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Jun 8, 2014

Itaquera para o mundo

Itaquera se transforma para receber a Copa do Mundo

Nosso repórter morou por dois meses no bairro, que, às vésperas da grande festa do futebol, ainda se acostuma com o fato de ter saído da periferia para o centro das atrações do mundo

por Silas Colombo

A exemplo de muitos paulistanos, eu jamais havia colocado os pés em Itaqueraantes de o lugar ser escolhido em 2011 como o palco de abertura da Copa. Quando assinei, há dois meses, o contrato de locação de um apartamento para morar no local com o objetivo de acompanhar de perto as transformações produzidas pelo evento no bairro, já tinha ouvido falar do boom imobiliário na região. Mesmo assim, os valores me surpreenderam e soaram como um verdadeiro chute nas alturas. “Os aluguéis para a temporada começam a partir de 10 000 reais por mês”, disse, com naturalidade, um corretor da área.

Depois de muita conversa, fechei em abril um acordo de 6 000 reais por um apartamento de 48 metros quadrados no 4º andar do condomínio São Firmino, na Cohab Padre José de Anchieta. O lugar não tem porteiro nem vaga definida na garagem (uma por unidade). Isso mesmo. Acomodação bem longe do padrão Fifa. Da janela da sala, porém, é possível ver a Arena Corinthians, que fica a 350 metros dali. Antes da construção do campo, esse imóvel era locado, no máximo, por 1 000 reais. O valor hiperinflacionado o pôs no mesmo patamar de preço de um endereço do Alto de Pinheiros com 200 metros quadrados, três suítes, hidromassagem, cinco banheiros, closet e churrasqueira.

 

 A sede do E.C. Urca, vizinho do estádio: um dos últimos campos de futebol de várzea no bairro
A sede do E.C. Urca, vizinho do estádio: um dos últimos campos de futebol de várzea no bairro
(Foto: Mario Rodrigues)

 

O efeito da Copa no pedaço vai muito além do mercado imobiliário, percebi logo depois de me mudar. Na manhã de uma terça, no fim do mês passado, acordei às 7 horas da manhã com um estrondo que fez tremer as janelas e deixou um rastro de fumaça no céu. Coloquei a cabeça para fora do apartamento e vi outros moradores com a mesma cara de sono e de espanto acompanhando o objeto responsável pela confusão: um caça do Exército que fazia no momento um sobrevoo pela região. “Vai ter Copa ou vai ter guerra?”, brincou um homem.

Depois de um tempo vivendo ali, eu me acostumei com o movimento aéreo acima do normal. Diariamente, o local é visitado por vários helicópteros de emissoras de TV. O barulho da frota desperta a ira do cachorro do vizinho e alguns aparelhos chegam a sobrevoar meu prédio tão de perto que fazem chacoalhar as roupas estendidas no varal. Para qualquer pessoa que more ou passe pelo bairro, é quase impossível fugir do tema futebol. Na hora do almoço do mesmo dia em que ocorreu a aparição do jato militar, o aparelho de TV do boteco mostrava os moradores de uma rua das redondezas pendurando bandeiras brasileiras nos postes. “É o Big Brother Itaquera”, brincou o chapeiro.

 

(Foto:Reprodução)

 

Às vésperas do torneio, cujo pontapé inicial será dado nesta quinta (12), ainda não é possível dormir no meu apartamento sem ouvir o barulho das marretadas dos operários — até quinta (5) havia cerca de 700 profissionais diretamente envolvidos em trabalhos como a conclusão das arquibancadas provisórias e a finalização da instalação de equipamentos elétricos e hidráulicos.

 

 Artistas em ação: mural de 4 quilômetros de graftes
Artistas em ação: mural de 4 quilômetros de graftes
(Foto: Mario Rodrigues)

 

Em sua maior parte, é gente correndo contra o tempo para terminar a Arena Corinthians. Apesar do atraso, muita coisa foi feita no bairro. Nos dois meses em que residi ali, deu para ver como as mudanças foram sendo aceleradas à medida que a Copa começou a se aproximar. Visualmente, a paisagem árida de prédios padronizados e casas simples do entorno começou a ganhar as cores da Seleção Canarinho. A Radial Leste, a principal via de acesso à região, tem verde e amarelo no canteiro central desde a Vila Matilde. A partir da estação Patriarca do Metrô, setenta grafiteiros pintaram o maior mural a céu aberto da América Latina, com 4 quilômetros de ilustrações. A fachada lateral de seis prédios da Cohab José Bonifácio ganhou desenhos dos onde o escrete conquistou os cinco títulos mundiais (o espaço para o hexa já está reservado). Nas últimas semanas a Fifa instalou placas de sinalização em inglês para orientar os visitantes estrangeiros que pretendem ir ao campo.

