Montserrat Caballè interpreta “Com’ e bello” de “Lucrezia Borgia” (Donizetti)
L’HEURE ESPAGNOLE (Ravel) Horário: 08:15
Londres, junho/1997. Maestro: André Previn.
Elenco: Kimberly Barber, Georges Gautier, Kurt Ollmann, David Wilson Johnson, John Mark Ainsley.
L’AMORE DEI TRE RE (Montemezzi) Horário: 09:30
Londres, 13-23/7/1976. Maestro: Nello Santi.
Elenco: Anna Moffo, Plácido Domingo, Pablo Elvira, Cesare Siepi, Ryland Davies.
LUCREZIA BORGIA (Donizetti) Horário: 11:00
Paris, 16/7/1972. Maestro: Pierre-Michel Le Conte.
Elenco: Vasso Papantoniou, José Carreras, Cora Canne-Meijer, José Van Dam, Gérard Friedman, Bernard Demigny, Bernard Plantey, Claude Genty, Jean Mollien, Raymond Steffner.
NORMA (Bellini) Horário: 13:00
Londres, 1965. Maestro: Richard Bonynge.
Elenco: Joan Sutherland, Marilyn Horne, John Alexander, Richard Cross, Yvonne Minton, Joseph Ward.
CARMEN (Bizet) Horário: 15:40
Genebra, 1962. Maestro: Thomas Schippers.
Elenco: Regina Resnik, Mario del Monaco, Joan Sutherland, Tom Krause, Georgette Spanellys, Robert Geay
DIE WALKÜRE (“A Valquíria”)(Wagner) Horário: 18:00
Nova Iorque, 01/03/1975. Maestro: Sixten Ehrling.
Elenco: Jon Vickers, Janis Martin, Bengt Rundgren, Birgit Nilsson, Donald McIntyre, Mignon Dunn, Rachel Mathes, Joanne Grillo, Gloria Hodes, Carlotta Ordassy, Jean Kraft, Batyah Godfrey, Marcia Baldwin, Cynthia Munzer.
Sábado, nesta Folha, o repórter Sérgio Rangel, um dos craques do quinteto vencedor do maior prêmio do jornalismo brasileiro em 2012
(os outros quatro craques ganhadores do Prêmio Esso são Filipe Coutinho, Julio Wiziack, Leandro Colon e Rodrigo Mattos), revelou que a trinca de pernas de pau Ricardo Terra Teixeira, José Maria Marin e Marco Polo Del Nero deu um golpe para antecipar a eleição na CBF e protegê-la de eventuais fracassos na bola e na organização da Copa do Mundo no Brasil.
Teixeira e Marin obraram para Nero sucedê-los e garantir o controle da caixa-preta que permanece fechada na entidade, também chamada de Casa Bandida do Futebol.
Que os três ajam assim com a cumplicidade das federações estaduais não surpreende.
Afinal, na mesma reunião que decidiu pelo golpe, a mesada dos cartolas das federações foi aumentada de R$ 30 mil para R$ 50 mil.
Serviu, ao menos, para o deputado Romário não se iludir mais com Marin/Nero.
Mas, e os grandes clubes do país? Aprovam tamanha artimanha? Estão mudos? Que tipo de gato comeu suas línguas?
E Marin ainda chefiará a delegação corintiana no Mundial da Fifa no Japão?
Superstição por garantia de medalha de ouro no bolso? Ou o quê?
Enfim, quem honrará as calças entre os 12 maiores clubes do futebol brasileiro?
Cidade ocupa 5º lugar em ranking das que mais ganharão importância
Crescimento econômico do país e destaque na mídia internacional contribuíram para resultado favorável
ÉRICA FRAGADE SÃO PAULO
A cidade de São Paulo ainda está longe de figurar entre os principais centros financeiros do mundo, mas já é vista por executivos do setor como um dos mais promissores.
É o que mostra a mais recente versão do estudo “The Global Financial Centres Index” da consultoria britânica Z/Yen Group.
