Peroba pura !
Hendrick Barentsz Avercamp (1585-1634) (“Uma cena no gelo”, 1625) (Reprodução).
Avercamp era um surdo-mudo, conhecido como “o Mudo de Kampen”. Nascido em Amsterdã, especializou-se em pintar cenas de inverno.
Seu estilo remonta a influências de artistas como Pieter Isaacs e Pieter Bruegel, o Velho.
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A entrevista do Sr. Carlos Nuzman hoje, 31/7, no Estadão, é de uma hipocrisia só.
Merece medalha de ouro, numa Olimpíada de mentiras.
Como sabemos, a atual direção do Comitê Olimpico Brasileiro (COB ) está no comando há quase duas décadas.
Quando assumiu, prometeu que o Brasil seria – em quatro anos – uma potência olímpica. Decorrido todo este período, conseguiu um enorme número de leis e de incentivos, que deram grana para os esportes olímpicos como o país nunca viu.
De Pequim a Londres foram mais de 2 bilhões, conforme mostrou o UOL.
Mesmo nadando em grana, os resultados do Brasil são praticamente os mesmo dos últimos 50 anos, sendo que, em algumas áreas, houve até retrocesso.
Agora o sr. Nuzman diz ao Estadão que “não se classifica os países no ranking de medalhas por volume de dinheiro investido. Não existe isso”.
A primeira consequência deste afirmação seria o Governo dizer : “que bom, não precisamos gastar tanto”.
Perdeu o Sr. Nuzman a oportunidade de dizer quanto da grana foi destinada para os Clubes, escolas e universidades que mantêm esportes olímpicos. O COB pouco fala da maneira pela qual distribui todos os recursos que recebe do Governo. Veremos que as “Confederações” (ah, esta queridas de Nuzman) abocalham quase tudo, e aqueles que efetivamente sustentam os esportes vivem na pindura.
Há sim uma relação entre gastos e medalhas.
Se forem bem aplicados, os investimentos públicos trarão conquistas, mas, se forem utilizados sob a “fórmula Nuzman”, o quadro será este que estamos vendo.
Vejam o exemplo do Corinthians.
Um Clube que nos últimos 50 anos construiu um conjunto aquático de se fazer inveja. Tem todas as condições para sediar eventos de expressão, com um grande número de excelentes nadadores, mas o setor vive “correndo atrás de grana” para manter suas instalações e atletas. O dinheiro deveria ser distribuído para entidades como esta (e existem várias, não apenas na cidade de São Paulo, mas em todo o Brasil), que formarão novos campeões.
No entanto, Corinthians, Pinheiros e outros vivem lutando com poucos recursos, em contraste à realidade do COB, que dispõe de grana por todo lado.
Está mais do que na hora de se mudar este quadro.
E isso começa por alterações profundas no COB e nas Confederações.
Futebol, dinheiro e medalhas
Marc Chagall (1887-1985) “Velas do Casamento” (1945) (reprodução)
O empate de 0x0 do Corinthians contra o Bahia não foi um bom resultado.
Nada que mude o mundo, mas poderia ter sido uma vitória para colocar o Timão muito próximo do primeiro pelotão do Campeonato. Como não há nenhuma equipe com grande destaque na ponta, uma sequência de vitórias do Timão recolocaria a competição em disputa real.
Vamos torcer para melhores resultados, pois nada está decidido.
E é muito importante que o time dispute com real empenho para o título do Campeonato Brasileiro. Isso ajuda, inclusive, a preparação para a disputa do final do ano pelo Bi-Mundial.
Grana e COB
Essa discussão sobre a escolha do que é prioritário nos esportes olímpicos está sendo colocada de forma equivocada.
Não há contradição entre “investir na base do esporte” e “preparar-se para conquistar medalhas” como vem sendo colocado.
A verdade é que o Brasil está gastando o “mundo e o fundo” nestas últimas décadas nos tais esportes olímpicos.
