Jan 2, 2017
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Torcedores.com: ROQUE CITADINI DESCARTA NR DA ARENA CORINTHIANS: “NEM PENSE NISSO”

Foto: Reprodução/Gazeta

O ex-vice presidente do Timão e possível candidato a presidência na próxima eleição, Dr. Roque Citadini, concedeu entrevista exclusiva ao Torcedores.com, e falou sobre os atuais problemas do clube, como por exemplo o imbróglio da Arena Corinthians e o enfraquecimento do atual grupo de dirigentes que estão no comando do Corinthians.

Citadini falou com clareza sobre a atual situação política do clube, que para ele enfrenta diversos problemas, incluindo a situação da Arena e passando até pela categoria de base.

“O Corinthians tem vários problemas que vão se juntando todos numa mesma situação. Nós temos um problema no estádio, de dificílima solução, não tem nada a ver que o Corinthians vai perder o estádio, isso não existe, a dificuldade é acertar o preço, o que falta fazer e arrumar o que foi errado, mas essa equação entra o fundo, a caixa, a Odebrecht e o Corinthians, quem disser que tem solução fácil, esta mentindo, qualquer um que for presidente nos próximos 5,10,15 anos terá grande dificuldade em achar uma solução.”, afirmou Roque.

O possível candidato falou ainda sobre o futebol, para ele, o atual momento passa pela grande dependência criada em cima de Tite, que deixou o comando do Timão para assumir a seleção Brasileira, ainda no inicio do campeonato Brasileiro de 2016.

“Nós temos também uma crise no futebol porque o clube se acostumou mau com o Tite, e a hora que perdeu o Tite, que resolvia milhares de problemas, foi visto que estava com um elenco frágil e o clube de uma certa forma, sem condições de disputar a ponta que é uma certa preocupação para o Corinthians.” analisou o ex-diretor do Timão.

Citadini ainda fez dura criticas ao modelo de gestão das categorias de base, que para ele, é feita de forma desastrosa. O mesmo ainda afirma que o prejuízo será ainda maior, tendo em vista, que os jogadores da base de hoje, seriam criados para revelar daqui 3 ou 4 anos, dessa forma, na visão do entrevistado, o problema estaria sendo criado para o futuro.

“Nós temos outro problema no futebol, essa desastrosa política da categoria de base, que dizimou o Corinthians nos últimos 10 anos, nós não revelamos jogador, quando revelamos o dinheiro era para os empresários, essas parcerias na categoria de base, foi o que de pior o clube podia fazer. Num momento desse o Corinthians sempre se socorria dos jogadores que estavam nascendo do clube e nós não temos, e isso foi uma tragédia criada por uma política determinada dentro do Corinthians, que achou por bem fazer parcerias com empresários e hoje deu no que deu.”, criticou Citadini.

Mas para ele, o problema maior passa pelos que hoje comandam o Timão, Citadini por diversas vezes durante a entrevista, deixou claro que em sua forma de ver, os atuais dirigentes, não tem mais forças para melhorar a situação do clube, o mesmo usou a expressão “Esgotou” para analisar a situação dos atuais mandatários.

“Para completar tudo isso, na minha avaliação pessoal, o atual grupo dirigente não tem condições de dar uma resposta a isso. Fica muito claro, sem querer dar nome de A,B ou C, mas o atual grupo dirigente, ele não consegue enfrentar esses problemas, por vários motivos, primeiro que foi ele que causou vários deles, o negócio da categoria de base, o negócio do futebol, segundo, porque eles são um grupo ultra-dividido, várias facções pra lá, pra cá, de tal forma que perante um problema, o Corinthians nunca tenha solução. É fato que estamos com problemas no futebol e tudo ai, mas o fato principal é que o grupo dirigente esgotou, esgotou sua capacidade de encontrar soluções para os problemas.” relatou.