 

(Foto:reprodução

)

 

A ironia da chegada da globalização a uma das regiões mais carentes de São Paulo (a renda média local, inferior a dois salários mínimos, é um quarto da registrada no bairro de Perdizes) rendeu brincadeiras na internet. “Itaquera Stadium — Where Judas lost his boots” (Estádio de Itaquera — Onde Judas perdeu as botas) foi a mais reproduzida. Do ponto de vista da objetividade geográfica, essa piada é um pouco exagerada, pois o bairro fica a apenas 20 quilômetros do centro. A diferença de realidades, porém, traz a sensação de uma distância muito maior, não apenas para os forasteiros. Quando pergunto à costureira Rose Maria, uma das locais, onde ela compra o tecido daquelas bolsas tão caprichadas que vende na região da 25 de Março, escuto: “Lá em São Paulo”. O ato falho é comum.

Com 220 000 habitantes, o bairro parece uma grande cidade-dormitório. Boa parte dessa população se desloca diariamente até o centro para trabalhar. Por volta das 6 da manhã, as filas de embarque na Estação Corinthians-Itaquera alongam-se para fora dos limites da parada de metrô. Os poucos felizardos que conseguem sentar-se à janela dos trens podem vislumbrar por alguns instantes as linhas modernas da Arena Corinthians. Nos picos de movimento, é mais fácil o Irã ganhar a Copa do que alguém atravessar de carro a Radial Leste a partir daquela área em menos de duas horas.

Além de colocar o lugar no centro do mundo, a competição trouxe outros benefícios a essa região onde as pessoas se referem ao centro da metrópole como se não estivesse na mesma cidade. Em meio a um festival de promessas descumpridas e obras feitas pela metade que se tornou marca da organização do evento da Fifa em nosso país, o bairro da Zona Leste representa uma exceção. Se há algum local do Brasil que vai lucrar com o torneio, esse lugar é Itaquera.

 

 Fabricio Martins, diretor do call center Vikstar: 3 000 novas vagas nos próximos meses
Fabricio Martins, diretor do call center Vikstar: 3 000 novas vagas nos próximos meses
(Foto: Mario Rodrigues)

 

Somente em obras viárias para amenizar os principais gargalos de trânsito, os governos estadual e municipal investiram no pedaço 548,5 milhões de reais. Entre o movimento trazido pelas construções e os incentivos para investimentos em novos negócios, foram geradas nos últimos três anos 39 000 vagas temporárias e 34 000 permanentes, segundo cálculos da consultoria Accenture.

O grupo Lindencorp, junto com a empresa dona de um terreno de 200 000 metros quadrados de uma pedreira bem ao lado do estádio, vai levantar um complexo de hotéis, prédios comerciais e empresas de tecnologia. A ideia é aproveitar a estrutura viária e de transporte que agora atende o local para criar mais 55 000 empregos. “Tornou-se mais fácil provar aos empresários que aqui há potencial”, afirma Wilson Poit, presidente da SPNegócios, empresa de economia mista vinculada à Secretaria Municipal de Finanças encarregada de fomentar investimentos na capital. Até quem já estava operando na região aproveitou o novo fôlego. Com mais de 4 000 postos de atendimento, o call center Vikstar vai derrubar algumas paredes e criar 3 000 vagas nos próximos meses. “A estrutura do Piauí, onde temos outra filial, estava melhor que a daqui”, afirma Fabrício Martins, diretor- geral da companhia.

 

 Atendentes poliglotas no shopping do bairro:à espera de 1,5 milhão de turistas
Atendentes poliglotas no shopping do bairro:à espera de 1,5 milhão de turistas
(Foto:Mario Rodrigues)

 

Shopping Metrô Itaquera, o único da região, está sempre cheio. Recebe 65 000 visitantes por dia. O gasto mensal médio dos clientes é de 600 reais, mais que o dobro de um centro de compras como o Villa-Lobos. Não é à toa que o lugar promete dobrar de tamanho no ano que vem. Preparado para receber os turistas que vão desembarcar por lá nas próximas semanas (o número esperado é de 1,5 milhão de visitantes), o empreendimento da Zona Leste deixou a postos uma equipe de cinco assistentes poliglotas para ajudar os estrangeiros.

