Quarta com futebol de segunda ( ou terceira)
Corinthians ‘administra derrota’ e garante vaga
COPA DO BRASIL
Time paulista perde por 1 a 0 mas se classifica às oitavas
DE SÃO PAULO
O Corinthians apostou que o Bahia não teria competência para fazer três gols. Acertou. A equipe de Mano Menezes apenas administrou o resultado e perdeu por 1 a 0 nesta quarta (6), na Fonte Nova.
Com o resultado, em Salvador, avançou às oitavas de final da Copa do Brasil. Na partida de ida, no Itaquerão, havia vencido por 3 a 0.
O próximo adversário corintiano será definido por sorteio a ser feito pela CBF.
O Corinthians não teve o menor interesse em jogar futebol nos primeiros 45 minutos. O time não conseguiu acertar três passes consecutivos e entrou em campo com quatro mudanças em relação ao time que havia empatado com o Coritiba, no último domingo (3), pelo Brasileiro.
Para sorte dos paulistas, o Bahia não está na penúltima posição do Campeonato Brasileiro por acaso.
Nem mesmo quando os zagueiros corintianos erraram, como aconteceu com Cleber aos 21 min, Maxi Biancucchi não conseguiu aproveitar. Ele saiu de frente para o gol, mas não superou Cássio.
Com sérios problemas de finalização, os baianos precisaram de uma colaboração do adversário para conseguir abrir o placar. Guilherme Andrade providenciou isso aos 32. Ele tentou cortar cruzamento, chutou a bola contra o próprio peito e esta entrou no ângulo direito.
MUDANÇAS
No intervalo, Mano Menezes colocou Ángel Romero no ataque e adiantou a marcação. Não transformou o Corinthians em uma equipe ofensiva. Foi o suficiente para complicar o Bahia.
Mesmo com mais opções pelas laterais de campo, os paulistas não conseguiam criar grandes oportunidades para empatar.
A partida foi aos poucos caindo no mesmo marasmo do primeiro tempo. Em grande parte porque o Bahia não mostrou qualquer poder de fogo para fazer o segundo gol e dar alguma emoção ao confronto.
Cássio não foi obrigado a fazer nenhuma defesa difícil na etapa final.
Mano acreditou que sua escalação modificada seria suficiente para garantir a classificação e ainda preservaria titulares para o clássico contra o Santos, domingo, na Vila Belmiro, pelo Brasileiro.
Estava certo.
www.folha.com.br
A guerra continua.
Pedro Lopes *
Do UOL, em São Paulo
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Romário e Alex se uniram para fazer campanha contra votação da LRFE, que não entrará na pauta da Câmara nesta terça-feira
Os deputados que trabalharam na elaboração da Lei de Responsabilidade Fiscal, criada para refinanciar as dívidas dos clubes de futebol, não conseguiram costurar um acordo com a base do governo. Por isso, a votação, que poderia ocorrer nesta terça (05.08) ou na quarta, será realizada apenas depois das eleições presidenciais, em outubro.
O líder do PT na Câmara, Henrique Fontana, foi um dos parlamentares que pressionou para o adiamento. Deputados da “bancada da bola”, grupo alinhado com a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e os clubes, também confirmam o adiamento. Ao site da ESPN, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB), também confirmou a votação após o pleito. “É um assunto delicado que merece atenção e paciência. Vamos fazer isso depois das eleições, posso garantir”, afirmou Alves.
Atletas do Bom Senso FC estiveram na Câmara dos Deputados nesta terça para pedir mudanças no projeto, mas não foram os principais responsáveis pelo adiamento. Ainda não há um acordo com a base governista que possibilite que o texto seja submetido a votação – o projeto prevê que as dívidas dos clubes sejam atualizadas com juros de cerca de 5% ao ano; o governo, por sua vez, quer a taxa Selic, em torno de 12%. Os próprios clubes sabiam que ainda não existia acordo com o governo.
