Esperando o sábado
Corinthians terá o retorno de titulares contra o Vasco
O técnico Tite deve ter praticamente todos os principais jogadores à disposição para o jogo de sábado
SÃO PAULO – O Corinthians deverá ter a maioria de seus titulares de volta contra o Vasco, no sábado, no Pacaembu, pela 33.ª rodada do Campeonato Brasileiro. O técnico Tite comandou um treino nesta segunda-feira com praticamente todos seus principais jogadores à disposição. As exceções foram o meia Danilo e o atacante Emerson. Ambos se recuperam de lesões.
Danilo tem grandes chances de jogar porque ele já ficou de fora do empate contra o Bahia, no último sábado, por causa de um corte no pé – ele recebeu três pontos. Já Emerson continua fazendo um trabalho à parte para se recuperar da lesão no joelho. A previsão é que ele desfalque o time contra o Vasco, mas volte na partida diante do Atlético Goianiense, em Goiânia, no dia 4 de novembro.
Chicão deve voltar a ser relacionado para uma partida desde que fez cirurgia para retirada uma hérnia. O zagueiro deve ficar no banco contra o Vasco. Com a lesão de Wallace, a zaga titular será formada por Paulo André e Anderson Polga, que fez a sua estreia no Corinthians no último sábado.
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Programação da Rádio Ópera – terça (23/10/12)
“Cortigiani, vil razza dannata” de Rigoletto (Verdi)
Unidos pelo Ibope
Ao lado de Tirone, Andrés Sanchez e Juvenal Juvêncio se unem em apoio a Haddad
Haddad recebeu Andres, Juvenal e Arnaldo Tirone
Com a presença de mais de 500 pessoas, Juvenal Juvêncio roubou a cena ao brincar com a rivalidade do São Paulo com o Corinthians e sobre a parceria “inédita” entre os times da capital paulista.“Só o Haddad para unir eu e o Andres numa mesma causa”, brincou o presidente do São Paulo, que mostra postura diferente ao capitão, ídolo e goleiro tricolor, Rogério Ceni, que declarou seu apoio a José Serra.
Junto com Juvêncio, Andrés Sanchez, hoje diretor de seleções da CBF, e Arnaldo Tirone, mandatário do Palmeiras, se sentaram ao lado de Fernando Haddad e da vice Nádia Campeão. Ausente no evento, o presidente da Portuguesa, Manuel da Lupa, mandou uma carta de apoio ao candidato petista neste segundo turno.
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Ipsos Marplan – Pesquisa sobre torcidas do futebol
Pesquisa Ipsos Marplan sobre torcidas.
por Emerson Gonçalves
Esse post, dividido em duas partes, vai mostrar os resultados da pesquisa do instituto Ipsos Marplan sobre o perfil das torcidas de futebol no Brasil, com destaque para as cinco maiores. Esse OCE, entretanto, trará o conjunto de informações dos 23 clubes listados, ampliando as informações que já foram divulgadas nos últimos dias.
O Ipsos é um dos maiores e mais importantes institutos de pesquisas do mundo, líder em estudos de mídia na Europa e America Latina. O Marplan foi fundado em 1958 e tornou-se uma das mais respeitadas empresas do setor no Brasil, tendo se juntado à Ipsos em 2001, passando a constituir a área especializada em estudos de hábitos de mídia e consumo. Eu, particularmente, tenho grande carinho pelo Marplan, pois comecei minha carreira em propaganda e marketing (depois de um estágio como “boy”) fazendo levantamentos dos “Estudos Marplan” para outras áreas da agência em que trabalhava em… 1970. Não, não sou velho, fui precoce.
No decorrer desses dois posts farei alguns comentários adicionais, explicando ou interpretando, na minha visão, alguns números.
Perfil das torcidas de futebol no Brasil
Preliminarmente, é fundamental o leitor entender que essa pesquisa foi realizada em 13 grandes praças, sendo 12 Regiões Metropolitanas e mais o interior do Estado de São Paulo. Seus dados, portanto, são válidos para essas regiões: Grande São Paulo, Grande Rio de Janeiro, Grande Recife, Grande Porto Alegre, Grande Salvador, Grande Belo Horizonte, Grande Curitiba, Brasília, Grande Fortaleza, Grande Vitória, Grande Florianópolis, Grande Goiânia e interior do estado de São Paulo nas seguintes cidades: Campinas, Jundiaí, Piracicaba, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, São José dos Campos e Sorocaba. Apenas para deixar claro, mais uma vez, não é uma pesquisa de abrangência nacional.