 

 Amadeu Carvalho,
O Fiscal da Fiel”, documenta a evolução das obras no Itaquerão: quase 100 000 seguidores no facebook” />
Amadeu Carvalho, “O Fiscal da Fiel”, documenta a evolução das obras no Itaquerão: quase 100 000 seguidores no facebook
(Foto:Lucas Lima)

 

O estádio, que desencadeou todo esse movimento, virou ponto de peregrinação. Por ali, todos os dias algumas dezenas de pessoas procuram um espaço nas grades para observar o andamento dos trabalhos. Entre os fiscais não oficiais, uma figura ganhou notoriedade no local. Trata-se do professor de inglês Amadeu Carvalho, que filma e fotografa a evolução das obras. O material é publicado em seu site, que hoje tem mais de 130 000 acessos mensais, e em uma página no Facebook, com 93 000 seguidores. “Sou o correspondente especial dos corintianos”, conta “O Fiscal da Fiel”, como Amadeu ficou conhecido. O trabalho de documentação vai virar livro.

 

 Equipe de locutores da Rádio Comunitária Itaquera FM: dicas de trânsito em dias de jogos
Equipe de locutores da Rádio Comunitária Itaquera FM: dicas de trânsito em dias de jogos
(Foto:Mario Rodrigues)

 

Tamanha adoração não ocorre por acaso. Estima-se que quase 50% dos itaquerenses sejam corintianos, uma das maiores proporções da cidade. As dúvidas sobre se o restante da nação alvinegra da capital poderia se assustar com a distância até a nova casa dissiparam-se com os primeiros jogos. Na inauguração oficial da arena, em 18 de maio, fiquei preso dentro de uma pastelaria que baixou as portas devido ao susto com a primeira leva de torcedores que desembarcou na Estação Artur Alvim.

Quem tentou voltar para casa de carro também ficou pela rua ou pagou 20 reais para usar a garagem de algum morador enquanto a partida não começasse. Com a CET mais perdida que os próprios motoristas, o jeito foi sintonizar a Rádio Comunitária Itaquera (87,5 FM) para saber quais eram as alternativas. “Só quem é daqui consegue entender os caminhos”, afirma o locutor Paulo Ferraz.

 

 Alessandro Bueno, sócio da choperia La Bueno: 450 000 reais para abrir bar em Itaquera
Alessandro Bueno, sócio da choperia La Bueno: 450 000 reais para abrir bar em Itaquera
(Foto:Mario Rodrigues)

 

Com a inauguração de avenidas com calçadas largas e iluminação de LED, a vida noturna de Itaquera ganhou novo impulso. Pude passear a pé depois de escurecer, o que era bem perigoso antes das melhorias. Encontrei pelo caminho várias famílias fazendo o mesmo. Isso levou os donos de bar a colocar mesas na calçada e animou empresários a dar um upgrade na boemia da região. Alessandro Bueno e o sócio, Laércio Lopes, investiram mais de 450 000 reais na Choperia La Bueno, numa travessa da Avenida Itaquera. Inaugurado em dezembro, o sportbar bem decorado aposta em um cardápio de bebidas importadas e cozinha gourmet. “Antes, para curtir um lugar bacana, tínhamos de ir até o Tatuapé”, diz Bueno.

 

 A cineasta holandesa Veerle Denissen: a vida no bairro vai virar flme
A cineasta holandesa Veerle Denissen: a vida no bairro vai virar flme
(Foto:Mario Rodrigues)

 

No bando de pessoas que começam a visitar o bairro atraídas pelo movimento da Copa, noto agora pequenos grupos de estrangeiros. Quase todos os dias alguém me para na rua falando português com bastante sotaque. Uma das gringas que circulam pelo pedaço é a jornalista holandesa Veerle Denissen. “Fiquei chocada na primeira vez que vi as casas de madeira em cima do esgoto aberto”, conta ela, referindo-se a uma visita à Vila da Paz, favela com 377 famílias que fica a 800 metros do Itaquerão. Por lá não respingou nem um centavo dos investimentos que vieram com a Copa.

Veerle se mudou a São Paulo no fim do ano passado para acompanhar o marido, que veio para cá a trabalho. Ao chegar, achou curioso o fato de um evento do tamanho do torneio da Fifa ser sediado na periferia. Decidiu, então, registrar como era a vida dos moradores do bairro no documentário Itaquera — A World Cup in the Backyard (Uma Copa do Mundo no Quintal, em inglês). Ela vem fazendo esse trabalho há seis meses, com a ajuda de dois conterrâneos. Na semana passada, pôs na internet o primeiro dos quatro capítulos da série sobre a região. O vídeo foi visto por mais de 150 000 pessoas.

