Revisão do Estatuto do Corinthians, afinal, qual é a melhor proposta?
Nos últimos dias tenho presenciado saudáveis debates acerca da prometida reforma estatutária, grupos defendendo ideias de forma fervorosa e apaixonada, como não poderia deixar de ser em sendo coisa do Corinthians.
Então aqui vou dar a minha modesta opinião, que muitos já conhecem.
Vou me prender apenas nos aspectos da reforma estatutária que diz respeito ao modelo de eleição dos conselheiros trienais.
Dentre as propostas colocadas em discussão, três se destacam, vou denomina-las de Proposta I (da Comissão do Conselho), Proposta II (de conselheiros) e Proposta III (assinada por associados e conselheiros).
Duas das três têm muita coisa em comum, a Proposta I, e a Proposta II.
Quais as coisas em comum:
(i) Ambas têm como pressuposto o fim do chapão;
(ii) Ambas preveem o modelo proporcional de eleição das chapas e;
(iii) Ambas preveem a votação individual como forma de identificar os eleitos (obedecendo a proporção de votos obtidos por cada chapa, serão eleitos os associados mais votados dentro de cada chapa que conseguir obter quociente eleitoral de pelo menos 1%).
Diferem num único ponto. A Proposta I prevê a possibilidade de formação de chapas de 50 a 200 associados concorrentes enquanto que a Proposta II prevê uma única forma de composição das chapas, chapas de 200 associados.
Já Proposta III, que é assinada por conselheiros e associados, é a que mais se destaca por fazer proposição absolutamente divergente das demais. Propõe a forma absoluta de eleição, chapas formadas de 25 associados, sendo eleitas as 8 chapas mais votadas. Exclui a possibilidade de o associado escolher os seus representantes (votos em candidatos específicos), definindo o voto na chapa como a única forma de votação. Pela proposta posta, ao final da apuração dos votos serão eleitas as 8 chapas mais votadas, ficando as duas seguintes (9ª. e 10ª. chapas menos votadas) com a prerrogativa de colocar os seus integrantes na lista dos 50 conselheiros suplentes.
Na análise das três propostas que se destacam, penso, não podemos nos afastar da necessidade de estabelecer regras eleitorais que respeitem a vontade do eleitor e não deixem brechas que permitam o afastamento do respeito àquela vontade.
Assim, vejo que as Propostas I e II são as que mais se amoldam ao cumprimento da necessidade.
As duas propostas não deixam margem para a perda de valor do voto dos eleitores. Nelas os eleitores podem votar na chapa ou em até 5 candidatos de sua livre escolha, podendo inclusive nessa livre escolha variar de chapas. Todo voto dado tanto à chapa quanto ao candidato escolhido terão o mesmo valor/peso e servirão para, ao final, indicar quem são os eleitos.
Penso que a Proposta I peca quando permite a formação da chapas com menos de 200 candidatos. Essa brecha pode dar causa à perda de valor do voto do associado, na hipótese de uma chapa com menos de 200 associados/candidatos ter mais votos do que o suficiente para eleger seus componentes, o que levaria a “jogar” fora os votos “desnecessários/excedentes”.
Apontado esse erro de forma seria interessante que se trabalhassem na unificação das propostas, o que seria possível com a simples exclusão da possibilidade de formação de chapas com menos de 200 candidatos na proposta colocada pela Comissão.
Penso que a Proposta III é uma variação do sistema atual do ganhou leva tudo e contém erros formais que permitirão o distanciamento da necessidade de dar aos votos dos eleitores o devido valor. Referida proposta estabelece um sistema semelhante ao atual do ganhou leva tudo, porque não permite aos associados a escolha individual de seus candidatos e estabelece que as oito chapas mais votadas elegem todos os seus 25 membros, ficando as duas seguintes, a 9ª. e a 10ª. chapas menos votadas com as vagas dos conselheiros suplentes.
Tal proposta deixa brechas na medida em que, em tese, exige que em todas as eleições se tenham pelo menos 10 chapas inscritas para cumprir a regra. Na hipótese de haver apenas 8 chapas inscritas nem haveria necessidade de eleição – dispensar-se-ia a vontade dos associados e todas as 8 chapas inscritas estariam automaticamente eleitas.
E mais, desprezando-se o quociente eleitoral, nessa proposição seria possível eleger uma chapa com votos insignificantes. Pensem aí se uma, duas ou até 7 chapas tiverem uma soma de votos próximo aos 99% e a oitava com apenas 1% dos votos dos eleitores. Essa chapa, mesmo com tão poucos votos, seria capaz de colocar 25 conselheiros no nosso Conselho
Deliberativo. Isso seria justo?