O levantamento de dados foi realizado durante o primeiro trimestre desse ano e o universo compreendido pela pesquisa é de 50.119.000 pessoas, na soma das 13 praças. A distribuição das entrevistas, naturalmente, obedeceu a critérios proporcionais, tendo como base os dados oficiais do IBGE. Foram ouvidas 14.413 pessoas de ambos os sexos, com 10 anos ou mais de idade. Essa informação é importante, uma vez que somente a pesquisa Lance IBOPE trabalha com a faixa etária de 10 a 16 anos. As pesquisas do instituto Datafolha e outros são realizadas com pessoas de 16 anos ou mais, ao passo que a da Pluri trabalhou com 14 anos para cima. Isso significa que encontraremos diferenças razoáveis em relação às pesquisas Datafolha, em função da expansão da base etária pesquisada. Já o tamanho da amostra é excelente, muito acima do que seria o mínimo necessário.
Aqui vamos introduzir uma informação nova e interessante: a margem de erro para o total de universo é de 0,82 ponto para mais ou para menos, com um índice de confiabilidade de 95%. Considerando a amostra Torcedores, que correspondeu a 74% do universo, a margem de erro é de 0,71 ponto para mais ou para menos, com 95% de confiabilidade.
A primeira pergunta feita aos entrevistados foi simples: torce por algum time de futebol?
A partir dessa resposta, o universo passa a ser de 37.153.000 pessoas, todas elas torcedoras de algum time de futebol nas regiões compreendidas pelo estudo.
O passo seguinte foi determinar os times para os quais torcem essas pessoas e separá-las por sexo, classe sócio-econômica e faixa etária. As respostas permitiram identificar 23 diferentes times que foram declarados como de preferência dos entrevistados, que é o que veremos na próxima tabela, juntamente com a divisão por sexo.
Um ponto importante a observar nessa tabela é o grande percentual de mulheres declarando-se torcedoras do Corinthians, com uma participação 23,5% maior que a de homens, um percentual que foge muito à média, como mostra a tabela. Esse número será abordado novamente, um pouco mais adiante.
Cabe aqui uma observação interessante: nos primeiros meses de 2010, portanto dois anos antes da realização desse estudo que abordamos hoje, o IBOPE pesquisou a preferência futebolística dos moradores de doze regiões metropolitanas (o IBOPE não incluiu Vitória e considerou a Região Metropolitana de Campinas, que, nesse caso, foi incluída com outras cidades do interior paulista, como vimos acima), num total de 9.000 entrevistas. Vejam as diferenças e semelhanças:
A próxima tabela mostra a divisão das torcidas por classe sócio-econômica. As classes D e E são mostradas como uma só, uma prática já comum nas pesquisas de mercado. Uma observação atenta vai mostrar um ponto que esse OCE já destacou várias vezes: não há torcida “pobre” ou torcida “rica”.
Nessa tabela, temos a participação de cada time nas diferentes classes, considerando o total das amostras. Ou seja, trocando em miúdos e usando a torcida do Palmeiras como exemplo, vemos que 11% das pessoas que se declararam torcedoras de algum time e que estão incluídas na classe A, torcem pelo Palmeiras. Da mesma forma, outros 11% torcem pelo São Paulo, enquanto 13% são torcedores do Flamengo e 16% do Corinthians. Somando todos os percentuais da classe A chegaremos a 97%. Isso ocorre em função de valores muito baixos que não foram considerados, seja de times listados ou não listados. Se tomarmos a afluente classe B, por exemplo, veremos que 5% de seus membros são gremistas, ao passo que 22% são corintianos. Na classe C, 22% dos torcedores são do Flamengo, que tem 24% dos membros das classes D e E, contra 18% do Corinthians.