Quando terminar de exibir na rede o material, pretende transformá-lo em um filme, a ser lançado em 2015. A holandesa mora na Aclimação e vai a Itaquera pelo menos uma vez por semana. Vizinhos da Zona Sul perguntam frequentemente se ela tem medo de trabalhar em “um lugar tão perigoso”. Entre esses curiosos estão alguns alunos da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. “Conheço mais o bairro que muita gente daqui”, ironiza ela. Graças à Copa, que pôs aquela área no centro das atenções, os preconceitos e a falta de informação estão diminuindo. O principal legado do Mundial para Itaquera é ajudar o bairro a começar a se sentir parte de São Paulo.

www.veja.com.br

Jun 6, 2014
admin

A cidade de São Paulo se prepara para o grande dia

IMG_1178More photos have been released by FIFA showing preparations in and around Arena de São Paulo as it prepares to host the opening ceremony and game of the 2014 World Cup.

The stadium’s full schedule is:

Thursday, 12 June, 17.00 (Brazil x Croatia – Opening Game)
Thursday, 19 June, 16.00 (Uruguay x England)
Monday, 23 June, 13.00 (Netherlands x Chile)
Thursday, 26 June, 17.00 (Belgium x South Korea)
Tuesday, 1 July, 13.00 (round of 16)
Wednesday, 9 July, 17.00 (semi-final)

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Jun 4, 2014

Em uma semana Deus fez o mundo

 

Itaquerão ( ARENA CORINTHIANS)só vai ficar pronto a seis dias de abertura da Copa do Mundo

 

Guilherme Costa e Rodrigo Mattos
Do UOL, em São Paulo

O Itaquerão,(ARENA CORINTHIANS) estádio que sediará a abertura da Copa do Mundo de 2014, só vai ser concluído, na melhor das hipóteses, seis dias antes de Brasil e Croácia disputarem o primeiro jogo do torneio. As arquibancadas provisórias do setor norte ainda têm obras 24 horas por dia, com previsão de término entre sexta-feira e sábado. Na terça-feira, a área ainda não tinha sequer escadas.

No último domingo, Corinthians e Botafogo fizeram o segundo jogo da história do Itaquerão (ARENA CORINTHIANS). A partida foi evento-teste da Fifa, mas as arquibancadas provisórias não foram usadas. Segundo a Secopa-SP, o veto ao espaço aconteceu porque não houve tempo suficiente para obtenção de um laudo de liberação do Corpo de Bombeiros. A verdade, porém, é que o setor ainda não está pronto.

A reportagem do UOL Esporte esteve no local e conversou com quatro operários que atuam nas instalações das provisórias. Dois trabalhavam com dois guindastes que ainda subiam estruturas metálicas para completar as escadas durante a tarde. Segundo eles, a intenção era acabar as instalações na sexta-feira e concluir a limpeza no local para entregar à Fifa no sábado.

De fato, os testes de resistência já foram realizados com sacos de areia de 100 kg nos assentos e um aparelho que simulava tremores. Mas nova vistoria terá de ser feita pelo Corpo dos Bombeiros nesta quarta-feira, até porque seria impossível emitir um alvará de funcionamento da arquibancada sem submeter escadas a provas. Banheiros e acabamentos também estavam sendo concluídos.

“Ia ficar mais para o fim, mesmo, porque houve um acidente. Nós ficamos com essa tarefa”, disse Júlio Semeghini, secretário de Planejamento e Desenvolvimento Regional do Estado de São Paulo e coordenador do Comitê Paulista para a Copa do Mundo. As obras de instalação das arquibancadas temporárias foram interditadas pelo Ministério do Trabalho em março de 2014 por irregularidades constatadas após a morte de Fábio Hamilton da Cruz, operário que caiu quando instalava uma plataforma no setor.

A previsão inicial de conclusão das arquibancadas móveis era 30 de abril. Depois da morte do operário e de a construção ter sido interditada por cerca de dez dias, o prazo foi postergado para 15 de maio.

Funcionários da Fast Engenharia, empresa contratada pela empreiteira Odebrecht para instalar as provisórias, relataram que as obras no setor têm sido feitas 24 horas por dia há pelo menos duas semanas, sem interrupção. Segundo eles, não haveria a mínima chance de as instalações serem concluídas sem esse roteiro. Um dos operários até admitiu que não ficou muito satisfeito com a aparência final das arquibancadas que ele mesmo ajudou a montar.

Com 24 horas de trabalho, os operários têm feito um revezamento em dois turnos. Além da conclusão da obra e da instalação de escadas, o espaço ainda precisa ser envelopado com um pano para disfarçar as estruturas aparentes – essa “maquiagem” já foi feita nas provisórias do setor sul.