Lembro que no sistema legislativo, na criação das leis – e a reforma estatutária não deixa de ser uma lei, a lei maior da nossa instituição – deve-se considerar todas as hipóteses possíveis. Assim, sendo uma hipótese, por mais remota que seja, possível, deve-se trabalhar para que a hipótese tenha previsão legal.
É bom que se pense nisso. Nossa Gloriosa Instituição merece todo o nosso apreço e atenção.
As coisas estão postas. As escolhas só serão nossas (associados) após o crivo do Conselho Deliberativo.
Espero que os nossos Conselheiros ajam como bons legisladores, compreendam e respeitem a necessidade de dar ao voto dos associados o devido valor, pois só assim a vontade do associado/eleitor será respeitada e o ideal de democracia não sucumbirá.
Neste mês de agosto o Corinthians escolherá a fórmula (a nova ou a velha) de eleição para seu Conselho Deliberativo.
O modelo atual recebe crítica por todo lado, embora ainda receba apoio de muitos defensores silenciosos. Atualmente, adota-se o sistema majoritário quando um grupo obtém a maioria dos votos, ficando assim com todas as vagas do Conselho.
Na última eleição, o resultado de 57 contra 43% dos votos garantiu todas as vagas para chapa da situação. Dessa forma, o órgão funciona com uma oposição reduzida, que conta apenas com alguns conselheiros vitalícios.
Sempre defendi -e defendo agora- que se adote o sistema proporcional. Quem alcança 60% dos votos, fica com 60% do Conselho. Quem chega aos 40%, fica com 40% do Conselho.
Com isso, garantiremos -sempre e em qualquer eleição- um órgão colegiado que represente os votos dos associados.
Além de mais justo, esse seria um avanço na democratização do clube (que começou com o novo estatuto, em vários pontos).
Porém, além do sistema proporcional, há outras fórmulas em debate, que vêm sendo defendidas no clube.
Uma aponta para o voto individual. Cada sócio votaria em um nome (ou em cinco) conforme as propostas de cada candidato ao conselho e, então, os duzentos mais votados seriam eleitos. Alguns clubes adotam esse sistema, embora no Corinthians este modelo nunca tenha sido usado.
Também existe as proposta de chapas menores, com 25 ou 50 nomes.
Neste modelo manter-se-ia o sistema majoritário. As oito (ou quatro) chapas mais votadas formariam o Conselho. As minoritárias ficariam fora.
Aparentemente, esses dois sistemas -de voto individual e de chapas reduzidas- teriam a preferência dos Departamentos Sociais do clube, que poderiam com grande facilidade organizar grupos locais e obter uma boa votação. O futebol -alma e centro do Timão -com seus torcedores espalhados pelo país e poucos sócios frequentadores do Parque São Jorge- teria pouca capacidade para mobilização.
Como já afirmei, creio que a melhor opção é chapa de duzentos nomes com o resultado proporcional. Reconheço como positiva a discussão e esperemos que o novo sistema seja mais democrático e moderno para o clube.
CORINTHIANS SOFRE COM CONTRA-ATAQUES E ACABA DERROTADO EM CURITIBA
O Corinthians entrou em campo na noite desta quarta-feira, na Arena da Baixada, onde enfrentou o Atlético-PR. Líder da competição, o Timão precisava da vitória para depender apenas de si mesmo pra continuar na ponta do Brasileirão.
O desafio, não era fácil: derrotar um time invicto como mandante no estádio com menor média de gols por partida da competição. Além da dificuldade, as opções do treinador corinthiano eram limitadas pelos desfalques do setor.
Sem poder com Danilo, vetado pelo departamento médico, e André, que cumpre suspensão após o terceiro amarelo, Cristóvão mudou a equipe. O Timão entrou em campo no 4-4-2, com Cássio; Fagner, Yago, Fabián Balbuena e Uendel; Bruno Henrique, Elias, Giovanni Augusto e Marquinhos Gabriel; Ángel Romero e Lucca.
O treinador justificou a opção pelo resultado do jogador nos treinamentos: “O Lucca já havia treinado nessa função, treinamos também outros jogadores. Ele deu uma resposta boa e por isso ele quem vai iniciar”, afirmou Cristóvão ao repórter do canal Premiere, pouco antes do início da partida.