Em um ranking de 77 centros financeiros por ordem de importância, a capital paulista ocupa a 48ª posição, à frente de Rio de Janeiro, que está em 52º lugar.
Apesar de não estar nem na primeira metade da lista das praças mais desenvolvidas, São Paulo aparece em quinto lugar em um ranking separado compilado pela consultoria que considera apenas as respostas à pergunta: que centros financeiros devem ganhar importância?
CRESCIMENTO
Essa foi a primeira vez desde que a pesquisa começou a ser feita em 2007 que São Paulo é citada como um dos centros mais promissores.
“Acho que a menção se deve ao crescimento econômico do Brasil e ao maior destaque que o país vem tendo nas análises e na mídia globais”, diz Mark Yeandle, coordenador da pesquisa.
Para Renato Furtado, diretor da empresa de recrutamento Russell Reynolds Associates, o fato de que a economia brasileira tem apresentado desempenho econômico mais favorável que o de países desenvolvidos ajuda na percepção de que a importância de cidades como São Paulo aumentou.
“Em comparação com o resto do mundo, o Brasil vive um bom momento, embora aquém do que poderia. Ou seja, o fato de o país ter ficado mais bonito tem um pouco a ver com os outros terem ficado mais feios”, diz Furtado, que é responsável pela área de serviços financeiros.
Marzo Bernardi, diretor-executivo da gestora de recursos Western Asset, acredita que a maior lembrança de investidores em relação a São Paulo está ligada ao aumento do fluxo de capitais para o Brasil nos últimos anos.
O executivo também menciona ações de entidades de classe do setor financeiro para promover a imagem do país no exterior:
“Acho que esses eventos também ajudam.”
LONGE DO TOPO
Especialistas do setor financeiro acreditam, no entanto, que o caminho para que São Paulo passe a figurar entre os centros mais desenvolvidos ainda é longo.
O ranking dos 77 principais centros financeiros elaborado pela Z/Yen considera tanto respostas dadas por 1.890 executivos do setor a perguntas feitas pela consultoria, quanto diversos indicadores, como medidas de competitividade, condições do setor de infraestrutura, corrupção e qualidade da mão de obra.
Segundo Yeandle, São Paulo tem sido bem avaliada em tópicos como crescimento econômico, alíquotas de imposto de renda de pessoa física e confiança dos empresários. Mas vai mal quando são analisados tópicos relacionados a liberdade econômica, risco político, inovação e infraestrutura.
Mercado reduz estimativas de inflação e PIB para 2012 e 2013
Luciana Cobucci, Direto de Brasília
Após sucessivas altas, os economistas consultados pelo Banco Central (BC) reduziram, nesta segunda-feira, a previsão de inflação para este ano de 5,46% para 5,45%. A estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, que é a soma de todas as riquezas produzidas no País, também caiu e passou de 1,54% para 1,52%. As informações constam no boletim Focus, divulgado semanalmente pela autoridade monetária.
O movimento das previsões para o ano que vem é o mesmo. O mercado reduziu de 5,4% para 5,39% a expectativa de inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2013. A estimativa para o desempenho da economia no próximo ano teve ligeira queda de 5,4% para 5,39%.
Nas estimativas oficiais, a previsão é que em 2012 o IPCA seja de 5,2% e em 2013 ela se aproxime do centro da meta, que é 4,5%. Já as estimativas de crescimento da economia brasileira estão em torno de 2% este ano e 4% no ano que vem.
Há tempos o Ministério da Saúde firmou parceria com grandes hospitais privados, como o Sírio Libanês e o Albert Einstein para difundir seu conhecimento para polos hospitalares em todos os cantos do país.
O mesmo procedimento deveria ser adotado pelo Ministério dos Esportes com os grandes clubes esportivos, que se dedicaram ao desenvolvimento de atletas.
No Seminário “Gestão Esportiva”, do projeto Brasilianas, foi apresentado o “case” do Esporte Clube Pinheiro, de São Paulo.