A Fifa demonstra confiança sobre conclusão dessas estruturas, mas tem consciência de que outras instalações, chamadas overlays, só ficarão prontas na véspera da abertura da Copa. Por isso, são esperados ajustes durante o Mundial.

O Itaquerão(ARENA CORINTHIANS) foi o último estádio a ficar pronto entre os 12 que sediarão jogos da Copa do Mundo. O aparato foi aberto no dia 18 de maio e já recebeu dois jogos, mas ainda não teve mais de 37.119 pagantes (número de Corinthians x Botafogo). A ideia da Fifa é ter até 68 mil pessoas no local para ver Brasil x Croácia.

 

www.uol.com.br

Jun 3, 2014

A Copa é importante para o Brasil

Conselheiro do TCE SP é um dos maiores defensores da Copa do Mundo no Brasil

Ex-vice-presidente do Corinthians, Roque Citadini acha que o governo não tem defendido adequadamente o Mundial

Gilberto Nascimentogilberto.nascimento@brasileconomico.com.br
“Há 64 anos o Brasil não faz uma Copa. Nem por isso tivemos todos os problemas de educação, transporte e saúde resolvidos”, diz o conselheiro do TCE (SP) Roque Citadini

Foto:  Murillo Constantino/Agência O Dia

 

Alheio à organização da Copa, mas com poder de fiscalização sobre um dos governos envolvidos nos preparativos, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo Antonio Roque Citadini tornou-se um dos maiores defensores do Mundial. Figura polêmica e irreverente no meio do futebol – é conselheiro vitalício do Corinthians e foi vice-presidente do clube entre 2001 e 2004 -, Citadini enumera argumentos em favor da Copa e critica o Governo Federal por não saber, em sua avaliação, defender adequadamente o evento. “E não é só o governo federal que não tem sabido defender a Copa, mas o governo estadual (de São Paulo) também, que gastou com obras para a realização dos jogos, e a gestão municipal. Ninguém tem defendido”, observa.

“Há 64 anos o Brasil não faz uma Copa. Nem por isso tivemos todos os problemas de educação, transporte e saúde resolvidos. Achar que temos esses problemas por causa da Copa é uma desonestidade intelectual”, diz. Ele defende, inclusive, a arena de Manaus. “O Brasil propagandeia ao mundo ter a Amazônia. Como seria possível fazer uma Copa e deixar a Amazônia fora? O que achariam os estrangeiros? A Amazônia é nossa e temos compromisso com ela, precisamos levar melhorias. E onde surgem estádios modernos, o futebol se fortalece. Cruzeiro e o Atlético não eram quase nada até aparecer o Mineirão”, avalia. A Copa também não exige tanto investimento em aeroportos, afirma. “O que importa são Cumbica e Viracopos. As delegações e turistas virão direto para os dois locais. No dia do jogo, Portugal sairá de Viracopos em voo fretado para Manaus”.

‘Até a Globo critica’

Segundo Citadini, faz 12 anos que o governo da Alemanha tenta concluir o aeroporto de Berlim e, recentemente, anunciou que ele só ficará pronto em 2017.  “E já gastaram 12 vezes o orçamento”, observa. “Aqui, até a Globo fala mal da Copa. E a Copa é um produto Globo”, reclama.

www.brasileconomico.ig.com.br

Jun 2, 2014

Empate amargo

Empate no fim adia 1ª vitória na casa nova

Ainda não foi desta vez que o Corinthians pôde comemorar uma vitória na nova casa.

 

Após o fiasco da inauguração do Itaquerão, quando perdeu para o Figueirense por 1 a 0, os corintianos até saíram na frente do placar neste domingo (1º), pela nona roda do Campeonato Brasileiro, mas sofreram o empate para o Botafogo aos 42 min do segundo tempo.

Em um belo chute colocado da intermediária, aos 24 min, Jadson fez o primeiro gol oficial do Corinthians no estádio. O clima de festa tomou conta das arquibancadas.

Impulsionado por mais de 37 mil torcedores, o time de Mano Menezes tomou a iniciativa e foi superior ao adversário, especialmente no segundo tempo, ao encontrar boas brechas nos contragolpes.

Devido a bexigas soltas por uma das organizadas no setor norte, o jogo precisou ser paralisado por alguns minutos, para que os balões fossem estourados. Na sequência, o sistema de som do Itaquerão pediu à torcida que parasse com as bexigas.

Sem criatividade e sentindo a ausência de Emerson, referência do ataque, os botafoguenses foram lentos e incomodaram pouco. Mas Edilson, pela direita, foi fatal.