E é urgente estabelecer-se uma cobrança por resultados: medalhas, recordes ou algo assim. Mas o que vem fazendo o Sr. Nuzman é uma “enrolação”, saltando de uma edição olímpica para outra, pedindo cada vez mais recursos públicos sem apresentar resultados positivos.
Como sabemos, o Comitê Olímpico Brasileiro recebeu nestes últimos quatro anos mais de 2 bilhões de reais, segundo mostrou oUOL.
Os esportes olímpicos da Itália recebem metade do que o nosso comitê, mas alcaçam um desempenho muito superior ao brasileiro.
O que quer Sr. Nuzman é uma grana sem cobranças.
Cada vez mais dinheiro e menos exigências.
Está mais do que na hora de se mudar este jogo.
É necessário ser criado um sistema de avaliação, mostrando a sociedade que seu esforço de recursos está acompanhado de progresso no campo desportivo.
Ficar dando grana sem qualquer cobrança de resultados, em algum momento, provocará uma revolta dos investidores privados e públicos.
Este COB é de morte !
Mirou. “Paisagem com fazendeiros e cavaleiros” (óleo sobre tela)
Anton Mirou (1570–1661?). Nascido em Antuérpia, filho de um boticário, pintor barroco de origem flamenga e de família protestante, notabilizou-se ao registrar paisagens. Em decorrência de conflitos religiosos, radicou-se em Frankenthal, onde formou um grupo de artistas, reunindo Gillis e Pieter van Coninxloo Schoubroeck.
Quem acha que os grandes problemas da gestão do esporte brasileiro limitam-se ao futebol, não conhece os tão falados “esportes olímpicos”.
Enquanto no futebol os dirigentes tem sua conduta diariamente analisada, o que ocorre no vôlei, no basquete, na natação, no atletismo e demais modalidades, passa quase sem críticas ou holofotes. E esta área (dos chamados esportes olímpicos ou “amadores”) tem as piores gestões.
Foi preciso que um consultor americano, num momento de grande lucidez, dizer poucas palavras para definir o quadro reinante, em que é dificil promover qualquer mudança de mentalidade, pois o sistema é contaminado pela quase perpetuação de presidentes de suas entidades.
Na Folha, de hoje, 17/7, diz Steve Roush: “Algumas Confederações são governadas pela mesma pessoa durante um longo período. É quase uma operação familiar. É um problema infundir novas ideias, um novo gerenciamento”.
O maior exemplo é o Sr. Carlos Nuzman, presidente que há quase duas décadas responde pelo COB, tendo tido antes um longo (e quase interminável) reinado na Confederação Brasileira de Vôlei, onde seguiu os passos de seu papai.
Em quase todas as modalidades, isso se repete, em longo e familiar reinado de dirigentes.
Tudo mantido por dinheiro público.
E com resultados pouco animadores, como vemos nas Olimpíadas, embora o Sr. Nuzman tenha prometido – quando assumiu o COB, lá atrás, há quase 20 anos, que, em “no máximo” 4 anos, seríamos uma “potência olímpica”. Até hoje estamos esperando a chegada do paraíso.
A receita para mudar este quadro é aplicar-se a todas as entidades de esporte (Clubes, Federações, Confederações etc) o princípio adotado pelo Corinthians em seu novo Estatuto: mandato de 3 anos; fim da reeleição; e a limitação para que o Dirigente só possa se recandidatar após 2 mandatos de terceiros (um lapso de 6 anos).
Se aplicada, esta regra produziria uma grande mudança nos esportes olímpicos, refletindo-se também no futebol.
Bastaria ao Governo querer e agir pela mudança na legislação do Esporte.
O Ministro Aldo Rebelo, alegre pela recente vitória do Palestra na Copa do Brasil, poderia enviar um projeto de lei promovendo uma revolução no Esporte.
Vamos lá, Ministro!
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