O clube tem 113 anos, 38 mil associados num total de 136 mil pessoas, 2.900 atletas e um orçamento anual de R$ 132 milhões.
De 1960 a 2012 preparou atletas responsáveis por 10% das medalhas olímpiadas obtidas pelo Brasil, desde os pioneiros Manuel dos Santos (primeiro medalhista olímpico de natação), a João do Pulo, Douglas Vieira, Gustavo Borges, César Cielo e Rafael Silva.
Existem 130 diretores trabalhando voluntariamente na área de esportes amadores. Seu papel principal é o da formação de atletas potenciais com recursos do clube e das leis de incentivo.
Se o Pinheiros fosse um país, no último Panamericano teria sido o 9o colocado – o Brasil foi o 3o.
***
Responsável pelos projetos de Lei de Incentivo ao Esporte do Clube, Suzana Pasternak constata haver muito recurso para preparar o país para as Olimpíadas, mas pouco conhecimento sobre o que fazer com ele.
Hoje em dia, há um conjunto de atletas levados a toda sorte de eventos, sem nenhuma forma de planejamento, diz ela. O atleta sai de casa, entra em estado de fadiga, com um treinamento intensivo sem orientação esportiva e psicológica, diz ela. Falta conhecimento dentro das próprias organizações esportivas.
***
O foco do Pinheiros não é o atleta que aparece na mídia. Quando os atletas adquirem essa dimensão, o clube não rem condições de retê-lo. A importância do atleta campeão é no fomento à sua modalidade. Mas o foco de qualquer política olímpica tem que ser os jovens e, especialmente, as crianças com potencial.
Quando Cielo tornou-se superestrela, não cabia mais no bolso do clube. A opção era investir ou em um único atleta ou na base de 5 mil jovens preparados pelo clube.
***
O grande problema das políticas públicas é a falta de técnicos especializados em gestão do esporte. Não adianta apenas faculdade de educação física, diz Suzana. Gestão de esporte é muito mais que isso. Há a necessidade de suporte dos parceiros públicos para trabalho mais consistente.
***
Mais crítico, o advogado Alberto Murray Neto tem denunciado sistematicamente o que considera gestão temerária de Carlos Arthur Nuzman à frente do COI (Comitê Olímpico Brasileiro).
Seu avô, Major Silvio de Magalhães Padilha, foi primeiro finalista olímpico da América do Sul em provas de atletismo nas Olimpíadas. Hoje em dia, ele dirige uma ONG com o nome do avô.
Major Silvio criou as bases do esporte em São Paulo, precedendo a União. Em 1939, criou a primeira Secretaria de Esportes do país.
***
Alberto considera que não há política pública de esportes no Brasil. E que o Plano Emergencial de Medalhas para os Jogos Olímpicos de 2016 é uma farsa. “Só quem não entende nada de esportes pode acreditar que pode-se criar uma potência olímpica trabalhando 4 anos apenas”, diz ele.
A visão integrada
Segundo ele, uma política desportiva precisaria, de partida, envolver o Ministério da Educação, da Saúde e das Cidades, para poder massificar o esporte. 12% das escolas públicas têm espaços mal ajambrados chamados de de praças de esporte, com professores de educação física mal remunerados, diz ele. Nos Estados Unidos, o esporte é inteiramente calcado na escola e nas Universidades.
O modelo americano
Em Nova York foram criados centros desportivos em inúmeros bairros, dentro da estratégia de diminuição da criminalidade. No caso do Brasil, não existem nem leis permitindo o uso do espaço urbano para isso. No caso brasileiro, Ministério dos Esportes, COI, Federações e Confederações atuam sem um papel definido. Não há um agente coordenador dos recursos e dos esforços. E os recursos maiores são aplicados apenas nos grandes atletas.