ÁGUA FRIA

O lateral arrematou cruzado, a bola desviou no zagueiro Cléber e parou no fundo da rede –um banho de água fria para a torcida, que continuou tentando empurrar a equipe.

Apesar da pressão nos minutos finais, o Corinthians não conseguiu a primeira vitória no Itaquerão e teve de ouvir uma sonora vaia quando o juiz apitou o fim do jogo.

O Corinthians chegou aos 16 pontos –ainda nas primeiras colocações– e encerrou a primeira parte do Brasileiro com quatro vitórias, quatro empates e uma derrota.

O Botafogo, que ocupa posição intermediária, soma nove pontos: duas vitórias, três empates e quatro derrotas.

Os dois times só voltam a campo no dia 16 e julho, contra o Internacional e o Sport, respectivamente.

www.folha.com.br

Jun 1, 2014

A Copa, o Catar e a compra

 

Novas denúncias revelam pagamentos milionários a cartolas para garantir votos na eleição da Fifa   GENEBRA – Cartolas do Catar teriam pago pelo menos US$ 5 milhões para comprar votos para que o país fosse escolhido como sede da Copa de 2022. Documentos revelados pelo jornal britânicos, Sunday Times, apontam como um dos principais agentes […]

Novas denúncias revelam pagamentos milionários a cartolas para garantir votos na eleição da Fifa

 

GENEBRA – Cartolas do Catar teriam pago pelo menos US$ 5 milhões para comprar votos para que o país fosse escolhido como sede da Copa de 2022. Documentos revelados pelo jornal britânicos, Sunday Times, apontam como um dos principais agentes do futebol do Catar, Mohamed Bin Hammam, atou em diversas regiões do mundo para comprar apoio. A nova revelação fez com que autoridades europeias já peçam o cancelamento da Copa no país árabe.

Bin Hammam era um dos principais aliados do presidente da Fifa, Joseph Blatter. Mas caiu em desgraça com o suíço depois que, em 2011, resolveu se candidatar à presidente da Fifa, inclusive com o apoio de Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF.

Bin Hammam acabou expulso da Fifa depois que foi provado que ele distribuiu dinheiro para ganhar votos para a eleição de 2011.

Agora, a imprensa britânica revela que Bin Hammam também esteve por trás do pagamento de propinas, principalmente na África. A assessoria de imprensa do Catar rejeita a acusação e alerta que Bin Hammam jamais teve qualquer papel na candidatura.

A decisão de dar a Copa para o Catar foi tomada pelos 24 membros do Comitê Executivo da Fifa, em dezembro de 2010. Mas a propina foi distribuída para um número maior de cartolas, justamente para que influenciassem na decisão de quem votaria. No caso da África, quatro cartolas votaram na eleição.

Bin Hammam usou mais de dez fundos para fazer dezenas de pagamentos de até US$ 200 mil para presidentes de 30 federações de futebol da África.

Outros US$ 800 mil foram pagos para o presidente da federação de futebol da Costa do Marfim, Jacques Anouma, para “pressionar pela campanha do Catar”. Anouma é membro do Comitê Executivo da Fifa e votou naquela eleição. Outros dois cartolas que votaram receberam outros US$ 400 mil

Os documentos também revelam que Bin Hammam pagou 305 mil euros para cobrir outros gastos de um ex-membro do Comitê Executivo da Fifa, Reynald Temarii. O beneficiário desse dinheiro acabou jamais podendo votar, já que foi pego antes da eleição prometendo votos em troca de dinheiro.

Em março de 2014, o jornal inglês Daily Telegraph indicou que Bin Hammam havia pago quase US$ 2 milhões para outro ex-vice-presidente da Fifa, Jack Warner, de Trinidad e Tobago. O dinheiro foi depositado dias antes da votação.

Agora, o Sunday Times revela que Bin Hammam pagou por advogados para Warner, com o objetivo de retardar sua expulsão da Fifa e que, portanto, pudesse votar na escolha da sede de 2022. A meta era impedir que seu lugar na Fifa ficasse vago, o que permitiria que fosse substituído por David Chung, que apoiaria a candidatura da Austrália.

No total, Warner teria recebido US$ 1,6 milhão de Bin Hammam. O acordo era claro: de um lado, o caribenho ajudaria Bin Hammam a ser eleito como presidente da Fifa em 2011, enquanto Warner votaria pelo Catar para 2022. Os documentos revelam depósitos pelo cartola árabe de US$ 450 mil na conta de Warner logo antes da votação em 2011.