“Eu achei muito estranho. Em momento algum foi discutido para ser hoje. Enquanto não alinharmos com o Ministério da Fazenda e a advocacia geral da União, não vai nada para votação. Foi uma pretensão nossa no início, mas não alinhamos os pontos ainda. Não esperávamos que fosse hoje”, disse Alexi Portela, ex-presidente do Vitória e membro da comissão criada pelos clubes para discutir a lei em Brasília.
O UOL Esporte apurou com parlamentares que discutem o projeto que outros dois pontos também travaram a votação: uma medida provisória que trata do programa de rádio “A Voz do Brasil” e o decreto da presidente Dilma Rousseff que trata dos conselhos de participação popular. Ambas as propostas são do presidente da Câmara.
Não há, porém, consenso entre os parlamentares sobre esses dois itens, e diversos deputados devem obstruir as medidas. Com isso, o plenário ficaria sem quórum, mesmo que a Lei de Responsabilidade Fiscal fosse colocada em pauta.
Deputados da bancada da bola já lamentam o adiamento, mas esperam que o projeto volte com força em setembro. O relator da lei, Otávio Leite (PSDB), que não pertence à bancada, também lamenta pelo esforço empreendido até agora.
Na teoria, existiria uma chance ínfima de que o antigo Proforte, como tem sido chamado a lei, seja colocado em pauta nesta quarta, mas a possibilidade é descartada por todos os envolvidos no projeto.
O Secretário Nacional do Futebol, Toninho Nascimento, já chegou a dizer que clubes brasileiros “podem quebrar” se a lei não for aprovada ainda neste ano. A LFRE propõe um refinanciamento dos débitos fiscais de clubes mediante a uma série de contrapartidas. O Bom Senso FC questiona esses pontos e a falta de um controle sobre eles.
O adiamento deve ser anunciado nas próximas horas, após uma reunião entre as lideranças envolvidas no projeto.
www.uol.com.br
Jogo ruim, resultado péssimo e declarações pior ainda.
Corinthians empata e cai para a quarta colocação
BRASILEIRO Time fica no 0 a 0 com o Coritiba, mas mantém série invicta
DE SÃO PAULO
Um empate que não interessou a ninguém. Para o Corinthians, o placar zerado neste domingo (3), diante do Coritiba, não diminuiu a diferença de pontos em relação ao líder Cruzeiro (24 a 29), que também empatou na 13ª rodada do Campeonato Brasileiro. Para piorar, as vitórias de Inter e Flu deixaram os corintianos em quarto lugar.
Para os donos da casa, o resultado não ajudou muito na luta contra a segunda divisão. Com 11 pontos, o Coritiba continua na zona de rebaixamento, em 17º.
A partida tampouco deve ter interessado aos torcedores que foram ao Couto Pereira para ver um jogo chato, truncado e sem emoção, exceto por duas belas cobranças de falta –uma de Alex e outra de Jadson– e duas grandes defesas de Cássio e Vanderlei, respectivamente.
“Foi um jogo bastante pegado, teve chute na cabeça, trombada, o campo estava pesado. Um jogo fora do padrão”, disse o lateral Fábio Santos após o confronto.
Considerando a expulsão de Fagner aos 19 min do segundo tempo, o empate significou menor prejuízo aos corintianos, que conquistaram um ponto fora de casa mesmo em desvantagem numérica durante quase meia hora. O lateral direito havia tomado cartão amarelo ao se estranhar com Zé Eduardo ainda na etapa inicial. Depois do intervalo, fez uma falta dura no atacante e recebeu o cartão vermelho.
“Jogar aqui não é fácil, mas é sempre bom não perder”, ponderou Jadson.
Apesar de o empate ter frustrado os planos alvinegros de colar no Cruzeiro, o Corinthians alcançou uma invencibilidade de nove partidas oficiais e dois meses.
A última derrota do time paulista aconteceu no dia 18 de maio, quando perdeu de 1 a 0 para o Figueirense na inauguração do Itaquerão.
Além da invencibilidade, o Corinthians chega para o clássico contra o Santos, no próximo domingo (10), na Vila Belmiro, com outra marca positiva: desde a volta das férias da Copa do Mundo, a equipe sofreu apenas um gol –na vitória por 2 a 1 sobre o Inter, na décima rodada.