O gasto com as Olimpíadas
Nunca houve tanto recurso disponível, diz ele. No ciclo olímpico, que acabou em Londres, fora, R$ 550 milhões da Lei Piva, R$ 520 milhões de patrocínio de estatais, R$ 644 milhões do Ministério dos Esportes, R$ 433 milhões de renúncia fiscal. E os resultados foram pífios. Com R$ 2 bi a mais, o país conseguiu apenas 2 medalhas a mais. E os recursos não foram aplicados de forma transparente, diz ele.
Dinheiro que não chega ao atleta
Há uma enxurrada de dinheiro que não chega nem ao técnico nem ao atleta, diz ele. O único projeto que coloca dinheiro nas mãos de ambos é o de Paula e Ana Moser. E isso porque os recursos não passam por nenhuma federação. Nas federações e confederações não há governança, transparência, gestão eficiente, diz ele. Os dirigentes se perpetuam por décadas graças a estatutos que matam qualquer possibilidade de oposição.
Os novos estádios
Em Manaus, está sendo construído um estádio de R$ 1 bi, onde o dinheiro público é roubado a rodo, diz ele. No Engenhão houve enorme superfaturamento e o estádio acabou entregue ao Botafogo por preço de banana. Os estádios para a Copa não têm viabilidade econômica. E os investimentos nas Olímpiadas, assim como no Panamericano, não vão deixar legado para os clubes e para as cidades.
O legado do Panamericano
É possível fazer as Olimpíadas sem megalomania e a Copa apenas melhorando um pouco os estádios para atender aos requisitos da FIFA, diz. É preciso fazer uma Copa que caiba no bolso do país. Em 1963 São Paulo sediou um Panamericano. Todos os eventos foram sediados no Pacaembu e nos clubes. Construiu-se o CRUSP para alojamento dos atletas. Deixou-se um legado para a cidade. No Panamericano do Rio, nada se aproveitou.
A coisa encrencou em infraestrutura, custo da energia, petróleo, educação e investimento público
POR QUANTO tempo o Brasil pode crescer “politicamente” antes de o caldo econômico entornar?
Crescimento “político”, por assim dizer, é o que temos visto nos últimos dois anos. As pessoas consomem mais, há emprego, o governo é popular. Mas não há investimento, mais produtividade, inovação. O investimento, aliás, vai encolher neste 2012.
A pergunta é apenas mais ou menos retórica. Não dá para responder que o caldo vai entornar em tanto ou quanto tempo. Mas entorna. A conta do consumo crescente sem produção adequada vai aparecer em algum lugar: na inflação, no deficit do governo, no deficit externo.
Além do desperdício mais óbvio, o crescimento baixo, estamos perdendo anos de um período de boas condições demográficas para crescer. Isto é, há menos crianças e ainda poucos idosos: temos, por ora, relativamente mais gente em condição de trabalhar.
No biênio 2011-12, teremos crescido algo entre 2% e 2,2%. Não é lá muito difícil crescer entre 3,5% e 4%. O ideal seria crescer uns 7% a fim de dobrar a renda média em uma década, com o que nossos problemas materiais estariam mais ou menos resolvidos.
Sim, a situação da economia mundial não nos ajuda. Ajuda mais nossos vizinhos, mais dependentes de commodities -nós temos uma indústria, ainda que avariada. Eles, não. Mas alguns de nossos vizinhos puseram a cabeça para funcionar.
Nós paramos de pensar faz quase uma década. Afora a ampliação do mercado interno, sob Lula, quase não aconteceu mais nada. O consumo não pode crescer mais, de modo duradouro, se não tomarmos outras providências.
Onde está o programa de passar para empresas privadas a construção e a operação de estrada, porto, ferrovia, aeroporto, que já veio tarde e a contragosto?
O programa de redução do custo da energia elétrica está emperrando. O governo não consegue aumentar o seu já miúdo investimento desde o final de 2010.
A exploração de petróleo não anda desde 2008. A lei dos royalties, de distribuição de parte da renda do petróleo para União, Estados e municípios, foi aprovada no início do mês, mas vai dar em confusão e atraso. O programa de desenvolvimento do setor que o governo impôs à Petrobras revela-se caro e lerdo.