Importante: reparem no percentual que mostra o quanto cada classe representa sobre o universo: a maior é a classe C, com 47% de participação, seguida pela classe B, com 35%. As classes D e E somam 12% e a classe A tem um total de apenas 7% do universo. No frigir dos ovos, esses números, em termos práticos, mostram que não há torcida só de “pobre” ou só de “rico”. O perfil sócio-econômico é muito próximo, mesmo quando alguns percentuais em uma ou outra classe destoam da média. Para um anunciante, porém, alguns números, mesmo que aparentemente pequenos, podem fazer diferença, o que veremos em outro momento. Não custa lembrar que estamos falando das 13 regiões de maior economia do país e, sinceramente, não dá para dizer as “mais ricas”.
Veremos agora uma tabela importante, que mostra a participação de cada time nas diferentes faixas etárias. Reparem nos números das três maiores torcidas na faixa etária mais jovem.
Pois bem, acredito que todos foram direto à coluna da gurizada. Para um clube é importante atentar para esses números e lutar para aumentá-los, pois, em termos do dia-a-dia, eles significam crescimento e manutenção da força da torcida no futuro. Por outro lado, essa fase ainda encontra muitos jovens pouco “fechados” com o clube do coração. Naturalmente que isso é menos verdadeiro nos centros mais importantes, onde existem clubes tradicionais, importantes, com grande história, e onde é maior, também, a transmissão do valor familiar no tocante ao clube de futebol. Pela minha experiência, porém, essa manutenção de uma só paixão fica mais volúvel e sujeita a mudanças à medida que nos distanciamos dos grandes centros. Isso ocorre, basicamente, pela força da mídia, ou melhor, pela força de times vencedores que, por conseguinte, têm mais presença na mídia.
Novamente em minha opinião baseada no que vivi e no que conheço desse país, dois fatores já vistos podem ter influenciado a ascensão da torcida corintiana ao primeiro posto: o grande número de mulheres – principalmente – e crianças, duas categorias de público mais influenciáveis por resultados e pela presença na mídia. A presença de Ronaldo em campo e os títulos conquistados foram, muito provavelmente, os responsáveis diretos por esse crescimento.
Observação e correção: o nome de um dos times foi grafado de forma incorreta no material de divulgação, mas a correção já foi efetuada.
http://www.globoesporte.globo.com?platb/olharcronicoesportivo.
Olho no Mundial
Atento só a eventuais lesões, Tite sugere lista pronta para Mundial
O Corinthians entregará à Fifa na sexta-feira uma pré-lista de 35 jogadores inscritos para a disputa do Mundial de Clubes, em dezembro. Além dessa, também a relação final com 23 nomes parece já estar definida na cabeça de Tite, conforme ele deu a entender depois do empate por 1 a 1 com o Bahia, no sábado.
Um repórter citou uma série de atletas que têm atuado com maior frequência e questionou o comandante se havia somente uma vaga em aberto para a inscrição final. “Uma é minha (risos). A base não deve fugir disso. Mas vai que acontece um acidente. Pode acontecer com qualquer um”, respondeu o treinador.
Depois de entregar a prévia, o clube tem até 26 de novembro para cortar 12 nomes. Ao que parece, no entanto, apenas lesões devem forçar modificações da comissão técnica.
Uma delas pode ser Denner. O lateral esquerdo se machucou logo no começo do duelo com o Bahia e precisou ser substituído. Segundo o departamento médico, a suspeita é de que tenha rompido ligamento do joelho direito, o que coloca em risco sua participação no Mundial.
O jogador de 18 anos é o único reserva de ofício para Fábio Santos. Quando não o tem à disposição, Tite costuma improvisar Welder, o substituto imediato de Alessandro do lado oposto. Outra alternativa já utilizada é Jorge Henrique. Habituado a jogar na ponta esquerda, o atacante tem facilidade para alternar as funções.
O próximo compromisso do Campeonato Brasileiro será no sábado que vem, diante do Vasco, novamente no Pacaembu. Será a primeira das últimas seis rodadas da competição nacional e também o momento em que o Corinthians voltará a atuar com força máxima, depois de um período de descanso para os titulares e testes com os suplentes.
“Quando você se prepara para enfrentar o Vasco automaticamente está se preparando para o Mundial”, argumentou Tite, ao ser perguntado se, pela segurança dos 44 pontos conquistados no Brasileiro, o foco enfim se voltaria exclusivamente para o torneio no fim do ano.