Primeiro tempo
A partida começou em um ritmo morno na Arena da Baixada. Até os primeiros 11 minutos de partida, nenhuma das equipes havia chegado ao gol. A primeira tentativa, porém, foi do time mandante que exigiu uma defesa em dois tempos do goleiro Cássio.
O jogo acelerou um pouco e os dois lados procuraram mais o ataque. Cássio foi mais acionado que o goleiro Santos, substituto de Weverton, que foi convocado para a Seleção Brasileira após lesão de Fernando Prass. Mesmo assim, o primeiro tempo teve poucas chances efetivas de gols para o Timão.
No jogo corinthiano, via-se pouca organização e tranquilidade, em especial no último passe, até conseguir possibilidade concreta de desempatar a partida veio dos pés de Bruno Henrique. O meia, que pode estar fazendo sua última partida com a camisa corinthiana, recebeu passe de Fagner e após dominar com categoria bateu forte contra o gol adversário. Infelizmente, a bola ficou nas mãos do goleiro Santos, mas o ritmo do jogo ficou mais interessante.
Porém, as duas equipes foram para os vestiários sem alterar o placar. E, além do empate sem gols na primeira metade, Cristóvão Borges ainda teve uma dor de cabeça na metade inicial da partida: aos 27 minutos, Marquinhos Gabriel precisou deixar o campo com XXXX, e foi substituído. Guilherme entrou em seu lugar. O meia corinthiano precisou pedir a mudança após levar uma pancada nas costas do lateral Léo.
Segundo tempo
O Timão voltou para a metade final da partida mais organizado, especialmente no setor defensivo, onde mostrou disciplina tática e uma marcação precisa. Embora tenha voltado melhor e com mais energia que o Atlético-PR, as chance de gol foram poucas.
A primeira grande chance foi apenas aos 20 minutos, com Romero, que chegou dentro da pequena área e mandou para o gol com o joelho. A bola, porém, ficou em uma defesa milagrosa do goleiro Santos.
Aos 26 minutos, o técnico Cristóvão fez a primeira alteração tática, e a segunda alteração do Corinthians na partida. Após a insistência da Fiel, o treinador deu finalmente uma chance ao meia Marlone, que entrou no lugar de Lucca.
Embora estivesse apresentando melhor futebol no segundo tempo, aos 32 minutos, o Corinthians sofreu o revés. Em jogada de contra-ataque, Walter recebeu um cruzamento, dominou livre e bateu cruzado um chute indefensável para o goleiro Cássio.
Na sequência, o técnico fez a terceira e última mudança. Bruno Henrique saiu de campo para a entrada de Luciano aos 35 minutos. O Timão não desistiu com o gol sofrido, e continuou buscando o resultado, fazendo pressão sobre o time paranaense.
A subida para o ataque, porém, abriu espaço no campo defensivo e deixou a equipe descoberta. Assim, a equipe acabou por perder a bola no setor ofensivo e abriu caminho para contra-ataque de Walter, que marcou o segundo gol e sacramentou a derrota corinthiana.
Com o resultado, a equipe perdeu a liderança já que o Santos, que vinha na segunda posição empatou em número de pontos e ultrapassou o Timão no saldo de gols. Até o fim da rodada, ainda, há risco da equipe perder até duas posições para Palmeiras e Grêmio.
O próximo jogo do Corinthians é contra o Cruzeiro. A partida, que tem mando corinthiano, acontece no Pacaembu já que a Arena está sendo utilizada para os Jogos Olímpicos. Além do retorno ao antigo palco, o jogo também será o primeiro do Timão a ser realizado na segunda-feira.
“Primeiro, esclarecer dois pontos, ‘boataria’: a decisão de romper partiu deles; número dois: o Corinthians foi pago (proporcionalmente), e foi pago antecipado no ano passado. Na rescisão, foi paga a multa rescisória prevista no contrato”, afirmou Herbetta, em rápida conversa por telefone, ao Meu Timão.
De acordo com Herbetta, o contrato assinado entre as partes envolvia, a cada seis meses, a discussão do prosseguimento do patrocínio. Nesta primeira conversa, a Winner decidiu pôr fim ao acordo e, inclusive, quitou a multa rescisória – a quantia não foi divulgada. “Havia dois momentos para se conversar: depois de seis meses e um ano. Foi uma decisão unilateral deles”, acrescentou o profissional. “A operação deles dependia de outras variáveis. O Corinthians era uma delas”.