Roque deixa claro que não esta falando nem bem, nem mau, porém para esse grupo já deu, hoje não conseguem mais dar resposta aos problemas. O Corinthians tem um ano até a eleição, segundo Citadini, o clube precisa se preparar para esse 2017, partindo da premissa de que o atual grupo dirigente não terá solução para os problemas, o ex-diretor do Timão acredita que a salvação do próximo ano, esbarra na ausência de iniciativa do atual grupo que esta no comando do Timão.
Voltamos a falar sobre a Arena Corinthians, questionei-o sobre o tão sonhado Naming Right, esse já veiculado muitas vezes já estar fechado com empresa X, ou que está próximo de ser sacramentado, Citadini foi claro: “Nem pense nisso, falar em NR é uma loucura, já era dificil antes, depois com a crise do pais no pós copa, aumentou a dificuldade, com a Odebrecht, aumentou ainda mais. Falar em NR é falar em uma irrealidade. O pior seria conseguir o NR agora, porque seria capaz de conseguir por qualquer preço, de qualquer jeito, com qualquer um. Por exemplo, nos últimos tempos o Corinthians tem feito contrato com empresas que não pagam, que sumiram, você vê que são assim, aventureiros.”
Ainda sobre a Arena Corinthians, Citadini criticou a atual gestão do estádio Corinthiano, para o ex- diretor, a gestão não avançou em nada nos últimos tempos. O modelo de venda de ingressos foi alvo das criticas, para o ex-mandatário, as vendas devem seguir o padrão europeu e ser vendido totalmente via internet, desta forma, sendo mais segura e saudável ao torcedor. O mesmo ainda citou exemplo de utilizar tickets no celular para entrada, desta forma, descartando as catracas.
Sobre Rosemberg assumir a gestão da Arena Corinthians, Citadini, afirma que seria excelente, pela sua grande capacidade, porém, para ele, o mesmo não tem condições de voltar neste momento, por conta dos atritos com o atual grupo de dirigentes e outro fator seria o clube não ter um exato rumo a seguir. O ex-diretor do Timão acredita que com Luis Paulo Rosemberg, seria possível encontrar uma gestão profissional para o estádio do Timão.
Roque Citadini confidenciou ainda, que a pouco tempo recebeu email de torcedores que desejavam voltar a jogar no Pacaembu, sobre o pedido, sua resposta foi clara: “Não tem sentido, o Pacaembu é um estádio horroroso para as finanças do Corinthians”. Ainda sobre o pedido, Citadini confirma que a Arena é muito melhor para o futebol e é muito melhor para o time do Corinthians, e afirma ser essa uma das maiores vantagens.
Segundo colocado nas últimas eleições do clube, Roque Citadini é um dos mais fortes opositores da atual gestão Corinthians, espera-se que o mesmo seja candidato em 2018, e desta vez, enxerga-se muito mais chances de vitória, mas, ele afirma não querer se eleger apenas pela péssima administração dos atuais comandantes.
“Esse negócio de ser candidato, tem duas coisas, primeiro você precisa querer e segundo as pessoas precisam querer. É lógico que eu tenho condições de ser candidato, porque tive 43% dos votos na última eleição, em um situação que eles vendiam o clube como se estivesse tudo resolvido, mas eu não quero me eleger presidente só pela desgraça do atual grupo dirigente”, revelou.
Citadini voltou a dizer que os atuais mandatários não tem condições de resolver os problemas do clube e afirma que será uma tragédia todo o tempo que os mesmos estiverem no comando. Mas o ex- diretor acredita que o ponto para as próximas eleições será encontrar uma diretoria que enfrentam os problemas citados por ele, no caso, o imbróglio da Arena Corinthians, as parcerias na categoria de base, resolver os problemas do futebol.
Dec 18, 2016
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Jornalismo anti-Millor

Dizem que Millor Fernandes afirmava que o “jornalismo é oposição, o resto é armazém de secos e molhados”. Essa regra não vale no jornalismo esportivo.

Aqui o normal é ser situação.

Alguém acha que o grande problema do Corinthians foi ter contratado o Cristóvan e não o Mano?
É claro que não.

Os problemas são maiores e mais complexos. E não começaram hoje.

A destruição das categorias de base com o abraço aos empresários e seus interesses; a gestão juvenil do estádio; a farra de contratações onde quem menos ganha é o clube; contratos e comissôes acima do mercado etc.

É claro que os problemas vêm de longe e hoje o grupo dirigente esgotou sua capacidade de responder às crises.

Mas, num jornalismo onde tudo é aplauso, não vale falar dos anos de erros.
Isso desvalorizaria seus rasgados elogios por esses anos todos.
A imprensa no esporte (na sua maioria) é o anti-Millor

Dec 4, 2016
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Cinco anos sem o Doutor Sócrates

Há cinco anos morria o craque Sócrates, no dia da final do Brasileiro

Do R7

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Neste dia 4 de dezembro, completam-se cinco anos da morte de um dos maiores jogadores de futebol de todos os tempos. Sócrates morreu nesta data em 2011, aos 57 anos, de causas decorrentes de cirrose hepática, no mesmo dia em que o Corinthians se sagrava campeão brasileiro ao empatar com o Palmeiras no Pacaembu.

Antes do apito inicial, os jogadores se reuniram em círculo no centro do gramado e os corintianos ergueram a mão direita para o alto, em homenagem ao gesto que o Doutor, como Sócrates era conhecido, utilizava para comemorar os seus gols.

Na Copa do Mundo de 1982, Sócrates foi o capitão da seleção brasileira, na ocasião uma equipe que pode ser considerada uma das melhores da história, mesmo tendo sido eliminada pela Itália antes das semifinais. O seu gol contra a União Soviética, após driblar dois marcadores, um deles Susloparov, e chutar no ângulo de Dasaev, foi um dos momentos inesquecíveis da campanha.

Dotado de uma visão de jogo rara e uma técnica apurada, Sócrates se consagrou no Corinthians, após deixar o Botafogo de Ribeirão Preto, onde iniciou a carreira. Na cidade do interior paulista, para onde a família se mudou antes de Sócrates se tornar jogador, vinda do Norte (Sócrates nasceu em Belém do Pará), o ex-jogador cursou a Faculdade de Medicina, tendo completado todo o ciclo de estudos e se tornado médico.

Por sua inteligência, Sócrates se destacou também como militante político e defensor dos direitos humanos. Após encerrar a carreira, atuou como técnico de futebol, articulista e comentarista esportivo. Envolveu-se também com a música, TV (com pontas em novela) e produção teatral.

Tinha uma personalidade própria, contrária a qualquer tipo de bajulação de poderosos e a interesses financeiros que se suplantavam aos sociais.

O jornal britânico The Guardian elegeu Sócrates, dentro do famoso quadro “The Joy of Six”, como um dos seis esportistas mais inteligentes da história. Da lista, divulgada em fevereiro de 2015, ele é o único jogador de futebol.

