter o preço. O aditivo ainda revoga cláusulas do primeiro aditivo pedido pelo clube para economizar.

Os termos definitivos do contrato são importante em um cenário de disputa entre o Corinthians e a Odebrecht por itens não concluídos da obra. O clube notificou que 180 deles não tinham sido entregues, apesar de terem sido incluídos em lista como prontos. Também há questionamentos no canteiro de obras sobre a qualidade que a empreiteira tem realizado a obra.

A empreiteira garante que isso não vai acontecer: “A qualidade dos materiais empregados serão mantidas ou melhoradas”, disse. O clube não se pronunciou. O arquiteto Aníbal Coutinho também espera a conclusão da obra dentro do combinado: “Acredito que sim. Se a Odebrecht cumprir o contrato, a gente vai ter a obra integralmente pronta.”

Em toda a negociação, não se pode esquecer que o Corinthians estava em uma posição frágil porque quem levantou o dinheiro para a construção foi a Odebrecht por meio de empréstimos bancários. Esses mútos são de responsabilidade do clube pagar.

Pelo contrato inicial, não alterado neste trecho, os pagamentos pela obra tinham que ser mensais. O Corinthians enfrenta problemas com a falta de viabilidade dos CIDs (Certificados de Incentivos de Desenvolvimento) e com as baixas receitas geradas pelo estádio até agora. A empreiteira recebeu do BNDES e dos empréstimos bancários.

No momento, a dívida do clube com a empreiteira é de cerca de R$ 400 milhões. O débito total do estádio, com isso, já está em torno de R$ 1,150 bilhão e R$ 1,2 bilhão. São os R$ 985 milhões do contrato, mais as instalações provisórias da Fifa (R$ 90 milhões) e mais de juros de mais de R$ 100 milhões. Esses itens são por fora do acordo.

Um valor fruto de série de erros no financiamento, e, agora se sabe, pelo inchaço no preço da obra. Aceito pelo Corinthians.

O advogado Ivandro Sanchez, que é o responsável jurídico do Corinthians no contrato, respondeu por meio de sua assessoria: “O Machado, Meyer Advogados esclarece que não participou das negociações comerciais entre as partes contratantes”, disse ele.”As suas questões são de cunho estritamente comercial e/ou técnico e foram discutidas e negociadas pelos empresários representantes de cada uma das partes.”

Repita-se: o clube foi procurado com uma série de perguntas sobre o contrato e suas alterações e teve uma semana para responder. Não deu retorno.

Sondado por Andrés para retornar à gestão do Itaquerão, e depois descartado, Rosenberg demonstra sua decepção do quadro atual: “Me dá enjoo cada vez que vou ao estádio.”

 

www.uol.com.br

Mar 12, 2015

Vitória na Arena.

COM APENAS TRÊS TITULARES, CORINTHIANS BATE SÃO BERNARDO E MANTÉM INVENCIBILIDADE

Malcom marcou o único gol da vitória contra o São BernardoMalcom marcou o único gol da vitória contra o São Bernardo | Foto: Daniel Augusto Jr. / Agência Corinthians

Após a vitória no clássico contra o São Paulo, o Corinthians manteve o 100% de aproveitamento na temporada diante do São Bernardo nesta quarta-feira, pela nona rodada do Campeonato Paulista . Com apenas três titulares, o ‘mistão’ do técnico Tite venceu a equipe do ABC por 1 a 0, com gol do atacante Malcom. O Timão se prepara agora para enfrentar o Red Bull Brasil, no próximo sábado, às 16h, naArena Corinthians .

Malcom e Love resolvem

O jogo começou bem disputado. Aos dois minutos, o lateral-direito Edilson cobrou escanteio e a defesa rival afastou. Na sobra, Luciano chutou forte, obrigando o goleiro Daniel a fazer boa defesa. Aos seis, o atacante Lúcio Flávio arriscou de fora da área, mas longe do gol de Cássio. O Corinthians continuava a trocar passes no meio campo, até que a bola sobrou para Luciano bater de longe, assustando gol da equipe do ABC.

Aos 12 minutos, o São Bernardo teve o primeiro lance de perigo. O volante Moradei lançou Lúcio Flávio nas costas da zaga alvinegra. Em velocidade, o atacante chutou cruzado no canto esquerdo. No lance seguinte, o lateral Rafael Cruz cruzou e Cássio pegou no alto.

O São Bernardo continuava marcando forte a saída de bola do Alvinegro. Com cautela, o Timão rodava a bola na intermediária. Após um vacilo de Petros, Daniel Pereira roubou a bola e chutou de longe, obrigando Cássio a fazer grande defesa. Na continuação, o lateral-esquerdo Vicente pegou o rebote do escanteio e o goleiro do Corinthians pegou mais uma vez.