Atualmente, três marcas estampam a camisa do atual campeão brasileiro e líder momentaneamente da edição 2016 da Série A: Caixa Econômica Federal (R$ 30 milhões, peito), Special Dog (R$ 3 milhões, calção) e TIM (R$ 4 milhões, números) – valores aproximados. O contrato com a Winner renderia o equivalente a R$ 7 milhões por temporada aos cofres da equipe do Parque São Jorge.
A Art Sports é frequentemente associada a Fernando Garcia, da Elenko. No entanto, Eduardo Cornacini, diretor da Art Sports, diz que as empresas não tem ligação, apenas sociedade em alguns atletas. Fiz algumas perguntas a Eduardo sobre este assunto e sobre a atuação da Art Sports no Corinthians.
Eduardo, qual a participação de Fernando Garcia na Art Sports?
Fernando Garcia não tem nenhuma participação na Art Sports e Nílson Moura (presidente da Art Sports) não tem qualquer participação na Elenko.
Mas vocês tem atletas em comum, não?
Existia a parceria em quatro jogadores: Malcom, Guilherme Arana, Gabriel SpetoStreffezza e Lucas Matos.
Para Malcom e Arana, dividimos direitos de agenciamento e porcentagem dos direitos econômicos. A Art Sports tem 20% dos direitos de Guilherme Arana (o Corinthians tem 40%, a Elenko 25% e os 15% restantes supostamente são do próprio jogador). O contrato de Speto e Lucas Matos acabaram e a parceria foi desfeita para ambos, hoje a Art Sports agencia os dois sozinha.
Já para Cléber (zagueiro hoje no Hamburgo) e Petros (no Betis), temos apenas porcentagens dos direitos econômicos, o agenciamento é da Elenko.
No site da Art Sports vejo muitos atletas na base do Corinthians.
Realmente, temos muitos jogadores de base, ainda mais no Corinthians, mas tirando os quatro citados acima, nenhum deles é em parceria com Fernando Garcia.
E por que tantos jogadores do Corinthians?
Para te falar a verdade, por volta de três anos atrás pegamos alguns jogadores da mesma categoria, e demos a sorte de ser uma safra muito boa: Cassini, Malcom, Arana, Speto, Márcio Ferrari (PC)… E quando vimos todos nossos jogadores estavam em bons momentos, jogando em suas respectivas categorias.
Hoje posso te falar que fazemos um trabalho diferenciadíssimo na base, o mesmo trabalho que é feito com jogadores profissionais em outros lugares fazemos com jogadores da base. Uma coisa leva à outra, e no boca-a-boca os próprios jogadores e seus pais comentaram de como a representação estava sendo feita para seus pares; cresceu muito o número de jogadores agenciados pela Art Sports.
Então você colocou todos estesjogadores no Corinthians?
Não, posso te dizer que quando começamos a trabalhar com eles 60% já estavam no clube e se juntou a nós pelas boas referências sobre nosso trabalho.
E quando começou esta parceria com Fernando Garcia?
Já representávamos os quatro jogadores citados acima desde os quinze anos, após uma Copa Votorantim. Pouco antes de estourarem no sub-17 fomos procurados pela Elenko e fizemos um acordo bom para todas as partes.
CORINTHIANS VENCE INTERNACIONAL NO BEIRA-RIO E CONQUISTA PONTOS IMPORTANTES FORA DE CASA
Brigando pela liderança do Brasileirão, o Corinthians viajou para Porto Alegre na tarde deste domingo, onde enfrentou o Internacional. Com casa cheia, o time comandando pelo técnico Falcão vinha de uma sequência de oito jogos sem vitória.
Já o Timão, precisava vencer para se manter na disputa com os rivais Santos e Palmeiras, já que os três clubes paulistas tinham condições de encerrar a rodada na ponta da tabela. Por isso, o clima da partida foi acirrado.
A temperatura era quente em campo e fora dos gramados, já que, apesar do inverno, a partida aconteceu em uma tarde quente no Sul, com os termômetros marcando cerca de 30ºC. No Corinthians, Cristóvão trouxe o Timão sob o esquema 4-2-3-1, formado por: Cássio; Fagner, Yago, Fabián Balbuena e Uendel (capitão); Bruno Henrique e Elias; Ángel Romero, Giovanni Augusto e Marquinhos Gabriel; André.
Primeiro tempo
O Corinthians começou melhor a partida e chegou com mais perigo contra o gol de Marcelo Lomba. Com mais volume de jogo, foi o Timão quem esteve mais perto de mudar o placar, mas viu a desorganização no ataque prejudicar os últimos passes antes de ir em direção ao gol.