Durante a carreira, o jogador, conhecido pelo genial toque de calcanhar, que usava para compensar sua alta estatura (1m91), atuou pelo Botafogo-SP (1974 a1978); Corinthians (1978 a 1984); Fiorentina (1984 a 1985); Flamengo (1985–1987); Santos (1988 a 1989) e Botafogo-SP (1989). Entre os juvenis e o profissional nos clubes foi autor de 675 gols. Pela seleção brasileira, jogou 63 partidas e fez 25 gols.

Dec 3, 2016

40 anos da grande invasão corinthiana ao Rio de Janeiro

Completa  40 anos, neste dia 5 de dezembro, a histórica “invasão” corinthiana ao Rio de Janeiro, no jogo da semifinal do Brasileirão/76, entre o Timão e Flu. Segundo Celso Unzelte é, ainda, o jogo com maior público da história do Corinthians: 146.043 pagantes. É, também, uma das mais belas páginas de nosso esporte e da vida do Corinthians. O texto que segue é comentário de Nelson Rodrigues, no jornal O GLOBO, sobre o ocorrido. E uma peça histórica, magnífica, orgulho pra todos: corinthianos, tricolores e outros mais.

NELSON E A INVASÃO CORINTIANA

Nelson Rodrigues

1-Uma coisa é certa: – não se improvisa uma vitória. Vocês entendem? Uma vitória tem que ser o lento trabalho das gerações. Até que, lá um dia, acontece a grande vitória. Ainda digo mais: – já estava escrito há seis mil anos, que em um certo domingo, de 1976, teríamos um empate. Sim, quarenta dias antes do Paraíso estava decidida a batalha entre o Fluminense e o Corinthians.

2-Ninguém sabia, ninguém desconfiava. O jogo começou na véspera, quando a Fiel explodiu na cidade. Durante toda a madrugada, os fanáticos do timão faziam uma festa no Leme, em Copacabana, Leblon, Ipanema. E as bandeiras do Corinthians ventavam em procela. Ali, chegavam os corinthianos, aos borbotões. Ônibus, aviação, carros particulares, táxis, a pé, a bicicleta.

3-A coisa era terrível. Nunca uma torcida invadiu outro estado, com tamanha euforia. Um turista que, por aqui passasse, havia de anotar no seu caderninho: –“O Rio é uma cidade ocupada”. Os corinthianos passavam a toda hora e em toda parte.

4-Dizem os idiotas da objetividade que torcida não ganha jogo. Pois ganha. Na véspera da partida, a Fiel estava fazendo força em favor do seu time. Durmo tarde e tive ocasião de testemunhar a vigília da Fiel. Um amigo me perguntou: – “E se o Corinthians perder?” O Fluminense era mais time. Portanto, estavam certos, e maravilhosamente certos os corinthianos, quando faziam um prévio carnaval. Esse carnaval não parou. De manhã, acordei num clima paulista. Nas ruas, as pessoas não entendiam e até se assustavam. Expliquei tudo a uma senhora, gorda e patusca. Expliquei-lhe que o Tricolor era no final do Brasileiro, o único carioca.

5-Não cabe aqui falar em técnico. O que influi e decidiu o jogo foi a torcida. A torcida empurrou o time para o empate.

6-A torcida não parou de incitar. Vocês percebem? Houve um momento em que me senti estrangeiro na doce terra carioca. Os corinthianos estavam tão certos de que ganhariam que apelaram para o já ganhou. Veio de São Paulo, a pé, um corinthiano. Eu imaginava que a antecipação do carnaval ia potencializar o Corinthians. O Fluminense jogou mal? Não, não jogou mal. Teve sorte? Para o gol, nem o Fluminense, nem o Corinthians. Onde o Corinthians teve sorte foi na cobrança dos pênaltis. A partir dos pênaltis, a competição passa a ser um cara e coroa. O Fluminense perdeu três, não, dois pênaltis, e o Corinthians não perdeu nenhum. Eis regulamento de rara estupidez. Tem que se descobrir uma outra solução. A mais simples, e mais certa, é fazer um novo jogo. Imaginem que beleza se os dois partissem para outro jogo.

7-Futebol é futebol e não tem nada de futebol quando a vitória se vai decidir no puro azar. Ouvi ontem uma pergunta: “O que vai fazer agora o Fluminense?” Realmente, meu time não pode parar. O nosso próximo objetivo é o tricampeonato carioca. Vejam vocês:

– empatamos uma partida e realmente um empate não derruba o Fluminense. Francisco Horta já está tratando do tricampeonato. Estivemos juntos um momento. Perguntei: – “E agora?” Disse – amanhã vou tomar as primeiras providências para o tricampeonato. Como eu, ele não estava deprimido. O bom guerreiro conhece tudo, menos a capitulação. Aprende-se com uma vitória, um empate, uma derrota. Só a ociosidade não ensina coisa nenhuma.

No seguinte jogo, vocês verão o Fluminense em seu máximo esplendor.

NELSON RODRIGUES era tricolor e publicou este texto no GLOBO em 6/12/76, no dia seguinte ao jogo Fluminense x Corinthians.

Nov 28, 2016
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‘Reminiscências de um ET no mundo do futebol’, por Luis Paulo Rosenberg

Luis Paulo Rosenberg, oficializando o acordo entre Corinthians e Batavo, em março de 2009
Luis Paulo Rosenberg, oficializando o acordo entre Corinthians e Batavo, em março de 2009

Foto: Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians

Como vice-presidente do Corinthians, fui de rebaixado a campeão Mundial. Deixei minhas empresas de lado, abandonei magistério e passei por doença, mas tudo ficou pequeno comparado a trazer felicidade para a torcida.