Em situação inversa, o Coritiba continua sua briga contra a degola diante do Fluminense, no sábado (9).
www.folha.com.br
Uma boa luta
Líder do Bom Senso FC, Paulo André critica projeto de lei
O ESTADO DE S. PAULO
Ex-jogador do Corinthians repudia dirigentes que querem implementação rápida de lei que pode beneficiar cartolas
Líder do Bom Senso FC, o zagueiro Paulo André, ex-jogador do Corinthians e atualmente no Shangaï Shenhua, da China, utilizou o Facebook repudiou o desejo dos dirigentes de aprovarem rapidamente o projeto de lei que propõe parcelar as dívidas dos clubes.
De acordo com o jogador, os profissionais resposáveis pelas negociações de dívidas nos clubes buscam a aprovação pois a proposta exige apenas uma vez por ano a apresentação da Certidão Negativa de Débito (CND) como garantia total de uma gestão transparente no futebol nacional. Paulo André ainda cita no texto que os jogadores não serão beneficiados com as possíveis mudanças, apenas cartolas.
CONFIRA A NOTA NA ÍNTEGRA
CHEGA DE OMISSÃO!
Eu vou morrer e não vou ver tudo, fato. A CBF não cessará de me surpreender, outro fato. Mas confesso que no último mês foi exagerado, uma trapalhada atrás da outra e com direito a grand finale, Paysandu e Brasília, justiça comum, brilhante. Roteiro adaptado, diga-se de passagem. Se quisermos que o caos continue, basta não fazer nada diferente. Fiquemos calados às agressões ao André Santos e ao Max Biancucchi. Entremos mais vezes em campo com uma faixa dizendo que estamos com 5 meses de direito de imagem e 2 meses de salário atrasados, como fizeram os jogadores do Botafogo no último domingo. Ou melhor, entremos com uma faixa dizendo que somos a favor da Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte, como fizeram os jogadores do Vasco na noite de quarta-feira. E assim teremos a certeza de que nada, absolutamente nada, irá mudar!
Meus companheiros de profissão, com todo respeito, é hora de deixarmos de ser inocentes úteis. Chegamos ao cúmulo da inconsciência e da exploração. Tudo nos parece normal, rotineiro, inerente ao meio em que vivemos. Dizemos uns aos outros: Ah, deixa pra lá, sempre foi assim… E alguns cartolas, por sua vez, chegaram no limite da malandragem, da lei de Gerson – onde cada um tenta tirar o maior proveito da situação sem se importar com o resto das pessoas à sua volta ou com a sociedade em que vivem.
Por isso mandei mensagens para o Bolívar, Sheik, Douglas e André Rocha e tentei explicar o que está acontecendo. Avisei os atletas que escreveria este texto, pedi autorização para citá-los e sugeri a eles que pedissem ao Dinamite, ao Assumpção e aos demais cartolas que entrassem em campo, eles próprios, empunhando as faixas, já que a LRFE só beneficiará os dirigentes de clubes de futebol, livrando-os de possíveis ações civis e criminais – aos que cometeram infrações ou irregularidades em suas gestões, claro – e liberando verba (retida pela Receita) para que a gastança dos clubes continue sem controle. É sim o momento certo para se votar a LRFE, mas para se atingir o objetivo final do projeto, que é oferecer o parcelamento da dívida fiscal aos clubes em contrapartida à garantia da moralização do futebol brasileiro, é preciso incluir na íntegra as emendas que propõe o Bom Senso.
Para quem ainda não sabe, os clubes estão alinhados, mancomunados com a CBF e com a “Bancada da Bola” e fazendo pressão no Governo para aprovar a Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte do jeito que ela se encontra. Jogadores estão sendo usados porque não sabem (ou não sabiam até então) que a lei não mudará a realidade atual dos salários atrasados. Para se ter uma ideia, ela exigirá, se aprovada, apenas a apresentação da CND, uma vez por ano, para garantir que tudo esteja dentro dos conformes. Cara, mesmo o Flamengo, na crise financeira em que se encontra, consegue (na maior parte do tempo) apresentar a CND e receber o patrocínio da Caixa. Você entende o que eu quero dizer? Tudo continuará exatamente como está.