Pressão – Diante das novas revelações, a Fifa é uma vez mais colocada em uma situação de dramático mal-estar. A entidade aguarda o resultado de uma investigação que está sendo realizada pelo americano Michael Garcia. Na semana que vem, Garcia viaja até o Golfo para tentar obter maiores informações.

Mas autoridades europeias já insistem que, diante das revelações deste fim de semana, não há como a Fifa manter o Catar como sede e uma nova concorrência deve ser aberta.  Há uma semana, Blatter admitiu que a escolha do Catar “foi um erro”. Em 2011, um email do secretário-geral da Fifa, Jerome Valcke, apontava que o Catar havia “comprado” a Copa.

Este blog revelou que as suspeitas não se limitam à África. Todos os votos sul-americanos foram para o Catar em 2010, inclusive de Teixeira, na época presidente da CBF. Em uma viagem ao Brasil, o então emir do Catar distribuiu relógios de ouro aos cartolas, numa reunião no Rio de Janeiro.

www.estadao.com.br

 

May 31, 2014

Sem base

Time é dos que menos utilizam atletas da base

DE SÃO PAULO

Corinthians e Palmeiras estão entre os quatro times da Série A do Brasileiro que menos aproveitam jogadores da base nesta edição do campeonato. Entre os clubes do Estado, os dois têm os piores índices nesta temporada.

Apenas 25,8% e 25,7%, respectivamente, dos jogadores usados pelas duas equipes vieram da base.

O pior colocado neste quesito é a Chapecoense, que utiliza apenas 2,9% de formados no clube.

O Santos lidera a lista dos que mais usam jogadores da base neste Campeonato, com 60,5%.

www.folha.com.br

May 29, 2014

Vitória para uma arrancada.

Guerrero marca e coloca Corinthians no G-4

BRASILEIRO
Time derrota o líder Cruzeiro por 1 a 0, no Canindé, e fica a um ponto do 1º lugar

ALEX SABINODE SÃO PAULO

Há uma semana, os jogadores do Corinthians deixaram o Canindé sob vaias. Nesta quarta-feira (28) voltaram ao mesmo estádio e chegaram ao G-4 do Brasileiro –grupo que se classifica para a Libertadores de 2015.

A vitória por 1 a 0 sobre o líder Cruzeiro fez a equipe paulista chegar ao terceiro lugar, com 15 pontos. Apenas um atrás do rival mineiro.

Se derrotar o Botafogo, domingo (1º), no Itaquerão, pode até mesmo chegar à primeira colocação antes da paralisação para a Copa.

Mano Menezes apostou nas jogadas com Guerrero aberto pela esquerda, explorando os espaços deixados pelo lateral Ceará. Mas a melhor opção continuou a das últimas rodadas: os lances individuais de Romarinho.

Após os 15 minutos, o Cruzeiro adiantou a marcação da linha de defesa. Ao reduzir os espaços, dificultou a saída de bola corintiana. Cleber e Gil faziam longos lançamentos. Não acertaram nenhum.

Com mais qualidade individual, o Cruzeiro tomou conta da partida na etapa inicial. Walter fez boas defesas em finalizações de Ricardo Goulart, Willian e Borges para evitar que o Corinthians ficasse em desvantagem.

Mano Menezes pediu mais personalidade e o alvinegro voltou para o segundo tempo tomando a iniciativa. O problema era a falta de pontaria.

Romarinho e Fábio Santos chutavam de dentro da área, mas não acertavam. Fabio parecia seguro no gol. Só parecia.

Guerrero, que só tinha um gol no Brasileiro, resolveu arriscar de longe. A bola saiu rasteira e fraca. Mas quicou no irregular gramado do Canindé. O goleiro do Cruzeiro falhou. E o Corinthians venceu.

A disciplina tática do Corinthians fez com que o adversário não justificasse a condição de um dos melhores do país. Em parte por culpa do próprio Cruzeiro, que tocava bem no meio-campo, mas sem conseguir ameaçar durante os 45 min finais.

Contra o Sport, na última rodada, Guerrero havia sido mais assistente do que artilheiro e Mano disse torcer para que o centroavante achasse o caminho do gol. Ele quase fez outro aos 43 min, quando subiu sozinho de cabeça na área. Acertou a trave.