Estive no comando do marketing do Corinthians durante sua arrancada, da série B, em 2008, até ser campeão mundial em Tóquio, em 2012, passando pelas conquistas da Copa do Brasil, Campeonato Brasileiro,vários estaduais e Copa Libertadores.

Instado pelo guerreiro Marcos, deste TREM bão que a nós, paulistas, tanto encanta, vou partilhar alguns momentos daquela experiência. Sem querer posar de galo, creio que meu aprendizado, enquanto cartola, poderá ser instigante para o caro leitor.

Por que ET? Bem, um professor universitário que passou por FGV, UnB e ITA cair numa vice-presidência de futebol não é usual. Mesmo tendo trabalhado alguns anos no setor público e no setor privado por décadas, nada nos prepara para esse surpreendente mundo.

Demorei a fazer sentido de todos os retalhos que formam esse mosaico peculiar, com suas características diferenciadoras marcantes. Em destaque, o conteúdo emocional que caracteriza esse esporte. Quando trabalhei no Palácio do Planalto, a sensação era de estar em cima de uma área de terremoto: sempre que interesses poderosos eram contrariados, o chão tremia, os vidros estilhaçavam e o estrondo era assustador. No futebol, você está sentado no centro da cratera de um vulcão com erupções diárias, nádegas tostadas são o menor dos males de que lá se padece.

Como o sucesso do seu clube é parte significativa da felicidade de um torcedor de baixa renda, o grau de cobrança dele sobre os gestores da sua paixão é inadministrável. Sempre pensei na democracia madura que teríamos se os aficionados do futebol desenvolvessem um sistema de acompanhamento e cobrança sobre os políticos semelhante ao que mantêm sobre os cartolas do seu time.

Teríamos um regime mais representativo do que o de uma Suécia. Se você estiver acertando e o clube vencendo, ao cruzar na rua, ele pode lhe acenar com um “valeu”. Mas quando a coisa desanda, somos tratados como débeis mentais cavilosos e é recorrente a sugestão de inserirmos nosso título de PhD em orifício originalmente projetado para uma funcionalidade totalmente diversa.

Outra surpresa que o mercado da bola me reservou foi na forma como sua gestão está organizada. Quando aceitei liderar a regeneração financeira do Timão, imaginava que meu seria o departamento da lógica empresarial, dos estudos de mercado, dependente de técnica estatística e da aplicação dos cânones consagrados na metodologia do marketing. Em compensação, eu receberia uma recompensa emocional, pois estaria convivendo com jogadores e comissão técnica, dialogando sobre as opções táticas, curtindo as preleções antes e após o jogo, enfim, desfrutando do convívio dos meus ídolos.

Tudo ao contrário! O sucesso do marketing de um clube de futebol está em se conhecer a alma do torcedor, seu DNA, o que ele quer que seu clube seja. O desafio é muito mais complexo, é o de fazer existir o imaginário que ele carrega no coração. Assim, ó: claro que negociar contratos vantajosos de TV, de patrocínio de material esportivo e de conquista do patrocinador da camisa está no centro das atividades da área mercadológica. Conseguimos multiplicar a receita do marketing do Timão por cinco no período em que lá estivemos, mas isso era apenas o começo. O torcedor espera que você encha sua alma de orgulho, leve sua autoestima aos píncaros da lua, jamais o deixe em situação na qual um porco palmeirense ou um bambi são-paulino possa ironizá-lo.

A Fiel exige grandeza. Lembre, estamos lidando com o primeiro clube que teve coragem de lutar pelas Diretas Já, em plena ditadura, sob liderança do inesquecível Doutor Sócrates. E que antes havia levado 70 mil manos a invadirem o Maracanã, para assistir a uma semifinal de Campeonato Brasileiro.

Uma torcida que cresceu mais que qualquer outra no estado, mesmo passando mais de duas décadas sem ganhar um título sequer.

Tudo no Corinthians tem de ser gigantesco. Esse desafio me empurrou a buscar sempre mais, acreditando que o impossível não existe: viabilizar a produção de cinco longas-metragens registrando os momentos mais emocionantes da nossa história, apoiar campanhas de doação de sangue, combate à violência contra a mulher, defender o meio ambiente, produzir meia centena de livros registrando a passagem do Timão pela Terra, abrir mais de 100 lojas exclusivas de venda de 800 produtos licenciados, juntar-se ao Boca Juniors e ao Barcelona como os únicos clubes de futebol do mundo com times de pólo, celebrar o centenário do clube com a maior festa que a cidade tenha visto, construir seu próprio estádio e contratar, estando na série B, o jogador em atividade mais laureado da seleção brasileira. Ou seja, loucura após loucura, emanadas não de estudos rigorosos com validade estatística, mas da leitura correta do que provoca sorrisos no mano da periferia. Talvez o pico desse desvario em pensar fora da caixa veio com a concepção, com a Nike, da República Popular do Corinthians, projeto que definia o que somos: um povo vivendo no Brasil e sendo muito feliz por isso, mas pertencemos a outro país, a nação corintiana, solidária, sofrida, igualitária, discriminada, mas feliz e segura, sintetizada pelo refrão “nóis si basta”.