Logo no começo do jogo, porém, uma má notícia para o Corinthians: André foi advertido com um cartão amarelo e está fora do próximo jogo. O atacante, que voltou ao time há pouco tempo após se recuperar de lesão, fez falta sem bola em Valdívia e não poderá ser relacionado contra o Atlético-PR.
A advertência não desanimou e a equipe continuou buscando o gol. Mesmo assim, o jogo não foi de lances bonitos e a bola sofreu em lances feios e bolas mal dominadas por ambas as equipes. Até que, aos 41 minutos, com Elias, o Corinthians desempatou a partida. O volante, que veio de trás, recebeu bom passe de Romero na entrada da área e bateu com categoria para as balançar as redes e desempatar a partida no Beira-Rio.
Com a vantagem alvinegra, as equipes seguiram para o vestiário para o intervalo.
Segundo tempo
A partida recomeçou, e nos primeiros minutos o Internacional foi quem demonstrou maior ímpeto. O Corinthians, porém, se segurou na defesa e conteve as investidas da equipe colorada, deixando a torcida adversária cada vez mais irritada com o próprio time.
Aos 16 minutos, Cristóvão optou por fazer a primeira alteração tática: o treinador sacou Giovanni Augusto e promoveu a entrada de Danilo. Aos 21, uma lesão de André levou à segunda mudança: a entrada de Luciano no lugar do camisa 9.
A terceira e última alteração aconteceu aos 30 minutos, quando Rodriguinho entrou no lugar de Elias. Alguns minutos depois da mexida, o Timão teve a melhor chance da segunda etapa, quando uma bola cruzada na área passou por vários jogadores do Corinthians, que não conseguiram aproveitar.
O Internacional também tentou pressionar nos minutos finais, mas o Corinthians se defendeu e garantiu a vitória. Com o resultado, o Corinthians chega aos 33 pontos, e aguarda o fim da rodada com chances de assumir a liderança da competição.
O próximo jogo do Corinthians, contra o Atlético-PR, acontece na próxima quarta-feira, em Curitiba. Mais uma vez, a vitória é fundamental já que a equipe corinthiana faz planos para terminar a primeira fase da competição em primeiro, e terminar líder pelo quarto turno consecutivo do Campeonato Brasileiro.
Meus amigos acham que estou exagerando. Os inimigos acham que estou louco… Mas eu acho que disputaremos para ganhar a Copa do Mundo de futebol em 18, na Rússia.
Minha animação aumentou muito nos últimos tempos.
Assisti a Euro deste ano, vencida pela seleção de Portugal. Sinceramente, tirando a Itália (com seu clássico estilo), foi um torneio com jogos de péssima qualidade e times ruins.
A imprensa vibrou, gritou, aplaudiu de pé etc. Mas não houve nada da grandiosidade que pintaram.
Venceu Portugal, com seu futebol sem brilho. Muito emocionados, eles vibraram muito depois de jogar quase nada.
Nenhum dos craques “fora de série” fez grandes coisas. Foi apenas uma ou outra jogada -mas nada que desequilibrasse o jogo e empolgasse o mundo.
Há um claro nivelamento por baixo.
Vi, também, a Copa América dos EUA. Lá também não houve nada demais.
A seleção brasileira inicia sua nova vida. Tite é um profissional sério, competente e comprovadamente vitorioso. Não quero, com isso, criticar o Dunga, que dirigia o time sob circunstâncias diferentes.
Tite chega com a posição de vencedor e é competente para trabalhar com equipes que não possuem grandes craques.
Estou certo de que -pelo que conheço e sei de Tite- ele se imporá frente aos esquemas que dominam o time da CBF.
Ele sabe que não terá mais Pelé, Garrincha, Romário, Ronaldo, Sócrates, Zico etc. Acima da média só Neymar e Willian. No mais, o elenco é muito parecido com aqueles que atuam no Brasil e no exterior
O time será montado com os “ovos que tem”.
Tite, sendo o grande profissional que é, sabe bem disso.
Depois de superar as barreiras que a CBF sempre apresenta, ele poderá montar um time competitivo, aguerrido, organizado e vencedor, assim como fez no Corinthians nos últimos anos.
Acho que vamos chegar na Rússia com chances de vencer.
Que Tite consiga colocar seu time em campo com o espírito que gosta.