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Quase 14 mil votantes
Após maior eleição da história do Grêmio, Koff retorna à presidência
Presidente do Grêmio entre 82 e 83 e 93 e 96, Fábio Koff foi eleito para seu terceiro mandato no clube neste domingo, quando superou a concorrência de Paulo Odone, até então mandatário da equipe.
Na maior eleição da história do clube, ovencedor somou 7696 votos, 57,5% dos 13547 votos totais, e comandará o clube pelos próximos dois anos. Odone conseguiu 36,7% e veio em segundo, com Homero Bellini somando 6,25% e ficando em terceiro.
Após tentar a reeleição, o último presidente exaltou a força política do adversário. “Perdi para uma legenda, o Fábio Koff é campeão daLibertadores e do mundo. Todos acreditaram que ele voltaria à presidência por sua força. Por isso fomos derrotados”, declarou.
Fábio Koff presidiu o Grêmio nas duas conquistas de Copa Libertadores da história do clube: em 83 e 95. Sob o comando do mandatário, o Tricolor Gaúcho também somou um Mundial de Clubes, um Campeonato Brasileiro, uma Recopa Sul-americana, uma Copa do Brasil e três Campeonatos Gaúchos.
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Futebol – também – não é brincadeira?
Zizao é mais um brinquedinho dos corintianos
por Robson Morelli
Entendo a paixão da torcida em querer ver o chinês Zizao jogando pelo Corinthians. De tanto ser cobrado Tite, num gesto gentil e nada mais do que isso, acabou por mandar o gringo a campo em jogo que já estava perdido por 2 a 0 contra o Cruzeiro. Fico aqui imaginando o que o ‘professor’ pediu ao chinês quando ele ainda estava sentado no banco. E lamento que a estreia não tenha acontecido no Pacaembu, diante daquela fanática e empolgante torcida gritando seu nome: Zizao! Zizao! Zizao! Teria sido histórico.
Os gozadores de plantão, que perdem amigo, mas não perdem a piada, se apressam em dizer que nem Pelé, quando estreou pelo Santos, fez grande apresentação. Por que então Zizao teria de fazê-lo. O chinês viveu seus 15 minutos de fama ao tentar dar uma pedalada que acabou dando em nada, mas que arrancou suspiro dos corintianos que estavam em Varginha e dos milhares que assistiam a partida pela tevê. Ocorre que Zizao não passa de produto de marketing do clube, cuja única intenção é abocanhar um novo mercado no mundo. Não vai jogar nunca pra valer no Corinthians. Não deve nem estar com o grupo no Japão para o Mundial de Clubes da Fifa. Trata-se de um brinquedinho dos dirigentes e também da torcida. Tite talvez seja o único que o leve a sério, respeitoso que é com seus comandados.
O técnico enche o chinês de elogios. Mas para por aí. Futebol competitivo é outra coisa, sabe disso. Zizão tem uma única função aqui no Brasil: propagar o nome do Corinthians na China e naquela região do planeta, se der. Ele poderá ser em breve o maior vendedor de camisas do time. Se somente os familiares, pertos e distantes, comprarem o uniforme do Corinthians, o clube arrebentará de ganhar dinheiro. Está é a aposta. A diretoria imagina que com Zizao o clube atinja boa parte da população daquele país, contada em 1,3 bilhão de pessoas. Zizao é a ponte para o dinheiro chinês. Não é jogador para o Corinthians.
Ele virou uma espécie de mascote corintiano. O time tem gavião, mosqueteiro, São Jorge e agora Zizão. É isso. Ninguém no clube, e agora nem mesmo Tite, espera que o jogador chinês decida uma partida. Mas como a fase é ótima, de estádios abarrotados e títulos importantes, o Corinthians pode nesse momento se dar ao luxo de ter um chinês no elenco, ganhando salário e aprendendo a jogar futebol. Zizao já entrou para a história do clube e deve ser o chinês mais conhecido no Ocidente, o que o torna diferente diante dos seus. Se ainda aprender a jogar futebol, daqui a alguns anos poderá dar voos maiores na China, ensinando lá o que viu aqui. Se conseguir, certamente se dará por satisfeito e todo esse esforço no Parque São Jorge terá valido a pena.
Programação da Rádio Ópera – segunda (22/10/12)
Versão de Opera Imaginaria para “Au fond du temple saint” de “Pescadores de Pérolas” (Bizet)
Segunda
Este BNDES é tão bonzinho.