E do lado da recompensa emocional? Tive a maior curtição vivendo com o time? Esquece! Se no marketing a diretriz é alavancar emoções, no futebol a regra é a racionalidade absoluta. Começava por termos tido apenas dois técnicos durante toda a jornada, Mano Menezes e Tite, dos mais cerebrais profissionais do mercado. E ao técnico foi atribuída liberdade absoluta de ação, com preservação do espaço dele contra a bisbilhotice de dirigentes. Resultado: jamais pisei no vestiário antes ou depois de qualquer jogo, só o presidente e o diretor de futebol tinham esse privilégio. Nada de relacionamento pessoal com jogadores, eles estavam blindados de qualquer forma de influência que pudesse facilitar a aplicação do drible da vaca no treinador. O grupo era tratado como habitantes de um santuário, onde união, garra e disciplina formavam os alicerces do sucesso.

DE REBAIXADO A CAMPEÃO MUNDIAL

Antes que os apressados tirem a conclusões falsas, vamos esclarecer. Administrar o marketing alavancando a paixão do torcedor, somado à imposição do profissionalismo absoluto no comando do grupo de jogadores é só condição necessária para o sucesso. Ainda falta um ingrediente, a sorte de estar na hora certa e no lugar certo.

Como fui abençoado por São Jorge, nosso santo protetor! No primeiro ano, 2008, o certame da série B, vergonha irreparável ao cair, mas ocasião única de galvanização da torcida em torno da salvação do clube; em 2009, Ronaldo abraçado e abraçando a Fiel; 2010, comemorações do centenário, mais de 150 mil pessoas no Anhangabaú sem uma briga e com muita cantoria; 2011, campeão brasileiro e o começo da construção da Arena. Em 2012, os títulos da Libertadores e do Mundial.

Quando aceitei ser cartola, foi por motivo fútil e egoísta. Sucesso profissional, respeito dos pares, família adorável, sócios perfeitos, carros velozes, de tudo isso eu já desfrutava. Fanático pelo Timão desde criancinha, faltava-me a Libertadores e o estádio, que me livrariam da pentelhação dos anticorintianos. Nos cinco anos em que lá estive, senti-me num passeio interminável numa montanha russa, altos e baixos se sucedendo numa velocidade arrebatadora, mas, enfim, satisfiz o meu ego, completando minha felicidade com os galardões que faltavam.

Entretanto, tudo ficou tão pequeno, comparado ao trazer felicidade à Fiel. Virou cachaça, já não conseguia me concentrar nas minhas empresas, abandonei o magistério, passei por doença séria e por pouco não me abandonou a esposa. Mas o jogo da volta à série A, a festa do Anhangabaú, a conquista da Libertadores, a ocupação pela Fiel da estrada e do aeroporto no embarque para Tóquio representam uma alegria tão grande que valeu a pena toda aporrinhação. Faria tudo de novo.

Claro que a conquista do mundial foi o ápice dessa aventura. Passear por Tóquio naquela semana, com 30 mil corintianos espalhados pela cidade, arrancava lágrimas de alegria a cada esquina. Mas, para mim, o jogo que antecedeu a final com o Chelsea, disputada contra um fraco time egípcio, num estádio de 30 mil lugares, foi o mais emocionante de tudo. Era como estar no Pacaembu, apesar de zero grau, só se escutava falar em português, estádio lotado por uma só torcida, com as mesmas faixas de organizadas que vemos em nossos jogos no Brasil. Todos estávamos lá, motoqueiros, desempregados, capitães da indústria e especuladores do mercado, putas e virgens. A Fiel, dona do ironizado time “dos pobres”, reinava soberana no Oriente, para espanto e admiração dos japoneses.

Quando o avião que nos trouxe de volta pousou, governador no solo esperando para recepcionar a delegação, avisei ao presidente que ali acabava meu envolvimento, não voltaria mais a pisar no Corinthians. Havia completado um ciclo, precisava voltar a dar atenção à minha vida particular e permitir que sangue novo também desfrutasse da magia que era servir à Fiel. O clube não precisa de cartolas eternos, desconfio é que cartolas eternos precisam do clube.

Ainda hoje, quatro anos após meu desligamento, cruzo frequentemente com manos de memória mais acurada, que me param na rua, me dão um abraço e dizem: “Obrigado”. Nenhum prazer material se iguala à gratificação que sinto cada vez que vejo no olhar deles que nosso movimento pela grandeza do Corinthians lhes propiciou uma quadra de felicidade, à qual eles vão se agarrar a vida toda. Vai, Curíntia!

Por Luis Paulo Rosenberg, ex-vice-presidente do Corinthians, publicado inicialmente no jornal “O TREM Itabirano” e gentilmente cedido ao Meu Timão.

Nov 27, 2016

Faltou o gol. Faltou a vitória

CORINTHIANS EMPATA NA ARENA E NÃO DEPENDE MAIS DE SI PARA CHEGAR NO G6

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POR MEU TIMÃO

Corinthians não conseguiu sair do empate com o Atlético-PR
Corinthians não conseguiu sair do empate com o Atlético-PR

Foto: Reprodução

 

Na noite deste sábado, o Corinthians recebeu o Atlético-PR na Arena. O confronto, iniciado às 21h, tinha ares de decisão, já que as duas equipes são adversárias diretas na briga pela última vaga para a Libertadores 2017.

A partida também marcou o último jogo do Timão como mandante, e a partida de número 100 de Ángel Romero com a camisa alvinegra. O paraguaio entrou como centroavante na equipe de Oswaldo de Oliveira.