CASAGRANDE RELEMBRA DEMOCRACIA E REVELA BAQUES NA AMIZADE COM ‘ÍDOLO’ SÓCRATES
18 DE JULHO DE 2016
POR VINÍCIUS SOUZA
Ídolo da Fiel, Casagrande lançou novo livro no Memorial do Corinthians no último fim de semana
Ídolo da Fiel, Casagrande lançou novo livro no Memorial do Corinthians no último fim de semana
Uma relação entre pai e filho. É assim que Walter Casagrande Júnior, o Casão, define o início de sua amizade com Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira, ou simplesmente Sócrates. Jogadores do Timão no início da década de 80, o centroavante e o meio-campista ganharam o coração da Fiel pela parceria dentro das quatro linhas. Fora delas, tiveram papel fundamental na construção da Democracia Corinthiana, período em que os atletas davam as cartas no clube.
No entanto, para que o movimento democrático não caísse por terra, os resultados em campo tinham de aparecer. “O governo da ditadura militar era contra a gente, tentavam nos boicotar de todas as maneiras. Existiam, na época, jornalistas que eram favoráveis à ditadura que também prejudicavam a gente, éramos perseguidos nas ruas (…). Como a gente podia combater isso? Jogando futebol com o time ganhando”, conta Casagrande em entrevista exclusiva ao Meu Timão.
Durante evento de lançamento do seu novo livro “Sócrates & Casagrande – Uma História de Amor”, na manhã do último sábado, no Parque São Jorge, o ex-camisa 9 recordou o início da carreira no Corinthians, o primeiro contato com o “ídolo” Sócrates e o rompimento da dupla que ergueu dois Campeonatos Paulistas (1982 e 1983) pela equipe alvinegra. Sincero, Casão abriu o jogo sobre sua dependência química e revelou ter se chocado duas vezes com atitudes de Magrão, que faleceu no dia 4 de dezembro de 2011 em decorrência do alcoolismo. Acompanhe:
Em 2013, você e o Gilvan Ribeiro lançaram o livro “Casagrande e Seus Demônios”. De onde surgiu a inspiração pra continuar essa parceria?
Walter Casagrande – O primeiro foi um livro diferente, foi um livro da minha história mesmo, baseado nas minhas dificuldades com as drogas, com outro foco. E ele até se definiu um livro mais de ajuda. Ele foi bem sucedido, e eu tinha outras ideias. Quando tive a ideia de fazer Sócrates e Casagrande, eu procurei o Gilvan rapidamente, ele topou fazer e o livro foi realizado. Não tem o que mudar, time que tá bom não se muda. Então, se eu for lançar um livro daqui pra frente, o Gilvan é meu parceiro ideal.
Por que deu tão certo a parceria Sócrates-Casagrande?
Várias coisas né, tem vários fatores. O que iniciou isso foi a minha idolatria pelo Sócrates como jogador. Quando eu era juvenil, eu era fã do Sócrates, ficava assistindo aos treinos, vendo o Sócrates treinar, tinha o sonho de jogar no Corinthians com o Sócrates, mas era um sonho de garoto, eu não pensava que ia se realizar. Quando se realizou, na primeira vez em que nós jogamos, nos entrosamos maravilhosamente bem no campo, foi uma coisa absurda, parecia que jogávamos juntos há dez anos. Me entusiasmou muito aquilo e deve tê-lo entusiasmado também. Aí nós fomos descobrindo coisas parecidas: filosofia de vida, ideologia política, preferências sociais, culturais, a própria musica. Apesar dele gostar mais de sertanejo, ele era eclético, gostava de vários tipos de músicas. Eu era mais radical, gostava mais de “rock and roll”, fui ficando eclético com o passar do tempo. Então tudo isso nos uniu, as nossas conversas eram interessantes, a nossa aparência… Ele sempre me falava assim: “Pô, Big, você sou eu com 18 anos”. E é claro que eu olhava pra ele e falava: “Eu quero ser esse cara com 27”. Isso dava uma aproximação emocional e sentimental muito grande. Foi o peso da parceria.
A Democracia Corinthiana não foi apenas um marco na história do Corinthians, mas na do país. O fato de vocês terem conseguido o bicampeonato paulista de 82 e 83, uma competição tão importante na época, corroborou pra isso?