Em suma: infraestrutura, energia e regulação do mercado estão emperradas.
A maior invenção brasileira nas últimas quatro décadas, se não a única, o etanol, vai mal por excesso de intervenção do governo nos combustíveis (o governo tabela a gasolina, vende-se pouco etanol e a coisa encrenca nas usinas).
Depois do Bolsa Escola, lá ainda no primeiro governo FHC (1995-1998), nada mais se inventou em educação básica. Sim, há o Prouni, mas o analfabetismo funcional no Brasil está na casa dos 30%. Mas a presidente e os governadores mais importantes mal tocam no assunto.
Provavelmente vamos crescer pelo menos uns 3% em 2013. Mas como podemos crescer mais e por mais tempo se o mercado de trabalho está no osso, a inovação é marginal, a infraestrutura está emperrada, a regulação está cada vez mais confusa etc. etc.?
Parece que pouca gente nota, mas o país está emperrado.
Um crime de homicídio sem corpo.
Essa é uma das principais polêmicas do julgamento do ex-goleiro do Flamengo Bruno Fernandes que começa amanhã, em Contagem (MG). Mas não a única.
Embora todas as evidências apontem para o assassinato de Eliza Samudio, como chegou a admitir a defesa do goleiro, a Polícia de Minas Gerais não conseguiu localizar vestígios do cadáver, mesmo passados mais de dois anos de seu desaparecimento.
Além dessa certeza cabal, a investigação da Polícia e da Promotoria deixou buracos que podem ser explorados pela defesa e influenciar o júri.
A Folha analisou mais de 5.300 documentos do processo, parte deles sigilosa, ouviu testemunhas, advogados, policiais e promotores.
São ao menos dez buracos que vão da falta da quebra do sigilo bancário para saber se houve o pagamento de R$ 30 mil na morte de Eliza, como se sustenta, ao uso do depoimento do adolescente tomado sem a presença de advogado, o que é proibido.
Uma das brechas da investigação é a participação do policial civil José Lauriano de Assis Filho, 47, o Zezé.
A investigação desprezou 37 ligações trocadas por Zezé com os principais envolvidos no caso Eliza realizadas nos dias cruciais da trama.
Em 10 de junho de 2010, por exemplo, ele recebeu três ligações do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, entre 22h e 23h, horário em que a Promotoria disse que Eliza foi morta.
Assis Filho chegou a se encontrar pessoalmente com Bola naquela noite do dia 10, como admite, mas não foi arrolado ao menos como testemunha no julgamento.
Ele não quis comentar o caso com a Folha. Nem a Polícia nem a Promotoria quiseram dizer por que todas essas ligações foram desprezadas.
contradição
Outro buraco são os depoimentos de Sérgio Rosa Sales, o Camelo, usados contra o goleiro. Há uma contradição que compromete a versão. Sales disse que o desaparecimento de Eliza se deu na véspera da viagem de Bruno ao Rio.
Bruno depõe na Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas sobre suposta negociação com juíza para a concessão de um habeas corpus
Assim, a morte teria sido no 9 de junho, mas as provas apontam para o dia 10.
Além de Bruno, outros quatro réus serão julgados (e mais dois em data a ser definida). O goleiro, Bola e Luiz Henrique Romão, o Macarrão, respondem por crimes como homicídio e ocultação de cadáver. Dayanne Souza (ex-mulher de Bruno) e Fernanda Castro (ex-namorada) foram denunciadas por sequestro e cárcere privado de Eliza.
Entre elas estão telefonemas ignorados pelo processo e depoimento sem advogado
Julgamento começa amanhã sem nenhuma evidência do corpo de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro
ROGÉRIO PAGNAN DE SÃO PAULO PAULO PEIXOTO DE BELO HORIZONTE
Um crime de homicídio sem corpo. Essa é uma das principais polêmicas do julgamento do ex-goleiro do Flamengo Bruno Fernandes que começa amanhã, em Contagem (MG). Mas não a única.