Além de Romero, o time titular tinha Walter; Fagner, Vilson, Balbuena e Uendel; Cristian, Marquinhos Gabriel, Camacho, Rodriguinho e Marlone. No tradicional, 4-1-4-1, o treinador contou com a volta de Rodriguinho, suspenso na última partida, e colocou o jogador como capitão corinthiano.

Primeiro tempo

O Timão fez um bom primeiro tempo, e buscou construir o jogo no ataque. Confortável com o empate, o Atlético-PR praticamente não ameaçou Walter e terminou a etapa sem dar nenhum chute ao gol.

Aos 16 minutos, o Corinthians tinha boa chegada com Romero, mas, como de praxe, a arbitragem preferiu apitar contra a equipe alvinegra e sinalizou posição irregular. O paraguaio, porém, estava em posição legal.

Romero estava em posição regular, mas arbitragem marcou impedimento
Romero estava em posição regular, mas arbitragem marcou impedimento

Porém, a principal chance na etapa foi com Rodriguinho, que conduziu a bola com muita categoria e mandou um balaço na trave, do lado direito do goleiro Weverton. A bola sobrou no rebote para Marlone, mas o meia não conseguiu acertar o tempo da jogada e acabou isolando para fora.

Mesmo assim, o Corinthians não conseguiu fazer valer a superioridade. O primeiro tempo terminou com três tentativas de chute para o Timão, nove escanteios e 51% de posse de bola, mas a equipe comandada por Oswaldo foi para o vestiário amargando o zero a zero.

Segundo tempo

A metade final da partida recomeçou com pressão corinthiana. A equipe, porém, mesmo fazendo muitas chegadas ao ataque, tinha dificuldades na finalização. E, nas poucas vezes em que conseguiu chegar às redes, ficou nas mãos seguras do goleiro Weverton.

Aos 15 minutos do segundo tempo, o treinador Oswaldo tirou Romero de campo para a entrada de Lucca. Apesar de não ter feito uma grande partida, o jogador saiu aplaudido pela torcida pela marca alcançada no Corinthians.

O Timão continuou pressionando, mas sem conseguir o gol, o treinador fez mais uma alteração. Por volta dos 26 minutos, Giovanni Augusto veio a campo e entrou no lugar de Cristian, tornando a equipe corinthiana ainda mais ofensiva.

A terceira e última alteração foi aos 36 minutos: o treinador tirou Marquinhos Gabriel de campo – que saiu muito vaiado pela atuação – para a entrada de Gustavo. A alteração também fez uma mudança tática, com Lucca caindo para o lado direito e o atacante de ofício, Gustavo, assumindo a ponta.

Apesar das mudanças, o Corinthians não conseguiu mexer no marcador. O empate tira das mãos da equipe corinthiana a classificação para a Libertadores: para ficar no G6, agora, o Timão dependerá de uma combinação de resultados na última rodada.

O próximo jogo do Corinthians, contra o Cruzeiro, no Mineirão, encerra a temporada corinthiana em 2016. Depois disso, a equipe entra de férias e se reapresenta no começo de janeiro, onde novamente participa da Flórida Cup, quando enfrenta o River Plate.

www.meutimao.com.br

Nov 22, 2016

Importante vitória

CORINTHIANS AFUNDA INTERNACIONAL E FICA PERTO DO G6 NO CAMPEONATO BRASILEIRO

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 ISABELA ABRANTES

Indicação ao Puskas, gol e pedalada: hoje foi dia de Marlone brilhar contra o Internacional
Indicação ao Puskas, gol e pedalada: hoje foi dia de Marlone brilhar contra o Internacional

Foto: Reprodução

Na noite desta segunda-feira, o Corinthians recebeu o Internacional na Arena em Itaquera. Enquanto o Timão busca continuar vivo na disputa pela sexta posição do Brasileirão, o time gaúcho luta pela permanência na série A.

Com participação direta do Internacional no rebaixamento corinthiano em 2007 – quando a equipe foi acusada de “entregar” a partida para o Goiás, concorrente direto do Timão – o clima na Arena era de revanchismo puro.

Mesmo assim, o jogo na segunda-feira acabou esvaziado de público. A partida na zona leste na segunda à noite – com o setor Norte fechado e a proibição da presença de organizadas – teve o público de apenas 19.493 pagantes. Apesar do número menor de torcedores na Arena, a torcida aproveitou para fazer um protesto e lembrou os torcedores presos no Rio de Janeiro.

Para a partida, Oswaldo de Oliveira escalou o time com mudanças. Willians, titular do treinador, foi afastado pela diretoria após desentendimento com torcedor no CT e deu a vaga para Cristian. Marlone – indicado ao prêmio Puskas – também ganhou posição como titular, e Uendel foi improvisado no meio campo após suspensão de Giovanni Augusto.

Assim, o Timão foi a campo com Walter; Fagner, Vilson (capitão), Fabián Balbuena e Guilherme Arana; Cristian; Marquinhos Gabriel, Camacho, Uendel e Marlone; Ángel Romero. O treinador manteve a tradicional formação 4-1-4-1, usada desde os tempos de Tite.

Primeiro tempo

Embora tenha predominado sobre a equipe adversária na primeira metade da partida, o Timão ainda mostrou suas deficiências – especialmente no setor ofensivo. Com 65% da posse de bola no primeiro tempo, faltaram chegadas efetivas do Corinthians ao gol de Danilo Fernandes.