Grupo EBX recebe R$ 8,1 bi do BNDES em quatro anos
O grupo EBX, de Eike Batista, contou, desde o início de sua fase de expansão acelerada, com o apoio do BNDES tanto pela via de participação no capital das empresas quanto pela do financiamento a projetos.
Desde 2009, o banco estatal emprestou R$ 8,1 bilhões às companhias do grupo e investiu nas empresas –tem participação acionária em cinco delas: MPX (energia), CCX (carvão), MMX (mineração), OGX (petróleo) e SIX (de semicondutores).
Os empréstimos de 2009 a 2012 (até julho) ao grupo corresponderam a 1,6% dos desembolsos do banco no período (R$ 513,4 bilhões).
O maior volume de financiamentos foi aprovado em 2009, quando o banco liberou R$ 3,8 bilhões. Em 2010, foi R$ 1,7 bilhão. A cifra em 2011 ficou em R$ 800 milhões. Subiu neste ano, até agora, para R$ 1,8 bilhão.
Nas firmas de capital aberto, as maiores participações do BNDESpar, o braço de investimentos do banco, são na MPX e na CCX: 11,72%.
Na MMX e na OGX o banco tem, respectivamente, fatias de 1,03% e 0,26%.
Segundo o BNDES, a queda do preços das ações das empresas do grupo resultou numa redução do peso das companhias da holding EBX na carteira de investimentos do BNDESPar: a representatividade em valor de mercado recuou de 1,13% para 0,89%, no primeiro semestre.
AÇÕES EM QUEDA
De acordo com dados da consultoria Economatica, do início do ano até quarta-feira passada todas as empresas do grupo, à exceção da OSX (construção naval), acumulavam perdas nas ações. Os papéis da OSX subiram 4,26%.
A petroleira OGX é a campeã em desvalorização, com perda de 59,8% no período. Além dela, MMX (-33,1%), LLX (-22,2%) e MPX (-13,8%) também tiveram quedas. A CCX, de exploração de minas de carvão na Colômbia ingressou na Bolsa em 25 de maio deste ano e acumula perdas de 70,2%. (PEDRO SOARES E LUCAS VETORAZZO)
www.folha.com
Estátua? Só após os dividendos.
“Terão que fazer minha estátua’, diz Eike Batista
Folha de São Paulo 21/10/12 www.folha.com
CRISTINA GRILLO
LUCAS VETTORAZZO
DO RIO
O empresário Eike Batista diz que o governo deveria investir mais em suas empresas, já que, acredita, graças a elas o país terá, em alguns anos, melhores condições de infraestrutura.
Cita como exemplos o porto do Açu, complexo portuário em construção no norte do Rio, e as termelétricas no Nordeste, que o grupo pretende pôr em operação até janeiro.
“Alguém vai ter que fazer uma estátua para mim em algum lugar”, diz o bilionário, que recebeu a Folha em seu escritório, no centro do Rio, com vista para a baía de Guanabara e o Pão de Açúcar.
Ao longo de duas horas, demonstrou irritação com aqueles que só falam na queda do valor das ações do grupo e disse que é alvo de inveja dos que querem sempre uma “ajudinha” do Estado.
“É igual balaio de caranguejo. Quando um sobe, os outros puxam para baixo.”
Leia trechos da entrevista.
*
Folha – As empresas do grupo EBX têm tido prejuízo, o que leva a quedas no valor das ações e ao descontentamento dos acionistas…
Eike Batista – Os jornalistas escrevem que houve prejuízo no trimestre, mas não é prejuízo, é investimento. Uma empresa em fase de investimento mostra prejuízo no balanço por razões contábeis. Mas o que sai publicado cria um dano na cabeça do pequeno investidor, que vende a ação. Aí ela sobe, mas esse acionista está fora. Isso aqui é um grupo sério, construindo um negócio sério.
Em que medida essas quedas atrapalham seu negócio?
A mim não incomoda, porque em alguns casos eu estou comprando as ações de volta. Se não me querem, eu me quero. Eu me gosto.