Claro. O processo da Democracia Corinthiana foi muito importante para a história política do país, para a história política, sem falar de futebol. Só que tudo que você tenta fazer no futebol, todo o processo novo que se entra no futebol depende muito de resultado. Se o time não ganha, qualquer tipo de processo acaba, não dá pra dar andamento, e naquela época a gente tinha muita consciência disso, isso era uma das coisas mais importantes do processo da Democracia. Os jogadores da época tinham plena consciência de que nós tínhamos que jogar bem para aquilo andar, não tinha outra escolha. O governo da ditadura militar era contra a gente, tentavam nos boicotar de todas as maneiras. Existiam, na época, jornalistas que eram favoráveis à ditadura que também prejudicavam a gente, éramos perseguidos nas ruas, alvos de qualquer tentativa de desmoralização pessoal e da Democracia. Como a gente podia combater isso? Jogando futebol com o time ganhando, jogando bem, tendo grandes vitórias. Durante a Democracia Corinthiana tiveram várias tentativas de golpe, e sempre a gente resolvia no campo. Nós nunca brigamos com as pessoas que queriam nos derrubar, íamos para o campo e ganhávamos o jogo. Foi assim com o Vicente Matheus (ex-presidente do Corinthians). No início dos anos 80, ele estava tentando dar um golpe na Democracia, nós fomos ao Pacaembu e ganhamos do Juventus e de 5 a 1 do Palmeiras, o golpe foi por água abaixo. Então o resultado do campo era muito importante.
Falando especificamente de uma passagem do livro, você conta o quanto ficou chateado ao saber que, mesmo depois de operado, Sócrates não admitia a dependência química. Isso foi o que mais te machucou no relacionamento com ele?
Teve duas coisas que eu fiquei chocado, não fiquei magoado com o Magrão, fiquei chateado. Quando fui visitá-lo no hospital, no primeiro dia eu não consegui vê-lo, ele estava em coma, no segundo eu consegui, mas ele estava em coma ainda, e no terceiro ele estava acordado e nós conversamos. Quando entrei no quarto, ele falou exatamente isso: “Porra, Big, pensei que eu fosse morrer, mas eu tô pronto pra outra”. Aquilo ali me chocou porque ele não estava pronto pra outra, aquilo me demonstrou que ele não estava percebendo a gravidade da doença dele. Passando isso, nós nos encontramos no programa Arena SporTV, e ele teve uma fala durante a entrevista que também me chocou: “Eu não sou dependente químico, eu não sou alcoólatra, vou parar agora de beber tranquilamente, não tenho nenhum problema”. Isso é um puro processo de negação da doença, estou falando com profundo conhecimento porque sou dependente químico. Fiquei internado um ano pra me cuidar de drogas, faço terapias, me trato ainda e vou me tratar a vida toda. Faz dez anos que eu faço tratamento, tenho acompanhamento terapêutico, tô aqui no lançamento do livro com um psicólogo, porque a emoção é grande. Você se altera um pouco, depois tenho o psicólogo do lado pra conversar e baixar a bola. Tudo isso eu faço exatamente pra que eu consiga me manter em controle da minha vida e da minha doença. E foi exatamente o contrário o que ele falou: “Eu não sou alcoólatra”. Aquilo me chocou porque não ia dar tempo dele entender, não deu tempo dele entender. Na realidade me chocou as duas coisas, mas na minha cabeça eu falei assim: “Pô, esse cara não percebeu ainda, mas nós vamos ter outras possibilidades, nós vamos sentar pra almoçar, vamos sentar pra conversar e eu vou conseguir ajudá-lo e mostrá-lo que ele é doente e tem que se tratar”. Só que não deu tempo, né? Ele morreu muito antes disso…
Se você pudesse mandar um recado pra Fiel, qual seria?
Quero mandar um abraço, agradecer a presença de todo mundo, o interesse pelo livro. O livro não é só a história de Sócrates e Casagrande, só uma história de amor entre Sócrates e Casagrande. É uma história do amor de Sócrates, Casagrande e Corinthians. Então um abraço a todo mundo, aos corinthianos, e vamos só torcer, vamos deixar de lado a violência nos estádios, porque isso não faz parte mais do mundo. Pega a frase “uma história de amor” e vai torcer com amor pelo seu clube, pelo Corinthians obviamente. Mas sem pensar em violência.
Campo da Arena Corinthians, localizada na zona leste da capital paulista
CAMILA MATTOSO
DE SÃO PAULO
Em documento enviado à Caixa Econômica Federal para pedir a suspensão temporária dos pagamentos referentes a empréstimo com o BNDES, o Corinthians e o fundo que gerencia a arena em Itaquera afirmam que o atraso das obras por parte daOdebrecht causou “um impacto bastante negativo” na capacidade de geração de receita.