O Corinthians tinha dificuldades em colocar a bola no chão e a equipe do ABC era melhor na partida. Os principais lances de perigo do rival aconteceram pelo lado, nas costas de Edilson. Aos 26 min, após uma bobeira da zaga do time do ABC, Luciano puxou o contra-ataque e tocou para Malcom na ponta-esquerda. Bem marcado, o atacante teve que voltar a jogada no setor defensivo.

Os principais lances de perigo do Corinthians aconteceram em bolas paradas. Aos 29, Edilson cobrou falta e a defesa subiu para afastar. Na jogada seguinte, na cobrança rápida da lateral, Vágner Love cruzou da direita e, na pequena área, Malcom só empurrou para o gol, abrindo o placar na Arena Corinthians.

Mesmo perdendo, a equipe do ABC continuava trocando passes no campo ofensivo. Aos 39, de longe, o lateral-esquerdo Vicente arriscou e Cássio defendeu em dois tempos. Sem sustos, o primeiro tempo terminou na Arena Corinthians, com o Timão na frente pelo placar mínimo.

Jogo morno, resultado garantido

O segundo tempo começou com o Timão apertando a saída de bola da equipe do ABC. Aos três minutos, Danilo cortou para o meio e bateu de fora da área, mas nas mãos do goleiro Daniel. Aos seis, Edilson cruzou bem e Luciano e bateu com perigo. Aos nove minutos, Danilo sofreu falta na meia-esquerda. Cristian levantou na área e, de cabeça, Edu Dracena mandou pra fora.

Mais ofensivo na etapa final, o Corinthians buscava ampliar o placar. Aos 11 minutos, Malcom sobrou escanteio. A bola sobrou para Cristian, arriscou de fora da área sem perigo. Aos 22, Malcom deixou o campo aplaudido para a entrada de Jadson.

Aos 25 minutos, o camisa 10 cobrou escanteio e Felipe subiu de cabeça, mas sem perigo ao gol do São Bernardo. Dois minutos depois, num contra-ataque, Cássio saiu bem do gol e evitou o empate do time adversário.

O Timão continuava trocando passes na intermediária. Aos 40 minutos, Ángel Romero entrou no lugar de Vágner Love e fez sua estreia na temporada. Aos 43, o paraguaio recebeu em profundidade e chutou de perna esquerda, acima do gol do São Bernardo.

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Mar 10, 2015

Até quando as Federações vão explorar os clubes?

A situação dos clubes e das federações no futebol é muito estranha. Essas tais federações vivem dos clubes em todos os sentidos. Elas nada produzem (além de uma burocracia parasitária que agarra as receitas dos clubes).

É uma situação aberrante. Os clubes pagam todos os serviços das federações: registros, transferências, atestados, certidões, inscrições e tudo mais. São, no fundo, um cartório bem remunerado. E quando “emprestam” dinheiro de alguma competição cobram juros maiores que os dos bancos.

Mas isso não é tudo.

Veja o caso do Corinthians: a cada partida realizada na Arena construída para abrir a Copa, 5% da renda é separada para a Federação Paulista. Qual a explicação dessa “mordida” na receita do Corinthians? Nenhuma.

Trata-se uma estrutura aberrante que permite que os clubes sejam extorquidos.

A Federação Paulista não ajudou com um centavo na construção da Arena, mas ainda assim morde 5% das rendas Do Corinthians. Caso igual ao do Palmeiras, que construiu sua nova Arena sem qualquer ajuda da Federação e agora recebe uma “dentada” a cada partida.

Veja o caso do jogo contra o Once Caldas: a Federação “mordeu” 5%%da renda (121,8) e a Comebol 10%  (241).

Esta mais do que na hora dos clubes questionarem este pedágio das Federações. Não estão em lei nenhuma e tudo que os clubes fazem nas entidades é religiosamente pago.

No caso das Federações estaduais, a situação é mais aberrante, pois a Fifa não recolhem essas entidades regionais. Para a Fifa só existe a CBF.

Os clubes que fizeram seus estádios deveriam questionar tudo isso. Afinal, eles têm agora grandes dívidas e precisam pagar. Não há qualquer razão para manter essa burocracia esportiva que não diz respeito aos clubes.

Numa próxima mudança da Lei dos Esportes, essas federações deveriam ser extintas ou transformar-se em escritórios da CBF. E sem qualquer mordida nas receitas dos clubes.

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