Mas é fato que os acionistas ganham ou perdem dependendo do desempenho…
Isso [o EBX] é um bicho vivo. Em quatro anos, gastamos R$ 8 bilhões para botar as térmicas do Nordeste em pé. Vamos gerar 5% da energia firme [disponível] do país. Quem está empreendendo nessa escala, construindo projetos de infraestrutura? Caramba, isso não se faz em seis meses.
Tudo o que eu faço é construir o Brasil. Alguém vai ter que fazer uma estátua para mim em algum lugar. Vamos evitar o apagão.
Seu tom nacionalista o aproxima do governo?
Feliz quem tem um sujeito que pensa o país 50, 100 anos na frente. Não faz puxadinho. E coça seu bolso antes. Porque a turma do financiamento vem depois. O BNDES devia vir mais. Faço o pleito toda hora. Os fundos de pensão estrangeiros me compram e são meus sócios. E os fundos brasileiros, cadê? Alô, vocês estão perdendo 15%, 20% de taxa de retorno. Mas o BNDESPar tem participação em empresas do grupo.
Tem e estão vindo tarde. É bom vir com mais. Se meus projetos não ficarem em pé, é o Brasil quem vai sofrer. Eu sou um grupo nacional e apoiá-los é o que um banco de fomento faz. E não é de graça. Tem que pagar de volta.
O sr. pensa em vender a OSX para a Sete Brasil?
Não. A OSX ficou muito grande, é autossustentável. Então, deixa ela ficar sozinha. Talvez no futuro, mas hoje deixa do jeito que está. Agora não me interessa, mas já me interessou. Os contratos com a OSX, aliás, mostram que não existe mais dependência entre as empresas do grupo.
Quando o sr. criou a OGX [exploração de petróleo], seu relacionamento com a Petrobras não era dos melhores, por ter tirado muitos técnicos de lá para sua empresa. A relação continua difícil?
Hoje tenho o compromisso de não tirar mais gente de lá. Sem autorização, não tem conversa. A não ser o cara que esteja se aposentando, aí não tem problema.
Gostaria de ter fundos de pensão brasileiros como sócios?
Lógico. Sabe o que acontece quando o gringo é meu sócio? Ele quer o dividendo e a grana vai sair do Brasil. Como eu sempre fui voltado para fora, os fundos que investem em mim são de fora.
Esse é meu viés. Eu sou um cara que veio de fora para dentro. A minha riqueza até o ano 2000 eu criei fora. Só que é um patrimônio brasileiro no exterior. É declarado.
Incomodou a divulgação de que 72,5% de seu patrimônio está no exterior?
Do jeito que colocam, me incomoda, sim. Noventa por cento do meu capital produtivo é investido no Brasil. E os milhares de brasileiros que eu emprego? Hoje tenho 6.000 no porto do Açu.
Tom Jobim dizia que no Brasil sucesso é ofensa pessoal. O senhor acha que algumas pessoas têm inveja de sua vida?
Com certeza. A turma da minha geração pensa: “Cadê a teta do governo para eu ganhar um contrato?”. Não tenho contrato com governo. Tenho meus bilhões em risco.
Por que alguns de seus projetos estão atrasados?
Projetos atrasam. A siderúrgica da Térnium era uma âncora inicial [do porto do Açu] e não veio ainda por falta de gás natural. Mas o Açu se transformou em um polo para a indústria “offshore”. A Technip, a National Oilwell Warco, a Intermoore e a Subsea7 já estão colocando suas estruturas lá. Só esse pessoal paga R$ 100 milhões de aluguel, antes mesmo de o porto funcionar. Diante desse contexto, dane-se a siderúrgica.
Se os aeroportos do Brasil são ruins, os portos são jurássicos. Investi lá atrás, em 2005. Para licenciar essa geringonça, dei metade da área para o [secretário estadual do Meio Ambiente, Carlos] Minc. Não queria que o cara me atravancasse. Estou gastando R$ 100 milhões por mês no investimento e não posso parar.
Não há um entusiasmo exagerado seu quando anuncia seus projetos? Em 2010 o senhor disse que construiria carros elétricos no porto do Açu até 2012, mas isso está longe de ser uma realidade.
Eu sou bom de dar manchete. Mas na época eu estava estudando isso de fato. Ia fazer uma fábrica meio a meio com a Nissan, que não foi para frente. O negócio é assim, dinâmico.
Editoria de Arte/Editoria de Arte/Folhapress | ||
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