Eles afirmam, ainda, que superestimaram as receitas e não dimensionaram as despesas corretamente.
São esses os fatores que eles usam para pedir a extensão do prazo de carênciapara pagar o empréstimo por mais 17 meses –a Caixa, que é o banco repassador dos R$ 400 milhões do BNDES, ainda não respondeu ao pedido epede mais garantias para poder atender o pedido.
No documento, em uma longa apresentação, o fundo e o Corinthians explicam ponto a ponto o que na arena atingiu as expectativas e o que ficou aquém do previsto.
Um dos itens destacados é o de “eventos e locação”. Eles explicam que o atraso das obras pela Odebrecht também inviabilizou a utilização das áreas no ano de 2015.
O documento destaca ainda o que eles chamam de “feedback negativo do mercado”, ou seja, motivos que causaram pouco interesse para potenciais locatários: a localização do bairro e a não utilização do gramado.
Como positivo listam fácil acesso pelo metrô, espaços surpreendentes em capacidade e qualidade, oportunidade de vários tipos de eventos e amplo estacionamento.
O total de contratos fechados até julho de 2015, segundo o mesmo documento, foi de R$ 45 mil. A receita projetada até o final do ano passado era de R$ 375 mil, já considerando receitas “reais”. Para o ano de 2016, a arrecadação esperada é de exatamente o dobro.
Procurada pela reportagem, a construtora Odebrecht disse que não comentaria.
O Corinthians, por sua vez, afirmou que responderia, mas não se manifestou até o encerramento desta edição.
AUDITORIA
Há uma auditoria em andamento que tenta verificar exatamente o que foi feito e o que não foi em relação ao projeto acertado com a Odebrecht no contrato firmado para a realização das obras. Não há prazo para a finalização desse levantamento.
Andrés Sanchez, ex-presidente do clube e responsável por acompanhar as obras do estádio, afirmou em outras ocasiões que cogita pedir desconto se a auditoria mostrar que nem tudo o que era previsto foi feito pela Odebrecht.
Como mostrou a Folha no dia 9 de julho, o clube vai desembolsar, ao final do pagamento de todo financiamento, em 2028, ao menos R$ 1,64 bilhão, contando juros de todas as operações de empréstimos, inclusive o do BNDES.
Um grave problema dentro do Corinthians é o mecanismo de eleição do Conselho Deliberativo do clube. Com o atual sistema, são formadas chapas com 200 candidatos, vencendo aquela que tiver a maioria de votos.
Assim, se uma chapa tiver apenas um voto a mais do que a outra, ela elegerá todos os conselheiros do clube pelo período de 3 anos. Na última eleição, a chapa do atual grupo dirigente venceu por 57 a 43% dos votos. Todos os conselheiros eleitos foram da situação e a oposição ficou de fora do Conselho, contando apenas com alguns vitalícios.
E aí que aparecem os problemas. O Conselho Deliberativo (que deveria fiscalizar a gestão da Diretoria Executiva) torna-se um órgão travado, não dando nenhuma possibilidade para que a oposição possa atuar. Contra a diretoria, há apenas um ou outro voto -que não altera em nada os resultados das votações.
Este sistema contamina, também, outros órgãos do clube: o Cori (Conselho de Orientação) e o Conselho Fiscal também estão submetidos à maioria construída na eleição.
No último pleito quase todos os participantes da campanha pregaram o fim do sistema de Chapão. Quase todos defendem um sistema proporcional de eleição do Conselho Deliberativo.
Pelo sistema proporcional, quem tiver 60% dos votos, elegerá 60% dos conselheiros. Quem tiver 40% terá também sua representação proporcional.
Embora a maioria defenda a mudança para uma situação mais democrática, a verdade é que muitos não querem que isso aconteça. O atual grupo dirigente tem um discurso para a “platéia” e uma postura bem diferente no mundo real. Muitos e importantes dirigentes não querem mudar nada.
Seria muito bom para o Corinthians um avanço como esse. É só olharmos o que ocorre com as denúncias que apareceram nos últimos tempos para concluir que o sistema do Conselho precisa evoluir.
É um caminho natural nos clubes e na política. A situação não vive de investigar.
Somente com a adoção de um sistema proporcional para a eleição do Conselho Deliberativo, o Corinthians evoluirá para ser um clube mais transparente e democrático.
É o que muitos esperam: Não ao Chapão. Sim ao sistema proporcional.