Por outro lado, o Internacional mostrou porque briga no Z4: os dois lances de maior perigo foram do Corinthians. A única chegada colorada que assustou Walter, aconteceu por uma falha da defesa, quando a bola pingou perigosamente na frente da redes alvinegras.

Aos 24 minutos, um lance polêmico fez a torcida pedir pênalti, quando Fagner leva um pisão na área. O juiz, porém, não viu intenção na jogada e optou por não marcar a penalidade, irritando um torcedor na Arena que acabou lançando um isqueiro no gramado.

Mesmo com o jogo movimento, o ímpeto acabou diminuindo e a qualidade da partida caiu muito. Sem efetividade, o Corinthians foi superior no toque de bola mas mostrou total desorganização tática em campo e assim o primeiro tempo terminou no zero a zero.

Segundo tempo

O Corinthians voltou para o segundo tempo, mas ainda com alguns problemas de posicionamento. Desorganizada, a equipe tinha dificuldade de impor seu jogo, até que, aos 8 minutos uma bola no ataque se converteu em pênalti para o Timão.

Romero subiu para dividida com Ernando e ficou no chão. A arbitragem marcou, advertiu o adversário com o amarelo e o time do Internacional reclamou muito. O lance promete render polêmica para DVD. Marlone bateu com categoria e converteu, abrindo o placar para o Corinthians.

O gol esquentou a partida: o Timão, animado com o resultado, começou a pressionar mais a equipe do Internacional. Sem nada a perder, o time de Porto Alegre também foi para cima e o jogo ficou mais aberto, com chances sendo criadas para ambos os lados.

Aos 23 minutos, Camacho sentiu dores e foi substituído por Marciel. Aos 40 minutos, a segunda mudança foi a entrada de Jean no lugar de Cristian. A terceira e última foi a saída de Marlone – muito aplaudido pela Fiel – para a entrada de Léo Jabá. O jovem atacante entrou e fez bonita jogada e quase ampliou o placar, mas a partida terminou em 1 a 0.

Com o resultado, o Timão fica vivo para a briga pela sexta posição. E o próximo jogo será mais que decisivo: na Arena, o Corinthians enfrenta o Atlético-PR, adversário direto na disputa pelo G6. A partida acontece neste sábado, às 21h.

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Nov 18, 2016
admin

Participação no programa Assembléia Esportiva

Essa semana participei do programa Assembléia Esportiva, comandado por Nilson César.

Em um papo muito agradável falamos de Corinthians, Seleção Brasileira e de questões envolvendo a Arena do Timão.

Nov 17, 2016

Empate ruim

CORINTHIANS LEVA EMPATE NOS ACRÉSCIMOS E PERDE A CHANCE DE VOLTAR AO G6

CorinthiansCORINTHIANS1x1FIGUEIRENSEFigueirense

POR MEU TIMÃO

Camacho abriu o placar com um belo gol, mas viu o Corinthians ceder o empate contra o Figueirense
Camacho abriu o placar com um belo gol, mas viu o Corinthians ceder o empate contra o Figueirense

Foto: Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians

Depois de 11 dias de descanso, a equipe do Corinthians finalmente entrou em campo. Comandado por Oswaldo de Oliveira, o Timão encarou o Figueirense no Orlando Scarpelli pela 35ª rodada do Campeonato Brasileiro.

Dependendo apenas de si mesmo para conquistar a vaga no G6 e garantir a Libertadores em 2017, o Timão alvinegro precisava vencer ou vencer. Já o time de Santa Catarina, jogando em casa, também ia com o objetivo da vitória e evitar uma derrota que poderia praticamente decretar o rebaixamento da equipe.

Apesar da importância da partida, porém, o treinador corinthiano não pode contar com muitos dos jogadores do elenco, em especial no setor defensivo. Com Balbuena e Vilson suspensos, Yago e Uendel no Departamento Médico, o jeito foi trazer Fagner às pressas. O lateral serviu a Seleção Brasileira na madrugada de terça para a quarta, e embora não tenha atuado precisou vir do Peru à Florianópolis para entrar em campo.

O lateral corinthiano foi dúvida até o último minuto, mas entrou e compôs e a equipe titular. No tradicional 4-1-4-1, o Corinthians entrou em campo com: Walter; Fagner, Pedro Henrique, Léo Santos e Guilherme Arana; Willians; Giovanni Augusto, Camacho, Rodriguinho (capitão) e Marquinhos Gabriel; Lucca. No banco, a novidade ficou por conta da presença de Guilherme Mantuan e Vinicius Del’Amore, recém promovidos da equipe de base do Timão.

Primeiro tempo

Embora o jogo fosse importantíssimo para ambas as equipes, a primeira etapa foi muito fraca tecnicamente, sem nenhuma chance clara de gol. A partida seguiu sonolenta, e incapacidade criativa do Corinthians ficou evidente.

Até os primeiros 30 minutos, havia apenas duas finalização para o Figueirense, e nenhuma para o time corinthiano. Com Lucca improvisado como centro avante, a equipe teve muita dificuldade para construir as jogadas no campo ofensivo.

A primeira chegada do Corinthians foi apenas aos 35 minutos, com chegada pelo lado esquerdo do campo. Rodriguinho fez o passe para Arana, que rolou para o meio da área: Lucca tentou mas não chegou a tempo de chutar para o gol de Gatito Fernández.