E isso só é possível no futebol do Marco Polo Del Nero e do Marin. Aliás, Del Nero disse que a FPF (Federação Paulista de Futebol) já pune times que não pagam salários de seus atletas em dia há anos e por isso ele crê que não haverá problemas na implantação da nova regra. “Tão logo o projeto de lei seja aprovado, isso será incorporado nos regulamentos das competições”, disse o futuro presidente da CBF. Em que mundo vive este senhor? Em primeiro lugar, gostaria de saber porquê não solicitaram antes a incorporação disso ao regulamento? Outra coisa, conheço mais de 100 atletas que jogaram no interior de São Paulo nos últimos anos e têm ação na justiça reclamando o não pagamento de seus salários. O regulamento de “Fair Play Paulista a la Marco Polo” não funciona e também não funcionará na CBF. Dos 105 clubes profissionais do estado de São Paulo, pelo menos três dúzias estão com ações na justiça devido ao não pagamento de salários desde que a regra foi implantada e nenhum deles foi punido esportivamente (exceção ao Paulista de Junidiaí que foi acionado). Brilhante saída para moralizar o futebol, hein!
Quem é contra a transparência na gestão, o fortalecimento dos clubes de futebol, os salários em dia, a democracia da CBF, a melhora do espetáculo e um esporte melhor para quem está por vir? Esta não é uma luta só do Bom Senso, dos veteranos da elite que iniciaram esse movimento, mas uma luta de todos os apaixonados por futebol. Então lutemos juntos para que se acrescente as emendas à LRFE propostas pelo Bom Senso pois eu afirmo que elas garantirão fiscalização e punições esportivas aos clubes e a seus dirigentes em caso de infração da lei. Aproveitemos para fazer cumprir a palavra do senhor Marco Polo e cobremos da CBF a inclusão de toda a proposta no regulamento das competições, inclusive democratizando sua estrutura de poder, permitindo a participação de todos os segmentos e modalidades do nosso futebol na assembleia geral da entidade como garantia, e demonstração de boa fé, de que daqui a alguns anos os cartolas não alterarão o regulamento a seu bel prazer.
Agora, meus amigos, é uma questão política, não tem mais técnica ou qualidade de proposta (a diferença é gritante), é no peito e na raça. Vai ganhar quem fizer mais pressão, reunir o maior número de deputados, senadores, torcedores, atletas, ex-atletas, jogadoras, beach soccer, treinadores e educadores físicos e aparecer em Brasília na próxima semana, assim como fizeram os artistas e os músicos, lotando o plenário da Câmara e olhando nos olhos daqueles que votarão as emendas da LRFE. Tem treino? Não dá pra ir? Será o jogo mais importante do nosso futebol. Peçam liberação aos seus presidentes já que eles são tão favoráveis a pagar os salários em dia e vejam se eles apoiarão essa visita histórica ao Congresso Nacional para dizer que somos contra a LRFE que eles tanto querem que passe. Aposto que a surpresa pela não liberação de um dia de trabalho só não será maior do que a cara de susto que esses senhores farão quando perceberem que não dá mais para enrolar uma “categoria” (de apaixonados por futebol) que se cansou de tanta injustiça e incompetência.
Democracia na CBF, já!
www.estadao.com.br
Blog do Citadini: Quando o movimento Bom Senso Futebol clube começou sua agenda era confusa, para dizer o mínimo. Aquele papo de que os jogadores estavam jogando muita s partidas e que o futebol teria que ter um calendário com menos jogos era – e é- um equívoco. A esmagadora maioria dos clubes precisa de mais jogos em número maior de competições. Querer discutir com a CBF mudanças no futebol brasileiro era um caminho errado. O futebol só muda pelos clubes e pelo governo. CBF e Federações não querem mudar nada. O BSFC só queria discutir nesta àrea. Fugia- e ainda foge- de encarar que o principal problema do futebol é com os clubes. Se eles quiserem mudar levarão o governo a propor mudanças. A proposta – acima citada- mostra o caminho correto. Pressionar o Congresso para que estabeleça mudanças na gestão do futebol. Este é o caminho. Qualquer vantagem do governo deve ser acompanhada de mais medidas de transparência de gestão e democratização do futebol.