Embora todas as evidências apontem para o assassinato de Eliza Samudio, como chegou a admitir a defesa do goleiro, a polícia de Minas Gerais não conseguiu localizar vestígios do cadáver, mesmo passados mais de dois anos de seu desaparecimento.
Além dessa certeza cabal, a investigação da polícia e da Promotoria deixou buracos que podem ser explorados pela defesa e influenciar o júri.
A Folha analisou mais de 5.300 documentos do processo, parte deles sigilosa, ouviu testemunhas, advogados, policiais e promotores.
São ao menos dez buracos que vão da falta da quebra do sigilo bancário para saber se houve o pagamento de R$ 30 mil na morte de Eliza, como se sustenta, ao uso do depoimento do adolescente tomado sem a presença de advogado, o que é proibido.
Uma das brechas da investigação é a participação do policial civil José Lauriano de Assis Filho, 47, o Zezé.
A investigação desprezou 37 ligações trocadas por Zezé com os principais envolvidos no caso Eliza realizadas nos dias cruciais da trama.
Em 10 de junho de 2010, por exemplo, ele recebeu três ligações do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, entre 22h e 23h, horário em que a Promotoria disse que Eliza foi morta.
Assis Filho chegou a se encontrar pessoalmente com Bola naquela noite do dia 10, como admite, mas não foi arrolado ao menos como testemunha no julgamento.
Ele não quis comentar o caso com a Folha. Nem a polícia nem a Promotoria quiseram dizer por que todas essas ligações foram desprezadas.
CONTRADIÇÃO
Outro buraco são os depoimentos de Sérgio Rosa Sales, o Camelo, usados contra o goleiro. Há uma contradição que compromete a versão. Sales disse que o desaparecimento de Eliza se deu na véspera da viagem de Bruno ao Rio.
Assim, a morte teria sido no 9 de junho, mas as provas apontam para o dia 10.
Além de Bruno, outros quatro réus serão julgados (e mais dois em data a ser definida). O goleiro, Bola e Luiz Henrique Romão, o Macarrão, respondem por crimes como homicídio e ocultação de cadáver. Dayanne Souza (ex-mulher de Bruno) e Fernanda Castro (ex-namorada) foram denunciadas por sequestro e cárcere privado de Eliza.
Diante do Inter, Tite quer manter nível apresentado contra o Coritiba
Sem pressão por vitória, Tite exige boa apresentação do Corinthians contra o Internacional Foto: Antônio Carneiro / Futura Press
Perder nas últimas três rodadas, jura Tite, não preocupa tanto quanto jogar mal. Desempenho é uma das palavras favoritas do treinador, que gostou bastante da atuação do Corinthians na vitória por 5 a 1 sobre o Coritiba, no último final de semana. Contra o Internacional, neste domingo, em Porto Alegre, a exigência provavelmente será maior. De qualquer maneira, de olho no Mundial, o gaúcho espera que o time mantenha o padrão apresentado na goleada.
“Se vier um resultado negativo, mas tiver desempenho, isso te dá confiança. O que temos de fazer não é nem crescer, é manter o nível em relação à partida contra o Coritiba”, afirmou o técnico, que previu dificuldades no Sul.
“O Inter tem jogadores de qualidade na finalização, o (Leandro) Damião e o Forlán. No meio, um losango com um jogador muito criativo, o D’Alessandro. Talvez não tenha feito a campanha que todos esperavam, mas é um clássico. É difícil jogar no Beira-Rio”, disse Tite.
Após o confronto com o Internacional, o Corinthians terá pela frente Santos e São Paulo. A sequência é encarada como decisiva na preparação da equipe para o Mundial, cuja decisão será daqui a um mês.
“São três jogos de altíssimo nível, clássicos. Está todo o mundo querendo viajar para o Japão na segunda-feira, é claro que tem essa ansiedade, mas a gente tem que construir a preparação”, concluiu o treinador.