O lance virou contra ataque para o adversário, mas foi logo desarmado. Houve um pequeno ímpeto do Corinthians: de novo pela esquerda, Arana tabela com Giovanni Augusto e consegue um bom cruzamento. Seguro, o goleiro do Figueirense interceptou o lance mais perigoso do Timão até ali.

Na sequência, quem precisou atuar foi o goleiro Walter, que encaixou um chute de fora da área. Ele lançou a bola e tentou iniciar o contra ataque, mas Marquinhos Gabriel errou o domínio e acabou perdendo a oportunidade. Nem tudo estava perdido para o Timão, porém: aos 44 minutos, Camacho apareceu, driblou, e carregou a bola até a entrada da área, de onde e acertou um bonito chute de fora da área.

Com a vitória parcial do Corinthians por 1 a 0, a etapa terminou com o saldo de três cartões amarelo para cada lado (um para Lucca, que agora está suspenso para o próximo jogo, e outro para Marquinhos, do Figueirense).

Segundo tempo

O Corinthians voltou para o jogo sem alteração, mas a mudança no placar deixou o jogo mais movimentado no segundo tempo. O Figueirense, sem nada a perder, foi quem tomou a dianteira no começo da etapa. A equipe de Oswaldo, porém, respondeu à altura e se mostrou ligada nos primeiros minutos da partida.

Perto dos 8 minutos, o Timão esteve próximo até mesmo de ampliar o placar, quando Giovanni Augusto meteu a bola na trave. Mas aos poucos, o jogo retomou o ritmo normal, com muitas faltas e pouca criação dos dois lados.

Aos 16 minutos, Rodriguinho foi o segundo corinthiano a ser advertido com o cartão amarelo, e também virou desfalque para o próximo jogo, contra o Internacional. O jogo ainda foi parado para o atendimento de Walter, que precisou ser socorrido após choque contra Rafael Moura. Willians, com dores, também foi tratado durante a paralisação, e permaneceu em campo.

Só aos 34 minutos Oswaldo fez a primeira alteração no Corinthians, quando o atacante Gustavo entrou no lugar de Lucca. Mesmo assim, o jogo pouco evoluiu e voltou ao ritmo morno da primeira etapa. Aos 41, Marlone veio para a vaga de Marquinhos Gabriel enquanto Léo Príncipe tomou o lugar de Fagner.

Instantes após a substituição, o Figueirense chegou a dar um susto na torcida corinthiana, quando colocou a bola dentro das redes de Walter. O lance, de bola parada, porém, tinha vários jogadores em posição de impedimento e foi corretamente anulado.

Já nos acréscimos, porém, Rafael Moura encontrou um gol – em posição irregular – e empatou a partida. O clima esquentou e o árbitro Anderson Daronco ainda deu o cartão vermelho para Giovanni Augusto que se revoltou com a cera de um jogador do Figueirense.

Gol irregular de Rafael Moura
Gol irregular de Rafael Moura

Foto: Reprodução/TV

O jogo foi burocrático, mas o Timão perdeu para si mesmo a chance de retomar a vaga no G6. O próximo confronto do Corinthians é contra o Internacional na próxima segunda-feira, na Arena Corinthians

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Nov 15, 2016
admin

Balanço Arena – Fundo de Investimento

Recebi de um amigo, especialista na área financeira, a interessante análise e o questionamento que estão reproduzidos abaixo.

Resultado de imagem para estadio corinthians

Roque, Boa noite.

 

Encontrei o balanço na CVM de 31/12/2015 do fundo que detém os direitos da Arena.
Alguns pontos chamaram a minha atenção:

1) A auditoria tem uma ressalva nas contas que é relacionada a “não atualização de premissas relacionadas a receitas e despesas no teste de recuperabilidade” dos ativos da construção da Arena. Em outras palavras, em aspectos práticos, mesmo o que o fundo espera e estima ganhar com a Arena pode ter premissas “agressivas” ou “irrealistas”. O que é mais surpreendente é que já foi feito uma baixa de R$238milhões de não recuperabilidade sobre os ativos da Arena, ou seja, os ativos da construção nas estimas da administração não se recupera pelos fluxos a serem gerados pela Arena. Os ativos do estádio, excluindo-se a baixa, soma R$856milhões, e pode ser ainda menor.

2) Tem algumas “ênfases”, menos graves que ressalvas a saber: 1) Classificação de quotas seniores, 2) “Contrato de operação de equipamento esportivo” que o Fundo pagou ao clube R$8M, está pouco claro a que título, 3) CID no valor de R$331milhões tem somente 5% de deságio previsto, 4) Ênfase quanto ao cronograma de amortização das quotas seniores (Sem citar qual é o cronograma);
3) Na nota 5 b, mostra que os CID´s tem valor de face de R$420milhões, é pouco claro como se chegou aos R$331milhões já que o deságio citado é 5%.

4) Temos R$387milhões a pagar para a Odebrecth. Qual o prazo/cronograma de pagamento?

5) Quotas subordinadas tem valor zero, porque? Quais as obrigações aos detentores?

6) Qual a taxa de correção das quotas seniores?

7) No hall de quotistas, onde aparece o clube e quais suas obrigações?

8) consultei ainda o balancete de 30/09/2016, e em relação a 31/12/2015 houve um aumento de R$270milhões no ativo, o que seria? Tem ainda no balancete uma obrigação de securitização de recebíveis de R$387 milhões, o que seria?

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