Boa idéia.
Globo chama clubes para discutir o futebol
BRASILEIRO
Alto escalão da emissora marca reuniões para debater desde a formação de jogadores até calendário
BERNARDO ITRIDO PAINEL FCDANI BLASCHKAUEREDITOR-ADJUNTO DE “ESPORTE”Detentora dos direitos de transmissão dos principais campeonatos do país, a Globo convocou os 20 clubes da Série A do Brasileiro para uma série de reuniões nas próxima semanas, a fim de discutir o futebol nacional.
Os clubes foram divididos em grupos para que os encontros sejam mais setorizados. As reuniões começam na quinta-feira (7), na sede da Globo em São Paulo, e vão se estender até o fim do mês –há encontro marcado inclusive para o dia 26 de agosto.
A pauta proposta pela emissora inclui desde o calendário do futebol até a formação de jogadores.
No convite, a Globo diz que as reuniões servirão para estreitar o diálogo “com vistas à melhoria do futebol e, em especial, da capacidade de investimento dos clubes na formação de jogadores.”
A convocação feita por e-mail é assinada por Marcelo Campos Pinto, diretor da Globo Esporte, braço da emissora responsável por negociar o direito de transmissão dos campeonatos nacionais.
Na carta, Pinto cita que também estarão na reunião os integrantes do Comitê de Esportes da Globo: Renato Ribeiro, Anco Márcio Saraiva, Roberto Marinho Neto, Pedro Garcia e Eduardo Gabbay.
O convite causou estranhamento em presidentes de clubes, que não viram sentido em a emissora fazer reunião sobre a formação de atletas. O assunto, segundo um cartola, não tange à empresa.
A pauta das reuniões cita também outros pontos, como “processo de gestão dos clubes, equação financeira, oportunidades de novas receitas nos estádios.”
A CBF também deve ser representada nos encontros para participar das discussões.
Essa primeira reunião com a Globo acontecerá quase duas semanas depois de os clubes se reunirem com a presidente Dilma Rousseff.
No dia 25 de julho, 12 clubes participaram de um encontro com Dilma. Estiveram em Brasília representantes de Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Botafogo, Flamengo, Inter, Grêmio, Atlético-MG, Bahia, Coritiba, Santa Cruz e Paysandu. Os cartolas pediram urgência na aprovação da lei de refinanciamento das dívidas fiscais.
Procurada pela reportagem, a Globo não se pronunciou até a conclusão desta edição.
www.folha.com.br
Dívida dos Clubes de futebol
Ranking de dívidas tem Flamengo campeão e Criciúma lanterna; veja a lista
O consultor de marketing e gestão esportiva Amir Somoggi apresentou a edição 2013 de seu estudo anual Finanças dos Clubes Brasileiros. Para ele, o desequilíbrio é a marca desse ano, com os clubes trabalhando de forma alavancada, com forte aumento dos custos do futebol contra um baixo crescimento das receitas, conforme vocês verão integralmente nesse post.
O pequeno crescimento das receitas foi atenuado pelo volume das operações de transferências de atletas, que, apesar disso, ficaram fortemente concentradas em poucos clubes e atletas.
Segundo Amir, o aumento dos déficits dos clubes comprova a falta de equilíbrio entre as receitas e despesas, não apenas com os custos com futebol, mas também em suas despesas administrativas e principalmente despesas financeiras. Os clubes buscam nos empréstimos recursos para financiar suas atividades, aumentando seu endividamento e consequentemente suas despesas.