A partida chegou ao fim com os jogadores corintianos tocando a bola no campo de ataque e a torcida gritando “olé”, enquanto o Cruzeiro limitou-se a assistir.

www.folha.com.br

May 28, 2014

Uma perda dolorosa

Ex-fisiologista do Corinthians e da seleção, Renato Lotufo morre em São Paulo

Por ESPN.com.br
Gazeta Press

Renato Lotufo ficou conhecido pelos trabalhos no Corinthians e na seleção brasileira
Renato Lotufo ficou conhecido pelos trabalhos no Corinthians e na seleção brasileira

Considerado um dos grandes nomes da fisiologia no Brasil, Renato Lotufo morreu nesta terça-feira, aos 58 anos, em São Paulo. Ex-Corinthians e seleção brasileira, o profissional lutava contra uma doença degenerativa, a APP (Afasia Progressiva Primária), e faleceu em uma clínica, localizada no bairro de Pinheiros.

 

A doença que culminou na morte de Lotufo possui sintomas similares ao Alzheimer e resulta na perda gradativa da capacidade de comunicação oral. Poucos instantes depois da confirmação da morte, a página do Facebook do ex-profissional da seleção e do Corinthians recebeu homenagens de amigos e admiradores.

Lotufo passou pela seleção brasileira entre 1998 e 2000, sob o comando de Vanderlei Luxemburgo. No Corinthians, o fisiologista parou de trabalhar em 2007, quando se afastou do futebol para batalhar contra a doença. Renato deixa a esposa Rosana e três filho

www.espn.com.br

May 27, 2014

“Estarrecida”. Parcialmente, é claro

Dilma ficou ‘estarrecida’, diz Bom Senso

POLÍTICA
Atletas levaram a presidente relatos referentes a atrasos de salários da parte dos clubes

TAI NALONDE BRASÍLIA

Crítica da gestão da CBF e das declarações dos dirigentes da Fifa sobre a Copa do Mundo no Brasil, a presidente Dilma Rousseff recebeu nesta segunda-feira (26), no Palácio do Planalto, membros do movimento de jogadores Bom Senso F.C..

A cúpula da CBF nunca foi recebida pela presidente.

O grupo de jogadores levou à presidente suas principais reivindicações, sobretudo relativas ao atraso de salários nos clubes e ao calendário do futebol brasileiro.

Disseram então ter ouvido que ela ficou “estarrecida com a falta de compromisso” dos clubes brasileiros com a falta de pagamento.

“Uma das coisas que foram palavras da presidenta é de que ela está estarrecida com a falta de compromisso dos clubes brasileiros. A presidente não imaginava que existisse no Brasil, o país do futebol, tantos clubes com salários atrasados”, relatou Ruy Cabeção, do Operário.

Também participaram da audiência em Brasília os jogadores Alex (Coritiba), Cris (sem clube), Gilberto Silva (sem clube), Juan (Internacional), Marcinho (Ituano), Dida (Internacional), Osmar (Red Bull Brasil), Ricardo Berna (Náutico) e Gasparino (sem clube).

O encontro foi mediado pelo ministro Aldo Rebelo (Esporte) e pelo secretário nacional do Futebol, Antônio Nascimento, e também teve a participação do diretor executivo do Bom Senso F.C., Ricardo Martins.

Foram estabelecidas durante a reunião três diretrizes de trabalho para os próximos meses: fortalecimento da Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte (que estabelece punições a clubes, como rebaixamento, caso não prestem contas das dívidas das entidades), regulamentação da participação de atletas nas assembleias gerais das entidades e criação de um grupo de trabalho para criar o Plano Nacional de Desenvolvimento do Futebol.

Segundo Nascimento, a lei que trata das dívidas dos clubes poderá assegurar o pagamento em dia do salário dos jogadores, sob pena de punição das entidades esportivas contempladas.

Já o grupo de trabalho, cujos objetivos serão concluídos a médio prazo, seria composto, além de membros do Bom Senso, por representantes das entidades regionais e da CBF, além do governo federal, por meio do Ministério do Esporte e possivelmente o Ministério do Trabalho.

O presidente eleito da CBF, Marco Polo Del Nero, não prevê alterações no formato do Brasileiro nem no calendário do futebol nacional, criticado pelo Bom Senso F.C..

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Blog do Citadini: O pessoal do BSFC disse que a presidente ficou estarrecida com o que ouviu. Muito justo que queiram receber o salário em dia. Agora, uma pergunta: disseram a presidente porque a seleção brasileira está cheia de jogadores que fizeram carreira na Europa , quase sem passar por clubes brasileiros ? Não disseram nada. Ai ela saberia que os jogadores não querem discutir essa relação promiscua que há entre “empresários ( donos de passe), dirigentes de clube e…..( advinham)… jogadores”. A Fifa proibi que os direitos   nas negociações seja dividido (?) entre partes, sendo só dos clubes. Os clubes são permanentemente sangrados por este “mercado paralelo” E a CBF não faz nada.  É claro , isso não foi discutidos. 

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