Veja o endividamento do ano passado em até 23 clubes do Brasil
Indo além, ele concluiu que a bolha financeira de nosso futebol é uma realidade, e deve ser enfrentada com austeridade e racionalidade nas decisões a serem tomadas futuramente, concluindo que os grandes clubes brasileiros precisam rever seu modelo descontrolado de gastos e sem viabilidade comercial. As receitas geradas não são suficientes para o tamanho de suas despesas.
Vamos, então, ao estudo, que considera sempre os 20 maiores clubes em receitas de cada ano. Atlético Paranaense e Bahia não haviam apresentado seus balanços até o final do trabalho e por isso ficaram fora dessa análise.
Receita total dos maiores clubes brasileiros
Os 20 maiores clubes em receitas do Brasil apresentaram um faturamento conjunto de R$ 3,1 bilhões em 2013, praticamente o mesmo valor registrado em 2012. Esse resultado representou um crescimento de 0,2% em um ano.
Desde 2003 os 20 clubes em receitas do Brasil viram suas receitas crescerem 375%. O resultado de 2013 foi o que teve o pior crescimento de toda a série histórica, somente melhor que 2006, quando houve retração das receitas.
A distribuição das fontes de receita
O ano de 2013 foi muito impactado pela redução das receitas de TV, por conta das luvas recebidas pela Rede Globo em 2012 e que não se repetiram em 2013. Por outro lado houve um aumento substancial das receitas com transferências de atletas que contribuíram decisivamente para o pequeno aumento das receitas em 2013.
Com isso houve uma mudança na participação das fontes de receitas com queda das Cotas de TV e aumento das transferências de atletas. Um destaque positivo foi o aumento da bilheteria de alguns clubes, que possibilitou que essa fonte crescesse em participação em 2013.
Receitas sem transferências de atletas
Analisando o crescimento das receitas dos maiores clubes brasileiros sem o impacto das transferências dos atletas é possível ter uma visualização mais exata do crescimento operacional dos clubes.
Os clubes analisados viram suas receitas sem as transferências de atletas caírem em -2%, o pior resultado em toda a série histórica.
Custos do Departamento de Futebol
Em 2013, os custos com futebol dos clubes analisados atingiram R$ 2,3 bilhões, contra R$ 1,9 bilhão de 2012, um crescimento de quase 20%. No mesmo período as receitas cresceram apenas 0,2%.
Esse valor de 2013 representa 73% das receitas. Em 2012 o indicador era de 62%. Os custos com futebol dos clubes não param de subir, realidade verificada desde 2003. Enquanto as receitas no período cresceram 375% os custos com futebol se elevaram em 452%.
Nas receitas dos clubes há mais de R$ 700 milhões em transferências de atletas, que trouxeram um certo equilíbrio ao indicador. Em 2012 foram as luvas da Globo que equilibraram os números.
Superávits/Déficits do exercício
Os clubes fecharam com grandes perdas em 2013, um total de déficits de R$ 258,4 milhões. Uma piora de 186% em relação a 2012.
Nos últimos 3 anos, os 20 clubes somaram R$ 726 milhões em déficits, nos últimos 6 anos R$ 1,8 bilhão e desde 2003 tiveram perdas acumuladas de R$ 2,5 bilhões.
Dívida total dos clubes
As dívidas dos clubes analisados somaram R$ 5,1 bilhões, um aumento de 6% em comparação com 2012, quando as dívidas foram de R$ 4,8 bilhões.
Isso foi ocasionado pela apresentação de nossas dívidas dos clubes em 2012 em seus balanços de 2013. Os números de 2012 foram reapresentados e isso fez com que as dívidas de 2011 para 2012 crescessem em 25%.
Em 3 anos as dívidas desses clubes cresceram 33% e desde 2003 aumentaram em 415%.
Dividas fiscais dos clubes
As dívidas fiscais dos clubes analisados somaram R$ 2 bilhões, um aumento de 11% em comparação com 2012, quando as dívidas foram de R$ 1,8 bilhão.
Em 3 anos as dívidas fiscais desses clubes cresceram 33% e atualmente representam 40% do total de suas dívidas.
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